Infeciologia_Rickettsia, Coxiella Flashcards

1
Q

Características gerais de Rickettsia:

A
  • pequenos cocobacilos pleomórficos
  • gram negativas (vêem-se mal)
  • parasitas intracelulares obrigatórios (parasitas energéticos) ⇢ instáveis fora da célula (exceto Coxiella Burnetti e as Bartonellas)
  • Transmitidos por artrópodes (Ex. Amblyomma hebraeum - vector carraça)
  • Partilham antigénios, mas não conferem protecção cruzada
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2
Q

Rickettsia: Quadros clínicos

A

Grupo exantemático:

  • R. rickettsi- febre das montanhas rochosas
  • R. acari- rickettsialpox (pox-vesiculas com conteudo infeccioso)
  • R. conorii- febre escaro-nodular (comum cá)

Grupo do tifo:

  • R. prowazekii- tifo epidémico; doença de Brill-Zinsser
  • R. typhi- tifo murino (endémico)
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3
Q

Caraterísticas da Febre escaro-nodular (febre da carraça):

  • Agente
  • Prevalência
  • Transmissão
  • Reservatórios
  • Incidência
A
  • Agente: R. conorri
  • Prevalência: Elevada na área Mediterrânea/Sul da Europa
  • Transmissão: picada de carraça ( (ixodídeo)
  • Reservatórios: cães, roedores salvagens
  • Incidência: meses quentes, com pico em Julho, Agosto e Setembro
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4
Q

Ricekttsia conorii: sasonalidade

A
  • Carraças adultas na Primavera, mais fáceis de ver (são maiores)
  • Verão - Estadios mais precoces são mais pequenos, mais difíceis de visualizar, mas transmitem igualmente.
  • Maior prevalência da Febre da carraça durante o verão. Duração da transmissão da carraça: 6h
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5
Q

Patogénese da Febre escaro-nodular

A

Local da picada ⇢ proliferação da rickettsias nas células endoteliais ⇢ lesão vascular ⇢ vasculite e aumento da permeabilidade vascular ⇢ edema e necrose cutânea ⇢ escara: “ tache noir”

Segue-se disseminação linfática e hematogénea ⇢ Infecção generalizada das células endoteliais dos vasos sanguíneos (vasculite):

  • meningoencefalite
  • lesões vasculares nos rins, pulmões, tubo gastrointestinal, fígado, pâncreas, coração, baço e pele
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6
Q

Período de incubação e clinica da Febre escaro-nodular

A

Período de incubação: 4 – 10 dias

Clínica:

  • escara ou “tache noir” no local da picada da carraça
  • Febre elevada ( 38-40°C ), cefaleias intensas, arrepios de frio, mialgias e artralgias, mal estar generalizado, astenia, adinamia.
  • Rash (imagem)– aparece , em geral, ao fim do 3º dia, maculopapular e nodular; localizado ao tronco, membros e, frequentemente, com atingimento das palmas das mãos e plantas dos pés.
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7
Q

Complicações e lesões de órgão na Febre escaro-nodular

A
  • hepatomegália, esplenomegalia
  • sintomas gastrintestinais: vómitos, diarreia, desconforto abdominal;
  • renais: nefrite e insuficiência renal;
  • alterações cardíacas e circulatórias: arritmias, miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, trombose venosa profunda e embolismo;
  • lesão pulmonar: pneumonite, pleurite;
  • sinais neurológicos: alterações da consciência, convulsões, vertigens.
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8
Q

Fatores predisponentes para o desenvolvimento de infeções graves?

A
  • início do tratamento após o 7º dia de doença
  • idade avançada ( > 50 anos )
  • Diabetes
  • Insuficiência cardíaca
  • Grandes fumadores
  • Alcoolismo
  • Doença hepática crónica
  • Deficiência em glucose 6 fosfato desidrogenase.
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9
Q

Diagnóstico da Febre escaro-nodular

  • Epidemiologia
  • Clínica
  • Laboratorial
  • Serologia
  • PCR
A
  • Epidemiologia: actividades recreacionais, passeios no campo, contacto com cães, com carraças, picadas de carraças ou outras feridas de causa não esclarecida.
  • Clínica: “tache noir”; febre e rash
  • Laboratório: trombocitopenia, aumento das transaminases, da fosfatase alcalina e, muitas vezes, do CPK e LDH.
  • Serologia: deteção de anticorpos para R. conorii, habitualmente por imunofluorescência (IFI) - de preferência demonstrar subida de título em 2 pares de soros (fase aguda e convalescença).
  • PCR: deteção do genoma em amostras de sangue ou biopsias de pele (exantema e/ou escara) por técnicas de biologia molecular.
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10
Q

Tratamento da Febre escaro-nodular

A

Doxiciclina – 100 mg de 12-12h, po ou EV

Alternativas: cloranfenicol, macrólidos, fluoroquinolonas, cotrimoxazol

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11
Q

Rickettsia: diagnóstico laboratorial

A

R. conorii, R. prowazekii, R. typhi:

  • IFI (rotina…)
  • Culturas celulares (acabam por não se fazer por ser difícil de isolar)
  • PCR (sangue, escara)
  • Detecção por IF nas células endoteliais ( mais comum, serologia também)
  • Pesquisa de AC: demoram uma semana ou mais a aparecer.
  • Se for negativa: tratar e repetir passado uma semana.
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12
Q

Coxiella burnetii: reservatório e via de transmissão

A

Route of transmission:

  • Direct infection (no vector transmission)
  • Vector transmission: primary reservoirs are gado (caprino, ovino)

Localização das bactérias ao nível do sangue, tecidos, leite e, principalmente, ao nível da placenta.

Transmissão

  • Inhalation of spore-containing aerosols from the amniotic fluid or secretions of infected livestock
  • Ingestion of raw milk produced by infected animals
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13
Q

Diferenças da Coxiella burnetti das outras rickettsias

A
  • Capacidade de sobreviver no ambiente extracelular
  • Via de infeção por aerossol
  • Rash: mais raro e inespecífico
  • Alterações da virulência de acordo com a variação de fase:
    • fase I (organismos isolados dos animais agudamente infetados, com elevada virulência)
    • fase II (obtidos após várias passagens em tecidos e de baixa virulência)
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14
Q

Quadro clínico e período de incubação da Coxiella burnetti

A

P. Incubação: 3 a 30 dias

Quadros clínicos:

  • Síndroma febril auto-limitado (2 a 14 dias) ⇢ mais frequente
  • Pneumonia
  • Endocardite
  • Hepatite
  • Osteomielite
  • Febre Q no hospedeiro imunocomprometido
  • Manifestações neurológicas
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15
Q

Patologia associada à Coxiella burnetii

A

Febre Q aguda e crónica

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16
Q

Características da hepatite na Febre Q

A
  • Manifestação mais frequente em França e, provavelmente, em Portugal.
  • Granulomas característicos na biópsia hepática ( em forma de “doughnut” ): granulomas centrados por um vacuolo lipídico e envolvidos por um denso anel de fibrina ⇢ Granulomas epitelióides não caseificantes
  • Achado acidental num doente com pneumonia aguda por Febre Q
17
Q

Febre Q aguda

A

Agente: Coxiella burnetti

Manifesta-se por:

  • Febre
  • Cefaleias
  • Alterações gastrintestinais e alteração da função hepática
  • Pericardite, miocardite (menos frequente)
  • Pneumonia (raro)
18
Q

Populações de risco para coxiella

A

Pessoas com contacto de animais de gado (Pastores, agricultores, feiras de gado, etc)

19
Q

Manifestações neurológicas na Febre Q

A
  • Cefaleias intensas (mais frequente)
  • Meningite asséptica
  • Encefalite
  • Paralesias dos nervos craneanos
  • Doença extra-piramidal
  • Miller-Fisher, variante do síndrome de Guillain-Barré
20
Q

Febre Q crónica

A

Agente: Coxiella Burnetti

Manifesta-se por:

  • Endocardite (rara mas muito grave, mortal)
  • Infeções vasculares de enxertos e aneurismas
  • Hepatite granulomatosa crónica
  • Encefalite
  • Osteomielite/osteo-artrite
  • Infeção pulmonar
  • Mais rara e grave que Febre Q aguda
21
Q

Características da endocardite na Febre Q

A
  • Manifestação mais importante da Febre Q “crónica”.
  • Mais frequente em válvulas cardíacas anormais ou próteses.
  • Q. clínico semelhante ao das endocardites com culturas negativas, mas, frequentemente, sem febre.
  • Rash purpúrico, por vasculite, em 20% casos.
22
Q

Diagonóstico de infecção por coxiella

A
  • PCR no sangue
  • Serologia ⇢ imunofluorescência indirecta (IFI), Elisa, Fixação do complemento ⇢ Doseamento IgM e IgG ⇢ IFI (Fase I: Crónica; Fase II: Aguda)

Development of antigens:
Phase I antigens: seen when C. burnetii is highly infectious
Phase II antigens: seen when C. burnetii is less infectious
Antigenic shift is essential to differentiate acute Q fever from chronic Q fever

23
Q

Coxiella: diagnóstico de Febre Q aguda

A

-IFI (fase II) - Negativo para fase I e positivo para fase II

Serologia

  • Fase II: AC aparecem rapidamente
  • Fase I: AC só aparecem após estimulação crónica

Infecção aguda: aumento de IgG ( >1:200 ) e IgM ( >1:25 ) para os Ag fase II mas não para fase I; subida 4x o título de Ac em 2 pares de soros (fase aguda e convalescença )

24
Q

Coxiella: diagnóstico de Febre Q crónica

A

-IFI (fase I) - (positivo para fase I e II)

Infecção crónica: títulos elevados de IgG (>1:800) para os Ag de fase I e II;

Infecção passada: títulos baixos de IgG

25
Q

Tratamento de Febre Q aguda

A
  • Doxiciclina – 100mg 2x dia, durante 2-3 semanas.
  • Alternativa – Quinolonas
  • Grávidas ou crianças < 8 anos: Trimetoprim-sulfametoxazol
26
Q

Tratamento de Febre Q crónica

A

Doxiciclina (100mg 12/12h)

+

Cloroquina (200mg 8h/8h durante, pelo menos, 18 meses

(antimalárico: altera o pH dos lisossomas e permite o funcionamento das tetraciclinas)