fisiologia digestiva- secreções 2 Flashcards
Que células encontramos no estômago?
Células caliciformes, segregam muco; Células parietais, produzem HCl e fator intrínseco, importante para a absorção da vitamina B12 em algumas espécies; Células principais, produzem pepsinogénio; Células enterocromáficas (ECL), produzem histamina importante também na produção de HCl; Células G, produzem gastrina que atua a nível das células parietais na produção de HCl; Células D, produzem somatostatina importante na regulação das secreções intestinais.
Como ocorre a secreção de HCl por ação do neurotransmissor do parassimpático, acetilcolina?
A acetilcolina é sintetizada através dos neurónios colinérgicos. A nível do estômago existem quimiorrecetores e mecanorrecetores que dão informações sobre o pH e sobre a dilatação do estômago, respetivamente. A acetilcolina vai atuar sobre as células enterocromáficas na mucosa gástrica, estimulando a produção de histamina que tem uma ação parácrina e leva à elevação do cAMP e à produção do HCl.
Quais são os estímulos para a produção de gastrina pelas células G da região pilórica?
Estimulação colinérgica; GRP, estimula as células G especialmente na fase cefálica da digestão gástrica; Ingestão proteica, fase gástrica da digestão.
Onde vai atuar a gastrina?
A gastrina atua nas células enterocromáficas da região parietal, estimulando-as a produzir histamina que, por sua vez, estimula as células parietais a segregar HCl.
O que é a fase cefálica da digestão?
É a antecipação do alimento. É estimulada a produção de gastrina, de forma a que se produza HCl para atuar sobre o alimento logo que este chegue ao estômago.
Como são libertados pelas células parietais os iões hidrogénio e cloreto?
O ião H+ é libertado por uma bomba localizada na superfície luminal da célula, vai haver troca de H+ por K+, entrando um ião K+ na célula por cada ião H+ secretado. O HCO3- sai para fora da célula em troca de um ião Cl-. O Cl- vai ser libertado para o lúmen da glândula, formando aí HCl com o ião H+. Os catiões K+ acumulados dentro da célula são secretados para fora desta.
Os iões H+ provêm da dissociação do ácido carbónico, regulada pela anidrase carbónica, que origina H+ e HCO3-. O ácido carbónico resulta da reação do dióxido de carbono proveniente do metabolismo com a água.
Como é possível a realização do bloqueio do HCl?
Através do omeprazole que é um inibidor específico da bomba H+, K+- ATPase e, através da cimetidina que é um antagonista específico dos recetores da histamina.
Como é feita a regulação de cada uma das hormonas do estômago e intestino?
A gastrina é produzida no estômago e estimula a produção de HCl, a motilidade gástrica e o crescimento do epitélio gástrico; a produção desta hormona é estimulada pela presença de proteínas no estômago, pelo pH alcalino e pela estimulação do vago.
A secretina estimula a secreção de bicarbonato pelo pâncreas; a produção desta hormona é estimulada pelo pH baixo no intestino.
A CCK é produzida desde o duodeno até ao íleo e estimula a produção enzimática do pâncreas, inibe o esvaziamento gástrico e promove o crescimento da mucosa intestinal; a sua produção é estimulada pela presença de proteínas e lípidos no intestino delgado.
O GIP é produzido no duodeno e no jejuno e inibe a motilidade e a secreção gástrica, estimulando a produção de insulina; a sua produção é estimulada pela presença de lípidos e hidratos de carbono no intestino delgado.
A motilina é produzida no duodeno e no jejuno e regula a motilidade intestinal entre as refeições e o tónus do esfíncter esofágico inferior; a sua produção é estimulada pela acetilcolina.
Divide o estômago em 3 regiões.
Região glandular do cardia, apresenta glândulas que segregam muco. Nos ruminantes ocorre a absorção de NaCl e ácidos gordos de cadeia curta.
Região oxíntica ou parietal glandular, no ducto das suas glândulas existem células produtoras de muco e células parietais ou oxínticas que segregam HCL e fator intrínseco. As células principais vão segregar pepsinogénio.
Região pilórica glandular, onde predominam células que segregam muco, células G que segregam gastrina e células D que segregam somatostatina. É responsável pelo controlo do pH.
Que hormonas existem a nível do intestino?
Enteroglucagon, produzido no íleo e no cólon, diminui a velocidade do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal, aumenta a absorção e estimula o crescimento da mucosa intestinal. A sua produção é estimulada pela presença de lípidos e glucose.
Epinefrina, aldosterona e angiotensina, aumentam a absorção de Na+ e água no intestino.
Somatostatina, produzida pelas células endócrinas e terminações nervosas no trato gastrointestinal. Inibe a secreção de gastrina, de HCl e a motilidade e absorção intestinal. A sua produção é estimulada pela ingestão de lípidos e proteínas.
O que acontece no inverno num animal que se encontre ao frio?
Ocorre uma estimulação do crescimento da mucosa intestinal para que haja uma maior absorção de nutrientes.
Qual o papel da acetilcolina sobre as células enterocromáficas, células G, células parietais e células D?
A acetilcolina proveniente do nervo vago e dos neurónios secretomotores entéricos vai estimular as células enterocromáficas, as células G e as células parietais, enquanto inibe as células D.
A histamina produzida pelas células enterocromáficas e a gastrina produzida pelas células G têm um efeito estimulatório sobre as células perietais, levando à produção de HCl.
As células D, inibidas pela acetilcolina, são estimuladas pela gastrina produzida pelas células G, tendo a somatostatina um efeito inibitório sobre estas últimas.
Como se dá a regulação da função gástrica?
A motilidade e as secreções gástricas são automáticas.
As ondas de contração iniciam-se espontaneamente por células especializadas.
Elabora sobre cada uma das fases do controlo extrínseco da função gástrica.
Fase cefálica. Estimulantes: ver, cheirar, mastigar, saborear o alimento e estímulos colinérgicos. Inibidores: pH baixo que na ausência de alimento induz a libertação de somatostatina e reflexos inibitórios do sistema nervoso entérico.
Fase gástrica. Estimuladores: distensão do estõmago, presença de aminoácidos e péptidos e ação da pepsina. Inibidores: auto-regulação do pH baixo por ação tampão.
Fase intestinal. Estimuladores: conteúdo intestinal que inibe o esvaziamento, distensão do duodeno, presença de aminoácidos e péptidos no estômago e em circulação e aumento da gastrina. Inibidores: secretina que inibe a gastrina e secretagogos da zona oxíntica.
O que estimulam os produtos da digestão dos triglicéridos?
Estes produtos no duodeno e no íleo estimulam a GIP e a colecistocinina, inibindo a produção de HCl mas estimulando a produção de pepsina.
Quais os estímulos para a secreção gástrica?
Distensão.
Natureza química do quimo, estimula as células G a segregar gastrina, as células principais a segregar pepsinogénio e a secreção de histamina que, por sua vez, vai estimular a secreção de HCl.
Efeito do feedback positivo, à medida que o HCl e o pepsinogénio são secretados, mais polipéptidos e aminoácidos são libertados.
Como é regulada a secreção de HCl pelo feedback negativo?
HCl diminui se o pH for menor que 2,5.
A pH de 1, a síntese de gastrina cessa. As células D estimulam a secreção de somatostatina, sendo assim reguladores parácrinos inibitórios da secreção de gastrina.
A fase intestinal inibe a atividade gástrica quando o quimo entra no intestino delgado. Explica este facto.
A chegada do quimo aumenta a osmolalidade e a distensão, ativa neurónios sensoriais do vago e produz um reflexo neural inibitório, inibindo a motilidade e a secreção gástrica.
Na presença de gordura, a enterogastrona inibe a motilidade e a secreção gástrica.
A inibição da atividade gástrica ocorre pela produção de somatostatina e CCK.
Como é feita a regulação parácrina?
É feita através de várias hormonas.
Prostaglandinas, responsáveis pela proteção e manutenção da mucosa epitelial.
Citocinas, responsáveis pela comunicação intercelular, fatores de crescimento, proliferação celular e células fagocitárias.
Histamina e serotonina, atuam a nível da contratilidade muscular e secreção eletrolítica das células epiteliais.
Como se dá a inibição da secreção gástrica?
Quando o pH é muito baixo ocorre a produção de somatostatina, que inibe a secreção da gastrina.
As células D na zona pilórica que produzem somatostatina inibem a produção de histamina e, consequentemente, a secreção das células parietais.
O esvaziamento gástrico inibe as secreções parietais.
Na barreira gástrica existem prostaglandinas que inibem a síntese do cAMP, diminuindo a produção de HCl estimulada pela histamina, e aumentam a resistência a lesões do epitélio, e monóxido de azoto com ação semelhante às prostaglandinas.
Em que consiste a barreira gástrica?
Consiste numa relativa impermeabilização aos iões H+ por resistência elétrica e secreção de muco e HCO3-.
Como são secretadas a pepsina, a secretina e o fator intrínseco?
A pepsina é segregada na forma inativa nas células principais. Apenas no estômago, por ação do ambiente ácido é que o pepsinogénio é transformado em pepsina, que tem uma ação proteolítica. A pepsina atinge a sua máxima atividade proteolítica a um pH inferior ou igual a 3, iniciando-se a digestão da proteína a nível do estômago.
A secretina é secretada pelo estímulo do ácido no duodeno, vai inibir a secreção ácida pela inibição da gastrina nas células G e pela diminuição da secreção das células parietais face a secretogogos.
O fator intrínseco é uma glicoproteína segregada pelas células parietais sob os mesmos estímulos da secreção de HCl e é necessário à absorção da vitamina B12.