Doença Trofoblástica Gestacional Flashcards
Definição de trofoblasto
Nome dado às células da camada externa do blastocisto.
O trofoblasto se divide em
citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto
São as células do sinciciotrofoblasto produzem
gonadotrofina coriônica (hCG).
células do trofoblasto intermediário produzem
hormônio lactogênio placentário
Mola hidatiforme - benigna. 2 tipos
Mola completa
Mola incompleta
Tipos malignos Dç trofoblástica (3)
Mola Invasora Trofoblástico (Corioadenoma);
Coriocarcinoma;
Tumor Trofoblástico Gestacional (NT
FATORES DE RISCO (9)
- Idade > 40 anos.
- Intervalo interpartal curto.
- Síndrome de ovários policísticos.
- Abortamentos prévios.
- Mola hidatiforme anterior.
- Inseminação artificial
- Tabagismo.
- Exposição à radiação ionizante.
- Uso de contraceptivos orais.
FATOR DE PROTEÇÃO
• Gestação anterior normal.
2 teorias pra explicar mola hidatiforme:
- Processo de degeneração das vilosidades coriônicas + hiperplasia trofoblástica.
- Neoplasia benigna do trofoblasto, levando à degeneração das vilosidades coriônicas.
Patognomônico da mola hidatiforme:
Macroscopicamente: vesículas com líquido claro, semelhantes a “cachos de uva” ou “hidátides”.
• Microscopicamente, observa-se proliferação trofoblástica, degeneração
Mola completa
Marcada pela eliminação de grandes vesículas e pela ausência de feto e/ou âmnio.
Mola completa Geneticamente:
SEMPRE DIPLOIDE. Todos os cromossomos são de origem paterna (androgênese).
o Homozigótica: cariótipo 46XX. Um óvulo sem núcleo foi fertilizado ou um óvulo com núcleo foi inativado por um espermatozoide 23X, causando uma duplicação deste. O material sofre edema generalizado.
o Heterozigótica: cariótipo 46XY ou 46XX. Pode ser chamada de mola dispérmica. Ocorre quando um óvulo é fertilizado por dois espermatozoides. Tem maior risco de evoluir pra tumores persistentes e mais agressivos.
Mola parcial ou incompleta cariótipo
- 69XXY, 69XXX, 69XYY, com dois genomas paternos e um materno (origem biparental).
- Pode ocorrer cariótipo tetraploide também (menos comum).
Manifestações clínicas na mola (5):
sangramento vaginal útero amolecido e indolor. Útero costuma ser maior que o esperado pra IG. náuseas e vômitos Pode evoluir pra toxemia gravídica.
Quando este quadro ocorre antes de 24 semanas, pensar em mola.
Diferença mola completa e incompleta em relação feto:
Na completa não há feto
Na incompleta, pode ter feto ou não
Diferença mola completa e incompleta em relação ao âmnio:
Na completa não há âmnio
Na incompleta tem
Diferença mola completa e incompleta em relação ao edema viloso:
Na completa = difuso
Na incompleta = focal
Diferença mola completa e incompleta em relação ao útero:
Na completa = aumentado pra IG
Na incompleta = pequeno pra IG
Diferença mola completa e incompleta em relação a cistos tecaluteínicos:
Na completa = comum
Na incompleta = raro
Diferença mola completa e incompleta em relação a complicações:
Na completa = frequente
Na incompleta = incomum
Diferença mola completa e incompleta em relação ao desenvolvimento de hipertireoidismo:
Na completa = frequente (70%)
Na incompleta = incomum
Diferença mola completa e incompleta em relação ao beta-hcG:
Na completa = muito alto
Na incompleta = normal
Diferença mola completa e incompleta em relação a progressão pra NTG:
Na completa = 10-30%
Na incompleta = 5-10%
Conduta na mola:
Avaliar complicações como anemia, hipertireoidismo, pré-eclâmpsia e insuficiência respiratória (existe um risco de cerca de 2% de embolização trofoblástica na doença).
• Realizar profilaxia para isoimunização Rh nas pacientes Rh negativo.
• Proceder ao esvaziamento uterino.
• Envio do material para análise histopatológica.
• Encaminhamento para centro de referência.
Conduta Específica = esvaziamento uterino:
• Vacuoaspiração: procedimento de eleição. Tem menos risco de perfuração uterina.
• AMIU (Aspiração Manual Intrauterina).
• Curetagem: quando outros métodos estão indisponíveis.
• Histerotomia: pra casos de mola incompleta com feto de mais de 4 meses, colo desfavorável à indução e sangramento profuso.
• Histerectomia total profilática: Em casos de pacientes com mais de 40 anos e prole constituída. É o tratamento de escolha nos casos de tumor trofoblástico do sítio placentário.
Controle pós molar (6)
o Dosar Beta-hCG:
o Acompanhamento seriado pra caso de maliginização da doença, haver diagnóstico precoce.
o Os valores devem cair progressivamente, negativando em cerca de 8-10 semanas.
o Manter acompanhamento mensal por no mínimo 6 meses.
o Acompanhamento ultrassonográfico;
o RX de tórax;
Anticoncepção na mola
o Até que termine o seguimento, orientar para que a mulher não engravide.
o Ideal uso de anticoncepcionais orais combinados.
o DIU é contraindicado enquanto houverem níveis de beta-hCG pois aumenta risco de perfuração uterina.
2 tipos mais comuns de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG)
- mola invasora (corioadenoma destruens) - 70 a 90% 2. coriocarcinoma - 10 a 30% dos casos.
Pensar em malignização quando:
1 De forma geral, ausência de queda dos níveis de beta-hCG;
2 Ausência de negativação deste em 6 meses.
3 Surgimento de metástases, principalmente para vagina e pulmões.
4 USG mostrando imagem intramiometrial mista, hipo ou hiper-refringente, do tipo “olho de coruja”.
5 Índice de resistência e pulsatilidade das artérias uterinas baixo (menor que 1) e ausência de incisura protodiastólica.
Mola Invasiva (Corioadenoma Destruens)
- Considerada como sequela da mola hidatiforme.
- Costuma invadir o miométrio e a parede uterina, com potencial de produzir metástases em órgãos distantes.
- Pode sofrer regressão espontânea, ao contrário do coriocarcinoma.
- Pode se transformar em coriocarcinoma.
Manifestações clínicas da mola invasiva
1 Metrorragias persistentes;
2 Subinvolução uterina;
3 Maior presença/risco de infecções.
DIA mola invasiva
1 Os níveis de beta-hCG permanecem elevados e podem aumentar.
2 A ultrassonografia e a dopplervelocimetria demonstram imagens sugestivas de invasão miometrial.
3 O diagnóstico definitivo é feito com exame histopatológico do útero pós histerectomia.
CORIOCARCINOMA
- Transformação maligna após gestação (seja normal ou não).
- Em 50% dos casos há história prévia de gestação molar. Em 25%, história de abortamento; em 22,5% de uma gravidez a termo e, em 2,5%, de uma gravidez ectópica.
- Pode evoluir como teratoma.
- Raramente ocorre a partir de gestações molares incompletas.
Manifestações clínicas do coriocarcinoma
1 Hemorragia
2 necrose de tecido uterino e de vasos devido ao aumento de volume uterino.
3 Sangramento arroxeado; Tecido friável.Pode estar limitado ao miométrio, impossibilitando o diagnóstico pelo material retirado através da curetagem.
DIA coriocarcinoma
1 Costuma preceder história de mola.
2 O nível de beta-hCG presente e alto.
3 Pode evoluir pra metástases com sintomas pulmonares.
4 O diagnóstico de certeza se faz pelo exame anatomopatológico.
TTO coriocarcinoma
Assim como nos demais tipos histológicos, não há indicação para repetição do esvaziamento uterino.
O coriocarcinoma é bastante sensível à QT.
Tumor trofoblástico do sítio placentário
- Tumor raro que pode acometer útero, endométrio e miométrio.
- Não produz níveis altos de beta-hCG.
- Costuma surgir no local de implantação de gestação ou mola anterior.
- Apresenta-se como massas sólidas, bem circunscritas, dentro do miométrio, embora possam ser vistos componentes polipoides projetando-se na luz uterina.
- Pode haver áreas de hemorragia e necrose devido à destruição endometrial
- Metástases à distância são raras.
- Costuma ser pouco responsivo à quimio.
- O tratamento de escolha é a histerectomia associada à quimioterapia. A doença confinada ao útero tem um bom prognóstico com a histerectomia.