Abortamento - Sg 1ª Flashcards
Definição
< 500 gramas ou com IG < 20 semanas.
Causas (5):
- Anomalias cromossômicas – causas mais comuns;
- Desordens anatômicas
- Doenças endócrinas;
- Distúrbios imunológicos – principalmente síndrome antifosfolípide (SAF);
5 Infecções.
FR (13)
1 Idade materna avançada;
2 Uso de álcool;
3 Uso de gás anestésico;
4 Tabagismo materno e paterno;
5 Uso de cocaína;
6 Nova gestação nos primeiros três meses após o parto anterior;
7 Uso de DIU;
8 Medicações: misoprostol (Cytotec®), retinoides, metotrexate, AINEs (exceto acetoaminofen).
9 História de múltiplos abortamentos provocados;
1O Abortamento espontâneo prévio;
11 Exposição a altas doses de radiação;
12 Peso materno (IMC < 18.5 ou > 25 kg/m2);
13 Doença celíaca.
Definição abortamento precoce
até a 12ª semana gestacional.
Definição abortamento tardio
após a 12ª semana gestacional.
Definição abortamento habitual
3 ou mais episódios consecutivos.
Definição abortamento esporádico
quando não preenche os requisitos do abortamento habitual
Ameaça de abortamento:
1 Sg vaginal de pequena intensidade + cólicas leves ou ausentes.
2 O colo está fechado, a vitalidade ovular está preservada.
3 O tamanho uterino é compatível com a idade gestacional.
4 Sempre avaliar o colo e vagina buscando possíveis diagnósticos diferenciais.
5 Valores de beta-hCG dentro da normalidade.
6 À ultrassonografia, sem grandes alterações; o saco gestacional encontra-se íntegro e caso já seja possível visualizar o embrião, os batimentos cardíacos estarão presentes.
De maneira geral, quando visualizado o saco gestacional, os valores de beta-hCG são maiores a 1.000mUI/ml.
O diagnóstico diferencial com gestação ectópica é importante.
Quando não encontramos imagem de gestação intrauterina à ultrassonografia, devemos recorrer à dosagem de beta-hCG e USG seriadas para definir o diagnóstico.
Conduta na ameaça de abortamento:
1 Repouso relativo
2 Abstinência sexual;
3 Prescrever antiespasmódicos, se necessário, e dar apoio psicológico.
4 Uso de progesterona exógena é controversa. Está indicada apenas para os casos de abortamento habitual por insuficiência do corpo lúteo (que é um diagnóstico difícil e raro).
5 O uso de imunoglobulina é controverso e falta evidências.
Abortamento Inevitável
1 Caracteriza-se, portanto, pela presença de um ovo íntegro, porém inviável.
2 Ao exame: o colo do útero está aberto e a bolsa amniótica pode estar herniada pelo canal cervical.
3 Há presença de sangramento vaginal e dor em cólica cíclica em baixo ventre e região lombar.
4 O volume uterino pode ser incompatível com o período gestacional.
5 O valor do beta-hCG normalmente encontra-se positivo, porém diminuído e caindo.
6 À ultrassonografia: comum ver sinais de descolamento decidual com hematoma retrocorial, saco gestacional irregular, com presença ou não de batimentos cardíacos fetais.
7 No geral tem resolução espontânea em até 72h
Abortamento Inevitável - conduta
1 Internar a paciente
2 Hidratar e corrigir possíveis distúrbios de volemia;
3 Em casos de não resolução, realizar esvaziamento uterino;
4 Em caso de abortamento provocado, administrar antibiótico profilático.
5 Prescrever a imunoglobulina anti-Rh para prevenção da aloimunização em gestantes Rh negativo.
Abortamento Completo
1Aqui já ocorreu a expulsão total de feto e anexos.
2 Paciente apresenta parada ou diminuição súbita do sangramento e das cólicas.
3 Mais comum quando ocorre até 8 semanas de gestação.
4 Ao exame: útero se apresenta contraído e pequeno para a idade gestacional, com o colo fechado na maioria das vezes.
5 À anamnese: paciente relata perda de material amorfo pela vagina.
6 À ultrassonografia: podem-se observar imagens compatíveis com coágulos. A espessura endometrial inferior a 15 mm ao corte longitudinal da ultrassonografia transvaginal
Abortamento Completo conduta
1 paciente deve ser acompanhada ambulatorialmente.
2 Nas gestantes Rh negativo, deve-se administrar a imunoglobulina anti-Rh.
Abortamento Incompleto
1 colo fechado e abortamento incompleto com colo aberto.
2 Em alguns casos, percebe-se a presença de material ovular ao toque e o colo aberto, com sangramento moderado e cólicas moderadas.
3 Se o colo ainda está aberto, pensar que o abortamento está em curso.
4 As cólicas e o sangramento regridem substancialmente com a perda do material.
5 O diagnóstico é feito apenas com o encontro de restos ovulares à ultrassonografia.
6 Em ambos os casos, o útero é menor do que o esperado para a idade gestacional.
7 A dosagem de beta-hCG é normalmente negativa.
8 Proceder com esvaziamento uterino.
Abortamento Infectado (ou séptico)
1 Complicação do aborto incompleto e relação com manipulação da cavidade uterina.
2 Risco de evoluir de endometrite para peritonite, choque séptico, insuficiência renal, coagulopatias, síndrome de angústia respiratória e morte materna.
3 Infecções polimicrobianas a partir da ascensão de germes que normalmente fazem parte de germes que coloniza o trato genital inferior.
4 Os agentes são geralmente anaeróbios e Gram negativos.
5 À medida que a infecção avança pra anexos, o sangramento normalmente está associado a um líquido de odor fétido, devido à presença de anaeróbios.
6 A febre geralmente é alta (maior que 39°C), acompanhada de taquicardia, desidratação, paresia intestinal, anemia, dores constantes e espontâneas com defesa à palpação pélvica.
7 O útero encontra-se amolecido, com redução da mobilidade e colo entreaberto, estando o toque vaginal muito dificultado pela presença da dor
8 O abdome encontra-se distendido e podem ser percebidas crepitações uterinas. É possível ainda encontrar ainda abscessos abdominais e pélvicos.
9 À ultrassonografia: comum visualizar restos ovulares e/ou de coleções purulentas no fundo de saco de Douglas