DERMATITES ERITEMATODESCAMATIVAS E PAPULARES: PSORÍASE Flashcards
O que é a psoríase?
Uma doença cronica hiperproliferativa eritemadescamativa e papula, que forma placas.
Prevalência da psoríase:
2% da população, principal pico entre 20-30 anos com um segundo pico entre 50-60 anos, qualquer sexo.
Genes envolvidos na psoríase da forma cutânea vulgar.
HLA-Cw6, B13 e B17.
Genes envolvidos na formas artropáticas e pustulosas:
HLA - B27
Fatores que podem desencadear:
(1) estresse emocional;
(2) alguns medicamentos, como betabloqueadores, antimaláricos, sais de lítio, indometacina e inibidores da ECA;
(3) infecções, como a estreptococcia por S. pyogenes (psoríase gutata) e a infecção pelo HIV (forma generalizada de psoríase);
e (4) fatores físicos, como trauma cutâneo (de qualquer tipo) e outras dermatites, provocando o fenômeno de Koebner.
Fator de melhora para psoríase:
Exposição solar.
A doença é mediada pelo linfócito T, sendo o TNF-alfa uma das principais citoquinas implicadas na patogênese da doença. V ou F?
V.
Histopatologia da psoríase:
A histopatologia é característica, tendo os seguintes achados:
(1) paraceratose (aparecimento de núcleo nas células da camada córnea);
(2) ausência da camada granulosa;
(3) acantose (espessamento da camada espinhosa);
(4) atrofia das áreas suprapapilares;
(5) papilomatose (projeção das papilas dérmicas sobre a epiderme);
(6) infiltrado inflamatório misto na derme papilar;
(7) acúmulo de neutrófilos dentro do estrato córneo (microabscesso de Munro) e formando coleções na epiderme (pústula espongiforme de Kogoj),
Como são as lesões típicas da psoríase?
As lesões típicas são placas eritematoescamosas, bem delimitadas (envoltas por pele normal), de tamanhos variados . As escamas são grandes e de tonalidade prateada (escamas psoriasiformes). Em relação à distribuição, tamanho e morfologia das lesões, podemos definir a psoríase vulgar (forma mais comum, com as lesões típicas supracitadas) e as formas variantes de psoríase: numular, girata, anular, pustulosa entre outras.
Na maiorias das vezes, a psoríase é sintomática. V ou F?
F. Assintomática, embora uma minoria de pacientes refira prurido e sensação de queimação, especialmente nas lesões palmoplantares e intertriginosas.
Algumas lesões de psoríase apresentam um halo hipocrômico ao redor das lesões conhecido como:
Halo de Woronoff.
Sinal de Auspitz:
Sinal do orvalho sanguíneo é característico e utilizado como auxílio no diagnóstico clínico da psoríase: após curetagem e remoção mecânica das escamas, brotam
depois de alguns segundos gotas de sangue da lesão. Este processo é denominado curetagem metódica de Brocq; numa primeira etapa há o destacamento da escama (sinal da vela) e posteriormente vamos observar o aparecimento de uma membrana opaca translúcida chamada (membrana de Duncan).
Fênomeno de Koebner:
Característico da psoríase e do líquen plano. É o surgimento de uma lesão típica da doença em áreas de trauma cutâneo (cicatrizes) de
vários tipos (abrasões, incisões, queimaduras, contusões, escoriações, raspagem, depilação, tatuagens, fricção, fita adesiva etc.), irritantes químicos e outras dermatites.
Forma mais comum da psoríase e uma das mais benignas:
Psoríase vulgar ou psoríase em placas ( forma cronica estacionária).
Local mais acometido na psoríase vulgar:
Por ordem decrescente: couro cabeludo, com placas bem delimitadas e seus bordos aparecem nos limites do escalpo e na região retroauricular, face extensora dos cotovelos e flexora dos joelhos, região lombossacral e periumbilical no tronco, pavilhão auricular e dorso das mãos.
Uma vez instaladas, as lesões tendem a seguir um curso crônico e flutuante, ocorrendo períodos de remissão em cerca de 30% dos casos, seguidos por períodos de exacerbação, de intervalo variável e imprevisível.
Subtipos da psoríase vulgar:
Psoríase vulgar generalizada: as placas são de tamanho maior e acometem diversas áreas do corpo,incluindo couro cabeludo, tronco e membros.
Psoríase girata e anular: na psoríase girata, as placas são confluentes e circinadas; na psoríase anular, as placas apresentam clareamento central e parecem mapas geográficos .
Psoríase invertida:
Costumam ser pouco descamadas, localizadas nas regiões intertriginosas (axilas, região inguinal, genitália, pescoço). Costumam ser algo pruriginosas.
Psoríase ungueal:
As unhas estão comprometidas em 35-50% dos casos , sendo uma importante característica da doença. Geralmente, o paciente também possui lesões cutâneas da psoríase, embora existam casos de envolvimento ungueal isolado. As principais alterações ungueais da psoríase são: (1) depressões puntiformes (pitting); (2) manchas amarelas abaixo da lâmina ungueal; (3) descolamento da lâmina ungueal; (4) fissuras longitudinais; (5) ceratose subungueal; (6) onicodistrofia grave. Há casos também de perda ungueal (anoníquia), especialmente nas formas pustulosas. O comprometimento pode ser de uma, poucas ou todas as unhas.
Psoríase pustulosa generalizada:
Também chamada de psoríase pustulosa de von Zumbusch, é uma forma de evolução hiperaguda e episódica, associada a sinais e sintomas sistêmicos.Pode também ocorrer seguindo uma farmacodermia exantematosa. Tem o início súbito, com febre alta, mal-estar, fraqueza, leucocitose neutrofílica, aumento do VHS e hipocalcemia. A erupção pustulosa aparece logo após a febre e vem em surtos que duram vários dias. Há casos registrados de fatalidade. A psoríase pustulosa disseminada na gravidez e conhecida como impetigo herpetiforme.As pústulas são múltiplas, pequenas (2-3 mm), apresentando halo eritematoso e que se distribuem simetricamente pelo tronco e extremidades proximais. As placas eritematosas tendem à confluência, gerando grandes áreas de eritema contendo as pústulas.
Principal causador da psoríase pustulosa generalizada:
Suspensão abrupta de corticoides usados erradamente.
Psoríase eritrodérmica:
É uma forma generalizada de psoríase que se manifesta com eritema e descamação por quase todo o tegumento corporal , com alterações na termorregulação, hemodinâmica e no equilíbrio hidrossalino. Faz diagnóstico diferencial com outras causas de eritrodermia difusa, como farmacodermias, dermatite atópica e micose fungoide com síndrome de Sézary.
Artrite psoriásica:
A lesão articular ocorre em 5-20% dos pacientes com psoríase, sendo caracterizada por uma artropatia crônica inflamatória soronegativa (fator reumatoide negativo), relacionada ao HLA-B27 (espondilite e sacroileíte) e HLA-B37 e B38
(artrite periférica).
Forma de psoríase comum após infecção por strepto em vias aéreas:
Psoríase guttata. É uma forma benigna de início abrupto, com lesões arredondadas pequenas (0,5-1,5 cm) esparsas, predominando no tronco superior e extremidades proximais .
Como realizar diagnóstico da psoríase:
Na maioria das vezes é clínico, pelo aspecto e distribuição das lesões e pela presença do sinal de Auspitz. Na dúvida, podemos confirmá-lo com a biópsia.
Tópicos de tratamento para a psoríase:
Tratamento tópico;
Fototerapia;
Terapia sistêmica;
Uso do tratamento tópico:
Leve a moderada, usado para formas localizadas.
Indicação para a fototerapia:
Doença moderada a grave ou refratárias. Dois métodos:
(1) PUVA (Psoraleno + UVA): consiste na aplicação de doses progressivas (2-3x/semana)
de radiação UVA, aplicadas após 2h da ingestão do Metoxipsoraleno (MOP), uma substância fotossensibilizante. A combinação do psoraleno com os raios UVA inibe a síntese do DNA da lesão, determinando progressiva regressão. Após cada aplicação, é fundamental a proteção contra a luz solar por 24h, sendo necessário também o uso de óculos escuros neste período. Além dos efeitos colaterais imediatos, geralmente leves, múltiplas sessões de PUVA podem aumentar o risco de envelhecimento cutâneo e carcinoma espinocelular da pele.
(2) Método de Goeckerman (coaltar + UVB): uma pomada de coaltar é aplicada em todas as lesões e o paciente é submetido a doses diárias de UVB. Possui eficácia semelhante à PUVA.
Indicação da terapia sistêmica:
Indicada nos pacientes refratários ou com contraindicação à fototerapia e nos casos graves e extensos de psoríase (particularmente, a psoríase eritrodérmica e forma pustulosa generalizada, bem como na forma artropática.
Medicações que podem ser usadas na terapia sistêmica:
Acitretina: indicado na psoríase pustulosa generalizada, contraindicado me gestante;
Metotrexate:trata-se de um agente citotóxico inibidor da síntese de DNA por antagonismo da diidrofolato redutase.
Ciclosporina;
Biológicos:proteínas ligantes derivadas de células vivas que objetivam bloquear moléculas/citocinas (TNF-alfa) da ativação inflamatória mediadoras da resposta Th1, no caso da psoríase. Os principais exemplos são etanercept, infliximab e adalimumab.
Apremilast;
É importante marcar que o uso de corticosteroide sistêmico pode levar ao rebote da psoríase se não usado adequadamente, sendo em geral evitado. V ou F?
V.