Contratos Mercantis Flashcards

1
Q

Uma vez consolidada a propriedade imóvel em nome do credor-fiduciário, que providência este deverá tomar?

A

O fiduciário, no prazo de trinta dias contados da data do registro da consolidação na matrícula do imóvel - que, por sua vez, somente ocorrerá caso não haja a purgação da mora pelo fiduciante no prazo de 15 dias contados da intimação requerida pelo fiduciário -, promoverá público leilão para a alienação do imóvel.

Conforme Lei 9514/1997, que dispõe sobre a alienação fiduciária de coisa imóvel.

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2
Q

A representação comercial é um contrato de mandato?

A

Não. É contrato de colaboração, conforme Lei nº 4.886. Pelo CC, trata-se de contrato de agência.

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3
Q

É lícita a engenharia às avessas na comercialização de logiciário? Explique.

A

Antes de tudo, cabe anotar que “logiciário” significa software (programas de computador).

É lícita a engenharia às avessas, ou seja, não é lesiva aos direitos do criador a desmontagem magnética do logiciário, por terceiro interessado em descobrir a estrutura interna do programa, com vistas ao aperfeiçoamento de seus conhecimentos.

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4
Q

A licença de uso de direito industrial deve ser averbada junto ao INPI?

A

Para que produza efeitos em relação a terceiros, sim.

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5
Q

No contrato de arrendamento mercantil (leasing), é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora ainda que haja cláusula resolutiva expressa?

A

Sim. S. 369/STJ.

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6
Q

O contrato de franquia está sujeito às regras protetivas previstas no CDC?

A

Não, uma vez que se trata de contrato empresarial, cuja relação não caracteriza relação de consumo.

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7
Q

A franqueadora pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos causados pela franqueada aos consumidores?

A

Sim. STJ. 3ª Turma. REsp 1.426.578-SP

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8
Q

É válida a cláusula de eleição de foro estabelecida em contrato de franquia?

A

Sim, exceto quando reconhecida a hipossuficiência da parte ou a dificuldade de acesso à justiça. (…).” (STJ, AgRg no AREsp 775.828/RJ)

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9
Q

Com que antecedência a circular de oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato franqueado?

A

No mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este.

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10
Q

É obrigatório o fornecimento da circular de oferta de franquia pelo franqueador?

A

Sim, sob pena de o franqueado poder arguir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.

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11
Q

O regime de franquia empresarial pode ser adotado por entidade sem fins lucrativos? E por empresa estatal?

A

A nova lei de franquia (lei 13.996/19) passou a prever expressamente:

Art. 1°, §**2º A franquia pode ser adotada por empresa privada, empresa estatal ou entidade sem fins lucrativos, independentemente do segmento em que desenvolva as atividades”.

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12
Q

As empresas faturizadoras são obrigadas a manter sigilo sobre as suas operações ativas e passivas e sobre os serviços prestados?

A

Sim.

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13
Q

No contrato de distribuição, o distribuidor ou agente será remunerado pelos negócios realizados fora do seu espaço?

A

Não.

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14
Q

No contrato de distribuição, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona determinada, ainda que sem a sua interferência?

A

Sim, salvo ajuste em contrário.

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15
Q

O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de quantas testemunhas?

A

Duas testemunhas.

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16
Q

O contrato de franquia somente terá validade após ser levado a registro perante cartório ou órgão público competente?

A

Não. Terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público.

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17
Q

O que é cláusula del credere? É possível sua inclusão no contrato de representação comercial?

A

A cláusula “del credere” corresponde ao instituto ou previsão da parte contratante descontar os valores de comissões ou vendas do contratado na hipótese de venda ou da transação ser cancelada ou desfeita.

Por tal cláusula o contratado se co-responsável ou devedor solidário pela transação, e acaba por assumir o risco da atividade, transformando-se assim em avalista ou garantidor de um negócio que independe dele.

  • É vedada no contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas del credere.
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18
Q

O contrato de representação comercial ajustado por tempo indeterminado pode ser denunciado imotivadamente por qualquer das partes até que momento sem a imposição das obrigações previstas no art. 34 da Lei. 4.886/65? Caso seja denunciado após o referido prazo, quais as referidas obrigações?

A

Pode ser denunciado imotivadamente nos primeiros 6 (seis) meses de vigor do contrato, período após o qual o denunciante será obrigado, salvo outra garantia prevista no contrato:

  • à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias; OU
  • ao pagamento de importância igual a 1/3 das comissões auferidas pelo representante nos 3 (três) meses anteriores
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19
Q

As disposições da chamada Lei Ferrari, que rege a concessão comercial entre produtores e distribuidores de veículos automotores de via terrestre, podem ser aplicadas, por analogia, aos demais contratos de concessão mercantil?

A

Não, conforme STJ.

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20
Q

O que é factoring? Quais as duas espécies de factoring?

A

É o contrato de fomento mercantil em que há transferência de créditos do faturizado a uma empresa denominada faturizadora.

  • Maturity factoring: a faturizadora se encarrega de cobrar os créditos da faturizada nos respectivos vencimentos para então repassá-los (pagá-los) à faturizada (cedente ou endossante), mediante comissão.
    • A faturizadora, portanto, tem a função apenas de cobrar e administrar o crédito;
  • Conventional factoring: a faturizadora adianta o valor dos créditos à faturizada - e não meramente administra e cobra no vencimento -, sendo remunerada mediante a cobrança de juros ou deságio.
    • serviço de financiamento
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21
Q

No factoring a cessão de créditos é, em regra, pro soluto ou pro solvendo? Explique o que é cada um dos referidos tipos de cessão de crédito.

A
  • Cessão pro soluto: o cedente (faturizado) responde somente pela existência e legalidade do crédito junto ao faturizador.
  • Cessão pro solvendo: além de responder pela existência e legalidade do crédito, o cedente (faturizado) responde também pela solvência do devedor (pagamento). Ou seja, caso o devedor não pague o título de crédito, o faturizador terá direito de regresso junto ao faturizado (que responde pelo crédito)

A doutrina majoritária entende que, em regra, se não houver regra expressa no contrato de factoring, não cabe direito de regresso contrao o faturizado pela inadimplência dos créditos. Ou seja, salvo ajuste, será em regra pró soluto.

22
Q

O que é leasing? O que é leasing financeiro e leasing operacional?

A

A figura do leasing (ou arrendamento mercantil) é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar um ativo por um período de tempo acordado.

  • Financeiro: o bem arrendado não pertence à arrendadora, mas é indicado pelo arrendatário. Ela então deverá adquirir o bem indicado para depois alugá-lo ao arrendatário (alto custo inicial).
  • Operacional: o bem já é da arrendadora, que então apenas o aluga ao arrendatário, sem o custo inicial de aquisição do bem, comprometendo-se também a prestar assistência técnica.
23
Q

Onde devem ser registrados os contratos de franquia para produzirem efeitos em relação a terceiros?

A

No Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

24
Q

No contrato de corretagem, há vínculo de dependência ou em virtude de mandato entre comitente e comissário?

A

Não. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas.

25
Q

Na consignação o consignante entrega bem móvel para o consignatário vender à conta de quem?

A

Do consignante.

26
Q

Qual o objeto do contrato de comissão?

A

Tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.

27
Q

É válida a previsão de cobrança dos juros contratuais incidentes sobre o valor do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF)?

A

Sim. Conforme STJ, podem as partes convencionar o pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras e de Crédito (IOF) por meio de financiamento acessório ao mútuo principal, sujeitando-o aos mesmos encargos contratuais.

28
Q

O que é comissão de permanência e de que forma é possível sua aplicação em contratos bancários?

A

A comissão de permanência é uma taxa cobrada pelas instituições financeiras quando há atraso no cumprimento dos pagamentos de responsabilidade do devedor.

Pode ser exigida legalmente durante a fase de inadimplência do contrato, desde que:

  • seja expressamente prevista no contrato
  • não seja cumulada com a incidência de correção monetária e de juros remuneratórios, moratórios e multa, eis que já possui natureza complexa que envolve a cobrança desses encargos
  • deve respeitar a taxa média de juros praticada no mercado, apurada pelo Banco Central, não podendo ser superior ao percentual fixado no contrato
29
Q

Em contrato bancário, é permitida a capitalização de juros somente se constar expressamente em cláusula?

A

Não. O STJ entende que a pactuação de capitalização de juros se dê com a mera previsão de a taxa de juros anual ser superior ao duodécuplo mensal, não sendo mister a cláusula que conste, expressamente, “capitalização de juros”.

30
Q

Em se tratando de contrato de abertura de crédito em conta-corrente (cheque especial), a repetição de indébito por valor cobrado indevidamente pelo banco exige a prova do erro pelo cliente?

A

Não, pois não há que se falar em pagamento voluntário nesses tipos de contrato, já que os débitos são lançados na conta pela própria instituição financeira credora.

S. 322/STJ: Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta-corrente, não se exige a prova do erro.

31
Q

O contrato de abertura de crédito é título executivo?

A

Não, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente (S. 233/STJ).

32
Q

Há limite dos juros moratórios em contratos bancários?

A

Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios poderão ser convencionados até o limite de 1% ao mês.

33
Q

A teoria do adimplemento substancial é aplicável aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69?

A

Não. Para que o bem possa ser restituído ao devedor livre de ônus, é necessário que ele quite integralmente a dívida pendente.

Tal inaplicabilidade se justifica pelas seguintes razões:

  • Sua aplicação representaria um incentivo ao inadimplemento das últimas parcelas contratuais
  • Se fosse aplicada, a teoria do adimplemento provocaria juros mais elevados
34
Q

Na alienação fiduciária regida pelo Decreto-Lei nº 911/69, como se configura e se comprova a mora?

A

A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso seja a do próprio destinatário.

35
Q

Na alienação fiduciária regida pelo Decreto-Lei nº 911/69, a busca e apreensão será concedida de que forma?

A

Comprovada a mora (e, consequentemente, notificado o devedor) ou o inadimplemento, o proprietário fiduciário poderá requerer a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário.

36
Q

Nos contratos de alienação fiduciária em garantia, qual o prazo para o devedor pagar a integralidade da dívida após a execução da liminar na ação de busca e apreensão? Qual a consequência do não pagamento nesse prazo?

A

5 dias, sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto de alienação fiduciária.

37
Q

O que é “valor residual garantido” (VGR)?

A

É a garantia geralmente pactuada nos contratos de leasing financeiro (em que há alto custo inicial de investimento da arrendadora) visando conferir à arrendadora o conforto mínimo para investir na operação.

Opera nas hipóteses em que o arrendatário devolva o bem ao final do contrato, não renovando o arrendamento e nem exercendo a opção de compra. Em qualquer destes casos, o bem será vendido a terceiros e poderá obter valor inferior ou superior ao quantum que arrendador e arrendatário acordaram como parcela final a ser recebida pelo primeiro ao término do arrendamento mercantil. Assim, se o valor obtido na venda for inferior ao quantum mínimo contratado, por força do VRG o arrendatário pagará a diferença; Se o preço de venda for superior, a garantia terá sido desnecessária.

38
Q

A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil?

A

Não. S. 293/STJ.

39
Q

Tratando-se de alienação fiduciária em garantia, se o gravame não é tornado público, mediante averbação da garantia, ao terceiro de boa-fé serão oponíveis os efeitos da alienação fiduciária?

A

Não.

40
Q

Tratando-se de alienação fiduciária em garantia, caso a sentença decrete a improcedência da ação de busca e apreensão, qual será a multa que o juiz estipulará ao credor fiduciário em favor do devedor fiduciante?

A

Será equivalente a 50% cinqüenta por cento do valor originalmente financiado, devidamente atualizado, caso o bem já tenha sido alienado.

41
Q

Tratando-se de alienação fiduciária em garantia, se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, que providência poderá tomar o credor?

A

O credor pode requerer, nos mesmos autos, a conversão da busca e apreensão em ação de execução, regulada no art. 797 e seguintes do CPC.

42
Q

O bem alienado fiduciariamente pode ser objeto de penhora nas execuções ajuizadas contra o devedor fiduciário?

A

Não. S. 242/STJ.

43
Q

A cobrança de encargos indevidos no vencimento da obrigação importa na descaracterização da mora?

A

Sim, conforme STJ.

44
Q

É válida a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento?

A

Não. É nula.

45
Q

A taxa de juros remuneratórios nos contratos de factoring está limitada nos termos da Lei de Usura?

A

Sim. As empresas de “factoring” não se enquadram no conceito de instituições financeiras, e por isso os juros remuneratórios estão limitados em 12% ao ano, nos termos da Lei de Usura.

46
Q

O que é contrato de desconto bancário?

A

É contrato em que o banco se predispõe a antecipar quantias de títulos de crédito vincendos de seus clientes – que endossam ao banco. Em regra, o cliente endossante responderá solidariamente.

47
Q

É vedado o envio de cartão de crédito, ainda que bloqueado, à residência do consumidor sem prévia e expressa solicitação?

A

Sim. Conforme STJ, essa prática comercial é considerada abusiva nos moldes do art. 39, III, do CDC, contrariando a boa-fé objetiva. O referido dispositivo legal tutela os interesses dos consumidores até mesmo no período pré-contratual, não sendo válido o argumento de que o simples envio do cartão de crédito à residência do consumidor não configuraria ilícito por não implicar contratação, mas mera proposta de serviço

48
Q

Qual a natureza do contrato de mútuo bancário?

A

Natureza real, eis que se aperfeiçoa com a efetiva entrega da quantia emprestada ao cliente, e não com a mera celebração do ajuste entre as partes.

49
Q

O que é lease back?

A

É modalidade de arrendamento mercantil em que o bem arrendado era de propriedade do arrendatário, que o vende à arrendadora para depois arrendá-lo (também conhecido como refinanciamento).

50
Q

O que é contrato de seguro prestamista?

A

O Seguro Prestamista objetiva o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor de bens ou planos de financiamento adquiridos pelo segurado, em caso de morte, invalidez permanente, invalidez temporária. Este seguro configura-se como uma proteção financeira para empresas que vendem a crédito, bem como ao segurado que fica livre da responsabilidade em caso de sinistro.

Trata-se de um contrato acessório, oneroso e de adesão.

51
Q

A concessão de venda de automóveis inclui, necessariamente, o uso gratuito de marca do concedente, como identificação?

A

Sim. Segundo a Lei Ferrari (Lei n° 6.729/79), em seu art. 3°:

  • Art . 3º Constitui objeto de concessão:*
  • I - a comercialização de veículos automotores, implementos e componentes fabricados ou fornecidos pelo produtor;*
  • Il - a prestação de assistência técnica a esses produtos, inclusive quanto ao seu atendimento ou revisão;*

III - o uso gratuito de marca do concedente, como identificação.