CM17 - Síndrome dos Compartimentos Renais Flashcards

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1
Q

Como podemos compartimentalizar as doenças renais?

A
  • Sindromes Glomerulares:
    > Síndrome Nefrítica.
    > Glomerulonefríte rapidamente progressiva (GNRP).
    > Alterações assintomáticas (Doença de Berger).
    > Síndrome Nefrótica.
    > Síndrome hemolítico-urêmica (SHU).
  • Síndromes tubulo-intersticiais:
    > Necrose tubular aguda.
    > Nefrite intersticial aguda.
    > Necrose de papila.
    > Distúrbios tubulares específicos.
  • Doenças vasculares renais:
    > Estenose de artéria renal.
    > Infarto renal.
    > Ateroembolismo.
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2
Q

Como podemos dividir o néfron? Como é feita a vascularização rena?

A
  1. Glomérulo:
    - Cápsula de Bowman:
    > Folhete externo.
    > Folheto interno (podócitos).
  • Tufo glomerular:
    > Mesângio.
    > Membrana basal.
    > Endotélio (arteríola aferente e eferente).

*Endotélio + membrana basal + Podócitos formam a fenda de filtração. A membrana basal é a única estrutura contínua da fenda de filtração.

  1. Túbulos:
    - Túbulo reto/contorcido proximal: absorve glicose, bicarbonato, proteínas… que por ventura passaram na fenda de filtração.
    - Alça de Henle (descendente e ascendente): concentra a medula, o ramo descendente é impermeável a água.
    - Túbulo reto/contorcido distal: reabsorve Na OU Ca.
    - Ducto coletor: influência hormonal da aldosterona (absorve Na+ troca por H+ OU K+ - atua no córtex) e do ADH (reabsorve água livre, concentrando urina - atua na medula).

*A ação do ADH depende da hiperconcentração medular.

  1. Vascularização renal: o principal objetivo não é a perfusão e sim a filtração, filtra primeiro e depois perfunde. Por isso o córtex é bem vascularizado e a medula não, logo, a papila renal é a última região a ser profundida (primeira a sofrer com a hipoperfusão).
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3
Q

O que é síndrome nefrítica?

A

A síndrome nefrítica também é conhecida como glomerulite ou glomerulonefrite difusa aguda (GNDA).

  1. Fisiopatologia: Inflamação → Oligúria → Congestão.
  2. Clínica:
    - Tríade:
    > Hematúria dismórfica (vem do glomérulo).
    > HAS.
    > Edema.

*Urina cor de “Coca-Cola”: hemácias que passam pelo glomérulo ficam dismórficas e se oxidedam, causando essa coloração específica.

**HAS e edema ocorrem por hipervolemia devido a oligúria.

  • Outros achados:
    > Piúria.
    > Cilindros hemáticos (assinatura da síndrome nefrítica) e/ou piocitários (a proteína de Tamm-Hornsfall que vai agregando essas células e formando cilindros).
    > Proteinúria subnefrótica (150mg - 3,5g/24h)
    > Aumento de Ur e Cr (se oligúria prolongada).
  1. Etiologia: a grande causa é a Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica (GNPE).
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4
Q

O que é e qual a cínica da Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica?

A
  1. Definição:
    - Causada por cepas nefritogênicas do Estreptococo Beta-Hemolítico do Grupo A (S. pyogenes).
    - Fisiopatologia: passado de faringoamigdalite ou piodermite por S. pyogenes com a produção de anticorpos e formação imunocomplexos que farão a lesão glomerular.
    > Faringoamigdalite: 1 a 3 semanas de incubação.
    > Piodermite: 2 a 6 semanas de incubação.
  2. Clínica: mais comum em crianças entre 5 a 12 anos.
    - Síndrome nefrítica “pura” e de ótimo prognóstico.
    - Oligúria com duração de até 7 dias.
    - Redução do complemento (principalmente do C3) por até 8 semanas (se passar, pensar em diagnósticos diferenciais).
    - Hematúria microscópica pode permanecer até 1 a 2 anos.
    - Proteinúria leve pode permanecer até 2 a 5 anos.
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5
Q

Como é feito o diagnóstico da Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica?

A

Diagnóstico: Clínico-laboratorial (”algoritmo”).
1. Houve faringite ou piodermite recente?

  1. O período de incubação é compatível?
  2. A infecção foi estreptocócica?
    - Anti-Estreptolisina O (ASO/ASLO): 80-90%. É ausente na piodermite em até 50% dos casos (outros marcadores são melhores).
    - Anti-DNAse B: 75%.

*Resumo: ASLO melhor para faringinte (Amígdala/ASLO) e anti-DNAse melhor para piodermite (Derme/DNAse).

  1. Houve queda transitória do complemento (C3 e CH50)?

*C3 é mais específico, o CH50 é o complemento total. Se a queda demorar mais de 8 semanas, pensar em diagnósticos diferencias.

  1. Se caso atípico, grave ou dúvida pensar em biópsia renal:
    - Manifestações que persistem por ≥ 4 semanas
    > HAS.
    > Hematúria macroscópia.
    > Proteinúria nefrótica.
    > Função renal alterada.
  • Manifestações que persistem por ≥ 8 semanas
    > Queda do complemento.

*A microscopia óptica os achados da GNPE são inespecíficos (inflamação). Já a microscopia eletrônica o achado patognomônico é a presença de gibas ou humps (depósitos de imunocomplexos).

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6
Q

Como é feito o tratamento da Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica?

A
  • Repouso relativo.
  • Restrição hidrossalina.
  • Diuréticos (furosemida).
  • Vasodilatadores (ex.: BCC, IECA, nitropussiato em casos extremos).
  • Diálise (se necessário).
  • Antibióticos (penicilina / macrolídeo):
    > Não reduz gravidade ou evita recorrência (não há indicação para uso profilático).
    > Feito para erradicar a cepa e reduzir transmissão.
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7
Q

O que é e glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP)?

A
  1. Definição: glomerulonefrite com perda da função renal em dias a meses.
    - Achado típico: depósitos fibrinocelulares que comprimem os capilares (chamados de “crescentes”), presentes em > 50% dos glomérulos.
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8
Q

Quais são os tipos da glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP)?

A
  1. Tipo 1 (10%): Doença de Goodpasture
    - Anticorpos antimembrana basal (anti-MB).
    - Acomete homens (6:1) entre 20-30 anos.
    - Na imunofluorescência, apresenta padrão linear (anticorpos se ligam a membrana basal).
    - Achados típicos:
    > Síndrome “Pulmão-Rim” (hemoptise + glomerulonefrite).
    > Complemento normal.
    - Tratamento:
    > Plasmaférese (“limpa anticorpos”).
    > Imunossupressão: corticoide +/- Ciclofosfomida (reduz produção de anticorpos).
  2. Tipo 2 (45%):
    - Por imunocomplexos.
    - Causas: GNPE, Lúpus, Berger, endocardite, hepatites… (reduz complemento).
    - Ativa exacerbadamente o sistema complemento, causando sua queda.
    - Na imunofluorescência, é observado um padrão granular.
  3. Tipo 3 (45%):
    - Pauci-imune (poucos complexos imunes).
    - Causas: vasculites ANCA +… (complemento normal).
    - Complemento nesse caso está normal.
    - Imunofluorescência sem depósitos.
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9
Q

O que é a Doença de Berger? Qual a clínica dessa doença?

A
  1. Definição: é uma alteração “assintomática” que acomete a população de15 a 40 anos, principalmente asiáticos. É a glomerulopatia primária mais comum, ocorrendo o depósito de IgA no mesângio.
    - Tempo de incubação curto (”sinfaringítica”): um fator estressante (ex.: faringite ou outros) disparam hematúria.
  2. Clínica:
    - Hematúria macroscópica intermitente (50%): melhor prognóstico. Hematúria… nada… hematúria… nada….
    - Hematúria microscópica persistente (40%): descoberta ocasional no EAS. Pode ter crises de hematúria macroscópica.
    - Síndrome nefrítica (10%): diagnóstico diferencial com GNPE.
    - Síndrome nefrótica.
    - GNRP.

*O diagnóstico diferencial entre GNPE e Berger não traz dificuldade, pois na doença de Berger o complemento é normal. Além disso, não há tempo de incubação.

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10
Q

Como é feito o diagnóstico e o tratamento da Doença de Berger?

A
  1. Diagnóstico: clínico + laboratório.
    - Elevada dosagem de IgA (plasma e na pele).
    - Biópsia renal SE:
    > HAS.
    > Proteinúria > 1g/dia.
    > Aumento da creatinina.
  2. Tratamento:
    - Proteinúria (>1g/dia): IECA/BRA (maior evidência), inibidor de SGLT-2 (Glifozinas).
    - Refratários / graves: Corticoide +/- Imunossupressor (o mais estudado/utilizado é a Ciclofosfamida).

*Fatores de mau prognóstico: idade avançada ao diagnóstico, sexo masculino, Cr>1,5, HAS, proteinúria persistente 1-2g/dia, ausência de hematúria macroscópica.

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11
Q

Como é chamado o “Berger sistêmico”? Qual a clínica?

A

Quando o paciente com Doença de Berger evolui com sintomas sistêmicos, podemos estar diante de uma Púrpura de Henoch-Schonlein (nefropatia + púrpura palpável + artralgia + dor abdominal = vasculite por IgA).

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12
Q

Como está o complemento da síndrome nefrítica nas diferentes causas/tipos (GNPE, infecciosa não GNPE, LES, Doença de Berger, Doença de GoodPasture, Vasculites no geral)?

A
  • GNPE: reduzido.
  • Infecciosa não GNPE: reduzido.
  • LES: reduzido.
  • Doença de Berger: normal.
  • Doença de GoodPasture: normal.
  • Vasculites no geral: normal.
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13
Q

Como os anticorpos circulantes podem ficar “presos” na fenda de filtração do glomérulo? Qual o padrão na imunoflorescência?

A

ENDOTÉLIO ———————————-
1
MEMBRANA BASAL _______2__________________
3
PODÓCITOS ||||||||||||||||||||

1- Subendotelial: granular na imunoflorescência.
2- Na membrana basal glomerular: linear na imunoflorescência.
3- Subepitelial: granular na imunoflorescência.

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14
Q

O que é síndrome nefrótica? Qual a clínica?

A
  1. Definição: proteinúria.
    - Mais de 3 - 3,5 g/dia (adultos).
    - Mais de 50mg/kg/dia OU mais de 40 mg/m2/h OU 2 mg/mg em amostra isolada (crianças).
  2. Clínica:
    2.1 - Achado principal: proteínúria nefrótica.

2.2 - Outros achados:
- Hipoalbuminemia.
- Edema periorbital e matutino, ascite, anasarca (edema progressivo).
- Lipidúria (cilindros graxos) e hiperlipidemia (tentativa de compensar a lipidúria com aumento exagerado da síntese de lipídios).

2.3 - Complicações:
- Infecções por Pneumococo (redução do IgG por perda urinária): principal complicação.

*O pneumococo é o principal patógeno nas infecções da síndrome nefrótica, inclusive na ascite (que no hepatopata é por gram negativos entéricos como a E. coli).

  • Aterogênese acelerada.
  • Anemia (por perda de transferrina).
  • Complicações endócrinas
    > Simula hipotireoidismo por perda da proteína ligadora de T4 (redução de T4 total).
    > Hipocalcemia.
  • Trombose por perda de fatores anticoagulantes (AT3, Ptn C e S).
    > Local mais comum: Veia Renal (incomum na população geral, porém muito mais frequente no paciente com síndrome nefrótica).

*A clínica tem a ver com a perda de compostos pela urina como antitrombina III (fator anticoagulante), imunoglobulinas, transferrina… essa perda gera um aumento hepático de produção de proteínas principalmente de alfa-2-globulina (grande demais para ser eliminada) que encontra-se elevada.

**O uso de furosemida pode desencadear choque, pois apesar do edema o paciente esta hipovolêmico (edema secundário a redução de albumina, não a hipervolemia). Diuréticos podem ser usados em dose baixa e com cautela.

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15
Q

Quais são as principais causas e formas da síndrome nefrótica?

A
  1. Causas:
    - Idiopática.
    - Segundária (HAS, DM, LES, HIV, amiloidose…).

*Tem-se por obrigação biopsiar todo paciente com síndrome nefrótica, exceção em diabéticos e população pediátrica.

  1. Formas primárias de síndrome nefrótica (5 padrões de lesão):
    - Lesão Mínima.
    - Glomeruloesclerose Focal e Segmentar (GEFS).
    - Glomerulonefrite Proliferativa Mesangial.
    - Nefropatia Membranosa.
    - Glomerulonefrite Mesangiocapilar.

*Independente de ser de causa primária ou segundária a síndrome nefrótica se apresenta dentro desses 5 tipos de lesão.

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16
Q

Qual a clínica da trombose de veia renal? Quais as causas mais comuns dentro da síndrome nefrótica? Como podemos faze a investigação inicial?

A
  1. Clínica:
    - Dor lombar por distensão da cápsula renal.
    - Hematúria.
    - Piora da proteinúria.
    - Elevação da Cr.
    - Varicocele súbita do lado esquerdo (veia gonadal esquerda drena para veia renalesquerda).
  2. Nefropatias mais associadas:
    - Nefropatia Membranosa (+ associada).
    - GN Mesangiocapilar.
    - Amiloidose.
  3. Investigação inicial: USG doppler de artérias renais.
17
Q

Na doença por lesão mínima qual é: a epidemiologia, o achado histológico clássico, a clínica, a associação com outras doenças, o tratamento, a complicação típica e como está o complemento?

A
  • Epidemiologia: Mais comum em crianças (1-10 anos).
  • Achado histológico clássico: fusão e retração podocitária com “buracos” na membrana de filtração (microscopia eletrônica, a microscopia óptica é normal).
  • Clínica: Proteinúria intermitente (proteinúria… nada… proteinúria… nada).
  • Associada com:
    > Linfoma de Hodgkin.
    > Uso de AINE.

*Idiopática é mais comum que a segundária na DLM.

  • Tratamento: corticoide em dose imunossupressora (resposta dramaticamente boa).
  • Complica com: peritonite por Pneumococo.
  • Complemento: sem queda do complemento.
18
Q

Na glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF) qual é: a epidemiologia, o achado histológico clássico, a clínica, a associação com outras doenças, o tratamento, a complicação típica e como está o complemento?

A
  • Epidemiologia: mais comum em adultos (principalmente negros), é a causa mais comum de síndrome nefrótica em adultos.
  • Achado histológico típico: acometimento de menos de 50% dos glomérulos (focal), em partes (segmentar).

*Os glomérulos não acometidos na GESF tem alterações compatíveis com doença por lesão mínima.

  • Clínica: síndrome nefrótica (costuma evoluir com HAS importante).
  • Associada com: muitas doenças… (diagnóstico por exclusão).
    > HIV.
    > Anemia falciforme.
    > Obesidade.
    > HAS.
    > …
  • Tratamento: corticoide (responde menos que Lesão Mínima) +/- iECA/BRA.
  • Complicações: dependem da causa.
  • Complemento: sem queda do complemento
19
Q

O que precisamos saber sobre a Glomerulonefrite Proliferativa Mesangial para a prova?

A
  • Acomete mesangio (ou seja, pode apresentar hematúria).
  • Pode aparecer no Lúpus (LES pode causar todos os outros tipos de síndrome nefrótica).
20
Q

Na nefropatia membranosa qual é: a epidemiologia, o achado histológico clássico, a clínica, a associação com outras doenças, o tratamento, a complicação típica e como está o complemento?

A
  • Epidemiologia: segunda mais comum em adultos/idosos.
  • Achado histológico típico: espessamento da membrana basal.
  • Clínica:
    > Sinal inicial de Lúpus ou neoplasia.
    > Se primária, presença de Anti-PLA2R.
  • Associada com:
    > Neoplasia.
    > Hepatite B.
    > Captopril.
    > Sais de Ouro.
    > Penicilamina.
  • Tratamento: corticoide (pouca resposta) ou apenas acompanhamento, a depender da gravidade. Considerar uso de iECA/BRA e profilaxia anti-trombótica.
  • Complica com: trombose da veia renal (quanto menor a albumina maior foi a perda de proteínas, inclusive de fatores anticoagulantes, e maior o risco de trombose).
  • Complemento: sem queda do complemento.
21
Q

Na Glomerulonefrite Mesangiocapilar ou Membranoproliferativa qual é: a epidemiologia, o achado histológico clássico, a clínica, a associação com outras doenças, o tratamento, a complicação típica e como está o complemento?

A
  • Epidemiologia: criança/adulto jovem.
  • Achado histológico típico: expansão mesangial (separa endotélio da membrana basal e dos podócitos) e sinal do duplo contorno.
  • Clínica: “GNPE” + Síndrome Nefrótica + Queda do Complemento > 8 semanas.

*A história clínica é bem similar com GNPE (inclusive infecção e tempo de incubação), o diagnóstico diferencial se faz com a queda do Complemento > 8 semanas (que indica biópsia).

  • Associada com:
    > Hepatite C.
  • Tratamento:
    > Antiviral (se hepatite C).
    > Corticoide (se não tiver Hepatite C).
    > iECA/BRA.
  • Complica com: trombose da veia renal.
  • Complemento: queda do complemento por mais de 8 semanas.
22
Q

O que é, como evolui e qual o tratamento da nefropatia diabética?

A
  1. Definição: a glomerulopatia é do tipo GESF, é a principal causa de DRC no mundo. Risco de 20-40% em 10 anos.

*Lembrar: DM1 inicia rastreamento em 5 anos e DM2 no momento do diagnóstico, repetindo uma vez por ano. O rastreamento é feito com albuminúria em amostra isolada.

  1. Evolução :
    2.1 - Hiperfluxo: não é lesão renal, todos os pacientes DM tem por hiperglicemia.
    - Sobrecarga.
    - Aumento do tamanho dos rins.
    - Reversível com controle glicêmico.
    - Espessamento da membrana basal.

2.2 - Albuminúria moderada: o início da lesão renal.
- 30 a 300 mg/dia na urina de 24h ou RAC entre 30-300 mg/g em amostra aleatória.
- Tratamento com iECA/BRA em dose baixa (proteção glomerular).
- Associação com doença cardiovascular.

2.3 - Albuminúria elevada:
- > 300mg/dia.
- Lesão renal diabética declarada.
- Associação com retinopatia (se não tiver pensar em outros diagnósticos diferenciais, lesões microvasculares andam de “mãos dadas”).
- Manter iECA/BRA.
- Associação com HAS e edema.

2.4 - Elevação da Creatinina.
- Possível progressão para DRC com rim aumentado (normalmente DRC cursa com rim reduzido de tamanho).

*Glomerulopatia: 1) Espessamento da membrana basal. 2) Expansão mesangial. 3) Colapso/esclerose: glomeruloesclerose nodular focal (a lesão de Kimmelstiel-Wilson é a mais específica para esse tipo) ou glomerulesclerose difusa (mais comum).

  1. Tratamento geral:
    - Controle rigoroso da glicemia (HbA1c < 7%).
    - iECA/BRA.
    - Controle da PA (< 130x80 mmHg).
    - Restrição proteica.

*O rim e o DM, pode ocorrer: 1) DRC com aumento do sim. 2) ITU e necrose de papila. 3) Acidose tubular renal tipo IV (hiperaldosteronismo hiporreninêmico).

23
Q

Sobre as nefropatias segundárias por HAS, HIV, refluxo vesico-ureteral e amoloidose, como elas se apresentam? Quais as características principais de cada uma delas?

A
  1. Nefroesclerose hipertensiva:
    - Tipo histológico: GESF.
    - Fisiopatologia: lesão arteriolar → isquemia glomerular.
  2. Glomerulopatia pelo HIV:
    - Tipo histológico: GESF.
    - Péssimo prognóstico.
  3. Nefropatia por refluxo vesico-ureteral:
    - Tipo histológico: GESF.
    - Fisiopatologia: refluxo vesico-ureteral → pielonefrite de repetição → cicatriz e fibrose.
  4. Amiloidose:
    - Tipo histológico: GESF.
    - Corados na histologia com VERMELHO DO CONGO.
    - Uma das causas de trombose da veia renal.
24
Q

Qual a epidemiologia, a etiologia, a fisiopatologia, a clínica e o tratamento da trombose glomerular (também chamada de síndrome hemolítica urêmica - SHU)?

A
  1. Epidemiologia: mais comum em crianças jovens.
  2. Etiologia: surge após gastroenterocolite por E. coli (O: 157-H7) por agressão e formação de trombos no glomérulo.
  3. Fisiopatologia:
    - Lesão intracapilar (causada por toxinas da E. coli).
    - Formação de trombos na microcirculação.
    - Hemólise (hemácias rasgam ao passar pela microcirculação).
  4. Clínica: tríade.
    - Anemia hemolítica.
    - Plaquetopenia.
    - Insuficiência renal.
  5. Tratamento: suporte. Não dar antibiótico, pois pode piorar a IRA por liberação de mais toxinas.
25
Q

O que é, qual a fisiopatologia e as principais causas da necrose tubular aguda (NTA)? Como tratar essa patologia?

A
  1. Definição: causa de IRA oligúrica intrínseca.
  2. Fisiopatologia: lesão de células tubulares → mote de células → formação de “rolha” de células no túbulo que impede formação adequada de urina, além de redução da função tubular.
  3. Causas:
    - Isquêmica: choque (mais comum); contraste iodado (causa vasoconstricção da arteríola aferente).
    - Tóxica: droga (ex.: aminoglicosídeo, anfitoricina B…), mioglobina (rabdomiólise); contraste iodado.
  4. Tratamento:
    - Suporte: o túbulo regenera em 7-21 dias. O volume deve ser feito de maneira cautelosa pelo risco de hipervolemia (avaliar volemia com USG de veia cava, ausculta pulmonar…).
    - Prevenção:
    > Contraste: hidratação pré-contraste e uso de contraste hipo-osmolar.
    > Rabdomiólise: hidratação + manitol (quando diurese abundante).

*O uso de manitol ou outros diuréticos na rabdomiólise deve ser feito para diluir os pigmentos na urina).

26
Q

Como podemos diferenciar IRA pré renal de Necrose Tubular Aguda?

A
  • Pré-renal: urina concentrada e com menos sódio.
  • NTA: urina diluída e com mais sódio.
    Pré-renal NTA
    Na uri. BAIXO (<20) ALTO (>40)
    FeNa BAIXO (<1%) ALTO (>1%)
    FeU BAIXA (<35%) ALTA (>50%)
    U/Cr >40 <20
    Densidade ALTA (>1020) BAIXA (<1015)
    Osm. ALTA (>500) BAIXA (<350)
    Cilindros HIALINOS GRANULOSOS

*Paciente em uso de diuréticos, há perda dos parâmetros de Na urinário e FeNa, logo, usamos a FeU

27
Q

O que é a nefrite intersticial aguda (NIA)? Quais as causas? Qual a fisiopatologia e a clínica/laboratório típicos dessa doença? Como realizamos o tratamento?

A
  1. Definição: lesão renal aguda intrínseca causada por alergia medicamentosa (ex.: beta-lactâmicos, sulfa, ANIE, rifampicina, omeprazol, tiazídicos…).
  2. Fisiopatologia: inflamação do interstício (secundário a alergia medicamentosa) → edema do interstício → tubo colaba.
  3. Clínica/laboratório:
    - IRA oligúrica + febre + rash cutâneo.
    - Aumento de Cr e Ur, eosinofilia, eosinofilúria e aumento de IgE.
  4. Tratamento:
    - Eliminar causa.
    - Corticoide (em casos de paciente refratários, que não melhoram com uma semana de suspensão do medicamento causador).
28
Q

O que é a necrose de papila? Quais as causas? Qual a fisiopatologia e a clínica típica dessa doença? Como realizamos o tratamento?

A
  1. Definição: necrose da região cronicamente mal perfundida do rim (papila renal). Causas: PHODA
    - Pielonefrite.
    - Hemoglobinpatia S (anemia falciforme).
    - Obstrução urinária.
    - Diabetes.
    - Analgésico (abuso pode causar vasoconstricção do vaso que irriga a papila).
  2. Fisiopatologia: menor perfusão → necrose de papila → papila vai para o trato urinário.
  3. Clínica/laboratório: igual a da nefrolitíase.
    - Dor lombar.
    - Hematúria.
    - Febre (local em que a papila estava é invadido por células infamatórias).
  4. Diagnóstico: urografia excretora (sombras em anel pela ausência da papila).
  5. Tratamento: tratar causa da hipoperfusão.
29
Q

Quais são os distúrbios do túbulo proximal?

A
  1. Glicosúria renal:
    - Distúrbio do túbulo contorcido proximal que impede reabsorção de glicose nesse local.
    - Ocorre SEM hiperglicemia associada (diagnóstico diferencial com diabetes).
  2. Acidose Tubular Renal tipo 2:
    - Distúrbio do túbulo contorcido proximal que impede reabsorção de bicarbonato. Causa bicarbonatúria.
    - pH no sangue fica ácido (acidose metabólica).
    - Mais bicarbonato (carga negativa) na urina → “arrasta” carga positiva (potássio) → gera hipocalemia.
30
Q

Quais são os distúrbios da Alça de Henle?

A

É um problema no carreador Na/K/2Cl no qual não há concentração adequada da medula renal e o ADH não age. Há muito Na, K e Cl na urina e pouco no interstício. Marcas:
- Polaciúria.
- HipoK (perda urinária) + alcalose (aumento de aldosterona para reabsorver excesso de Na).

Causas:
- Síndrome de Bartter (genético).
- Intoxicação por furosemida.

31
Q

Quais são os distúrbios do túbulo distal?

A

É um problema no carreador de Na, com acúmulo desse íon na urina. Marcas:
- Hipocalciúria (não absorve Na, reabsorve Ca).
- HipoK + alcalose (aumento de aldosterona para reabsorver excesso de Na).

Causas:
- Síndrome de Gitelman.
- Tiazídicos.

*O túbulo distal reabsorve Na ou Ca.

**Não gera hiercalcemia por regulação hormonal do nível de Ca.

32
Q

Quais são os distúrbios do túbulo coletor?

A
  1. Túbulo Coletor Cortical:
    1.1 - Acidose Tubular Renal tipo I:
    - Causa: redução da secreção de H+.
    - Manifestações: acidose + hipoK (não consegue eliminar H+, resta eliminar K).

1.2 - Acidose Tubular Renal tipo IV:
- Causa: redução da aldosterona.
- Manifestações: acidose + hiperK.

*A acidose renal tipo III é mista e não há consenso de sua existência.

  1. Túbulo Coletor Medular:
    2.1 - Diabetes insípidos nefrogênico:
    - Coletor resistente ao ADH.
    - Clínica:
    > Poliúria.
    > Hipostenúria (urina diluía).
    > Polidipsia.
33
Q

Quais são as causas da estenose da artéria renal? Qual a fisiopatologia da doença e a influência do SRAA?

A
  1. Causas:
    - Aterosclerose
    > Local: proximal a aorta (em área de turbilhonamento de sangue, bifurcação).
    > Paciente: homem idoso (histórico de DVC, aterosclerose pelo corpo).
    > Epidemiologia: mais de 70-90% dos casos.
  • Displasia Fibromuscular:
    > Local: distal a aorta.
    > Paciente: mulher jovem.
    > Epidemiologia: menos comum.
  1. Fisiopatologia: estenose → hipofluxo → liberação de renina → ativação do SRAA com:
    - Aumento da PA.
    - HipoK.
    - Alcalose.

2.1 O SRAA:
Renina

Angiotensina I
↓ (ECA)
Angiotensina II

Aldosterona (Córtex Adrenal)
- Angiotensina II faz vasoconstricção sistêmica inclusive da arteríola eferente, elevando a PA.
- A aldosterona aumenta a retenção de Na, também ajudando a elevar a PA. Em troca da absorção de Na, o K OU H são jogados fora (HipoK e alcalose).

34
Q

Qual a clínica e como é feito o diagnóstico e o tratamento da estenose de artéria renal?

A
  1. Clínica:
    - Hipertensão renovascular.
    - Nefropatia isquêmica (em casos raros de estenose bilateral ou rim único).
  2. Diagnóstico:
    - Quando suspeitar?
    > Hipertensão diagnosticada em menores de 30 anos ou maiores de 50 anos.
    > HAS de difícil controle.
    > Presença de sopro abdominal.
    > HipoK.
    > Assimetria do tamanho dos rins (hipofluxo = atrofia).
    - Exame inicial: USG com Doppler (assimetria e redução do fluxo) ou Cintilografia com uso prévio de captopril (menos usada).
    - Confirmação: AngioTC ou RM.
    - Dúvida/Intervenção: arteriografia renal (padrão ouro).
  3. Tratamento:
    - Displasia Fibromuscular: angioplastia com colocação de stent.
    - Aterosclerose: IECA ou BRA.

*Não usar iECA/BRA se estenose bilateral ou estenose em rim único (isquemia rim por rompimento do mecanismo de compensação renal, que é a ativação do SRAA). Nesses casos, está indicada a revascularização com angioplastia ou cirurgia (altas chances de recidiva).

35
Q

Qual a etiologia e a clínica do infarto renal? Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

A
  1. Etiologia: fibrilação atrial (embolia) e trauma abdominal (mais raro).
  2. Clínica:
    - Dor súbita em flanco.
    - HAS grave.
    - Aumento de LDH (pela morte de células no rim).
  3. Diagnóstico:
    - AngioRM.
    - AngioTC.
    - Arteriografia.
  4. Tratamento: anticoagulante (recanalização frequente). SE grave trombólise ou bypass.

*O anticoagulante impede o trombo jaformado de crescer, não o dissolve (quem faz isso é o organismo).

36
Q

Qual a etiologia e a fisiopatologia e a clínica do ateroembolismo renal? Como é feito o tratamento?

A
  1. Etiologia: procedimento vascular com passagem de cateter pela aorta (ex.: aortografia).
  2. Fisiopatologia: cateter passando na aorta → placas de ateroma são soltas no processo → “chuveira” placas de ateroma pelo corpo.
  3. Clínica:
    - Rim: IRA.
    > Biópsia com fissuras biconvexas a microscopia óptica.
    - Pele: livedo reticular (áreas pálidas obstruídas e vermelhadas em obstrução).
    - Extremidades: sinal do dedo azul.
    - Retina: placa de Hollenhorst (patognomônico).
    - Eosinofilia, eosinofilúria e redução do complemento.
  4. Tratamento: suporte.
37
Q

Quais os diagnósticos diferenciais de urina avermelhada?

A
  • Hematúria glomerular: dismorfismo eritrocitário.
  • Hematúria não glomerular: hemácia de morfologia normal (ex.: trato urinário - ITU…).
  • Mioglobinúria (ex.: rabdomiólise).
  • Hemoglobinúria: hemoglobina + e sem hemácias (ex.: hemólise intravascular).
  • Pigmentos: beterraba, drogas (ex.: rifampicina; pyridium).