CM02 - Síndrome Diarreica Flashcards

1
Q

Qual a definição de síndrome diarreica?

A

Presença de diarreia:
- Aumento do conteúdo líquido nas fezes.
- Três ou mais evacuações por dia.

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2
Q

Como é classificada a síndrome diarreica?

A
  • Duração:
    > Aguda: Menos de duas semana, tipo secretório. Causa mais comum: infecção.
    > Subaguda ou protraída: entre duas e quatro semanas.
    > Crônica: Mais de 4 semanas. Causa mais comum: infecção. Outras: SII, DII, intolerância a lactose….
  • Localidade:
    > Alta: grande volume, poucos episódios (3-5 por dia). Presença de resto alimentares.
    > Baixa: pequeno volume, vários episódios (8-10 por dia). Presença de tenesmo e urgência.
  • Invasão (gravidade):
    > Invasiva (inflamatória): Presença de muco, pus e/ou sangue (disenteria).
    > Não invasiva: Sem produtos patológicos.
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3
Q

Quais são as principais causas de diarreia aguda?

A
  • Infecção viral (mais comum).
  • Infecção bacteriana.
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4
Q

Qual a conduta frente a uma diarreia aguda?

A
  • Hidratação.
  • Antibioticoterapia (ciprofloxacino) se:
    > Febre alta.
    > Disenteria.
    > Duração maior que 7 dias.
  • Antidiarreico.
  • NÃO usar antidiarreico na vigência de disenteria, pois reduz a liberação de bactérias pelas fezes e causa hiperproliferação bacteriana, aumentando a chance de complicações (ex.: perfuração intestinal).
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5
Q

A colite pseudomembranosa é causada por qual patógeno?

A

Clostridium difficile.

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6
Q

Qual o principal fator de risco na colite pseudomembranosa? Quais outros fatores também devem ser considerados?

A
  • Uso recente de antibiótico (principalmente: clindamicina, cefalosporina e quinolona). O quadro surge geralmente após 4-9 dias do início da ATB.
  • Outros: idade avançada, hospitalização, doença de base grave, DII, cirrose, obesidade, cirurgia gastrointestinal e uso de IBP.
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7
Q

Como é feito o diagnóstico da colite pseudomembranosa?

A

O diagnóstico de colite pseudomembranosa é feito através de uma combinação de critérios:

  1. Diarreia (≥ 3 episódios de fezes não moldadas a cada 24h, durante ≥ 2 dias) sem outra causa conhecida.
  2. Um teste diagnóstico:
    - Detecção de toxina A ou B nas fezes (mais comum).
    - Detecção de C. difficile produtor de toxina nas fezes por coprocultura/PCR/teste de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) .
    - Observação de pseudomembranas na endoscopia do cólon (placas esbranquiçadas ou amareladas). Apenas 50% apresentam.
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8
Q

Qual o tratamento da colite pseudomembranosa?

A
  • Suspender ATB.
  • Iniciar: Vancomicina VO ou Fidaxomicina VO.
  • Uso de metronidazol VO isolado apresenta alta resistência.
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9
Q

Qual o tratamento da colite pseudomembranosa fulminante?

A

Vancomicina VO + Metronidazol EV.

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10
Q

Em um quadro de três ou mais episódios de colite pseudomembranosa em um ano, qual deve ser a conduta?

A
  • O tratamento da recorrência é igual ao do primeiro episódio.
  • Transplante de microbiota fecal (transplante de fezes) é uma terapia experimental e pode ser realizada.
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11
Q

Quais as principais causas de diarreia crônica?

A
  • Parasitoses.
  • DII.
  • Doença celíaca.
  • SII.
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12
Q

O que é uma síndrome disarbsortiva? Qual sua principal causa?

A

Definição: Não absorve tudo que digere E/OU não consegue digerir para absorver. A principal causa é a doença celíaca.

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13
Q

Quais os locais de absorção principal e a doença causa pela disabsorção dos principais compostos do organismo (gordura, carboidrato, proteínas, ferro, ácido fólico, vitamina B12, vitamina A/D/E/K)?

A
  • Gordura:
    > Absorção fisiológica: lipase, sais biliares.
    > Doença da disabsorção: esteatorreia.
  • Carboidrato:
    > Absorção fisiológica: amilase, dissacaridase.
    > Doença da disabsorção: flatulência e fezes ácidas.
  • Proteínas:
    > Absorção fisiológica: pepsina, tripsina.
    > Doença da disabsorção: edema.
  • Ferro:
    > Absorção fisiológica: - .
    > Doença da disabsorção: anemia ferropriva.
  • Ácido fólico:
    > Absorção fisiológica: - .
    > Doença da disabsorção: anemia megaloblástica.
  • Vitamina B12:
    > Absorção fisiológica: ligante R, fator intrínseco.
    > Doença da disabsorção: anemia megaloblástica com alterações neurológicas.
  • Vitamina A/D/E/K:
    > Absorção fisiológica: dependente de gordura.
    > Doença da disabsorção: cegueira, doença óssea, ataxia, coagulopatia.
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14
Q

Qual a abordagem diagnóstica da síndrome disarbisortiva

A
  1. Anamnese e exame físico.
  2. Confirmar disabsorção:
    - Teste quantitativo de gordura fecal: >7g/dia (padrão ouro, usa amostra de 3 dias de fezes).
    - Teste qualitativo de gordura fecal: SUDAN III (amostra isolada).
    - Teste semiquantitativo: esteatócito (amostra isolada com relação de gordura fecal e massa fecal).
  3. Problema a digestão ou na absorção:
    - Teste da D-Xilose (esse composto não precisa ser digerido, só de uma mucosa íntegra para ser absorvido). Xilose VO e dosa Xilose na urina.
    > Normal (>5g): Mucosa normal o problema é na digestão.
    > Anormal (<5g): Não absorve. Lesão na mucosa ou hiperproliferação bacteriana (xilose comida pela bactéria antes de ser absorvida).
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15
Q

Qual o agente etiológico da doença de Whipple?

A

Tropheyma whipplei.

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16
Q

Qual a epidemiologia clássica da doença de Whipple?

A
  • Homens 30-60 anos.
  • História de exposição ao solo e animais.
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17
Q

Qual o quadro clínico da doença de Whipple?

A
  • Síndrome disasortiva.
  • Artralgia/artrite.
  • Miorritimia oculomastigatória (patognemônico).
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18
Q

Como é feito o diagnóstico da doença de Whipple?

A

Biópsia de delgado indicando macrôfagos PAS +.

  • Punção lombar para pesquisa do patógeno no liquor também pode ser realizada (positiva em 40% dos casos, independente de ter manifestações neurológicas ou não).
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19
Q

Qual o tratamento da doença de Whipple?

A

Ceftriaxona EV por 2 semanas + SMZ/TMP (Bactrim) por 1 ano.

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20
Q

O que é miorritimia oculomastigatória? De qual doença ela é clássica?

A

É a presença de movimentos rítmicos e contínuos de convergência ocular com contrações concomitantes dos músculos mastigatórios. É patognemônico da doença de Whippple.

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21
Q

Qual população tem predisposição para doença celíaca? Qual o gatilho para a doença?

A
  • Predisposição: HLA DQ2 e HLA DQ8 (alta sensibilidade), Down, Turner, Willians.
  • Gatilho: gliadina do glúten (trigo, centeio, cevada, malte).
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22
Q

O que é doença celíaca?

A

É uma inflamação imunomediada da mucosa do intestino delgado causada por línfócitos após exposição a glúten.

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23
Q

Qual o quadro clínico da doença celíaca?

A
  • Variável:
  • Assintomático.
  • Clássico: diarreia alta e esteatorreia.
  • Subclínico: osteopenia, anemia ferropriva refratária, emagrecimento (atrofia de glúteos), menopausa tardia/precoce, infertilidade, aborto de repetição.
  • Atípico (manifestações neuropsiquiátricas): cefaleia, depressão, miopatia, ataxia…).
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24
Q

Quais doenças são associadas a doença celíaca?

A
  • DM1.
  • Hashimoto.
  • Hepatite autoimune.
  • Deficiência de IgA.
  • Dermatite herpetiforme.
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25
Como se caracteriza a lesão da dermatite herpetiforme?
Lesão imunomediada por IgA que se assemelha a herpes zoster (rash maculo-papular pruriginoso), mas que não segue o a padrão de dermátomo. É mais comum em regiões extensoras.
26
Como é feito o diagnóstico da doença celíaca?
- Adultos: > Autoanticorpo positivo (rastreio): Anti-transglutaminase IgA. > Biópsia duodenal positiva: hiperplasia de criptas, linfócitos intraepiteliais, atrofia de vilosidades (MARSCH 2-3). *Anti-transglutaminase IgA positiva + biópsia da dermatite herpentiforme = diagnóstico. ** SE anti-transglutaminase IgA positiva com biópsia não confirmatória (MARSCH 0 ou 1) o diagnóstico pode ser feito com o anti-endomísio ou a anti-gliadina positivos e clínica compatível. *** Se antitransglutaminase IgA for maior que 10x o VR e antiendomísio for positivo, o diagnóstico pode ser realizado sem necessidade de biópsia, de acordo com a diretriz europeia. - Crianças: DIAGNOSTICO PROVÁVEL > Autoanticorpo positivo. > Biópsia duodenal positiva. DIAGNÓSTICO FINAL > Iniciar dieta sem glúten e apresentar melhora clínica mais negativação do anticorpo. *Se antitransglutaminase IgA for maior que 10x o VR , pede antiendomísio se positivo é diagnóstico provável. Diagnóstico definitivo só com teste de retirada do glúten.
27
Qual cuidado devemos ter ao realizar a dosagem do autoanticorpo da doença celíaca?
Solicitar IgA total, pois se o paciente tiver uma deficiência de IgA o autoanticorpo pode vim falso negativo.
28
Qual o tratamento da doença celíaca?
Dieta sem glúten.
29
Qual a principal complicação da doença celíaca?
Linfoma T intestinal (vai e vem dos linfócitos a cada ingestão de glúten).
30
Para diagnóstico da doença celíaca o paciente tem que estar em uso de glúten?
Sim as manifestações clínicas e laboratoriais só aparecem em uso do glúten.
31
Quais são os principais protozoários que causam diarreia crônica?
Entamoeba hystolítica e Giardia lamblia.
32
Quais são as características gerais dos protozoários?
- Unicelulares (invisíveis a olho nu, se reproduzem por divisão celular). - NÃO causam eosinofilia. - Maioria assintomática. - Transmissão fecal oral.
33
Qual o ciclo evolutivo dos protozoários? Qual a forma parasitária?
Cisto > Trofozoíto > Cisto. O trofozoíto é a forma parasitária.
34
Como é feito o diagnóstico das infecções por protozoário?
- EPF. - Antígeno/anticorpos fecais. - Sorologia (se extra intestinal).
35
Qual o tratamento das infecções por protozoários?
- "... nidazol" (metro/tri...). - Nitazoxanida (poliparasitário, custo mais elevado).
36
Qual o local de acometimento e a clínica da amebíase?
- Local: Cólon. - Clínica: capacidade de invasão. > Disenteria. > Ameboma: granuloma de ameba com espessamento colônico marginal, pode gerar uma massa palpável em abdômen. Faz diagnóstico diferencial com câncer. > Abcesso (ex.: hepático): cursa com dor em QSD, febre, leucocitose neutrofílica com desvio a esquerda. Faz diagnóstico diferencial com abcesso bacteriano. Diagnóstico: imagem/sorologia. NÃO drenar.
37
Qual o tratamento da amebíase?
- Forma assintomática: Tecleson ou Etofamida. - Outras formas: "..nidazol" + Tecleson ou Etofamida.
38
Qual o tratamento poliparasitário utilizado na saúde pública brasileira? Justifique.
Albendazol por 5 dias (cobre helmintos e giardia). A Nitazoxanida é cara.
39
Qual o tratamento da giardíase?
- "...nidazol". - Alternativa: albendazol por 5 dias.
40
No exame parasitológico de fezes foi encontrada a presença de Entamoeba coli / Iodamoeba butschlli / Endolimax nana, qual deve ser a conduda?
Não fazer nada, são amebas comensais e não necessitam de tratamento.
41
Qual o local de acometimento e a clínica da giardíase?
- Local: intestino delgado. - Clínica: atapeta o intestino e inflama. > Síndrome disabsortiva.
42
Qual doença causa por protozoários faz diagnóstico diferencial com doença celíaca?
Giardíase.
43
Quais os principais helmintos que causam diarreia crônica?
- Strongyloides stercolis. - Ancylostoma duodenale. - Necator americans. - Taxocara canis. - Ascaris lumbricoides. - Enterobius vermiculares. - Trichuris trichiura.
44
Quais os helmintos que fazem síndrome de Loeffler?
- Strongyloides stercolis. - Ancylostoma duodenale. - Necator americans. - Taxocara canis. - Ascaris lumbricoides.
45
Quais são as características gerais dos helmintos?
- Vísiveis. - Causam eosinofilia. - Maioria é assintomática. - Transmissão fecal-oral, pele e carne contaminada.
46
Qual o ciclo evolutivo dos helmintos?
Ovo > larva > verme > ovo.
47
Qual o tratamento para as doenças causadas por helmintos?
- "...bendazol" (me/tia/al). - Nitazoxanida.
48
Qual o ciclo evolutivo do Ascaris lumbricoides?
Ovo ↓ Ingestão Larva ↓Pulmão (Sd. Loeffler) ↓Ascende via aérea ↓Deglutido ↓Esôfago Verme ↓ Intestino Ovo ↓ Fezes
49
O que é síndromee de Loeffler?
É o ciclo pulmonar de alguns helmintos. Caracterizado por: - Tosse seca. - Infiltrado pulmonar migratório. - Eosinofilia.
50
Qual o principal diagnóstico diferencial da síndrome de Loeffler? Como realiza-lo?
Pneumonia. Os sintomas podem se bem parecidos no início, mas os achados pulmonares no exame físico e na radiografia são migratórios. Além disso, a eosinofilia também está presente.
51
Qual o quadro clínico específico da ascaridíase?
- Síndrome de Loeffler. - Obstrução intestinal. . Obstrução do colédoco. - Apendicite.
52
Como é realizado o diagnóstico da ascarisíase?
EPF.
53
Qual o tratamento da ascaridíase?
- "...bendazol". - Outros: levomisol, pirantel, ivermectina.
54
Existe auto-infecção por ascaris?
Não. Todos foram adquiridos na forma de ovo.
55
Qual o tratamento da suboclusão intestinal por Ascaris lubricoides?
- Suporte: Jejum + SNG + Hidratação (todo paciente obstruído é um paciente desidratado). 1. Eliminação do Ascaris paralisado: > Piperazina (opção: salina hipertônica ou gastrografina). Remédio indisponível no Brasil. > Óleo mineral. 2. Eliminação os Ascaris residuais: > "...bendazol". *A gastrografina é um contraste, sendo possível acompanhar a eliminação do Ascaris por exame de imagem. *Atualmente a SBP recomenda a tétrade no manejo inicial da suboclusão intestinal por ascaris: dieta zero, hidratação venosa, SNG e óleo mineral.
56
Porque não se deve tratar a suboclusão intestinal por Ascaris lubricoides diretamente com os bendazois?
Pois isso pode estimular uma resposta inflamatória e disseminação do Ascaris, podendo causar perfuração intestinal e outras complicações.
57
Qual doença é considerada a "ascaris do cachorro" e porque?
O Toxocara canis (toxocaríase) que no homem gera a larva migrans visceral. Isso acontece pois o cachorro é o hospedeiro definitivo e o homem é o hospedeiro incidental (principalmente crianças em contato com areia de parques/praias).
58
Qual o quadro clínico da toxocaríase?
- Síndrome de Loeffler. - Hepatomegalia. - Febre. - Eosinofilia INTENSA. * "No começo o verme vai para o pulmão, mas não sabe como achar o caminho para o intestino e passeia por todo o corpo ate morrer".
59
Como é feito o diagnóstico da toxocaríase?
Sorologia (ELISA).
60
Qual o tratamento da toxocaríase?
Albendazol +/- Cortidoide (se muita inflamação).
61
Qual o ciclo evolutivo da ancilostomíase?
Verme ↓ Intestino Ovo ↓ Fezes Larva ↓ Solo ↓ Pele (infecção) ↓ Pulmão Verme
62
Quem pode gerar a ancilostomíase?
- Ancylostoma duodenale. - Necator americans.
63
Qual o quadro clínico da ancilostomíase?
- Lesão cutânea. - Síndrome de Loeffler. - Anemia ferropriva (verme se alimenta de sangue).
64
Como é feito o diagnóstico da ancilostomíase?
EPF.
65
Qual o tratamento da ancilostomíase?
66
Qual o tratamento da ancilostomíase?
- "...bendazol". - Outros: Pirantel.
67
Qual o ciclo evolutivo da estrongiloidíase?
Verme (por partenogênese) ↓ Intestino Ovo (eclodem no intestino) Larva ↓ Fezes ↓ Solo ↓ Pele (infecção) ↓ Pulmão Verme
68
Qual o quadro clínico da estrongiloidíase?
- Lesão cutânea. - Síndrome de Loeffler. - Autoinfestação: forma disseminada e sepse.
69
Como é feito o diagnóstico da estrongiloidíase?
EPF (larvas).
70
Qual o tratamento da estrongiloidíase?
- Ivermectina. - Outros: Albendazol/Tiobendazol.
71
Existe autoinfecção na estrongiloidíase?
Sim.
72
O que estrongiloidíase disseminada? Quais os fatores de risco?
É a auto-contaminção de estrongiloides com auto-infestação. O sistema imune geralmente protege o corpo desse processo, mas em pacientes imunossupressos (principalmente por uso de corticoide) isso pode ocorrer, gerando casos graves.
73
Qual o maior risco da estrongiloidíase disseminada? Justifique.
A ocorrência de sepse por gram negativos entéricos. Na auto-infecção, o filaridoide pode carrear bactérias para a corrente sanguínea ao passar do intestino para o pulmão.
74
Qual patógeno causa a oxiuríase?
Enterobius verniculares.
75
Qual o quadro clínico da enteroamebíase/oxiuríase?
- Prurido anal principalmente a noite (fêmea coloca ovos no ânus). - Corrimento vaginal na infância (migram para vagina).
76
Como é feito o diagnóstico da enteroamebíase/oxiuríase?
Fita gomada (Graham) > Cola fita adesiva no ânus e analisa no microscópio.
77
Qual o tratamento da enteroamebíase/oxiuríase?
- "...bendazol". - Outros: Pirantel e Pirvínio.
78
Qual o quadro clínico da tricuríase/tricocefalíase?
- Prolapso retal.
79
Como é feito o diagnóstico do tricuríase/tricocefalíase?
EPF.
80
Qual o tratamento da tricuríase/tricocefalíase?
- "...bendazol". - Outros: ivermectina.
81
Qual o patógeno causador da tricocefalíase?
Trichuris trichuira.
82
O que é síndrome de Ekbom?
Doença psiquiátrica na qual o paciente pensa estar infectado por parasitas, mas não está.
83
Como realizar o diagnóstico diferencial de lesões cutâneas causadas pela ancilostomose, estrongilodíase, tungíase e cercariose?
- Ancilostomíase: causados pelo Ancylostoma duodenale/Necator americans. Causam um rash maculopapular pruriginoso focal, não costumam progredir (“coceira da terra”). Costumam resolver-se rapidamente. - Estrongiloidíase: causada pelo Strongyloides stercolis. A lesão cutânea é serpiginosa e eritematocrostosa podendo demorar até 2 semanas para resolução. - Larva Migrans (bicho geográfico): causada pelas larvas de parasitas que vivem nos intestinos de cães e gatos, como os helmintos Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum. São bastante semelhantes a ancilostomíase com uma lesão serpentiforme extremamente pruriginosa, mas possuem evolução de alguns milímetros por dia (principal fator no diagnóstico diferencial). - Tungíase: causado pelo Tunga penetrans. Geralmente penetram região periungueal dos pés causando inflamação e dor. As lesões podem ser múltiplas e tem um ponto preto central margeado por uma região acinzentada. Tratamento: remoção da pulga com agulha estéril. - Cercariose: causada pelo Schistosoma mansoni. Causam erupção maculopapular bastante pruriginosa (diminutos pontos algo eritematosos).
84
Quais as manifestações clínicas da colite pseudomembranosa?
- Diarreia aguda que pode estar associada a sangue. - Dor abdominal. - Náuseas e vômitos. - Febre. - Melena e hematoquezia são incomuns.
85
Qual a complicação mais temida da colite pseudomembranosa?
Megacólon, que é definido como o cólon > 7cm e/ou ceco > 12cm ao exame de radiografia. As manifestações clínicas mais comuns são: - Toxemia. - Dor abdominal. - Redução de RHA. - Possibilidade de perfuração intestinal.
86
Quais são as indicações absolutas de tratamento cirúrgico da doença de Crohn?
- Perfuração intestinal. - Abcesso refratário ao manejo clínico. - Sangramento no TGI refratário a medidas conservadoras. - Fístula entérica refratária a medidas clínicas (priorizar imunobiológicos). - CA colorretal ou de delgado. - Inflamação persistente refratária a tratamento. - Retardo do crescimento em crianças. - Colite fulminante ou megacólon tóxico com ausência de melhora em 48-72h as medidas clínicas.
87
O que é síndrome carcinoide? Quais as manifestações clínicas?
É um tumor neuroendócrino do tubo digestivo capaz de secretar neuropeptídios que gera a síndrome carcinoide. A substância mais comumente envolvida é a serotonina e seu percursor o triptofano. O principal local de metástase é hepática. As manifestações clínicas são: - Flush (rubor). - Diarreia. - Hepatomegalia. - Doença orovalvar direita. - Asma. - Deficiência de niacina (vitamina B3): causa pela deficiência de triptofano. > Demência. > Diarreia. > Dermatite (hiperpigmentação e descamação). > Quelite angular. > Glossite.
88
Qual a utilidade dos teste genéticos dos halótipos HLA-DQ2 e HLA-DQ8 na doença celíaca?
Servem para excluir a doença (alto valor preditivo negativo), mas não para confirmá-la. Ajudam na condução diagnóstica em casos duvidosos.
89
Como classificar a diarreia quando aos mecanismos fisiopatológicos?
- Osmótico: presença de substâncias não absorvíveis e osmoticamente ativas no lúmen intestinal (ex.: intolerância à lactose). - Secretório: alteração no transporte de íons nas células epiteliais secundária a alguma alteração, com produção de maior quantidade de secreção (ex.: fecaloma, obstrução proximal estimula produção de secreções para vencer obstrução). - Relacionadas a motilidade: aumento da motilidade do TGI causam a diarreia (ex.: hipertiroidismo). - Inflamatórias: inflamação do TGI caia diarreia por uma série de mecanismos destruição de celular epiteliais, de mucosa/submucosa, não absorção de componentes… podem cursar com produtos patológicos (ex.: DII).
90
A trombose de veia mesentérica pode cursar com um quadro diarreico? Justifique.
Sim. Quero insidioso com desconforto abdominal progressivo (5-14 dias) e diarreia sanguinolenta (isquemia de alça). Apresenta três formas: - Aguda: a duração dos sintomas é de 5-14 dias, cursa com dor periumbilical, náuseas, vômitos, sangue nas fezes é um achado em alguns pacientes. - Subaguda: mais insidioso, com sintomas durando semanas a meses. Dor abdominal inespecífica pode ser o único sintoma. Pode progredir para a forma crônica, permanecer assintomática (formação de circulação colateral) ou indiquemos mesentérica com necessidade de intervenção cirúrgica. - Crônica: assintomática, é um achado do exame de imagem. Pode cursar com complicações como: hipertensão portal.
91
A Nitazoxanida tem utilidade em quasi quadros infecciosos?
É um poliparasitário, além disso, tem alguma evidência na rotavirose reduzindo o tempo de internação em crianças (evidência baixa/moderada).
92
Como podemos classificar a colite pseudomembranosa?
- Não grave: > Leugrama de até 15k. > Cr menor que 1,5. - Grave: > Leugrama maior que 15k. > Cr maior ou igual a 1,5. - Fulminante: > Hipotensão. > Choque. > Íleo paralítico. > Megacólon.
93
Um paciente com diarreia crônica e atrofia de musculatura glútea nos traz qual hipótese diagnóstica principal?
Doença celíaca.
94
Porque o Enterobius vermiculares faz diagnóstico diferencial com doença celíaca?
Pois os dois cursam com com diarreia crônica e anemia ferropriva.
95
O que é síndrome do intestino curto? Como de ser instituída a dieta nesses pacientes?
Um paciente com menos de 40cm de intestino delgado, causado por ressecção cirúrgica maciça ou defeito congênito. Não é possível absorver alimentos pelo TGI, sendo assim, a alimentação deve ser feita por via parenteral, ao menos inicialmente. A transição para dieta enteral ou por via oral deve ser tentada. No entanto, alguns critérios, como a perda da válvula íleo-cecal, estão associados a baixas chances de desmame da nutrição parenteral, supercrescimento bacteriano e má absorção. Ideias gerais sobre a dieta: - Não há consenso no uso de probióticos. - Vitaminas e minerais devem ser dosados (principalmente no desmame da dieta parenteral) e repostos sob demanda e não de rotina. - A suplementação de fibras pode ser realizada por reduzir a liquidez das fezes. - Dieta rica em gordura e pobre em carboidratos (maior tolerabilidade, prevenção do supercrescimento bacteriano por reduzir substratos para bactérias).
96
Qual o mecanismo de atuação das principais classes de antibiótico?
- Aminoglicosídeos: inibem a subunidade 30S do ribossomo bacteriano. - Macrolídeos: inibem a subunidade 50S do ribossomo bacteriano. - Sulfas: inibem a síntese de folado, o que prejudica a replicação celular. - Quinolonas: inibem a DNA topoisomerase. - Betalactâmicos e glicopeptídeos: inibem a formação de peptideoglicano da parede celular nos gram positivos.
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O que fazer ao e contrair um parasitológico de fezes com Hymenolepis nana?
Tratar com Praziquantel. É também chamado de “Tênia anã” e costuma cursar com quadro assintomático, mas pode também ser causa de dores abdominais.
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Como ocorre o contágio e qual o local de estabelecimento da oxiuríase?
O contágio ocorre por meio da deglutição de ovos do verme, que se estabelece no intestino grosso. A fêmea vai à noite para a região do ânus depositar ovos e assim recomeça o ciclo.
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O que é colite microscópica?
Doença que cursa com diarreia não inflamatória, colonoscopia normal e alterações que podem ser vistas apenas na biópsia.
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Na presença de uma fístula entérica, quais doenças entram no diagnóstico diferencial?
- Diverticulite. - Câncer colorretal. - Doença de Crohn.
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Qual a relação do cigarro com as DII?
- RCU: fator protetor. - DC: fator de risco. *Apendicectomia prévia também é fator de proteção para RCU.
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Quais as características gerais da DII?
São doenças autoimunes sistémicas, idiopáticas e multifatoriais, acometendo mais a população branca.
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Quem faz parte das DII? Como diferencia-las clinicamente?
- Doença de Crohn: diarreia + dor abdominal + emagrecimento (síndrome disarbsortiva). - Retocolite ulcerativa: colite disentérica. - Colite indeterminada: não é possível fechar diagnóstico nem para RCU nem para DC.
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Qual o local de acometimento da retocolite ulcerativa? Como se dá a progressão da doença?
- Retocólon. - Atinge apenas a mucosa (mucosite). - Progressão ascendente e contínua. - Poupa ânus. - Localização: > Retossigmoide (50%). > Colite esquerda (30%). > Pancolite (20%).
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A retocolite ulcerativa pode fazer síndrome disabsortiva?
Habitualmente não, pois ela não costuma acometer o delgado. No entanto. há uma exceção: a ileíte de refluxo. Vinte por cento dos pacientes com pancolite tem uma inflamação tão importante que pode ocorrer uma ileíte por "refluxo da inflamação", gerando síndrome disabsortiva.
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A retocolite ulcerativa pode polpar o reto?
Geralmente a RCU tem progressão ascendente e contínua, se inicia no reto e vai para outras partes do cólon. No entanto, a RCU em crianças pode poupar o reto, assim como em pacientes que já iniciaram terapia medicamentosa via retal por exemplo. *A RCU não poupa reto habitualmente, mas sempre poupa o ânus.
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Quais são as alterações clínico-patológicas encontrados na retocolite ulcerativa? Quais alterações encontramos na biópsia especificamente?
- Fronteira bem estabelecida entre mucosa normal/anormal. - Mucosa hiperemiada e friável (erosões causando sangramento). - Perda das haustrações (cano de chumbo). - Pseudopólipos. - Biópsia: > Criptite. > Microabcessos. *Os pseudopólipos não são fator de risco para CA a RCU que é.
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Qual o local de acometimento da doença de crohn? Como se dá a progressão da doença?
- Pode acometer da boca até o ânus. - Transmural. - Progressão salteada/descontínua. - "Poupa" o reto. - Localização: > Ileíte distal (80%). > Ileocolíte (>50%). > Anal (33%).
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Quais são as alterações clínico-patológicas encontrados na doença de crohn? Quais alterações encontramos na biópsia especificamente?
- Úlceras aftoides (precoces). - Estenoses (risco de obstrução). - Lesões em pedra de calçamento (pseudopólipos organizados em conjunto). - Fístulas. - Fissuras perianais. - Tecido alterado entremeado em tecido normal. - Biópsia: > Granuloma não caseoso.
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Quais são as manifestações extra-intestinais da DII? Qual mnemónico podemos utilizar para facilitar a memorização de algumas dessas manifestações?
- Cutâneas: > Eritema nodoso: relacionado a atividade da doença. > Pioderma gangrenoso: mais associada a RCU, pode ser independente da atividade da doença. - Hepatobiliares: > Cálculos biliares: mais associado a DC. > Colangite esclerosante primária: mais associado a RCU, independente da atividade da doença. - Arituculares: > Artrite periférica: mais associada a DC, relacionado a atividade da doença. - Urológicas: > Nefrolitíase: mais associada a DC pela hiperoxalúria entérica. > Fístulas: associadas a DC. MNEMÔNICO Resposta imune (febre, leucositose, aumento de PCR). Colangite esclerosante (RCU). Uveíte anterior. Eritema nodoso e pioderma gangrenoso. Dor articular e espondilite anquilosante. Cálculos renas e biliares (DC).
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O que é o eritema nodoso?
São nódulos dolorosos avermelhados mais comuns em MMI. Estão relacionados a atividade da doença inflamatória intestinal.
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O que é o pioderma gangrenoso?
São lesões cutâneas ulceradas e dolorosas com evolução rápida e progressiva. Estão associadas a RCU e podem aparecer independente da atividade da doença intestinal.
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Como é feito o diagnóstico da doença de Crohn? E da retocolite ulcerativa?
- Sorologia: > DC: ASCA+ e ANCA -. > RCU: ASCA - e ANCA +. - Exame endoscópico (ileocolonoscopia +/- cápsula endoscópica): > DC: úlceras intercaladas com mucosa normal. > RCU: mucosa eritematosa, friável e edemaciada. - Biópsia: > DC: granuloma não caseoso. > RCU: criptite. - Outros métodos (auxiliam no diagnóstico): > Imagem: EnteroRM, EnteroTC. > Calprotectina fecal: marcador de inflamação no intestino.
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Como é feito o tratamento clínico das DII?
- Corticoide: usado mais no ataque, com doença descompensada (evitar uso na manutenção). Dose imunossupressora, não faz pulsoterapia na DII. - Anti-TNF (biológicos): usados no ataque e também na manutenção. Ex.: Infliximab, Adalinumab... - Imunomoduladores: usados mais na manutenção. Ex.: azatioprina, metotrexato, ciclosporina... - Derivados do 5-ASA: usados na manutenção, pouco usado em casos de DC. Ex.: mesalazina, sulfassalazina (+ folato)... 1. Doença de Crohn: - Doença leve: derivados do 5-ASA (em desuso atualmente) ou imunomoduladores. - Doença moderada/grave: biológico + imunomodulador. 2. Retocolite ulcerativa: - Doença leve: derivados do 5-ASA. - Doença moderada/grave: ATB + corticoide +/- biológicos.
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Quais são as indicações para o tratamento cirúrgico nas DII?
- Casos refratários. - Displasia/câncer. - Complicações que não respondem a tratamento clínico (megacólon, sangramento maciço, obstrução, fístulas, perfuração intestinal...).
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Quais os tratamentos cirúrgicos podem ser realizados na RCU?
- Eletiva: > Protocolectomia com IPAA: retira o intestino grosso todo, "dobra" o íleo terminal e anastomosa com o ânus. Método de escolha, pois retira o reto e reduz chance de inflamação. > Colectomia com ileoanastomose com reto: não retira o reto e a anastomose ocorre entre o íleo e o reto (chance de reicidiva da doença). Indicações: incompetência do esfíncter anal (ao se retirar o reto, o paciente ficaria incontinente) ou mulher com desejo reprodutivo (menor chance de aderência e dificuldade de engravidar no pós-operatório). - Urgência: > Colectomia à Hartman: resseção de parte problemática do cólon, com colocação de bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito em segundo momento, se for possível.
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Quais os tratamentos cirúrgicos podem ser realizados na DC?
- Estricuturoplastia (estenolastia): ressecção segmentar de parte do intestino estenosado com posterior anastomose e sutura horizontal.
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Quais são as principais complicações das DII?
- Megacólon tóxico. - Sangramentos. - Obstrução/ estenose. - Fístulas. - Perfuração intestinal. - Câncer colorretal.
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Como é a clínica do megacólon tóxico? Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
- Clínica: > Distensão abdominal (hiperproliferação bacteriana). > Dor abdominal. > Febre. > Taquicardia. > Hipotensão. > Rebaixamento do nível de consciência. > Leucocitose. > Anemia. - Diagnóstico: clinínica + radiografia com cólon transverso maior que 6 cm. - Tratamento: > Inicialmente clínico: corticoide EV com infliximabe ou ciclosporina (RCU). > Refratário: colectomia + ileostomia.
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Como deve ser feito o rastreio de câncer colorretal na população com DII?
A partir de 08 anos de doença, íleocolonoscopia com biópsia ANUAL.
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Como é feito o controle de tratamento da estrongilodíase?
Com exame parasitológico de fezes nos dias 7, 14 e 21 após o fim do tratamento.
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Quais as manifestações clínicas da síndrome do intestino irritável de acordo com os critérios de ROMA IV?
Segundo os critérios ROMA IV, o paciente precisa ter DOR abdominal por pelo menos três dias por mês nos últimos três meses, e isso associado a duas ou mais das seguintes características: (1) melhora com a evacuação; (2) início associado à mudança na frequência das evacuações; (3) início associado à mudança na forma (aparência) das fezes. Além dos critérios de Roma IV, temos os critérios de Manning que focam mais nos sintomas relacionados à SIl. Melhora da dor com evacuação, aumento da frequência evacuatória quando a dor surge, sensação de esvaziamento intestinal incompleto e eliminação de muco, são os achados que compõem estes critérios. Pacientes com Sil também queixam-se de bloating (inchaço abdominal), distensão e eructações frequentes. *Lembre-se que o diagnóstico é de exclusão.
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O que é lindagiectasia? Quais as manifestações clínicas e como proceder com o diagnóstico?
A linfangiectasia caracterizada por uma drenagem linfática do intestino delgado prejudicada devido à presença de canais linfáticos intestinais dilatados. Pode ser decorrente de malformação primária dos vasos linfáticos intestinais ou secundária a outras causas (por exemplo, insuficiência cardíaca direita). Por esse motivo, os triglicerídeos e ácidos graxos não são absorvidos e o paciente curso com esteatorreia. Esta patologia faz parte de um extenso grupo de doenças chamadas de gastroenteropatias perdedoras de proteínas que incluem doenças não ulcerativas (gastrite eosinofílica e doença de Ménétrier), ulcerativas (gastrite erosiva e doença inflamatória intestinal) e doenças resultantes de obstrução linfática (linfangiectasia intestinal e doença de Whipple). Os sintomas incluem: - Diarreia (muitas vezes cursando com cronicidade ou intermitência). - Sintomas gastrintestinais: náuseas, vômitos, dor abdominal e esteatorreia. - Retardo de crescimento. - Edema de membros, palpebral ou generalizado e linfedema. - Hipoalbuminemia - Linfopenia significativa (perda de linfócitos para o intestino). Diagnóstico: pesquisa de perda anormal de proteínas pelo intestino com dosagem da alfa-1-antitripsina fecal e a depuração da alfa-1-antitripsina, com valores excessivamente aumentados. *É preciso excluir outras causas de perdas entéricas de proteínas, tais como doenças renais, cardíacas e hepáticas.
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O que é e quais as principais indicações para a realização de cirurgia eletiva no paciente com megacólon adquirido? Qual o tipo de cirurgia é indicada?
Megacólon adquirido é um megacólon de ocorrência secundária causado por doença de chagas, hipertiroidismo, volvo de sigmoide, fecaloma… - Episódios de volvo do sigmoide tratados com retossigmoidoscopia descompressiva. - Fecaloma de repetição. - Constipação intestinal refratária ao tratamento clínico. Cirurgia: parte do pressuposto de que o reto funciona como um obstáculo ao fluxo de esvaziamento. Ele, então, é desviado do trajeto e transformado em reservatório de fezes, sendo realizada a resseção do segmento dilatado em toda sua extensão e anastomose à parede posterior do reto. Ou seja, há um abaixamento retro-retal colônico com anastomose retardada (técnica de Duhamel-Haddad). *Atualmente tem se preconizado a cirurgia em um tempo único, não mais com anastomose retardada. **Megacólon congênito é o da doença de Hirschsprung (aganglionose colônica).
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O que febre tifoide? Quais as manifestações clínicas e como é feito o diagnóstico e tratamento da doença?
A febre tifoide é uma doença infecciosa causada pela Salmonella enterica (sorotipo Typhi) cuja transmissão se dá por via fecal-oral. Seu principal fator de risco é a exposição a alimentos ou água sem tratamento adequados. Sintomatologia: - Febre. - Diarreia. - Máculas rosadas cutâneas (roséolas tíficas). - Dor abdominal. - Hepatoesplenomegalia. - Icterícia. - Sinal de Faget (bradicardia na presença de febre). *Sinal de Farget = febre tifoide, febre amarela e leptospirose. Diagnóstico: culturas (sangue, fezes ou medula óssea - mielograma). O método mais sensível é o mielograma, porém pouco realizado na prática. Tratamento: ceftriaxona (10-14 dias) OU azitromicina (5 dias). *Existe vacina indicada apenas para pessoas que viajam para áreas endêmicas da doença ou pessoas que lidam com água contaminada ou dejetos.