CM03 - Síndrome Metabólica: Hipertensão e Dislipidemia Flashcards

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1
Q

O que é e como podemos diagnosticar a presença da síndrome metabólica?

A

A síndromes metabólica é marcada pela presença de resistência insulínica com aumento no risco da morbimortalidade. É classificada pela presença de 3 dos 5 critérios:
1. PA ≥ 130/85 mmHg.
2. Triglicerídeos > 150 mg/dL.
3. HDL M<50 e H<40 mg/dL.
4. Glicemia ≥ 110 mg/dL.
5. Circunferência abdominal M>88 e H>102 cm.

*IMC não entra nos critérios, mas ajuda na avaliação geral.

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2
Q

Qual a definição de hipertensão arterial sistêmica? Quais são os tipos?

A

Níveis médios de PA que conferem risco significativamente maior de eventos cardiovasculares.
- Primária (90-95%).
- Segundária (5-10%).

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3
Q

Quais fatores devemos levar em conta antes de medir a PA?

A
  • 3 a 5 minutos de repouso.
  • Sentado, pés no chão.
  • Braço na altura do coração.
  • Bexiga vazia.
  • Sem cigarro por 30 minutos.
  • Sem exercício por 60 minutos.
  • Escolha adequada do manguito.

*Exercício e consumo de cigarro recente podem elevar falsamente a PA.

**Pseudo-hipertensão arterial: devido a rigidez dos vasos a PA pode ser superestimada. A detecção se dá através da manobra de Osler (insuflação do manguito até a parada do pulso radial e posterior palpação da artéria radial obliterada).

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4
Q

Quais são os sons de Korotkoff? Em mais percebemos a PAS e a PAD?

A
  1. Som nítido (PAS).
  2. Som suave.
  3. Som amplificado.
  4. Som abafado.
  5. Som desaparece (PAD).

*Hiato auscultatório: desaparecimento prolongado de sons da deflação do manguito. Pode criar a impressão de valores falsamente mais baixos da PAS ou falsamente mais altos da PAD.

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5
Q

Como é feito o diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica?

A
  • Média de PA em DUAS ou mais consultas de: ≥ 140x90 mmHg (Brasil) ou ≥ 130x80 (EUA).
  • PA ≥ 180x110 mmHg (medida isolada).
  • Lesão de orgão alvo.
  • MAPA: ≥ 130x80 mmHg (24h).
    ≥ 135x85 mmHg (vigília).
    ≥ 120x70 mmHg (sono).
  • MRPA: ≥ 130x80 mmHg (média de medidas residenciais).
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6
Q

O que é HAS do jaleco branco e HAS mascarada?

A
  • HAS do jaleco branco: no consultório o valor da PA e alto, mas em casa é normal. MAPA normal
  • HAS mascarada: no consultório o valor da PA é normal, mas em casa é elevado. MAPA com PA elevada.

*Ambas as classificações trazem consigo maior risco de morbimortalidade do que a população habitual.

**A HAS mascarada é causa de subdiagnóstico e subclassificação de HAS, sendo mais danosa.

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7
Q

Como podemos classificar a HAS?

A

Classificação:
PAS PAD
Ótima <120 <80
Normal <130 <85
Pré-HAS <140 <90
HAS E1 ≥140 ≥90
HAS E2 ≥160 ≥100
HAS E3 ≥180 ≥110
Sistólica isolada ≥140 <90

*Para classificação, sempre levar em conta o pior parâmetro entre a PAS e a PAD.

**A elevação da PAS isolada é comum e idosos e está relacionada ao aumento do risco de AVC.

***Pré-HAS tem maior morbimortalidade em comparação com a população habitual.

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8
Q

Como podemos classificar a HAS de acordo com a Sociedade Americana?

A

Classificação:
PAS PAD
Normal <120 <80
Elevada <130 <80
HAS E1 ≥130 ≥80
HAS E2 ≥140 ≥90

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9
Q

Qual o quadro clínico da HAS?

A
  • Assintomática.
  • Depois de anos: lesão de orgão alvo (LOA) por lesão vascular e/ou sobrecarga.
    a. Coração: coronariopatia e cardiopatia hipertensiva (hipertrofia do VE, IC…).
    b. Cérebro: doença cerebrovascular, e demência vascular.
    c. Retina: retinopatia hipertensiva.
    d. Rim: nefropatia hipertensiva (nefroesclerose).
    e. Doença arterial periférica: claudicação intermitente.

*Por isso deve se fazer rastreio da HAS com mensuração da PA mesmo para assintomáticos.

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10
Q

O que é a classificação de Keith-Wagener e para que ela serve?

A

É uma classificação que utilizada da fundoscopia para predizer a lesão na retina causada pela HAS.
I - Estreitamento arteriolar.
II - Cruzamento arteriovenoso patológico.
III - Hemorragias/Exsudato.
IV - Papiledema.

*Fundoscopia: maior calibre é vênula e menor calibre é arteríola.

** I e II: crônicas. e III e IV: agudas e indicam HAS grave.

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11
Q

Qual o alvo pressórico após tratamento da HAS?

A
  • População geral: <140x90 mmHg.
  • Alto risco cardiovascular (DM, LOA, 3 ou mais fatores de risco): < 130x80 mmHg.
  • Idoso frágil: <160x90 mmHg.

*Diretriz americana a meta é < 130x80 mmHg.

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12
Q

Qual a estratégia não farmacológica para o tratamento da HAS?

A

Deve ser feito em TODOS os pacientes a intervenção no estilo de vida (IEV):
- Perda de peso (se paciente obeso é o mais importante).
- Dieta DASH.
- Atividade física de 30 minutos por dia.
- Redução do sódio (<2g por dia).
- Redução do consumo etílico.

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13
Q

Qual conduta deve ser adotada em cada subgrupo de classificação da HAS?

A

A. PA Ótima/normal: reavaliar em 1 ano.

B. Pré-HAS: IEV + reavaliação frequente.

  • Pré-HAS com alto risco deve ser tratado com IEV e medicação.

C. Estágio 1: inicia com uma droga (iECA/BRA ou Tiazídico ou BCC).

  • Se paciente for de baixo risco: pode tentar IEV por 3-6 semanas.

D. Estágio 2 e 3: iniciar com duas drogas (iECA/BRA e BCC ou iECA/BRA e Tiazídico ou BCC e tiazídico).

  • Estágio 1 com risco alto inicia com duas drogas.
  • Idoso frágil começa sempre com apenas uma medicação e depois vai progredindo s/n.

*Nunca associar iECA e BRA, por pouco efeito hipotensivo e maiores eventos adversos.

**Não existe melhor opção entre iECA/BRA e BCC ou iECA/BRA e Tiazídico.

***A associação tiazídico +
IECA reduz o risco de AVE em idosos com hipertensão sistólica.

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14
Q

Quais são os medicamentos de primeira linha no tratamento da HAS? Quais as indicações e as contraindicações de cada um deles?

A

A. iECA (“pril”) e BRA (“sartan”):
- Indicações:
> Jovem, branco.
> Doença renal.
> IC, IAM.
> DM (especialmente se com microalbuninúria).
> Gota (losatana).

*O SRAA tem menor ação na fisiopatologia da HAS na população negra, por isso os inibidores desse sistema são mais eficazes na população branca.

**A losartana tem um leve efeito hipouricêmico.

  • Contraindicações:
    > IRA com com creatinina maior que 3 e hiperK com K maior que 5,5 (contraindicação relativa).
    > Estenose bilateral da artéria renal.
    > iECA: tosse e angioedema (aumento da bradicinina).
    > Gestação (contraindicação absoluta).

B. Tiazídico (clortalidona, hidroclorotiazida…):
- Indicações:
> Negro, idosos.
> Osteoporose (retém cálcio).

  • Contraindicações:
    > 4 hipos: hipovolemia, hipoNa, hipoK e hipoMg.
    > 3 hipers: hiperglicemia, hiperlipidemia, hiperuricemia.

*A clortalidona é mais eficaz, já a hidroclorotiazida é mais disponível.

**O efeito hipoK dos tiazídicos é bastante importante, por isso, sempre pensar nessas drogas em um paciente com esse distúrbio hidroeletrolítico.

***DM e DLP não são contraindicações ao uso dos tiazídicos, mas a gota é pois esse medicamento aumento o risco de crises de gota.

**A hidrocloratiazida pode aumentar a fotossensibilidade e o risco de câncer de pele não melanoma.

C. BCC (vasoseletivos: “dipinas” e cardioseletivos: diltiazem e verapamio):
- Indicações:
> Negro, idoso.
> Arteriopatia periférica.
> Fibrilação atrial.

  • Contraindicações:
    > Cefaleia e edema (aumento do risco pela vasodilatação dos vasoseletivos).
    > Bradarritmia (+ cardioseletivos).
    > IC (+ cardioseletivos).

*A associação de diuréticos tiazídicos com BCC de longa ação é excelente para tratamento da HAS - contudo, deve-se evitar os BCC de curta ação, pois esses
medicamentos costumam causar efeitos
indesejáveis, como cefaleia, tontura e rubor facial.

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15
Q

O que é HAS resistente? Como devemos trata-la?

A

HAS resistente: PA não controlada com 3 drogas, incluindo um diurético, em doses otimizadas. Ou seja paciente já está em uso de um iECA/BRA e BCC e tiazídico.

1ª Opção) Adicionar Espirolactona.
2ª Linha) Betabloqueador, Clonidina, Prasosin, Metildopa, Hidralazina…

*A Espirolactona reduz o hiperaldosteronismo.

**O BB não é mais droga de primeira escolha na HAS e seu uso só deve ser indicado se falha nos medicamentos de primeira linha (não controle da PA ou efeitos colaterais) ou outros fatores associados como DAC e IC que indicam formalmente seu uso.

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16
Q

Qual a conduta imediata frente a uma hipertensão arterial resistente (HAR)? Quais as subclassificações da HAR?

A

Conduta frente a HAR:
1. Excluir pseudoresistência (HAR aparente): avaliar aderência e afastar efeito do jaleco branco com MAPA ou MRPA.

  1. Excluir hipertensão segundária.
  2. Tratar HAR verdadeira com espirolactona.
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17
Q

Quais os principais efeitos colaterais das drogas de segunda linha no tratamento da HAS?

A
  • Betabloqueador: mais usado para DAC e IC e em pacientes com menos de 60 anos. Podem precipitar broncoespasmo grave, isquemia de extremidades, agravar hiperglicemia e dislipdemia. Além disso, dificultam a resposta de defesa contra a hipoglicemia iatrogênica no tratamento da DM. Não devem ser administrados em pacientes com IC descompensada ou BAV de 2° e 3° graus.
  • Inibidor direto da renina (alisquireno): baixo percentual de efeitos adversos, mas não se mostrou eficaz na redução da morbimortalidade em pacientes com HAS.
  • Vasodilatador arterial direto (hidralazina e minoxidil): a hidralazina é usada no controle pressórico em gestantes, mas aparesenta efeitos colaterais significativos como taquicardia reflexa e lúpos farmacoinduzido. Já o minoxidil pode causar derrame pericárdico e tamponamento cardíaco.
  • Inibidor adrenérgico de ação central (clonidina e metildopa): a Metildopa é a droga de escolha no controle pressórico em gestantes, mas fora desse contexto pode trazer muitos efeitos colaterais como: hepatite, anemia hemolítica autoimune, hipotensão postural… Já a clonidina está associada a boca seca, disfunção sexual e sua retirada abrupta pode causar grave crise hipertensiva adrenérgica (efeito de rebote da clonidina).
  • Alfa-1-bloqueadores (prasosin): é inferior na prevenção de eventos cardiovasculares em hipertensos. Além disso, cursam com muita hipotensão postural. São excelentes para o tratamento da hiperplasia prostática benigna sintomática.
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18
Q

Quando suspeitar de hipertensão arterial segundária?

A
  • Idade ao diagnóstico < 30 anos e > 55 anos.
  • HAS grave ou resistente.
  • LOA desproporcional (rápido início ou evolução).
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19
Q

Quais achados específicos, em um paciente em investigação para hipertensão segundaria, pode nos fazer achar a etiologia da hipertensão?

A
  • Doença renal parenquimatosa:
    > Achados: insuficiência renal, proteinúria/hematúria, edema…
    > Diagnóstico: USG renal, TFG, microalbuminúria ou proteinúria.
  • Estenose de artéria renal:
    > Achados: sopro em abdômen, hipoK, alcalose, edema agudo de pulmão súbito e alteração de função renal por iECA/BRA.
    > Diagnóstico: Doppler, angioTC ou arteriografia renal.
  • Hiperaldosteronismo primário:
    > Achados: hipoK, alcalose, nódulo em adrenal.
    > Diagnóstico: aumento de aldosterona com redução de renina.
  • Feocromocitoma:
    > Achados: crises adrenérgicas paroxísticas (HAS, sudorese, cefaleia, ansiedade… que vão e voltam).
    > Diagnóstico: dosagem de catecolaminas e metanefrinas urinárias e plasmáticas.
  • Apneia obstrutiva do sono (mais comum em obesos):
    > Achados: roncos, sonolência diurna, obesidade.
    > Diagnóstico: Polissonografia.
  • Coarctação da aorta:
    > Achados: jovem, redução/assimetria do pulso femoral, rx de tórax anormal.
    > Diagnóstico: Doppler, angioTC.
  • Síndrome de Cushing:
    > Achados: ganho de peso, fadiga, fraqueza, hirsutismo, face em lua cheia, corcova dorsal, estrias…
    > Diagnóstico: Cortisol basal e após teste de supressão com dexametasona.
  • Acromegalia:
    > Achados: cefaleia, fadiga, problemas visuais, aumento de mãos, pés e línguas.
    > Diagnóstico: dosagem de GH (basal e após TOTG) e IGF1.
  • Hiperparatireoidismo:
    > Achados: litíase urinária, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza muscular.
    > Diagnóstico: dosagem de cálcio sérico e PTH.

*Hipotireoidismo e hipertireoidismo são causas raras de HAS segundária e são diagnosticadas com dosagem de TSH e T4L.

**A mensuração da PA no sono maior do que o valor de referência no MAPA é um indicativo de SAHOS.

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20
Q

Quais as três causas mais comuns de hipoK no paciente hipertenso?

A

1) Efeito do tiazídico.
2) Hiperaldosternismo primário.
3) Estenose de artéria renal.

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21
Q

O que é uma crise hipertensiva?

A

É um aumento súbito e expressivo da PA, geralmente maiores ou igual a 180x120 mmHg.

O aumento da PA não altera o fluxo sanguíneo, mas esse aumento súbito rompe esse limite de tolerância podendo ocasionar o sofrimento de certos órgãos principalmente o cérebro.

22
Q

O que é uma emergência hipertensiva? Quais as metas pressóricas e o tratamento utilizado?

A

É uma lesão aguda de orgão alvo (encefalopatia, IAM, edema agudo de pulmão…) causada pelo aumento súbito da pressão.

Metas de redução pressórica:
- 1h: reduzir a PA em 20-25%.
- 2-6h: PA deve estar em 160x100 mmHg.
- 24-48h: PA de 135x85 mmHg.

*Ao se atingir a meta pressórica, a dose do medicamento deve ser mantido e, a depender dos valores de PA subsequentes, reduzido ou mesmo retirado a fim de se evitar a queda abrupta da PA.

Tratamento (drogas IV):
- Nitroprussiato/Nipride (droga mais utilizada).
- Nitroglicerida/Tridil (utilizada no IAM).
- B-bloqueador ( utilizada na disseção aguda de aorta).

*Não de deve reduzir abruptamente a PA pelo risco elevado de complicações como AVC.

**O Nitroprussiato é a droga de escolha para a maioria dos casos de emergência hipertensiva por ser um potente vasodilatador arterial, menos no IAM pelo sequestro coronário que essa droga promove, sendo assim nesses casos devemos usar a nitroglicerina.

***O Nitroprussiato promove vasodilatação cerebral, o que pode piorar o edema cerebral em casos de lesões pela hipertensão mas, no Brasil, pela falta de drogas melhores, ele é o mais utilizado.

23
Q

O que é uma urgência hipertensiva? Quais as metas pressóricas e o tratamento utilizado?

A

Não há lesão aguda de orgão alvo, mesmo na vigência de PA maiores que 180x110 mmHg, pode ocorrer a presença de queixas inespecíficas (ex.: epistaxe, pré-operatório, cefaleia…)

Meta:
- 24-48h: PA 160x100 mmHg.

*Na prática: reduzir pelo menos 20 mmHg da PAS e 10 mmHg da PAS antes de liberar o paciente.

Tratamento (drogas VO):
- Captopril (mais usado).
- Furosemida.
- Clonidina.

*O uso do Captopril por via sublingual não deve ser feito, visto que essa medicação só tem absorção pela via oral.

**É controverso, mas a urgência pode ser encarada como situações nas quais os níveis de pressão arterial elevados podem provocar prejuízo orgânico nos próximos dias ou horas. Exemplos: níveis pressóricos elevados em portadores de doenças coronarianas estáveis ou aneurisma de aorta não dissecante; queimaduras extensas; epistaxes graves; estados de hipercoagulabilidade; pré-operatório; hipertensão na gestação e crises adrenérgicas leves.

24
Q

Quais situações de emergência hipertensiva tem metas pressóricas específicas?

A
  • Dissecção de aorta: normalizar PA o quanto antes.
  • AVE hemorrágico: normalizar PA o quanto antes.
  • AVE isquêmico: PA <220x120 mmHg se NÃO usar trombolítico e PA <185x110 mmHg se for usar trombolítico.
25
Q

O que é uma pseudocrise hipertensiva? Como devemos trata-la?

A

É o aumento da PA completamente assintomática e com exames normais. Normalmente é disparada por estado de estresse emocional.

Tratamento: ansiolíticos e analgesia com acompanhamento ambulatorial.

26
Q

Quais são as principais causas de emergência hipertensiva?

A
  • Encefalopatia hipertensiva.
  • HAS acelerada ou maligna.
  • Dissecção aguda de aorta.
  • AVCi e AVCh.
  • Síndrome coronariana aguda.
  • Crises adrenérgicas (ex.: intoxicação por cocaína, feocromocitoma…).
27
Q

O que é e para que servem as classificações de DeBakey e Stanford?

A

Para classificar o grau de dissecção da dissecção aguda de aorta.
- DeBakey:
I: Dissecção atinge arco da aorta e aorta descendente.
II: Dissecção atinge somente arco da aorta
III: Dissecção atinge somente aorta descendente.

  • Stanford:
    A: DeBakey I e II.
    B: DeBakey III.
28
Q

Quais proteínas carreiam quais componentes no metabolismo lipídico?

A

+ Tamanho - Densidade
> Quilomícron: vem do intestino e carrega triglicerídeos.
> VLDL: produzida pelo fígado e carrega triglicerídeos.
> IDL: sem benefício em dosar, carrega colesterol.
> LDL: mais aterogênica, carrega colesterol.
> HDL: protetora, carrega colesterol.
- Tamanho + Densidade

*Não há benefício em separar a dosagem do VLDL e do quilomícron, devendo pedir apenas a dosagem dos triglicerídeos.

29
Q

O que é a fórmula de Friedewold e para que ela serve?

A

Dosar o LDL através dos valores de colesterol total, HDL e triglicerídeos. NÃO usar se valor do triglicerídeos maior do que 400.

                       LDL = CT - HDL - Trig/5
30
Q

Qual o valor alvo e a conduta frente a uma alteração no valor dos triglicerídeos, HDL e LDL?

A

A. Triglicerídeos:
Alvo: < 150.
Terapia:
- Dieta e atividade física.
- SE ≥ 500 trata com fibrato.

B. HDL:
Alvo: > 40.
Terapia:
- Dieta e atividade física.

*O ácido nicotínico aumenta o valor do HDL, mas sem qualquer significado clínico, portanto, não deve ser usado.

C. LDL:
Alvo: variável (depende do risco).
- Doença aterosclerótica atual/prévia (IAM, AVE, vasculopatia periférica…) = Risco muito alto: LDL < 50 mg/dL.
- LDL ≥ 190 mg/dL ou escore de risco ≥ 20% (MEDCALC) = Risco alto: LDL < 70 mg/dL.
- LDL entre 70-189 mg/dL + diabetes OU escore de risco ≥ 7,5 (MEDCALC) = Risco alto: LDL < 70 mg/dL.
- DM “isolado” = Risco intermediário: LDL < 100 mg/dL.

Terapia: estatina.
- Risco alto e muito alto: Atorvastatina 40-80mg ou Rosuvastatina 20-40mg (estatina de alta intensidade para redução maior ou igual a 50% do LDL).
- Risco moderado: Atorvastatina 10-20mg ou Sinvastatina 20-40mg (estatina de moderada intensidade para redução de 30-49% do LDL).

*O maior benefício com o uso das estatinas é entre 40-75 anos. Não tem evidência de começar estatina após 75 anos, por exemplo.

**O tempo de uso após o início da estatina é indefinido.

***Paciente intolerantes ou refratários as estatinas podem usar Ezetimibe ou inibidor de PCSK9, que são os hipolipemiantes mais potentes. Apesar disso, seu uso é pouco realizado na prática por serem caros e indisponíveis.

31
Q

Quais são os principais efeitos colaterais das estatinas? Como evita-los?

A

Os efeitos colaterais são raros e os mais importantes são:
- Hepatite.
- Miopatia.
Podemos evitar esses efeitos não associando estatinas com fibrato (maior risco de efeitos colaterais).

32
Q

Quando suspeitar de dislipidemia primária?

A
  • Pacientes jovens.
  • História de dislipidemia familiar.
  • Níveis anormalmente elevados de de frações do colesterol (ex.: apenas o LDL muito elevado).
  • Manifestações clínicas como: plasma leitoso, xantelasma (depósito de gordura na pálpebra) e xantoma (depósito de gordura outras partes do corpo como em cotovelos, joelhos, mãos, pés, coxas e glúteos…).
33
Q

Quais as recomendações para medição da PA na pediatria?

A
  • Após 3 anos: rotina, pelo menos uma vez ao ano.
  • Menores de 3 anos: se fator de risco para HAS.
    > ITU recorrente, hematúria ou proteinúria, doença renal, malformação urológica, história familiar de doença renal.
    > Cardiopatia congênita.
    > Prematuridade (<32 semanas), complicações neonatais, cateterismo umbilical.
    > Outras: aumento da PIC, neoplasias, uso de medicações que aumentam PA…
34
Q

Como deve ser feita a aferição da PA na pediatria?

A
  • Pré-aferição: uso de café, agitação, bexiga cheia… podem alterar a medida.
  • Posição: em menores de 1-3 anos sempre aferir PA em decúbito dorsal. Em maiores de 3 anos, aferir com o paciente sentado.
  • Escolha do manguito:
    > Medir a circunferência braquial no ponto médio entre o acrômio e o olécrano.
    > Largura: 40-45% da medida; Comprimento: 80-100%.
35
Q

Qual a maior causa de hipertensão na pediatria?

A

Hipertensão arterial segundária.

36
Q

Como podemos classificar a HAS na pediatria?

A
  • Analisar tabela de percentis:
    1) Selecionar tabela para o sexo do paciente.
    2) Selecionar a linha que corresponde a idade.
    3) Selecionar a coluna que corresponde a estatura ou ao percentil da estatura.
    4) Ver em que escala de percentis a PAS e a PAD se enquadram (P50, P90, P95 ou P95 + 12 mmHg).

*Se valores exatos não forem encontrados na tabela devemos utilizar o valor mais próximo.

  • Classificação:
    > Pacientes de 1 a 13 anos:
    Normal: PAS e PAD menor que p90.
    PA elevada: PAS/PAD ≥ p90 e < p95.
    HAS E1: PAS/PAD ≥ p95 e < p95 + 12 mmHg.
    HAS E2: PAS/PAD maior igual a p95 + 12 mmHg.

> Pacientes maiores que 13 anos:
Normal: < 120x80 mmHg.
PA elevada: PAS entre 120-129 mmHg e PAD < 80 mmHg.
HAS E1: 130x80 - 139x89 mmHg.
HAS E2: ≥ 140x90 mmHg.

*Na ausência de tabelas de percentil adequadas para pacientes entre 1-13 anos, devemos considerar:
PA elevada: ≥120x80 mmHg (e < p95).
HAS E1: 130x80 - 139x89 mmHg.
HAS E2: ≥ 140x90 mmHg.

37
Q

Como deve-se realizar o diagnóstico de HAS na pediatria?

A

Se a PA for > p90, deve-se repetir três vezes na mesma consulta e fazer uma média desses três valores. O diagnóstico é dado pela mensuração da PA, da maneira anteriormente citada, em 3 consultas distintas, com média de PA elevada nesses 3 momentos.

38
Q

Quais os critérios para síndrome metabólica na pediatria?

A
  • Menores de 10 anos: não é possível dar esse diagnóstico.
  • Entre 10-16 anos: critério fundamental + 2 critérios adcionais.
    1. Circunferência abdominal ≥ p90 (critério fundamental).
    2. Triglicerídeos > 150 mg/dL.
    3. HDL <40 mg/dL.
    4. HAS: PAS ≥ 130 mmHg OU PAD ≥ 85 mmHg.
    5. Glicemia ≥ 100 mg/dL ou DM2.
  • Mais de 16 anos: igual a no adulto.

*Pelos critérios da IDA NÃO usamos a classificação de HAS pelo percentil e sim por esses valores absolutos acima citados.

39
Q

Quais exames devem ser solicitados de rotina para os pacientes hipertensos?

A
  • EAS.
  • Potássio.
  • Creatinina e TFG.
  • Glicemia de jejum e HbA1c.
  • CT, HDL e triglicerídeos.
  • Ácido úrico plasmático.
  • ECG.

*O LDL pode ser conseguido por meio de cálculo.

**A diretriz americana traz que devem ser solicitados também: TSH e cálcio, o ácido úrico é colocado como opcional. A diretriz europeia acrescenta ureia, sódio e relação albumina/creatinina em amostra isolada.

40
Q

O que é síndrome de PRES?

A

É a síndrome da encefalopatia posterior reversível que decorre de edema cerebral vasogênico de instalação aguda ou subaguda causado por encefalopatia hipertensiva, eclâmpsia, PTT…

Os sintomas incluem cefaleia, alterações da consciência, déficits neurológicos, convulsões e cegueira cortical e são REVERSÍVEIS. A RM demonstra edema na substância branca das regiões posteriores.

41
Q

Qual deve ser conduta terapêutica para redução da pressão nas crises adrenérgicas?

A

Diazepam IV em altas doses + Captopril VO ou caso necessário Nitroprussiato IV.

*Evitar uso de BB pelo risco de piorar hipertensão.

42
Q

Quais as manifestações e a conduta frente a uma encefalopatia hipertensiva?

A
  • Manifestações: cefaleia, náuseas, vômitos, confusão mental, convulsão. NÃO são esperados sinais focais.
  • Conduta: Nitroprussiato IV (redução pressórica usual para emergência hipertensiva).

*É comum a coexistência de encefalopatia hipertensiva e de nefroesclerose hipertensiva aguda (IRA
+ hematúria/proteinúria), a antiga “nefroesclerose maligna”.

43
Q

Quais as manifestações e a conduta frente a uma HAS acelerada ou maligna?

A
  • Manifestações: retinopatia hipertensiva graus III ou IV +/- lesão renal.
  • Conduta: Nitroprussiato IV (redução pressórica usual para emergência hipertensiva).
44
Q

Quais as manifestações e a conduta frente a uma dissecção aguda de aorta?

A
  • Manifestações:
    1) Dor torácica súbita que irradia para o dorso.
    2) Propagação da dissecção para válvula aórtica (insuficiência aórtica), artéria subclávia (diferença da PA em MMSS e MMII), artéria carótida (síncope) e coronárias (IAM).
  • Conduta:
    1) Clínico (já na suspeita): FC < 60 bpm (beta-bloqueador) e PAS < 120 mmHg (nitropussiato).
    2) Diagnóstico: angioTC ou ECOTE.
    3) Cirurgia: tipo A sempre faz e tipo B se complicar.
45
Q

Como diferenciar hiperaldosteronismo primário do secundário?

A

Devemos solicitar, na vigência de suspeita clínica (ex.: HAS com hipoK e alcalose), a dosagem da relação aldosterona/atividade de renina plasmática.
- Hiperaldosteronismo primário: relação aldosterona/atividade de renina plasmática > 30.

  • Hiperaldosteronismo secundário: a relação seria < 30 (a causa clássica é a estenose de artéria renal).
46
Q

O que é nefroesclerose hipertensiva benigna e maligna?

A
  • Nefroesclerose hipertensiva benigna: o aumento da pressão arterial lesa diretamente as artérias e arteríolas
    renais, isquemia glomerular com consequente glomeruloesclerose focal global (focal: alguns glomérulos; global: o glomérulo inteiro) que, por sua vez, provoca a perda do néfron. Como inicialmente apenas alguns glomérulos são acometidos pela esclerose global, os remanescentes começam a hiperfiltrar, o que provoca uma nova lesão: a glomeruloesclerose segmentar. Numa fase mais tardia, também pode ocorrer fibrose intersticial e atrofia tubular. De maneira geral, ela expressa o acometimento CRÔNICO da hipertensão no rim.
  • Nefroesclerose hipertensiva maligna: a lesão renal faz parte de uma síndrome sistêmica que antigamente era conhecida como “hipertensão maligna”. Esta síndrome é definida pelo aumento abrupto dos níveis tensionais, atingindo valores de PA > 180x120 mmHg, e provocando graves lesões de órgãos-alvo, particularmente retinopatia hipertensiva graus III e IV. De maneira geral, ela expressa o acometimento AGUDO da hipertensão no rim.
47
Q

Quais exames devem ser solicitados de rotina para um paciente hipertenso?

A
  • Análise de urina.
  • Potássio plasmático.
  • Glicemia de jejum e HbA1c.
  • Ritmo de filtração glomerular estimado.
  • Creatinina plasmática.
  • Colesterol total, HDL-C e triglicérides plasmáticos.
  • Ácido úrico plasmático.
  • Eletrocardiograma convencional.

*Valor do LDL pode ser obtido através fórmula.

**Diretrizes americanas referem a necessidade de dosagem do perfil lipídico, o que inclui os valores de LDL, assim como de sódio e TSH, visto que distúrbios da tireóide podem associar-se a hipertensão arterial.

48
Q

O que é edema agudo de pulmão? Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

A

A hipertensão extrema expõe o ventrículo esquerdo a importante sobrecarga, impedindo-o de relaxar de maneira adequada, o que acaba repercutindo retrogradamente. Assim, se desenvolve o edema agudo de pulmão. É uma clássica emergência hipertensiva!

  • Clínica:
    > Intensa dispneia.
    > Tosse com expectoração clara.
    > Estertores crepitantes difusos.
  • Diagnóstico: clínico.
  • Tratamento:
    > Nitroprussiato de sódio (anti-hipertensivo parenteral de rápida ação, que reduza tanto a pré quanto a pós-carga). A meta de redução da PA é a mesma das demais emergências hipertensivas.
    > Associar morfina e furosemida (reduz ainda mais a pré-carga - aliviando a congestão).
    > Ventilação não invasiva ou invasiva s/n.
49
Q

Quais são os subtipos de hipertensão arterial resistente?

A
  • HAR “aparente” (“pseudorresistência”): corresponde à definição clássica (não controle pressórico em uso de 3 drogas anti-hipertensivas sendo uma delas um diurético tiazídico), sem realização de MAPA e sem comprovação de uso adequado das medicações.
  • HAR “verdadeira”: definição clássica com documentação de curva pressórica pela MAPA (exame obrigatório nestes doentes) e comprovação do uso correto das medicações com boa adesão terapêutica.

*A principal causa segundaria de HAR verdadeira é a SAHOS.

50
Q

Como podemos interpretar o gráfico do MAPA? O que significa cada parâmetro?

A

A “linha preta superior” representa o limite máximo para a pressão sistólica (que na vigília seria de 135 mmHg e no sono 120 mmHg), a “linha preta inferior”, o limite máximo para a pressão diastólica (que na vigília seria de 85 mmHg e no sono 70 mmHg). O “quadradinho preto”, a pressão arterial sistólica e o “quadradinho verde”, a pressão arterial diastólica. Já o quadrado vermelho, por sua vez, corresponde à pressão arterial média. Fisiologicamente é esperado um descenso da PA no sono (entre 10-20%).

*Caso essa queda fisiológica da PA no sono não ocorra da mentia devida demos suspeitar de SAHOS.