CM- Cardiologia Flashcards
Quais as principais causas de síncope?
- Reflexa (neuromediada): Vasovagal, síndrome do seio carotídeo.
- Cardiogênica: Arritmias, isquemias, TEP, doença estrutural;
- Hipotensão ortostática (postural): Desidratação, disautonomia, medicamentoso.
Qual a cascata que desencadeia o reflexo vago-vagal?
- Redução da pré-carga-> Redução do débito cardíaco -> Redução da PA -> Ativação dos barorreceptores -> Aumento das catecolaminas para aumentar DC e manter PA (taquicardia, sudorese, palidez cutânea por vasoconstrição) * OU SEJA, a parte inicial do reflexo vagovagal é um aumento do tônus simpático.
e ENTÃO:
Com o aumento do tônus simpatico o ventrículo começa bater vigorosamente, no entanto está vazio (pois não houve aumento da pré-carga) -> Estímulo aos mecanorreceptores (ou fibras C) no átrio, ventrículos e artéria pulmonar -> Núcleo dorsal do vago -> Retirada de tônus simpático -> Aumento do tônus parassimpático -> Vasodilatação e bradicardia que leva a HIPOTENSÃO E SÍNCOPE. (REFLEXO DE BEZOLDT-JARISH
Quais os principais fatores a serem analisados no ECG no paciente com síncope?
- 1) Intervalo QT - Síndrome do QT longo, relacionada a Torsades de pointes
- 2) PR curto com onda delta -> Síndrome Wolff-Parkinson-White;
- 3) BRD com supra de ST em V1 -> Síndrome de Brugada;
- 4) Inversão de onda T V1-V3- > Displasia arritmogênica de VD;
- 5) Outros: Infartos, bloqueios atrioventriculares, sobracarga ventricular;
Qual a indicação de anticoagulação na FA, que independe do CHA2DS2-VASC? Qual o anticoagulante?
- ” FA VALVAR”
1-> Estenose mitral moderada a importante;
2-> Prótese valvar mecânica;
->Nessas duas primeiras, deve-se OBRIGATORIAMENTE anticoagular com warfarina, pois os DOACs não foram liberados;
No entanto, 2 outras situações que anticoagulamos independente do CHA2DS2-VASC são : Aqui podemos utilizar os DOACs;
1- Cardiomiopatia hipertrófica;
2- Hipertireoidismo descompensado;
Qual o controle de FC indicada na FA?
- MANTER FC<110BPM
- B-bloqueador;
- Bloqueador de canal de Ca++ (não diidropiridínico) - ATENÇÃO, NÃO UTILIZAR SE FE REDUZIDA;
- Digoxina;
- Amiodarona (preferir em indivíduos que já apresentam um remodelamento cardíaco importante);
FA com instabilidade hemodinâmica, conduta?
- Cardioversão elétrica sincronizada, INDEPENDENTE DO TEMPO DE INÍCIO DO QUADRO;
120-200J
Qual o mecanismo de taquicardia por reentrada nodal?
- No nó atrio-ventricular existem 2 vias, a rápida e lenta. Ocorre que quando há uma extrassístole supraventricular, que “pega” a via rápida em período refratário, seguindo pela via lenta, no entanto, quando a mesma chega próxima ao feixe de HIS, a via rápida já está apta a conduzir o estímulo, assim o mesmo volta pela via rápida gerando um mecanismo de reentrada.
-> Tal mecanismo implica em uma onda p negativa, pós QRS, tendo em vista que há uma despolarização do ventrículo e após despolarização atrial, chamada onda P retrógrada.
Qual o mecanismo de taquicardia por reentrada da taquicardia atrioventricular?
- Dá-se por uma via acessória, de natureza congênita, que faz um circuito de macrorreentrada. Assim também tem-se uma onda P retrógrada, pós QRS, no entanto, diferente da reentrada nodal, temos um intervalo R-p’ (r p linha) > 70ms.
Quais as diferenças de forma simples, da TRN para TAV?
- TRN: Se visíveis, ondas p estarão após QRS, mas muito próximas dele e invertidas (Pseudo R’ ou S); Aqui teremos uma distância r-p’ > 70ms. Em V1 podemos ver onda p retrógrada positiva.
- TAV: Aqui a onda P estará mais longe do QRS, também será anterógrada, no entanto, distância r-p’ < 70ms;
Descreva as etapas do pulso venoso jugular interna.
a: Contração atrial
C: Fechamento da tricúspide
x: Relaxamento atrial (descenso x)
V: Enchimento atrial
y: Descenso Y, abertura da tricúspide.
O que é Síndrome de Heyde (1958)?
- Hemorragia digestiva + Estenose aórtica
> Clivagem do fVW, ao se passar pela estenose, facilitando a formação e sangramento das angiodisplasias de colon;
» TRATAMENTO: TROCA DE VALVA AÓRTICA;
Qual o exame físico de estenose aórtica?
- Pulso parvus et tardus (Carótida): Pulso com pico lento e demora para decair ;
- Sopro sistólico de pico tardio, abafa B2;
- Fenômeno de Gallarvardin: Sopro piante em foco mitral. Ocorre porque a vibração do sopro da estenose aórtica, reverbera em foco mitral, irradiando o sopro.
Quais os critérios de gravidade do ECOTT da estenose aórtica?
- Gradiente médio VE-Ao > ou = 40mmHg;
- Área valvar (AV) < 1cm²
> Estenose aórtica GRAVE; - Atenção para pegadinha: O que veio primeiro, estenose aórtica ou fração de ejeção reduzida?
- > A fração de ejeção reduzida, pode gerar gradiente insuficiente para abertura total da valva aórtica, levando a uma valva aparentemente pequena < 1cm².
Para diferenciarmos tais patologias, realizamos um ecocardiograma com dobutamina e realizamos novamente aferição.
Então: FEVE< 40 % + Gradiente VE-Ao < 40mmHg + Ao < 1cm² = Ecocardiograma com dobutamina para diferenciação.
- Outra pegadinha: Paciente com valva aórtica pequena (<1cm²), FEVE preservada, no entanto GRADIENTE REDUZIDO (VE-Ao<40MMHG), com volume sistólico < 35ml/m² (hipertrofia com redução de cavidade?). Logo, aqui realizamos uma tomografia com escore de cálcio da valva aórtica, para atribuirmos ou não a culpa à valva.
Qual o mantra da estenose mitral?
- A ESTENOSE MITRAL POLPA VENTRÍCULO ESQUERDO.
Quais os critérios de Jones para febre reumática?
Critérios maiores:
-> Artrite: Poliartrite migratória
-> Eritema marginado: Poupa face;
-> Nódulos subcutâneos: Superfícies extensoras;
-> Coréia de Sydeham: Diagnóstica sozinha/ Latência muito grande, 6-8 semanas / desaparece ao dormir;
-> Cardite: Pancardite, valvulite + comum (Principal componente insuficiência mitral como manifestação aguda e manifestação crônica estenose);
Menores:
-> Artralgia
-> PR prolongado;
-> Febre;
-> PCR ou VHS aumentados;
Como se dá o diagnóstico de febre reumática?
- Evidência de infecção por streptococo-> Cultura de Swab de orofaringe OU ASLO / Anti-Dnase B OU teste rápido para detecção do antígeno; (se associarmos Anti-DNase B com o ASLO aumentamos a sensibilidade para cerca de 95%)
+
Critérios de Jones (2 critérios maiores OU 1 maior + 2 menores);
Como se faz a profilaxia para febre reumática?
- BZT 15/15 dias por 2 anos e após BZT 21/21dias;
-> Sem cardite: 21 anos ou por 5 anos após o surto;
-> Com cardite, insuficiência mitral leve residual, ou resolução da lesão valvar: 25 anos ou 10 anos após o surto (o que for maior);
-> Cardite e sequela: 40 anos para todos ou vida toda;
-> Após cirurgia valvar: Vida toda
Penicilina benzatina:
< 25 kg : 600.000 UI
> 25 kg: 1.200.000 UI
Sulfadiazina:
< 25kg: 500mg ao dia;
> 25kg: 1g ao dia;
eritromicina:
250 mg 12/12h
Quais as condições predisponentes para endocardite?
- Lesões valvares pré-existentes (Principalmente as regurgitantes);
- Cardiopatia congênita (CIV, T. de Fallot);
- Prótese valvar;
- Outros dispositivos intracardíacos (MP, CDI);
Quais são os critérios de Duke?
Critérios MAIORES:
- EVIDÊNCIA MICROBIOLÓGICA TÍPICA: 2 Hemoculturas positivas para microorganismos típicos (S. viridans, S. bovis, S. aureus, grupo HACEK, enterococcus) ou sorologia positiva para Coxiella burnetti.
- ACOMETIMENTO ENDOCARDÍACO: Novo sopro regurgitante ou ecocardiograma sugestivo (Vegetação, deiscência de prótese ou abcesso);
Critérios menores:
- Febre: Tax>38ºC;
- Predisposição;
- Fenômenos vasculares: Infarto séptico pulmonar / Embolia arterial / Aneurisma micótico / Hemorragia intracraniana / Hemorragia conjutival / Lesões de Janeway.
- Fenômenos imunológicos: Glomerulonefrite / Nódulos de Osler / Manchas de Roth / Fator reumatóide positivo;
- Evidência microbiológica: Hemoculturas que não preenchem os critérios maiores ou sorologia positiva para microorganismo compatível com Endocardite infecciosa.
DIAGNÓSTICO:
> 2 MAIORES;
> 1 MAIOR E 3 MENORES;
> 5 MENORES;
Qual o esquema terapêutico para endocardite?
- Valva nativa ou EI de prótese tardia (> 1 ano):
> Ampicilina 2g IV 4/4h ou Ceftriaxone 1 g 12/12h + Oxacilina 2g IV 4/4h + Gentamicina 3mg/kg IV 24/24h (SE FOR PRÓTESE, APENAS); - Prótese VALVAR precoce (Cirurgia < 1 ano):
> Vancomicina 15mg/kg 12/12h + Rifampicina 300mg VO 8/8h + Gentamicina 3mg/kg 24/24h;
Devemos realizar profilaxia para endocardite em pacientes com condições predisponentes?
- SIM, pacientes com prótese valvar, cardiopatias congênitas cianóticas não corrigidas, endocardite prévia, dispositivos intracardíacos e valvopatias nativas;
> Procedimento odontológicos: Amoxicilina 2g 1h antes do procedimento;
> TGI ou TGU:
Ampicilina 2g IV + Gentamicina 1,5mg/kg IV 30 min a 1h antes do procedimento + Ampicilina 1G IV 6 h após;
Quando está indicada cirurgia precoce?
- Infecção não tratada;
- Febre persistente (antibioticoterapia guiada);
- Abcesso/Fístula/complicações locais;
- Fungo ou bactéria multiR- S. aureus em prótese; - IC
- Choque cardiogênico / EAP; - Embolização
- Embolização recorrente a despeito do tratamento;
- Vegetação > 30 mm;
O que é BAV avançado?
- É um BAV com prognóstico ruim, risco de morte súbita, no entanto não chega a ser um BAVT, tendo em vista que há uma regularidade das ondas P, há uma condução relacionada às mesmas, e elas tem um padrão, 2:1 p ex.
=>Diagnóstico de HAS?
- PA> ou = 140x90mmHg em 2 consultas.
OU
PA> ou = 140x90mmHg e alto risco cardiovascular.
OU
Medida isolada > ou = 180x110mmHg
OU
MRPA ou MAPA com média > ou = 130x80mmHg;
O que é HAS resistente e HAS refratária?
-> HAS resistente: + 3 drogas para tratamento de hipertensão;=> Relacionada com hipervolemia persistente, associar espironolactona;
-> HAS refratária: + 5 drogas para tratamento de hipertensão;=> Associada à hiperativação adrenérgica, associar B-bloqueadores, alfa bloqueadores ou simpatolíticos centrais.
Feocromocitoma, diagnóstico e quadro clínico?
- Hipertensão paroxística com cefaléia, sudorese e palpitações;
- Diagnóstico: Metanefrina plasmáticas livres (IDEAL) Ou metanefrinas + catecolaminas urinárias (mais acessível), TC e RNM.;
- TTO: Cirúrgico.
Síndrome de Cushing, diagnóstico?
- Cortisol urinário 24h > 55mcg
- Teste de supressão: Cortisol basal e matinal após dexametasona > 1,8mcg/dL.
- RNM.
Paciente em descompensação aguda de IC, em uso de diurético com piora de função renal, o que fazer?
- 2 situações possíveis:
> Melhora da congestão com piora de função renal, se esta for transitória, temos um bom prognóstico: Manter diurético, buscar ativamente sinais de congestão, ajuste intensivo do diurético.
> Congestão persistente, ou piora clínica, associado a piora de função renal, temos um prognóstico ruim: Culpa da doença que progride a despeito do tratamento;
Após alta do paciente com descompensação de IC, em quanto tempo deve ser o retorno?
- IDEALMENTE em até 7 dias, tendo em vista que o período de 30 dias após a alta é um período de vulnerabilidade, com altas taxas de admissão (30%), com 10% de mortalidade.
Após alta do paciente com descompensação de IC, em quanto tempo deve ser o retorno?
- IDEALMENTE em até 7 dias, tendo em vista que o período de 30 dias após a alta é um período de vulnerabilidade, com altas taxas de admissão (30%), com 10% de mortalidade.
Quais as classificações da insuficiência cardíaca conforme sua fração de ejeção ventricular?
- ICFer< ou = 40%;
- ICFemr OU INTERMEDIÁRIA: 40-49%;
- ICFep > ou = 50%;
- ICFe MELHORADA (< ou = 40% e aumentou para > 40% após o tratamento) => MANTER MEDICAÇÕES;
Qual a classificação da IC conforme a ACC?
- A: Risco para desenvolver IC (DAC, cardiotóxicos, HF de cardiomiopatia);
- B: PRÉ-IC (Alterações estrutural ou de pressão de enchimento, e/ou aumento de troponina e BNP) no entanto SEM SINTOMAS;
- C: Sinais e sintomas de IC;
- D: IC refratária (avançada), ou seja, não responde mais ao tratamento clínico;
Quais os critérios de Framingham, e como se dá o diagnóstico de insuficiência cardíaca?
- 2 maiores e 1 menor OU 1 maior e 2 menores.
Maiores (7):
Pulmonares
> Estertores creptantes;
> Dispnéia paroxística noturna;
> Edema agudo de pulmão;
Cardíacos:
> Presença de B3 ao exame físico;
> Cardiomegalia ao rx tórax;
Congestão venosa visível:
> Refluxo hepatojugular;
> Turgência jugular a 45º;
Menores (5):
Tosse noturna;
Edema de tornozelo bilateral;
Dispnéia aos mínimos esforços;
Derrame pleural;
Taquicardia;
Quais exames devem ser solicitados na avaliação ambulatorial do paciente com IC?
- NT-PRO-BNP e BNP: Biomarcadores que inferem sobre o prognóstico do doente, atentar para situações onde há o aumento dos mesmos (idade avançada, DRC e anemia) e para situações onde há uma redução do mesmo (Obesidade);
- Ecocardiograma: Denota alterações estruturais do coração e funcionais (como aumento das pressões de enchimento, disfunção diastólica, aumento de PSAP);
- Radiografia de tórax;
- ECG;