6. Terapia Intensiva Flashcards
Quando podemos dizer que paciente se encontra em estado vegetativo, vegetativo persistente e vegetativo permanente?
- Vegetativo: Coma >dias a semanas após PCR ou TCE, podendo ficar com olhos abertos.
- Persistente: coma >1mês
- Permanente: >3 meses para causas não traumáticas e >1 ano para traumáticas.
A partir de qual valor do Glasglow, denomina-se coma?
GCS≤8
Clinicamente, como é possível distinguir se a lesão que causou coma é cortical ou em tronco?
- Cortical: mantém funções vitais primitivas
- Tronco: não tem mais controle do centro respiratório.
Quais são os principais reflexos de tronco?
- Fotomotor e consensual (mesencéfalo)
- Oculocefálico (olho de boneca)
- Oculovestibular (óculo-calórico)
- Corneopalpebral
- Cilioespinhal (ponte)
(V ou F)
Para que haja coma é necessário que haja lesão direta sobre o tronco ou difusamente sobre o córtex.
Verdadeiro. Em caso de lesões corticais restritas, o que ocorre são apenas déficits focais (afasia, apraxia etc) mas sem mexer no nível de consciência
Como diferenciar clinicamente a causa de um coma como sendo tóxico-metabólico ou por lesão estrutural?
- Tóxico-metabólico: achados difusos e simétricos ao exame (só hipoglicemia causa déficit focal)
- Estrutural: pode ter déficit focal
Quais pares cranianos estão sendo avaliados durante:
- Reflexo fotomotor e consensual das pupilas
- Reflexo oculovestibular e oculocefálico
- Reflexo corneopalpebral
- Reflexo faríngeo e tosse
- II III (faz miose): via óptica e mesencéfalo
- III, VI e VIII: mesencéfalo e ponte
- V e VII: avalia ponte
- IX e X: avalia bulbo
Onde ocorreu a lesão de acordo com o estado da pupila (mesencéfalo, diencéfalo, ponte):
- Médio-fixa
- Miose fotorreagente
- Midríase fixa
- Puntiforme (ainda fotorreagente)
- Midríase fixa unilateral
- Mesencéfalo difuso (via simpática e parassimpática)
- Diencéfalo (região hipotalâmica)
- Mesencéfalo (via parassimpática)
- Ponte: hemorragia pontina
- Herniação do úncus: lesa via parassimpática
Classes de drogas que causam
- Miose
- Midríase
- Midríase: simpaticomimético, anticolinérgico, serotoninérgicos, tricíclicos
- Miose: opioides, sedativos/hipnóticos, organofosforados, colinérgicos
Qual região foi lesada de acordo com as seguintes características de movimento:
- Decorticação
- Descerebração
- Ausência de movimento
- Decorticação: cortical
- Descerebração: mesencéfalo
- Ausência: ponte
(V ou F)
Se o tronco encefálico estiver em falência mas com córtex “vivo” posso considerar morte encefálica, desde que excluídas causas reversíveis da lesão (intoxicação).
Verdadeiro, pois é no tronco que há o centro respiratório, além disso, se ponte e bulbo não funcionam mais, podemos dizer que o mesencéfalo, diencéfalo e hemisférios cerebrais também não, pois são estruturas filogeneticamente mais antigas
(V ou F)
Hiponatremia, hipercalcemia e hipocalemia são causas de coma.
Falso, hipocalemia não o é.
Em relação à morte encefálica, para quais pacientes se deve iniciar o protocolo?
- Coma aperceptivo, arresponsivo e apneia persistente
- Causa conhecida e irreversível
- Tratamento no hospital por 6h (24h se hipóxia/isquemia)
- Temperatura >35ºC
- SatO2 >94%
- PAM >65mmHg ou PAs >100
Diagnóstico de Morte encefálica.
- Exame feito por 2 médicos: coma + reflexos de tronco ausentes
- Intervalo por idade: <2 meses (24h), >2 meses (12h), >2 anos (1h)
- Teste da apneia: tira suporte de O2, pct não respira e fica com PaCO2 >55mmHg após 10min
- Exame complementar: EEG, angiografia, doppler transcraniano, cintilografia
Qual médico pode atestar morte encefálica?
- 1 deve ser obrigatoriamente: intensivista, neurologista, neurocirurgião ou emergencista
- O outro: um ano de experiência + acompanhado ou realizado ≥10 diagnósticos ou tenha curso de capacitação
→ Médico não pode ser de equipe de transplante
(V ou F)
O protocolo de Morte Encefálica deve ser iniciado a todos os pacientes com indicação para tal. Caso seja constatado, é de notificação compulsória, devendo ser notificado às centrais de captação e distribuição de órgãos, independente da vontade da família.
Verdadeiro
(V ou F)
Em caso de paciente em morte encefálica, a hora do óbito que constará na DO será o momento em que houve a parada cardiorrespiratória.
Falso, será no momento em que foi dado o diagnóstico de ME, independente da família querer desligar os aparelhos ou não
Classificação da Insuficiência Respiratória e mecanismo subjacentes.
- Tipo 1 (hipoxêmica): distúrbio V/Q → shunt/efeito shunt e espaço morto/efeito espaço morto
- Tipo 2 (hipercápnica): hipoventilação (retém CO2)
Causas de Insuficiência Respiratória
- Tipo 1: Pneumonia, SDRA, Edema Agudo de Pulmão, Si. Hepatopulmonar
- Tipo 2: DPOC, Miastenia Gravis, Guillain-Barré, Edema de Glote
Como diferenciar pela gasometria os tipos de insuficiência respiratória
- Tipo 1: relação PaO2/FiO2 <300; Gradiente Alvéolo-Arterial >15-20
- Tipo 2: PCO2 >50 e Gradiente Alvéolo-Arterial ≤15 (normal)
Como diferenciar entre shunt ou uma desproporção V/Q?
Oferece O2 a 100% e se não melhorar é Shunt
(V ou F)
Apesar do DPOC ser uma causa clássica de insuficiência respiratória tipo 2, há hipoxemia por distúrbio V/Q.
Verdadeiro.
Como dever ser o suporte ventilatório de pacientes com insuficiência respiratória tipo 2 e por quê?
Oferta de O2 a baixos fluxos a fim de manter saturação a 90-92%.
→ Nos retentores crônicos os centros respiratórios bulbares tornam-se mais insensíveis ao CO2, necessitando de leve hipoxemia para para estimularem a respiração.
Quando realizar ventilação mecânica invasiva em pacientes com insuficiência ventilatória?
- Fadiga da musculatura respiratória
- pH<7,25
- Rebaixamento nível de consciência
Alteração respiratória relacionada às altas altitudes
Hiperventilação.
Diferença de Hiperpneia e Hiperventilação.
- Hiperpneia: aumento volume-minuto (volume corrente x FR)
- Hiperventilação: aumento da taxa de ventilação alveolar, cursando com hipocapnia
Característica clínica de paciente intoxicado por CO?
Insuficiência respiratória + cor avermelhada da pele (carboxi-hemoglobina produz essa cor)
Quando suspeitar de Meta-hemoglobinemia (causa mais rara de hipoxemia)?
Cianose + PaO2 normal (gasometria). O sangue fica azul escuro/achocolatado.
→ Ocorre devido oxidação do Fe da Hb de+2 para +3 a qual fica incapaz de carrear O2.
→ Tratamento com azul de metileno
O que é a SDRA (Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo)?
- Edema pulmonar não cardiogênico inflamatório que resulta com formação de membrana hialina e edema intersticial → insuficiência respiratória hipoxêmica
Principais causas de SDRA
- Sepse
- Trauma
- Múltiplas transfusões
→ Qualquer paciente grave
Evolução fisiopatológica da SDRA
Fases exsudativa → proliferativa → fibrótica
Critérios Diagnósticos de SDRA
S - sete dias (aparecimento súbito do quadro até 7 dias do início do quadro)
D - descartar cardiogênica/hipervolemia
R - radiografia com opacidades bilaterais sem outra causa
A - alteração da PaO2/FiO2