VITALIDADE FETAL Flashcards
Fisiologia da vitalidade fetal - sist. cardiovascular:
- 4 comunicações que fecham após o nascimento (essenciais p/ vida intrauterina):
1) Cordão umbilical: - 2 artérias: rico em CO2 e volta p/ placenta (s/ oxigenado)
- 1 veia: rico em O2 e vai p/ feto (oxigenado)
2) Ducto venoso: - Comunica: via umbilical e veia cava inferior
3) Forame oval - Comunica: átrio direito e o átrio esquerdo
4) Canal arterial - Comunica: artérias pulmonares e a aorta descendente
Fisiologia da vitalidade fetal - SN autônomo:
- Regula FCF
- Totalmente efetivo: 3º trimestre
- Parassimpático: diminui a FCF
- Simpático: aumenta FCF e a variabilidade
- Ao longo da gestação:
1) FCF tende a ir diminuindo
2) Variação da FCF tende a ir aumentando
Sofrimento fetal (hipóxia aguda) - causas:
- TP de fetos c/ insuf. placentária (DMG/DHEG)
1) Aumento do gasto energético no TP pode predispor à hipóxia aguda - Hipovolemia/hipotensão materna
- Taquissistolia
1) Contrações consecutivas uterinas que não dão espaços p/ relaxamento e oxigenação - Compressão funicular/prolapso de cordão
- Deslocamento prematuro de placenta
- Rotura uterina
Sofrimento fetal (hipóxia aguda) - alterações da FCF:
- Hipóxia dos núcleos da bases que controlam o SNA:
1) Diminuição da variabilidade
2) Taquicardia
3) Desacelerações
4) Bradicardia
5) Óbito fetal - Melhor exame p/ avaliar: CARDIOTOCOGRAFIA
Sofrimento fetal (hipóxia crônica) - causas:
- Interrupção paulatina da O2 (altera pouco a FCF, só no final da gestação)
1) Hipertensão materna
2) DMG
3) Colagenases
4) Trombofilias
5) Gestação múltiplas/pós-datismo
Sofrimento fetal (hipóxia crônica) - alterações da dopplervelocimetria e USG na hipóxia crônica:
- Alterações na tentativa de compensar a hipóxia:
1) Aumento da resistência da art. umbilical
2) Diminuição da resistência da ACM
3) Aumento da resistência do ducto venoso
4) Diminuição do L.A - Melhor exame: DOPPLERVELOCIMETRIA obstétrica
Fisiopatologia da hipóxia:
- Estresse: def. de O2 e nutrientes
- 1ª resposta adaptativa:
1) Diminuição do crescimento fetal - 2ª resposta adaptativa:
1) Conservar energia: diminui MF e a reatividade cardíaca
2) Redistribuição circulatória (centralização): - Diminui resist. da ACM
- Aumenta resist. da artéria umbilical e aórtica
- Descompensação progressiva:
1) Hipóxia -> ác. respiratória -> ác. metabólica
2) Fluxo diastólico ausente ou reverso da artéria umbilical
3) Diminuição do L.A -> oligoâmnio
4) Ausência: MF, reatividade e variabilidade da FCF
5) Desacelerações tardia persistentes - Morte fetal
Métodos de avaliação da vitalidade fetal:
Mais simples (todas as gestantes):
- Ausculta cardíaca fetal intermitente
- Mobilograma
Mais complexos (gestantes de risco):
- Cardiotocografia anteparto e intraparto
- Dopplervelocimetria obstétrica
- Perfil biofísico fetal
- Avaliação do L.A
- pH fetal (padrão-ouro p/ acidose - usado em estudo)
Ausculta cardíaca fetal intermitente:
- Sonar Doppler (12s) ou estetoscópio de Pinard (16s)
- Avaliação da vitalidade fetal: pré-natal e no parto
- Parto:
1) Fase ativa: 15-30 min
2) Fase expulsiva: 5-10 min
Mobilograma:
- Avaliação materna dos mov. fetais FEITO PELA GESTANTE
- < 20s: muito difícil sentir a movimentação
- Gestante de baixo risco: a partir de 34s
- Gestante de alto risco: a partir de 26s
- < 10 mov/dia: procurar serviço de emergência
Cardiotocografia - aspectos gerais:
- Exame mais utilizado p/ avaliar vitalidade fetal
- Registra: FCF, contrações e movimentos fetais
- Identificação indireta de hipóxia do SNC
- Realizar a partir de 24-26 semanas
Cardiotocografia - indicações:
- Doenças maternas: hipertensão arterial, diabetes, colagenoses
- Doenças fetais: doença hemolítica, infecções congênitas
- Uso de ocitocina ou prostaglandinas
- Analgesia do parto
- Líquido meconial
- Taquissistolia
- Febre intraparto
- Alterações da ausculta fetal intermitente
- Hemorragia vaginal
Cardiotocografia - parâmetros:
Dividido em 2 partes: FCF e contrações uterinas
- 01 quadradinho:
* Vertical: 10 batimentos cardíacos fetais
* Horizontal: 30 segundos
- Movimentação é marcada por setas
Cardiotocografia - linha de base:
- Medida da FCF em 10 minutos
- Excluir variações: FC > 25 bpm (aceleração)
- Valores de referência
1) Normal: 110-160 bpm (já que é realizado no 3ºT)
2) Bradicardia: < 110 bpm
3) Taquicardia: > 160 bpm
Cardiotocografia - variabilidade da linha de base:
- Flutuação da FCF na linha de base
- Amplitude entre o pico e o nadir da FCF (desconsiderando variações - aceleração e desaceleração
- Regulada pelo SN autônomo - sinais de hipóxia
- Variabilidade da linha de base:
1) Normal ou moderada: 6-25 bpm
2) Variabilidade mínima: < 6 bpm
3) Variabilidade ausente: indetectável
4) Variabilidade aumentada: > 25 bpm - Padrão sinusoidal: variabilidade de ondas fixas e regulares em forma de sinos - HIPÓXIA GRAVE
Cardiotocografia - acelerações transitórias:
- IG > 32 semanas
1) Aumento da FCF > 15 bpm por > 15s e < 2 minutos - IG < 32 semanas
1) Aumento da FCF > 10 bpm por > 10s e < 2 minutos - Indica ótima vitalidade fetal, mas no anteparto não indica sofrimento na sua ausência
Cardiotocografia - desacelerações:
- Quedas periódicas da FCF > 15 bom por > 15s
- Se queda FCF > 10 min = mudança da linha de base
- Tipos de desacelerações:
1) Precoces (não indica hipóxia) - DIP I:
° Coincide com contração uterina (trabalho de parto)
° Queda gradual e simétrica
° Duração > 30s
2) Tardias (alterações patológicas - hipóxia) - DIP II:
° Inicia após decalagem da contração (trabalho de parto)
° Queda gradual e simétrica
° Duração > 30s
3) Variáveis (vistas foras do trabalho de parto) - DIP III:
° Não apresenta relação temporal c/ as contrações
° Queda é abrupta (< 30s)
Desacelerações precoce - fisiologia:
- Contrações uterinas
- Compressão do polo cefálico
- Aumento da pressão intracraniana
- Resposta vasovagal (SNA parassimpático)
- Desaceleração precoce
Desacelerações precoce - fisiopatologia:
- Contrações uterinas
- Diminuição da circulação uteroplacentária
- Feto: uso O2 do espaço interviloso
- Espaço interviloso: pO2 diminuído
- Hipóxia fetal
- Desaceleração tardia
Desacelerações variáveis - fisiologia:
- Compressão funicular (cordão umbilical)
- Hipóxia temporária fetal temporária
- Desaceleração
- PREOCUPA quando é frequente: hipóxia deixa de ser temporária e passa a ser persistente
Contrações uterinas:
- Importante é correlacionar com a FC
- > 5 contrações/10 min: taquissistolia
Mnemônico p/ interpretar a CTG:
- Dr: Definir risco (TP, ocitocina, risco alto)
- Co: Contrações
- Ni: Nível = linha de base
- V: Variabilidade
- A: Aceleração
- D: Desaceleração
- O: Orientação/Conduta
CTG anteparto:
- De repouso
1) Ativo: todos os parâmetros normais + pelo menos 2 desacelerações
2) Hipoativo: pelo menos 2 parâmetros normais
3) Inativo: nenhum ou apenas 1 parâmetro normal - Com estimulo (sonoro): se hipoativo ou inativo
1) Reativo: aumenta FCF > 20 bpm por > 3 min
2) Hiporreativo: aumenta FCF < 20 por < 3 min
3) Não reativo: ausência de aumento dos BCF
CTG intraparto:
Indicação: gestante c/ alto risco de hipóxia
- Categoria 1: normal
- Categoria 2: indeterminada (tudo que não categoria 1 e não é categoria 3)
- Categoria 3: sugestiva de hipóxia fetal
CTG intraparto - Categoria I (normal):
- TODOS os critérios abaixo:
1) Linha de base 110-160 bpm
2) Variabilidade moderada
3) Ausência de desacelerações tardias ou variáveis
4) Acelerações podem ou não estar presentes
5) Desacelerações precoces podem ou não estar presentes
CTG intraparto - Categoria III (sugere hipóxia):
- Variabilidade ausente OU mínima E:
1) Bradicardia OU
2) Desacelerações tardias recorrentes OU
3) Desacelerações variáveis recorrentes OU
Medidas de ressuscitação intrauterina:
Melhorar oxigenação:
1) Decúbito lateral
2) Suspender uterotônicos (ocitocina, misoprostol)
3) Suspender puxos dirigidos
4) Hidratação EV
5) Máscara de O2
Redução da atividade uterina:
1) Suspender uterotônicos
2) Hidratação venosa
3) Administrar uterolíticos (terbutalina) - se refratário às outras medidas
Medidas de ressuscitação intrauterina:
Aliviar a compressão do cordão umbilical:
- Mudança de posição materna
- Suspender puxos dirigidos
- Amnioinfusão
- Elevação do polo cefálico: compressão de cordão - prolapso de cordão
Corrigir hipotensão materna
- Mudança da posição materna
- Hidratação endovenosa
- Administração de efedrina
Conduta:
- CTG alterada: medidas de ressuscitação intrauterina
- Melhora do padrão da FCF:
1) Manter a gestação - Não melhora do padrão da FCF:
1) Resolução da gestação: - Parto vaginal operatório
- Cesárea de emergência
Dopplervelocimetria obstétrica - aspectos gerais:
- Mede: velocidade do fluxo sanguíneo dos vasos uterinos, placentários e fetais
- Avalia: hipóxia fetal crônica
- Diminuição gradativa da oferta de O2 e nutrientes
- Respostas adaptativas: RCIU, centralização, reduz MF
- Gestantes com risco ou suspeita de insuf. placentária
Doppler - vasos avaliados:
- A. uterina:
1) Circulação uteroplacentária
3) Avalia: invasão trofoblástica deficiente
2) Prediz: P.E e RCUI - A. umbilical:
1) Circulação feto-placentária
2) Avalia: insuficiência placentária e hipóxia
3) 1º território a ser avaliado na insuf. placentária - Artéria cerebral média (vaso fetal):
1) Circulação do território arterial fetal
2) Centralização hemodinâmica fetal (resposta compensatória) - Ducto venoso:
1) Circulação do território venoso fetal
2) Alterações indicam acidemia fetal (comprometimento de órgãos nobres e sofrimento fetal)
Bases biofísicas:
- Índice de pulsatilidade (IP): S-D/M
- Índice de resistência (IR): S-D/S
- Relação sístole-diástole (S/D): S/D
- Índices elevados: ALTA RESISTÊNCIA
1) Sístole: é o pico da onda (velocidade máxima)
2) Diástole: é o nadir da onda (velocidade mínima)
3) Média: ponto equidistante entre o pico e o nadir
Indicação de dopplervelocimetria:
- Risco ou suspeita de insuf. placentária:
- Hipertensão arterial, diabetes, colagenoses, trombofilias, cardiopatia materna, RCIU, gestação múltipla
- Predição de pré-eclâmpsia
- Rastreamento de anomalias cromossômicas
- Acompanhamento de anemia fetal (doença hemolítica perinatal e infecções congênitas)
Dopplervelocimetria - Artéria uterina:
- Artéria fora da cavidade amniótica (é materna)
- Baixa resistência (diástole cheia) - baixo IP e IR
- Importante p/ passar sangue p/ o feto
- Alteração da artéria uterina:
1) Decorre da invasão trofoblástica deficiente (maior resistência - IP > p95)
2) Risco de pré-eclâmpsia e RCF
3) Incisura protodiastólica: exclusiva da a. uterina
Dopplervelocimetria - Artéria umbilical:
- Avalia circulação feto-placentária (1º território a ser alterado na insuf. placentária)
- Baixa resistência (diástole cheia) - baixo IP e IR
- Alteração (insuficiência placentária):
1) Aumento da resistência: maior IP e IR > p95
2) Diástole ausente (não está passando nada)
3) Diástole reversa (está voltando sangue)
Dopplervelocimetria - Artéria cerebral média
- Avaliar o território ARTERIAL do feto
- Observada SE ALTERAÇÃO da artéria umbilical
- Alta resistência (diástole pequena) - IP e IR altos
- Alteração: resposta adaptativa à insuf. placentária:
1) Dilatação: diminui resistência (diástole cheia) - IP e IR diminuídos < p5 - “centralização hemodinâmica fetal”
2) Indica: hipóxia fetal importante
Dopplervelocimetria - Ducto venoso
- Avaliar o território VENOSO do feto
- Avaliada após centralização fetal
- Baixa resistência (onda A cheia) - IP e IR baixos
- Alterações:
1) Onda A pequena (IP e IR altos), ausente ou reversa
2) Alteração: IP > 1,0 ou 1,5 (varia c/ literatura)
3) Indica RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO (indica acidose fetal)
4) Se não fizer nada: óbito fetal
Perfil biofísico fetal - aspectos gerais:
- Avalia aspectos agudos e crônicos de hipóxia fetal
- Indicação: gestação de alto risco de hipóxia
- Variáveis:
1) Hipóxia aguda: FCF, movimentos respiratórios, movimentos corporais e tônus
2) Hipóxia crônica: volume do L.A - Junção: USG e CTG
Perfil biofísico fetal - ação da hipóxia:
- Hipóxia fetal afeta os parâmetros na seguinte ordem:
1) FCF
2) Movimentos respiratórios
3) Movimentos corporais
4) Tônus - A ordem é inversa ao desenvolvimento embrionário: tônus, mov. corporais, mov respiratórios e FCF