Terapia Intensiva Flashcards

1
Q

O que seria um estado de choque hiperdinâmico ou hipodinâmico?

A

Choque hiperdinâmico: é aquele que ocorre com débito cardíaco elevado e RVP diminuída.

Choque hipodinâmico: aquele que ocorre com débito cardíaco baixo e RVP aumentada.

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2
Q

Exemplos de choque hiperdinâmicos

A

Choque distributivo (sepse, anafilaxia, choque neurogênico)

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3
Q

Exemplos de choque hipodinâmico

A
  1. Choque obstrutivo (tamponamento, TEP, pneumotórax)
  2. Choque cardiogênico (IAM, valvopatias, miocardite)
  3. Choque hipovolêmico
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4
Q

Quais parâmetros hemodinâmicos são avaliados com o cateter de Swan-Ganz?

A
  1. Átrio direito - determinando a PVC: a volemia do paciente.
  2. Átrio esquerdo - determinando a Pcap ou PoAP: a congestão/sobrecarga no VE
  3. Débito cardíaco
  4. RESISTÊNCIA VASCULAR SISTÊMICA (IRVS)
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5
Q

Quais são os parâmetros utilizados que determinam o grau de oxigenação celular e onde podem ser medidos?

A
  1. Saturação venosa mista (SvO2) - deve estar em torno de 65% de SO2, avaliada na altura dos capilares pulmonares.
  2. Saturação venosa central (SvcO2) - em torno de 70%, avaliada no átrio direito.
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6
Q

Como estariam os parâmetros de DC, RVP, PVC, Pcap nos tipos de choque hipodinâmicos e hiperdinâmicos?

A
  • Choque hipovolêmico: DC baixo, RVP alta, PVC baixa e Pcap baixa.
  • Choque obstrutivo: DC baixo, RVP alta, PVC alta e Pcap alta.
  • Choque cardiogênico: DC baixo, RVP alta, PVC alta e Pcap alta.
  • Choque distributivo: DC alto, RVP baixa, PVC e Pcap normais ou baixas.
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7
Q

Como é feito o tratamento do choque hipovolêmico?

A
  1. Reposição volêmica com soluções cristaloides (SF ou ringer).
  2. Coloides, como albumina, se muito cristaloide já administrado.
  3. Concentrado de hemácias se perda sanguínea significativa.
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8
Q

Como é feito o manejo cardíaco no tratamento do choque cardiogênico e obstrutivo?

A

Como a bomba não está funcionando ou obstruída, deve-se realizar suporte inotrópico para o coração. Assim, em ordem de preferência:

  1. Dobutamina - 5 a 20 μg/kg/min.
  2. Dopamina - 3 a 10 μg/kg/min.
  3. Em caso de uso de betabloqueadores - usar milrinona ou levosimendana.
  4. Balão aórtico como última alternativa.
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9
Q

Como é feito o tratamento do choque distributivo?

A

A prioridade é o uso de vasopressores que atuarão nas arteríolas por meio de receptores alfa-adrenérgicos. Assim, em ordem de preferência:

  1. Noradrenalina .
  2. Dopamina (dose > 10 μg/kg/min para alcançar efeito alfa-adrenérgico).
  3. Vasopressina/ADH.
  4. Adrenalina - 1ª opção no choque anafilático por atuar tanto em receptores alfa como beta-adrenérgicos, combatendo, também, broncoespasmo.
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10
Q

Quais são os parâmetros avaliados num quadro de perda volêmica em situações de hemorragia?

A
  1. FC
  2. FR
  3. Pressão sistólica
  4. Débito urinário
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11
Q

A partir dos quatro graus em que se gradua uma perda volêmica, qual a maneira mais rápida de delimitar se o paciente está entre 1 e 2 ou entre 3 e 4?

A

A partir da pressão sistólica: paciente normotenso é grau 1 ou 2, enquanto paciente hipotenso é grau 3 ou 4.

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12
Q

Há diferença na reposição volêmica, dependendo do grau de hipovolemia, dos pacientes com choque hipovolêmico por hemorragia?

A

Sim. Pacientes de grau 1 e 2 fazem reposição com cristaloides, enquanto pacientes 3 e 4 fazem cristaloides e concentrado de hemácias.

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13
Q

Como diferenciar se o paciente hipovolêmico é de grau 1 ou 2?

A

FC normal, FR normal e débito urinário normal: grau 1.

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14
Q

Como diferenciar se o paciente hipovolêmico é de grau 3 ou 4?

A

Perdeu mais de 40% da volemia (> 2000 ml), FC a 140 e FR > 40 - “regra dos 40”: grau 4

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15
Q

Defina sepse.

A

Resposta imune desregulada a uma infecção com disfunção de órgão(s), sendo potencialmente fatal.

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16
Q

Quais são as interleucinas sabidamente aumentadas na sepse?

A

TNF-α, IL-1 e IL-6.

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17
Q

O aumento do lactato em um paciente séptico traduz…

A

Má perfusão tecidual.

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18
Q

O que quer dizer a sigla SOFA no contexto de sepse?

A

Avaliação de Falência Orgânica relacionada a Sepse.

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19
Q

O escore SOFA é utilizado para se definir sepse?

A

Não, ele é utilizado para avaliar o risco de disfunções orgânicas.

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20
Q

Quais são os elementos avaliados no escore SOFA?

A

São 6 (grandes sistemas + coagulação).

  1. S: sangue; avaliar plaquetas - indivíduo tende a ficar plaquetopênico.
  2. S: SNC - avaliar Glasgow
  3. O: oxigenação - PaO2/FiO2
  4. F: fígado - acúmulo de bilirrubina com consequente icterícia.
  5. A: arterial pressure - PAM
  6. A: anúria - avaliar função renal via creatinina/ureia
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21
Q

A partir de que pontuação já se entende risco de disfunção orgânica a partir do escore SOFA?

A

A partir de 2 pontos, sendo que são 6 critérios.

22
Q

O q-SOFA é uma ferramenta para avaliação rápida do paciente à beira do leito sem que tenha que se esperar por resultados laboratoriais para se definir risco de disfunção orgânica pelo SOFA tradicional. Quais elementos são utilizados nesse escore (q-SOFA)?

A
  1. FR > 22 irpm
  2. PAS < 100 mmHg
  3. Glasgow < 15
23
Q

Qual a definição de choque séptico?

A

Choque séptico é o paciente que, em sepse, não responde hemodinamicamente à reposição volêmica, necessitando de aminas para reestabelecer uma PAM > 65 mmHg e lactato > 2 mmol/L.

24
Q

Como é o manejo inicial da sepse (pacote da 1ª hora)?

A
  1. Medir lactato - se ≥ 2 mmol/L, reavaliar em 2 a 4h.
  2. Reposição volêmica com cristaloides - 30 ml/kg (fazer em 3h).
  3. Administrar noradrenalina para atingir PAM ≥ 65 mmHg. Senão houver resposta, tentar adrenalina ou vasopressina.
  4. Cultura para ATBterapia de amplo espectro.
25
Q

No paciente refratário ao tratamento do pacote da 1ª hora da sepse, como proceder?

A
  1. Corticoide (hidrocortisona, 200 mg/dia, 5-7 dias).
  2. Hemotransfusão (se Hb < 7)
  3. Dobutamina na fase tardia da sepse se DC reduzido ou SvcO2 < 70%.
26
Q

Quatro passos iniciais da abordagem na alteração de consciência.

A
  1. Escala de coma de Glasgow.
  2. Investigação para lesão de tronco encefálico.
  3. Causa estrutural ou metabólica?
  4. Suporte.
27
Q

Como se pesquisa uma eventual lesão de tronco encefálico?

A

Reflexos de tronco, como fotomortor, corneopalpebral, oculocerebral, oculovestibular.

28
Q

Qual causa metabólica de alteração do nível de consciência pode apresentar sinais de déficits neurológicos focais?

A

Hipoglicemia.

29
Q

Como é feito o suporte inicial do paciente com alteração do nível de consciência?

A
  1. Manutenção e proteção de vias aéreas.
  2. Excluir hipoglicemia, distúrbios hidroeletrolíticos e eventuais convulsões.
  3. Monitorizar PIC e PAM.
30
Q

Na hipertensão intracraniana, quais achados podemos encontrar no paciente?

A

Cefaleia, vômitos em jato, papiledema, paralisia do 6º par de nervos cranianos.

31
Q

A tríade de Cushing é característica de qual quadro? Quais os componentes da síndrome?

A
  1. HAS.
  2. Bradicardia.
  3. Arritmias respiratórias.
32
Q

Qual a conduta no caso de hipertensão intracraniana?

A
  1. Manter PIC < 20 mmHg (cabeceira de 30 a 45º; sedação; manitol ou salina hipertônica para sequestrar líquido do SNC).
  2. Administração de corticoide se edema por abscesso ou tumor.
  3. Hiperventilação transitória, já que CO2 causa vasoconstrição.
  4. Cateter para drenagem de liquor / hemicraniectomia descompressiva em casos graves.
33
Q

Quais são os pré-requisitos para se determinar morte encefálica?

A
  1. Lesão encefálica conhecida e irreversível.
  2. Manutenção do quadro hospitalar por 6h (24h se causa hipóxico-isquêmica).
  3. Sinais vitais: temperatura > 35ºC, SatO2 ≥ 94% e PAM ≥ 65 mmHg.
34
Q

Como deve ser feita uma avaliação clínica para se estabelecer morte encefálica?

A
  1. Dois médicos presentes.
  2. Pelo menos um dos médicos especializados em UTI, neurologia, neurocirurgia ou medicina de emergência.
  3. Evidenciar coma não perceptivo e ausência de reflexos de tronco.
35
Q

Qual o intervalo (em horas) da avaliação médica em um paciente para se estabelecer morte encefálica?

A
  1. 7 dias a 2 meses incompletos: 24h.
  2. 2 meses a 2 anos de idade: 12h.
  3. ≥ 2 anos: 1h.
36
Q

Como o teste da apneia auxilia no diagnóstico de morte encefálica?

A

Em níveis de PCO2 ≥ 55 mmHg o tronco encefálico estimularia intensamente a inspiração. Caso não ocorra, está corroborado o diagnóstico de morte encefálica.

37
Q

Pode-se dividir a insuficiência respiratória em dois tipos:

A
  1. Hipoxêmica.

2. Hipercápnica.

38
Q

O que é o distúrbio V/Q?

A

Distúrbio ventilação-perfusão, em que o oxigênio que chega aos alvéolos não alcança apropriadamente os capilares.

39
Q

Cite causas de insuficiência respiratória por distúrbio V/Q.

A

Pneumonia, SDRA, insuficiência cardíaca E com acúmulo de líquido pulmonar.

40
Q

Em que níveis consideramos uma PaO2/FiO2 baixa?

A

Quando < 300.

41
Q

Na insuficiência respiratória hipercápnica, qual a fisiopatologia da síndrome e quais os principais representantes da mesma?

A

Há dificuldade de expelir o gás carbônico produzido, havendo, logo, acúmulo do mesmo.

DPOC e miastenia gravis.

42
Q

Quais os níveis de PaCO2 que consideramos normais e quais esperamos encontrar em pacientes com insuficiência respiratória hipercápnica?

A
  • PaCO2 normal: 35-45 mmHg.

- PaCO2 pacientes hipercápnicos: > 50 mmHg,

43
Q

Qual a principal causa da síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)?

A

Sepse.

44
Q

Como evolui a fisiopatologia da SDRA?

A
  1. Exsudação.
  2. Proliferação celular.
  3. Fibrose.
45
Q

Qual o critério utilizado para diagnóstico de SDRA?

A

Critérios de Berlim.

46
Q

Quais são os critérios de Berlim?

A
  1. Início agudo de evento que precipitou (<7 dias) ou agudização recente.
  2. Descartar causa cardíaca ou hipovolêmica.
  3. RX de tórax com opacidades bilaterais - não explicada por derrame pleural, pneumonia, etc.
  4. Alteração da PaO2/FiO2.
47
Q

Qual a base do tratamento da SDRA?

A

Tratar a causa base, na maioria das vezes, a sepse.

48
Q

O uso de diuréticos ou corticoide está indicado na SDRA?

A

Não, não apresentam efeitos significativos positivos na melhora do quadro.

49
Q

Do que se trata a ventilação protetora utilizada na SDRA?

A

O pulmão do paciente com SDRA é pouco complacente (“duro”) e, por isso, evita-se administrar quantidades normais de oxigênio para evitar volutrauma, desenvolvendo uma hipercapnia permissiva.

50
Q

Quando está indicado o uso de corticoides em pacientes em choque séptico?

A

Após refratariedade da administração de aminas vasopressoras.