Saúde da Mulher - P2 (Vulvovaginites e DIPs) Flashcards

1
Q

Quais as principais partes anatômicas do útero?

A

Fundo, corpo, istmo e colo (cérvix).

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2
Q

Qual é a posição mais comum do útero na pelve?

A

Anteversoflexão (inclinado para frente e dobrado sobre si).

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3
Q

Quais são os ligamentos mais importantes para a sustentação do útero?

A

Ligamento largo, ligamento redondo, ligamentos uterossacros e ligamentos cardinais (cervicais transversos).

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4
Q

Que estruturas o ligamento largo do útero abrange?

A

Mesométrio (envolve o útero), mesossalpinge (envolve a tuba uterina) e mesovário (sustenta o ovário).

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5
Q

Qual a principal artéria que irriga o útero?

A

A artéria uterina (ramo da artéria ilíaca interna).

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6
Q

Como ocorre a drenagem venosa do útero?

A

Pelo plexo venoso uterino, que drena para veias uterinas e, depois, para a veia ilíaca interna.

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7
Q

Para onde drenam os linfáticos do corpo e colo do útero?

A

Principalmente para linfonodos ilíacos externos, internos e sacrais.

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8
Q

Qual é a inervação básica do útero?

A

Recebe fibras simpáticas (T10–L2) e parassimpáticas (S2–S4) via plexo hipogástrico inferior.

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9
Q

Quais são as principais regiões do ovário (internamente)?

A

Córtex (onde estão os folículos) e medula (com vasos e nervos).

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10
Q

Qual o principal ligamento que fixa o ovário à parede pélvica?

A

Ligamento suspensor do ovário (ou infundíbulo-pélvico).

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11
Q

Qual o ligamento que une o ovário ao útero?

A

Ligamento próprio do ovário.

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12
Q

Qual artéria supre o ovário?

A

Artéria ovárica (ramo direto da aorta abdominal).

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13
Q

Como ocorre a drenagem venosa dos ovários?

A

Pela veia ovárica; à direita, drena na veia cava inferior; à esquerda, na veia renal esquerda.

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14
Q

Para onde drenam os linfáticos do ovário?

A

Para os linfonodos lombares (paraaórticos).

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15
Q

Como se dá a inervação básica dos ovários?

A

Pelas fibras do plexo ovárico (T10–T11) e parte do plexo hipogástrico inferior.

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16
Q

Quais são as quatro partes das tubas uterinas?

A

Infundíbulo (com fímbrias), ampola, istmo e porção uterina (intramural).

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17
Q

Em qual porção da tuba uterina ocorre, na maioria das vezes, a fertilização?

A

Na ampola.

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18
Q

De onde vêm as artérias que irrigam as tubas uterinas?

A

Ramos da artéria uterina e da artéria ovárica.

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19
Q

Como se dá a drenagem venosa das tubas uterinas?

A

Através de veias que seguem para o plexo uterino ou para o plexo pampiniforme (associado ao ovário).

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20
Q

Qual é a inervação das tubas uterinas?

A

Recebem fibras do plexo hipogástrico inferior, com componentes simpáticos e parassimpáticos.

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21
Q

O que é o prolapso uterino?

A

Deslocamento do útero para baixo quando os ligamentos de suporte (uterossacro, cardinal, etc.) estão enfraquecidos.

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22
Q

O que é a endometriose?

A

Presença de tecido endometrial fora do útero, podendo afetar pélvis e causar dor e infertilidade.

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23
Q

O que são cistos ovarianos e qual a relevância clínica?

A

Cavidades preenchidas por líquido no ovário; podem causar dor ou complicações como ruptura.

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24
Q

O que é a torção do ovário?

A

Rotação do ovário em torno do seu ligamento suspensor, comprometendo a vascularização e causando dor aguda.

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25
O que é a gravidez ectópica tubária?
Implantação do embrião na tuba uterina, em vez de se fixar na cavidade uterina, com risco de rotura e hemorragia.
26
O que é Doença Inflamatória Pélvica (DIP)?
É uma síndrome inflamatória que acomete útero, trompas e estruturas pélvicas adjacentes, geralmente causada por infecção ascendente do trato genital inferior.
27
Quais os principais agentes etiológicos da DIP?
Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis são os mais comuns, mas a infecção pode ser polimicrobiana (anaeróbios, micoplasmas, etc.).
28
Quais fatores de risco estão associados à DIP?
Múltiplos parceiros sexuais, IST prévias, não uso de preservativos, duchas vaginais frequentes e idade < 25 anos.
29
Quais os sinais e sintomas mais frequentes na DIP?
Dor pélvica ou abdominal inferior, corrimento vaginal anormal, dispareunia, febre e dor à palpação do útero e anexos no exame físico.
30
Como é o diagnóstico clínico básico da DIP segundo o Ministério da Saúde?
Presença de dor pélvica associada a pelo menos um achado de dor à mobilização do colo do útero, dor em útero e/ou dor em anexos, na ausência de outra causa evidente.
31
Qual a prevalência aproximada de DIP no Brasil?
Estimativas variam conforme a região, mas a DIP continua sendo uma das principais causas de morbidade ginecológica em mulheres sexualmente ativas, sobretudo adolescentes e jovens adultas.
32
Como o Ministério da Saúde recomenda o tratamento ambulatorial inicial da DIP leve a moderada?
Geralmente com Ceftriaxona 250 mg IM dose única + Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 14 dias + Metronidazol 250 mg VO 12/12h por 14 dias (esquema pode variar conforme atualizações).
33
O que a FEBRASGO indica sobre o manejo de DIP?
Segue protocolos semelhantes ao MS, reforçando a importância de cobertura para gonococo, clamídia e anaeróbios, além de acompanhamento clínico rigoroso e investigação de complicações.
34
Quais complicações podem ocorrer na DIP não tratada?
Abscesso tubo-ovariano, dor pélvica crônica, infertilidade e maior risco de gestação ectópica.
35
Como prevenir a DIP?
Uso de preservativos, identificação e tratamento precoce de IST, rastreamento de clamídia e gonorreia em populações de risco e educação sexual.
36
O que são vulvovaginites infecciosas?
São infecções que acometem vulva e/ou vagina, causadas por microorganismos como fungos, bactérias ou protozoários (ex.: Candida, Gardnerella, Trichomonas).
37
Quais as causas mais frequentes de vulvovaginite?
Candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis) e tricomoníase (Trichomonas vaginalis).
38
Quais características clínicas típicas da candidíase vulvovaginal?
Corrimento esbranquiçado (tipo “coalho”), prurido intenso, ardência e hiperemia da vulva. PH < 4,5
39
Como se apresenta clinicamente a vaginose bacteriana?
Corrimento acinzentado, homogêneo, com odor fétido (peixe), especialmente após contato com álcali (Teste das Aminas), SEM PRURIDO geralmente.
40
Quais os achados comuns na tricomoníase?
Corrimento amarelado ou esverdeado, muitas vezes espumoso, associado a prurido e hiperemia cervical (colo em “morango”).
41
Qual a prevalência de vulvovaginites no Brasil?
São extremamente frequentes; a candidíase e a vaginose bacteriana estão entre as mais relatadas em serviços de atenção primária.
42
Como o Ministério da Saúde orienta tratar a candidíase vulvovaginal?
Uso de antifúngicos azólicos (ex.: Fluconazol 150 mg VO dose única ou Miconazol creme vaginal) dependendo da gravidade e recorrência.
43
Qual o tratamento recomendado de vaginose bacteriana segundo MS e FEBRASGO?
Metronidazol 2 g VO dose única ou Metronidazol 500 mg 12/12h por 7 dias; alternativa: Clindamicina creme vaginal 7 dias.
44
Como se trata a tricomoníase conforme o protocolo do MS?
Metronidazol ou Tinidazol 2 g VO em dose única; tratar também parceiros e orientar abstinência sexual até conclusão.
45
Quais complicações podem decorrer de vulvovaginites infecciosas?
Se não tratadas, podem predispor a DIP, infecções ascendentes, desconforto crônico e impacto na qualidade de vida.
46
Quais fatores predisponentes para vulvovaginite fúngica?
Uso de antibióticos, diabetes descompensado, imunossupressão, roupa apertada e higiene inadequada. ## Footnote A elevação dos níveis de estrogênio → aumenta o depósito de glicogênio nas células do epitélio vaginal → mais substrato disponível para Candida albicans → maior risco de proliferação do fungo.
47
Por que é importante diferenciar vulvovaginites infecciosas de inflamatórias não infecciosas?
Para evitar tratamentos inadequados; inflamações não infecciosas (p. ex., dermatite de contato) não respondem a antimicrobianos.
48
Como diagnosticar vulvovaginites?
1. História clínica; 2. Exame ginecológico; 3. Teste de pH vaginal, pesquisa de “clue cells” no corrimento; 4. Teste das aminas ; 5. Ee, se necessário, cultura ou PCR.
49
Quais orientações gerais de prevenção de vulvovaginites?
Boa higiene íntima, evitar duchas vaginais, uso de preservativos, tratar parceiros em casos de tricomoníase e manter controle de doenças crônicas.
50
Qual a importância do rastreio e manejo adequado dessas infecções para a saúde reprodutiva?
Previne complicações como infertilidade, aborto, parto prematuro, dor pélvica crônica e reduz a transmissão de IST.
51
Cenário: Mulher de 23 anos, sexualmente ativa, com dor pélvica há 4 dias, febre baixa e corrimento vaginal purulento. Exame físico: dor à palpação de anexos e mobilização do colo uterino.
DIP (Doença Inflamatória Pélvica). ## Footnote Principais agentes: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. Tratamento ambulatorial: Ceftriaxona 500 mg IM dose única + Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h (14 dias) + Metronidazol 250 mg VO 12/12 h (14 dias).
52
Cenário: Mulher de 30 anos, relata prurido vaginal intenso e corrimento branco 'grumoso'. Nega odor fétido. Exame: vulva eritematosa e placas esbranquiçadas na mucosa vaginal.
Candidíase Vulvovaginal. ## Footnote Principais fatores de risco: Uso de antibióticos, DM mal controlado, imunossupressão. Tratamento: Fluconazol 150 mg VO dose única ou antifúngicos tópicos (miconazol, clotrimazol etc.).
53
Cenário: Paciente de 28 anos com corrimento vaginal acinzentado e homogêneo, odor de 'peixe podre' após contato com KOH a 10%. pH vaginal > 4,5. Nega prurido intenso.
Vaginose Bacteriana (por Gardnerella vaginalis). ## Footnote Diagnóstico: Teste das aminas (Whiff Test) positivo, presença de 'clue cells' na microscopia. Tratamento: Metronidazol 2 g VO em dose única OU Metronidazol 500 mg VO 12/12h por 7 dias.
54
Cenário: Mulher de 32 anos, queixa-se de corrimento vaginal amarelado-esverdeado, espumoso, com prurido intenso e dispareunia. Exame especular: colo 'em framboesa' (pontilhado hemorrágico).
Tricomoníase (Trichomonas vaginalis). ## Footnote Diagnóstico: Exame a fresco (protozoários móveis). Tratamento: Metronidazol ou Tinidazol 2 g VO em dose única.
55
Cenário: Paciente de 20 anos com dor pélvica unilateral súbita e intensa, náuseas e febre baixa. Exame pélvico: dor anexial e defesa muscular local. USG sugere massa em anexo. Refere corrimento vaginal prévio.
Possível Abscesso Tubo-ovariano (complicação de DIP). ## Footnote É urgente avaliar se há necessidade de internação para antibióticos IV e possível drenagem. Esquema hospitalar geralmente inclui Ceftriaxona + Doxiciclina + Metronidazol endovenosos.
56
Cenário: Paciente de 25 anos, múltiplos parceiros, sem uso de preservativo, apresenta corrimento cervical mucopurulento e sangramento pós-coito. Refere disúria.
Infecção por Chlamydia trachomatis (cervicite). ## Footnote Tratamento: Azitromicina 1 g VO dose única OU Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias. Importante rastrear e tratar parceiros.
57
Cenário: Mulher de 34 anos com corrimento vaginal branco-leitoso, sem odor. Refere coceira leve e ardência ao urinar. Exame: não há clue cells nem odor de peixe. KOH negativo.
Possível Candidíase leve (forma atípica, mas sem odor fétido ou teste das aminas positivo). ## Footnote Investigação adicional recomendada se persistência dos sintomas. Tratamento usual: Fluconazol 150 mg VO dose única.
58
Cenário: Mulher de 29 anos, dor hipogástrica moderada, febre 38°C, corrimento vaginal amarelado e odor forte. Ao toque vaginal, dor à palpação de útero e anexos. Refere história de gonorreia não tratada.
DIP moderada/Severa provavelmente por gonococo e microrganismos associados. ## Footnote Tratamento hospitalar: Ceftriaxona IV + Doxiciclina VO + Metronidazol VO ou IV, dependendo do protocolo local.
59
Cenário: Paciente de 26 anos, refere prurido vulvar intenso, corrimento branco-grumoso repetidas vezes nos últimos 6 meses, principalmente antes do período menstrual.
Candidíase de repetição (recorrente). ## Footnote Investigar fatores predisponentes (DM, HIV, uso crônico de antibióticos). Tratamento prolongado ou de manutenção (Fluconazol 150mg 1x/ semanal, durante 6 meses).
60
Cenário: Mulher de 18 anos, inicia vida sexual há 6 meses, relata corrimento vaginal abundante, amarelo, odor fétido e sangramento intermenstrual leve. Exame especular: presença de pus no canal cervical.
Suspeita de Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae). ## Footnote Tratamento: Ceftriaxona 500 mg IM (dose única) + cobertura para clamídia (Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias). Reforçar uso de preservativos e rastreamento de outras IST.
61
Cenário: Gestante de 10 semanas com dor em baixo ventre, febre, corrimento purulento, mobilização dolorosa do colo uterino.
DIP na gravidez. ## Footnote Risco de aborto, parto prematuro e infecção neonatal. Tratamento HOSPITALAR: Ceftriaxona + Azitromicina + Metronidazol, respeitando contraindicações específicas ao trimestre gestacional.
62
Cenário: Menina de 8 anos apresentando corrimento vaginal com odor fétido, hiperemia vulvar, dor ao exame físico.
Vulvovaginite em criança. ## Footnote Causas comuns: Má higiene local, infecções bacterianas inespecíficas, parasitas intestinais. Alerta: Investigar possibilidade de abuso sexual se IST típica.
63
Cenário: Criança de 6 anos com corrimento purulento e cultura positiva para Neisseria gonorrhoeae.
Alta suspeita de abuso sexual. ## Footnote Conduta: Notificação ao conselho tutelar; investigar outras IST e avaliar suporte psicossocial.
64
Cenário: Mulher com HIV positivo (CD4 < 200 células/mm³), dor pélvica, febre, corrimento vaginal.
DIP em paciente imunossuprimida. ## Footnote Características: Maior risco de complicações, maior gravidade, possíveis patógenos oportunistas. Tratamento: Cobertura ampla e internação.
65
Cenário: Gestante de 28 semanas com corrimento branco e prurido intenso, sem odor fétido.
Candidíase vulvovaginal na gravidez. ## Footnote Tratamento: Antifúngicos tópicos por 7–14 dias. Evitar fluconazol oral em altas doses na gravidez.
66
Cenário: Mulher com HIV e candidíase vaginal de repetição, corrimento branco ‘coalhado’, prurido intenso.
Candidíase recorrente associada à imunossupressão. ## Footnote Abordagem: Regime de manutenção pode ser necessário. Buscar controle otimizado da infecção pelo HIV.
67
Cenário: Puérpera (pós-parto) com febre, dor pélvica e odor fétido intenso em loquióscopia.
Endometrite / DIP puerperal. ## Footnote Causa: Infecção ascendente do trato genital após parto. Tratamento: Antibióticos de amplo espectro conforme protocolos obstétricos.
68
Quais são os 4 critérios de Amsel para diagnóstico de vaginose bacteriana?
1. Corrimento homogêneo, fino, acinzentado. 2. pH vaginal > 4,5. 3. Teste das aminas (Whiff test) positivo (odor de peixe ao adicionar KOH). 4. Presença de “clue cells” na microscopia do corrimento. ## Footnote 3 dos 4 critérios confirmam o diagnóstico.
69
Em qual vulvovaginite o pH vaginal costuma permanecer < 4,5?
Candidíase vulvovaginal. ## Footnote Bacteriana e tricomoníase geralmente elevam o pH > 4,5.
70
Quando tratar o parceiro sexual em casos de vulvovaginites?
Tricomoníase: Sim (obrigatório). Gonorreia/Clamídia: Sim (IST). Candidíase: Não há recomendação de rotina (não é IST típica). Vaginose Bacteriana: Também não se trata parceiro de rotina.
71
O que é o “sinal de Chandelier”?
É a dor intensa à mobilização do colo uterino, característica de DIP. A paciente “salta” de dor como se fosse agarrar um lustre (chandelier).
72
Qual o teste que diferencia corrimento de vaginose bacteriana e tricomoníase quando ambos têm pH > 4,5?
Exame a fresco (microscopia): Vaginose Bacteriana: Presença de clue cells, sem protozoários móveis. Tricomoníase: Visualizam-se protozoários flagelados móveis (Trichomonas vaginalis).
73
Paciente com “colo em framboesa” (lesões puntiformes avermelhadas) e corrimento verde-amarelado espumoso. Qual o agente?
Trichomonas vaginalis (tricomoníase).
74
Qual a diferença entre leucorreia fisiológica na gravidez e vaginose/candidíase?
Leucorreia fisiológica: É translúcida ou esbranquiçada, sem odor fétido, sem prurido, pH geralmente ácido (< 4,5) e não há sinais inflamatórios marcantes. Vaginose/candidíase: Podem ter alteração de cor, odor, pH ou sintomas (prurido, ardência).
75
Por que se deve investigar abuso sexual quando crianças apresentam gonorreia ou clamídia?
Porque são IST típicas de transmissão sexual. Em crianças, esses patógenos não são habituais e exigem investigação de violência sexual.
76
Qual a “pegadinha” na administração de Metronidazol para gestantes com vaginose ou tricomoníase?
Preferência por esquemas orais mesmo na gravidez; antes temia-se teratogenicidade, mas é seguro após o 1º trimestre. Nos protocolos brasileiros, Metronidazol ou Tinidazol podem ser usados em dose única ou fracionada, dependendo do trimestre.
77
Qual a relevância do controle glicêmico em pacientes com candidíase de repetição?
A hiperglicemia favorece o crescimento fúngico (Candida sp.). Indivíduos diabéticos descompensados têm maior chance de candidíase recorrente.
78
Em DIP, por que é importante cobrir anaeróbios na terapia?
Porque a DIP costuma ser polimicrobiana (envolvendo bactérias anaeróbias do trato genital), não apenas gonococo/clamídia. Por isso, Metronidazol ou Clindamicina são associados a um beta-lactâmico ou tetraciclina.
79
Em paciente com DIP, por que se fala em maior risco de gravidez ectópica no futuro?
A inflamação e cicatrização das tubas podem causar estreitamento ou bloqueio, dificultando a passagem do embrião e predispondo à implantação ectópica.
80
Por que candidíase não é considerada IST?
Embora possa ocorrer aumento dos sintomas após relação sexual, a Candida faz parte da microbiota e o fator principal é o desequilíbrio local (pH, flora, imunidade), não a transmissão sexual.
81
Quais os locais mais comuns de endometriose?
1. Ovários; 2. Ligamentos útero-sacro 2. Fundos anterior e posterior
82
83
84
Por que o uso de álcool deve ser evitado durante o tratamento da DIP com metronidazol?
Porque o metronidazol pode causar efeito dissulfiram-like, provocando acúmulo de acetaldeído e sintomas como náuseas, vômitos, sudorese, rubor facial, taquicardia e hipotensão.
85
O que significa efeito dissulfiram-like?
Reação adversa causada por inibição da enzima aldeído desidrogenase, levando ao acúmulo de acetaldeído quando o paciente ingere álcool.
86
Qual fármaco deu origem ao nome efeito dissulfiram-like?
Dissulfiram — medicamento usado no tratamento do alcoolismo crônico, que causa intencionalmente esse efeito para desencorajar o consumo de álcool.
87
Quanto tempo após o fim do metronidazol o paciente deve evitar álcool?
Pelo menos 48 horas após a última dose.
88
Quais medicamentos mais comuns têm efeito dissulfiram-like?
Metronidazol, Tinidazol, Secnidazol, Cetoconazol (oral), Algumas cefalosporinas (ex: cefoperazona).
89
90
Quais os principais critérios clínicos para suspeitar de DIP?
Dor hipogástrica ou pélvica Dor à mobilização do colo uterino Dor à palpação de útero ou anexos História de IST ou fator de risco (ex: múltiplos parceiros, ausência de preservativo)
91
Quais os principais agentes causadores de DIP no SUS?
Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Anaeróbios (ex: Gardnerella, Mycoplasma, Peptostreptococcus)
92
Quando internar paciente com DIP?
Estado geral comprometido Dor intensa ou incapacitante Vômitos/náuseas intensos Febre persistente após 48-72h de antibiótico Suspeita de abscesso tubo-ovariano Falha terapêutica ambulatorial Dificuldade de excluir emergência cirúrgica (ex: apendicite) Gestante Imunossupressão
93
O que é febre persistente na DIP segundo o SUS?
Febre ≥ 38°C que persiste por mais de 48-72 horas após início de antibiótico adequado.
94
Como reconhecer dor intensa na DIP?
Dor abdominal/pélvica que: Limita o exame físico Impede alimentação adequada Impede deambulação Não melhora com analgésicos comuns
95
Qual o esquema ambulatorial para DIP leve/moderada no SUS?
Ceftriaxona 500 mg IM dose única Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 14 dias Metronidazol 500 mg VO 12/12h por 14 dias
96
Qual o esquema hospitalar para DIP grave no SUS?
Ceftriaxona 1g IV 1x/dia Doxiciclina 100 mg VO 12/12h Metronidazol 500 mg IV 8/8h → Completar 14 dias de antibiótico (parenteral seguido de VO)
97
Classificação da DIP - Estádio 0
Cervicites (agentes presentes no colo uterino). ## Footnote Este é considerado um estágio pré-DIP.
98
Classificação da DIP - Estádio 1a
Endometrite. ## Footnote Neste estágio, os agentes infecciosos ascendem e passam pelo endométrio.
99
Classificação da DIP - Estádio 1b
Salpingite sem peritonite. ## Footnote A infecção atinge as tubas uterinas, mas ainda não há inflamação do peritônio.
100
Classificação da DIP - Estádio 2
Salpingite com peritonite. ## Footnote A infecção das tubas uterinas se estende e causa inflamação do peritônio pélvico. A dor é desencadeada a partir da entrada dos agentes na cavidade uterina, tornando-se maior quando o conteúdo purulento contamina a cavidade pélvica.
101
Classificação da DIP - Estádio 3
Piossalpinge/abscesso tubo-ovariano (ATO). ## Footnote Ocorre a formação de pus na trompa de Falópio (piossalpinge) ou a formação de um abscesso envolvendo a trompa e o ovário (ATO). Quando há fusão das fímbrias, poderá ocorrer relativa diminuição da sensação dolorosa e se tornar máxima quando há ruptura do ATO. A ultrassonografia transvaginal (USTV) pode mostrar imagem de ATO.
102
Classificação da DIP - Estádio 4a
Abscesso tubo-ovariano roto. ## Footnote O abscesso tubo-ovariano se rompe, liberando conteúdo purulento na cavidade pélvica.
103
Classificação da DIP - Estádio 4b
Hidrossalpinge/hidrooforossalpinge. ## Footnote Caracteriza-se pelo acúmulo de líquido seroso na trompa de Falópio (hidrossalpinge) ou no ligamento largo envolvendo o ovário (hidrooforossalpinge) como uma sequela da infecção.
104
Leucocitose sanguínea está presente na vaginose bacteriana e na Doença Inflamatória Pélvica (DIP)? Explique.
✅ DIP: Leucocitose sanguínea comum (infecção sistêmica). Leucócitos abundantes no endocérvice. Associação com aumento de PCR/VHS. ❌ Vaginose bacteriana: Não causa leucocitose sistêmica. Pode haver poucos leucócitos na secreção. É desequilíbrio da flora vaginal, sem inflamação significativa.
105
Qual é a conduta inicial na bartolinite sem abscesso?
Antibioticoterapia e analgesia.
106
Qual é o tratamento da bartolinite com formação de abscesso?
Drenagem cirúrgica associada a antibioticoterapia.
107
Quais antibióticos são geralmente usados no tratamento da bartolinite?
Amoxicilina + clavulanato ou cefalexina + metronidazol.
108
Qual é o procedimento indicado nos casos de bartolinite recorrente?
Marsupialização ou remoção cirúrgica da glândula de Bartholin.
109
Após a drenagem de um abscesso de Bartholin, que cuidados gerais devem ser orientados?
Banho de assento com água morna, higiene local adequada, analgesia, e evitar atividade sexual até cicatrização completa.
110
Quando é necessário associar antibiótico ao tratamento da bartolinite?
Sempre que houver abscesso, sinais sistêmicos de infecção, ou suspeita de flora mista/IST.
111
Qual é o objetivo da marsupialização no tratamento da bartolinite?
Prevenir recidivas mantendo o canal de drenagem aberto.
112
Quais são os principais sintomas da ruptura de cisto ovariano?
Dor súbita, unilateral, de leve a moderada intensidade, geralmente após esforço físico, relação sexual ou micção. Pode haver náuseas leves e líquido livre na pelve ao ultrassom. Geralmente sem sinais sistêmicos.
113
Quais são os achados típicos no US transvaginal na ruptura de cisto ovariano?
Cisto hipoecoico ou anecoico com conteúdo homogêneo, bordas finas, vascularização preservada ao Doppler e pequena quantidade de líquido livre na pelve.
114
Qual a conduta na ruptura de cisto ovariano em paciente estável?
Expectante: analgesia, repouso e observação clínica. Reavaliação se piora do quadro. Internação apenas se sangramento for significativo ou instabilidade.
115
O que caracteriza o quadro clínico típico da torção de ovário?
Dor súbita e intensa em fossa ilíaca (geralmente direita), náuseas e vômitos frequentes, sinais de irritação peritoneal. Pode haver taquicardia e palidez em casos graves.
116
Quais os achados ultrassonográficos típicos na torção de ovário?
Ovário aumentado de volume, fluxo venoso e arterial diminuído ou ausente no Doppler. Pode haver massa anexial e sinal do redemoinho (torção do pedículo vascular).
117
Qual a conduta diante de torção ovariana confirmada?
Cirurgia de urgência (preferência por laparoscopia). Se viável, fazer destorção e preservar o ovário. Se necrosado, realizar ooforectomia.
118
Quais os principais fatores de risco para torção ovariana (5)?
1. Cistos > 5 cm 2. indução ovulatória 3. gestação (1º trimestre) 4. história prévia de torção 5. mobilidade uterina alterada.
119
Como diferenciar torção de ovário e ruptura de cisto pelo Doppler?
Na torção: fluxo diminuído ou ausente no ovário afetado. Na ruptura: fluxo preservado, indicando ausência de isquemia.
120
Como diferenciar clinicamente torção de ovário e ruptura de cisto?
Torção: dor súbita intensa, náuseas/vômitos, exame com dor acentuada e defesa. Ruptura: dor súbita mais branda, sem sinais sistêmicos intensos, dor leve à palpação.
121
Idade é um fator de risco para DIP?
(V) Verdadeiro
122
Ter apenas um parceiro sexual fixo e usar preservativo corretamente é considerado comportamento sexual de risco?
(F) Falso – Múltiplos parceiros e uso irregular de preservativo configuram risco.
123
A presença de cervicite por clamídia está associada à Doença Inflamatória Pélvica (DIP)?
(F) Falso – Está associada em até 30% dos casos.
124
Baixo nível socioeconômico pode ser um fator de risco para DIP?
(V) Verdadeiro
125
O uso de DIU aumenta o risco de DIP?
(V) Verdadeiro
126
O uso de contraceptivos hormonais é cientificamente comprovado como fator de risco para DIP?
(F) Falso – Não há comprovação científica.
127
A vaginose bacteriana pode aumentar o risco de ascensão de microrganismos e favorecer a DIP?
(V) Verdadeiro
128
A maior exposição da junção escamo-colunar (JEC) no colo uterino de mulheres jovens aumenta a vulnerabilidade a ISTs e à DIP.
(V) Verdadeiro – Mulheres jovens têm a JEC mais exposta no exocérvice, o que facilita a entrada de patógenos como clamídia e gonococo.
129
O epitélio colunar do endocérvice é mais resistente a infecções do que o escamoso do ectocérvice.
(F) Falso – O epitélio colunar é mais frágil e suscetível à invasão por patógenos.
130
O risco de DIP diminui após a adolescência porque a JEC migra para o canal endocervical.
(V) Verdadeiro – Com a idade, há metaplasia escamosa e a JEC se torna menos exposta, reduzindo o risco de infecção ascendente.