Sangramentos da 2ª metade da gestação Flashcards

1
Q

O que é placenta prévia?

A

Implantação heterotópica da placenta sobre o orifício cervical interno, cobrindo-o total ou parcialmente, ou avizinhando-se deste.

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2
Q

Por que o diagnóstico de placenta prévia só pode se dar nas 28 semanas?

A

Porque a placenta migra durante a gestação devido ao crescimento uterino, e esta migração termina em torno na 28ª semana de gestação.

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3
Q

Qual a classificação de placenta prévia?

A
  • PP completa/total: quando recobre totalmente a área do orifício interno do colo uterino.
  • PP parcial: quando recobre parcialmente a área do orifício interno do colo uterino.
  • PP marginal: o bordo placentário tangencia a borda do orifício interno, sem ultrapassá-lo.
  • Placenta de inserção baixa ou lateral: placenta localizada no segmento inferior do útero, porém a borda placentária não alcança o óstio interno, mas situa-se muito próxima a ele.
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4
Q

Quais os fatores de risco para placenta prévia?

A
  • Idade
  • Multiparidade
  • Endometrite
  • Abortamento provocado
  • Curetagens uterinas prévias
  • Cicatrizes uterinas prévias (mais importante)
  • Tabagismo
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5
Q

Quando pensar em placenta prévia?

A

Sangramento na segunda metade da gestação, vivo, indolor, de início e cessar súbito, sem outros sintomas.

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6
Q

Como está o exame físico na placenta prévia?

A

Tônus uterino normal + apresentação fetal alterada + BCF presente e sem alterações + CTG com boa vitalidade fetal. NÃO FAZER TOQUE VAGINAL.

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7
Q

Quais exames laboratoriais devem ser pedidos em vigência de placenta prévia?

A
  • Hb e Ht
  • Tipagem sanguínea e fator Rh
  • Coagulograma
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8
Q

Como é realizado o diagnóstico de certeza da placenta prévia?

A

Através de USG.

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9
Q

Como deve ser a conduta em cada placenta prévia?

A
  • PP total: com feto vivo ou morto, a conduta é cesariana.
  • PP parcial: cesariana, exceto em multíparas se o parto estiver próximo do fim, o sangramento seja discreto e não haja obstáculo mecânico importante ao parto vaginal.
  • PP marginal ou baixa: pode ser vaginal, devendo fazer amniotomia precoce (diminui sangramento).
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10
Q

Quais as complicações da placenta prévia?

A
  • Atonia pós-parto e hemorragia
  • Infecção puerperal
  • Laceração do trajeto
  • Distocia
  • Acretismo placentário
  • Parto prematuro
  • Amniorrexe prematura
  • Apresentações anômalas
  • Discinesias uterinas
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11
Q

O que é o acretismo placentário?

A

Qualquer implantação placentária na qual há aderência anormalmente firme à parede uterina.

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12
Q

Qual a classificação do acretismo placentário?

A
  • Placenta acreta: as vilosidades penetram mais profundamente no endométrio, até a camada esponjosa.
  • Placenta increta: as vilosidades penetram até o miométrio.
  • Placenta percreta: as vilosidades alcançam a serosa chegando a perfurá-las, e causam muitas vezes hemorragias intraperiotoneais.
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13
Q

Quais os fatores de risco para acretismo placentário?

A

Implantação no segmento inferior do útero, sobre uma cicatriz de cesariana prévia ou outras incisões uterinas prévias, ou após curetagens uterinas.

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14
Q

Qual o quadro clínico do acretismo placentário?

A

Hemorragia profusa, que ocorre no momento da tentativa de descolamento placentário. A intensidade da hemorragia depende do grau de hipocontratilidade e de aderência placentária.

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15
Q

Quais os sinais sugestivos de acretismo placentário na USG e Doppler?

A
  • Adelgaçamento do miométrio.
  • Perda do “espaço claro” retroplacentário
  • “Lagos placentário” de aspecto irregular
  • Protrusão de tecido placentário para dentro da bexiga
  • Vascularização aumentada na interface entre a serosa uterina e a bexiga
  • Fluxo turbulento à dopplerfluxometria nos lagos placentários
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16
Q

A USG é o método mais utilizado, mas qual o método mais seguro para diagnosticar acretismo placentário?

A

RNM.

17
Q

Qual a conduta no acretismo placentário?

A
  • Placenta acreta: extração manual da placenta ou histerectomia.
  • Placenta increta: histerectomia.
  • Placenta percreta: histerectomia.
18
Q

O que é o descolamento prematuro da placenta?

A

Separação intempestiva da placenta normalmente inserida no corpo uterino em gestação com 20 ou mais semanas completas e antes da expulsão fetal.

19
Q

Qual a classificação do DPP?

A
  • Grau 0: assintomático.
  • Grau I: sangramento vaginal, sem dor. Vitalidade preservada e sem repercussões hemodinâmicas.
  • Grau II: sangramento, dor abdominal e hipertonia uterina, além de repercussões hemodinâmicas. Feto vivo, mas apresenta sinais de comprometimento da vitalidade.
  • Grau III: sangramento importante, hipertonia uterina, hipotensão materna e óbito fetal.
  • IIIA: sem coagulopatia.
  • IIIB: com coagulopatia.
20
Q

Quais os fatores de risco para DPP?

A
  • Causas mecânicas ou traumáticas: brevidade do cordão, versão fetal externa, retração uterina intensa, miomatose uterina, torção do útero gravídico, hipertensão da veia cava inferior por compressão uterina, traumatismo abdominal.
  • Causas não mecânicas: síndromes hipertensivas (mais importante), placenta circunvalada, tabagismo e uso de cocaína, anemia e má nutrição, consumo de álcool, RPMO, corioamnionite, idade.
21
Q

Qual a fisiopatologia da DPP?

A

Há uma hemorragia decidual, formando um hematoma retroplacentário. O sangue em contato com o útero exerce ação irritante, causando hipertonia uterina. Com a evolução, observa-se infiltração sanguínea miometrial, que passa a apresentar desorganização da sua citoarquitetura muscular, gerando então hipotonia (útero de Couvelaire).

22
Q

Qual o quadro clínico da DPP?

A

Dor abdominal, associada ou não a sangramento vaginal, associada a hipertonia uterina

23
Q

Como está o exame obstétrico e fetal na DPP?

A
  • Obstétrico: taquissistolia e hipertonia.

- Fetal: BCF não tranquilizador.

24
Q

Quais exames laboratoriais devem ser pedidos no DPP?

A
  • Hemograma com contagem de plaquetas
  • Tipagem sanguínea e fator Rh
  • Coagulograma
  • Rotina para hipertensão
25
Q

Qual a conduta diante de um DPP?

A
  • Feto vivo: se parto iminente, parto vaginal; se parto não iminente, cesariana.
  • Feto morto: quando as condições maternas, parto vaginal. Caso não haja iminência do parto, pode ser feito cesariana.
26
Q

Quais as complicações do DPP?

A
  • Choque hipovolêmico.
  • Insuficiência renal aguda.
  • Síndrome de Sheehan.
  • CIVD
  • Útero de Couvelaire com atonia uterina
27
Q

Quais os fatores de risco para rotura uterina?

A
  • Cirurgia miometrial: cesárea, miomectomia, metroplasia, ressecção do corno uterino.
  • Trauma uterino: perfuração uterina pós-curetagem ou aborto provocado, perfuração por armas brancas ou armas de fogo.
  • Malformação congênita: gestação com corno uterino rudimentar.
  • Outros: adenomiose, mola, secundamento patológico, desnutrição, multiparidade, manobra de Kristeller, sobredistensão uterina, parto obstruído, versão externa, interna e extração podal, trauma fechado e uso de ocitócitos e prostaglandinas na indução ou condução do parto.
28
Q

Qual a classificação da rotura uterina?

A
  • Rotura parcial: preserva a serosa, quase sempre está associada à deiscência de cicatriz uterina.
  • Rotura total: rompimento da parede uterina, incluindo a serosa.
29
Q

Qual o quadro clínico da rotura uterina?

A
  • Dor aguda e intensa.
  • Parada súbita da contratilidade uterina.
  • Sangramento vaginal ou até mesmo urinário.
  • Subida da apresentação ao toque vaginal.
  • Palpação de duas massas distintas, a matriz e o feto.
  • Sinais de perda volêmica e/ou choque.
  • Bradicardia ou não detecção dos movimentos fetais.
  • Taquicardia materna importante e hipotensão grave.
30
Q

O que é o sinal de Bandl na rotura uterina?

A

Distensão do segmento inferior, formando uma depressão em faixa infraumbilical, conferindo ao útero aspecto semelhante a ampulheta.

31
Q

O que é o sinal de Frommel na rotura uterina?

A

Estiramento dos ligamentos redondos, desviando o útero anteriormente.

32
Q

O que é o sinal de Clark na rotura uterina?

A

Presença de enfisema subcutâneo.

33
Q

O que é o sinal de Reasens na rotura uterina?

A

Subida da apresentação (o feto sai do útero e cai na cavidade abdominal.

34
Q

Qual a conduta na rotura uterina?

A

Na iminência, fazer uterolíticos para controlar a distensão do órgão e evitar rotura.
Em rotura franca, a conduta varia de rafia do útero a histerectomia.

35
Q

O que é vasa prévia?

A

Anomalia de inserção do cordão umbilical na placenta, na qual os vasos umbilicais cruzam o segmento inferior do útero e se colocam à frente da apresentação.

36
Q

Quais os fatores de risco para rotura de vasa prévia?

A
  • Inserções marginais do cordão.
  • Placentas bilobadas.
  • Placentas sucenturiadas.
  • Inserção vilamentosa do funículo umbilical.
37
Q

Qual a clínica da rotura de vasa prévia?

A

Presença de hemorragia no final da gravidez ou durante o trabalho de parto, no momento do rompimento da bolsa das águas.

38
Q

Qual a conduta quando há vasa prévia?

A

Interrupção eletiva da gestação por via alta (cesariana), em todas as pacientes com 36 semanas ou mais.

39
Q

Qual o quadro clínico de rotura do seio marginal?

A

Episódios de sangramento vaginal indolores, contínuos, de pequena monta, vermelho vivos, acompanhados de tônus uterino normal, de batimentos cardíacos fetais normais e de placenta normoposicionada à USG.