Isoimunização Flashcards
Qual a fisiopatologia da doença hemolítica perinatal?
Incompatibilidade sanguínea maternofetal -> aloimunização materna -> passagem de anticorpos da gestante para o feto -> ação dos anticorpos maternos no organismo fetal.
Como saber que a paciente foi sensibilizada?
Através do Coombs indireto.
Quais as ações dos anticorpos maternos no organismo fetal?
- Hemólise.
- Anemia.
- Hidropsia fetal e kernicterus.
O que fazer se o Coombs indireto for negativo?
Se negativo, o mesmo deve ser repetido com 28, 32, 36 e 40 semanas de gestação.
O que fazer se o Coombs indireto for positivo?
Se a titulação for <=1:8 = deve ser repetido mensalmente até o parto.
Se a titulação for >1:8, repetido e confirmado, há necessidade de pesquisar hemólise fetal, através de testes não invasivos ou invasivos.
Se a paciente já teve uma gestação acometida pela DHP, o acompanhamento ainda deve ser feito com Coombs indireto?
Não, deve-se optar pela investigação através da amniocentese ou Doppler de a. cerebral média.
Quais são os métodos não invasivos de avaliação da anemia fetal?
- Cardiotocografia: padrão sinusoidal - apenas em casos graves.
- USG.
- Dopplervelocimetria de artéria cerebral média: os valores de velocidade máxima do pico sistólico são maiores do que o limite esperado.
Quais são os métodos invasivos de avaliação da anemia fetal?
- Espectofotometria: feito através da amniocentese, permite estimar a concentração de bilirrubina no líquido amniótico. Deve ser realizado a partir de 27 semanas.
- Cordocentese: padrão-ouro de avaliação da anemia fetal, permite a dosagem do hematócrito e da hemoglobina, além de confirmar a tipagem sanguínea fetal e quantificar os anticorpos eritrocitários presentes na circulação fetal (Coombs direto), além de servir como terapêutica.
Como se divide a curva de Liley modificada, observada na espectofotometria?
- Zona I: os fetos estão acometidos com doença leve ou são Rh negativos e a amniocentese deve ser repetida em 3-4 semanas.
- Zona II: o comprometimento é moderado, piorando à medida que se aproxima da zona 3, indicando a necessidade de repetição do exame com 1-2 semanas.
- Zona III: o feto deve ser submetido a transfusões intravasculares seriadas pelo método de cordocentese ou antecipação do parto imediata, dependendo da IG. O feto está severamente acometido e existe grande chance de óbito em 7-10 dias.
Como deve ser feito o tratamento da anemia fetal?
O tratamento pode ser feito intraútero ou após o nascimento, dependendo da IG. Indica-se antecipação em casos de feto a termo ou próximos da maturidade ou transfusão (através de cordocentese) em casos de doença grave (hematócrito <30 ou Hb <10 ou hidropsia) em fetos muito prematuros (<34 semanas).
Como avaliar o feto anêmico após transfusão?
A cordocentese é o método de escolha. O procedimento será repetido sempre que necessário, com intervalos de 2-21 dias, de acordo com os índices hematimétricos ao final de cada transfusão, tendo-se em mente que a queda do hematócrito é, em média, 1% ao dia após cada transfusão. O parto por via alta deve ser executado entre 36-38 semanas.
Como deve ser feito o tratamento do recém-nascido?
Com exsanguineotransfusão - indicada em Hb <12 e bilirrubina >4-5 no cordão umbilical. Se não houver indicação, os níveis de bilirrubina devem ser acompanhados a cada 12 horas e uma elevação >0,5mg/h indica o procedimento. Também pode ser feita a fototerapia como auxílio.
Como deve ser feita a profilaxia de DHPN?
Imunoglobulina anti-D em todas as pacientes Rh negativas não sensibilizadas após o parto (em até 72h) e/ou em qualquer caso de hemorragia durante a gestação, interrupção precoce da mesma e procedimentos invasivos. Nas pacientes não isoimunizadas, recomenda-se administrar Ig anti-D na 28ª semana de gestação.