Puerpério Flashcards

1
Q

O que é o puerpério?

A

Período de tempo de 6-8 semanas, que se inicia após o parto, com a expulsão da placenta.

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2
Q

Quais são as fases do puerpério?

A

Puerpério imediato: 1-10 dias.
Puerpério tardio: 10-45 dias.
Puerpério remoto: além de 45 dias.

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3
Q

Quais as modificações do corpo uterino no puerpério?

A

Retorna gradativamente ao tamanho prévio (1cm/dia). Torna-se intrapélvico em torno de 15 dias e volta às dimensões pré-gravídicas dentro de 4 semanas. Também diminui o peso: ao final do parto pesa cerca de 1kg, na primeira semana após pesa 500g e 30 dias após o parto pesa 100g. Essa involução é mais rápida nas mulheres que amamentam.

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4
Q

Em quanto tempo a função ovulatória retorna?

A

Em aproximadamente 6-8 semanas, caso a paciente não amamente.

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5
Q

Quais são as fases da lactação?

A
  • Mamogênese: crescimento e desenvolvimento mamário.
  • Lactogênese: início da secreção láctea.
  • Lactopoese/galactopoese: manutenção da lactação já iniciada.
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6
Q

O que ocorre no trato urinário durante o puerpério?

A

A bexiga aumenta de forma considerável sua capacidade -> pode haver superdistensão, esvaziamento incompleto, resíduo urinário significativo e até refluxo ureteral. A hipotonia e o relaxamento das paredes da bexiga e dos ureteres regridem em 2-8 semanas, mas podem persistir por 3 meses. O fluxo plasmático renal, a TFG e ClCr retornam ao normal nos primeiros 5 dias após o parto.

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7
Q

Quais alterações hemodinâmicas ocorrem no puerpério?

A
  • Débito cardíaco: aumenta no puerpério imediato. Retorna a nível pré-gravídico em duas semanas.
  • Volume plasmático: aumenta no puerpério imediato. Retorna a nível pré-gravídico em duas semanas.
  • Resistência vascular periférica: aumenta.
  • Pressão venosa nos MMII: retorna ao normal.
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8
Q

Quais são as alterações hematológicas que ocorrem no puerpério?

A
  • Série vermelha: não apresenta modificações importantes.
  • Série branca: leucocitose à custa de granulócitos e sem desvio à esquerda. Apresenta também linfopenia relativa com eosinopenia.
  • Sistema de coagulação: após o segundo dia do parto, os fatores de coagulação retornam à normalidade.
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9
Q

Quais são as manifestações clínicas do puerpério?

A
  • Dor, resultante das contrações uterinas vigorosas.
  • Lóquios: rubro -> róseos -> serosos -> alvos.
  • Perda de peso: 5-6kg do esvaziamento do útero e perda sanguínea + 1-2kg de líquido.
  • Elevação da temperatura: normal até 48h.
  • Distúrbios do humor.
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10
Q

O que deve ser feito na assistência pós-natal?

A
  • Avaliação dos sinais vitais.
  • Avaliação das perdas vaginais e palpação uterina.
  • Deambulação precoce.
  • Higiene.
  • Cuidados com a episiorrafia ou com a ferida operatória.
  • Cuidados com a mama.
  • Profilaxia da aloimunização.
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11
Q

Quais são as principais complicações puerperais?

A
  • Hemorragia pós-parto.
  • Infecções puerperais.
  • Alterações nas mamas lactantes.
  • Doenças tromboembólicas.
  • Transtornos psiquiátricos do pós-parto.
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12
Q

Qual a definição de hemorragia puerperal?

A

Sangramento excessivo que torna a paciente sintomática (vertigem, síncope) e/ou que resulta em sinais de hipovolemia (hipotensão, taquicardia, oligúria).

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13
Q

Qual a classificação da hemorragia puerperal?

A
  • Primária/precoce/imediata: nas primeiras 24h pós parto.

- Secundária/tardia: após as primeiras 24h pós parto até 6-12 semanas.

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14
Q

Qual a classificação da hemorragia puerperal quanto ao momento de ocorrência?

A
  • Durante o período de dilatação/expulsão: rotura uterina.
  • No secundamento: retenção placentária e inversão uterina aguda.
  • No quarto período do parto: hipotonia uterina e laceração de trajeto.
  • No puerpério: restos placentários, infecções e coagulopatias.
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15
Q

Quais são os fatores predisponentes para a hemorragia puerperal?

A
  • Multiparidade.
  • Placentação anômala.
  • Trabalho de parto prolongado.
  • Trabalho de parto de evolução muito rápida.
  • Anestesia geral.
  • Infiltração miometrial por sangue (útero de Couvelaire).
  • Sobredistensão uterina.
  • Cesárea prévia e atual.
  • Parto vaginal operatório.
  • Episiotomia.
  • Tempo prolongado do terceiro período.
  • Uso de ocitocina no primeiro período.
  • Atonia uterina prévia.
  • Descolamento prematuro de placenta.
  • Corioamnionite.
  • Embolia amniótica.
  • Níveis pressóricos maternos.
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16
Q

Como pode ser feita a profilaxia de hemorragia puerperal?

A

Uso de ocitocina 10UI IM no momento da dequitação.

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17
Q

Quais as complicações da hemorragia puerperal?

A
  • Anemia.
  • Fadiga crônica.
  • Choque hipovolêmico.
  • CIVD.
  • Insuficiência renal.
  • Insuficiência hepática.
  • Insuficiência respiratória.
  • Síndrome de Sheehan.
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18
Q

Como está o exame físico na atonia uterina?

A

Útero subinvoluído, acima da cicatriz umbilical, flácido e depressível.

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19
Q

Qual a conduta na atonia uterina?

A
  • Acesso venoso com infusão rápida de SF 0,9% ou Ringer + cateter vesical de demora para controle do débito urinário + reserva de hemoderivados.
  • Manobra de Hamilton: massagem no fundo uterino com uma mão, associada à compressão da parede anterior uterina com a outra mão cerrada por via vaginal.
  • Tratamento farmacológico: uterotônicos - ocitocina (primeira linha), metilergonovina, misoprostol.
  • Tratamento cirúrgico: revisão do canal de parto, sutura de B-Lynch, ligadura das artérias uterinas, ligadura das artérias hipogástricas, embolização seletiva das artérias uterinas, histerectomia subtotal.
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20
Q

Quais são as principais causas de laceração do trajeto?

A
  • Episiotomia extensa.
  • Feto macrossômico.
  • Manobra de Kristeller intempestiva/inadequada.
  • Parto pélvico operatório.
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21
Q

Qual o tratamento de hemorragia puerperal por laceração de trajeto?

A

Revisão sistemática do canal de parto, hemostasia imediata e correção das lacerações.

22
Q

Qual o exame físico em paciente com hemorragia puerperal por retenção placentária?

A

Graus variados de hemorragia, útero discretamente aumentado em relação ao puerpério e canal cervical dilatado.

23
Q

Qual o tratamento em paciente com hemorragia puerperal por retenção placentária?

A

Infusão de ocitocina + remoção da placenta (manobra de Credé ou extração manual da placenta.

24
Q

Quais os fatores predisponentes para inversão uterina aguda?

A
  • Cordão umbilical excessivamente espesso.

- Placenta firmemente aderida ao útero, multiparidade.

25
Q

Qual a classificação anatômica da inversão uterina aguda?

A

A: depressão do fundo.
B: inversão parcial.
C: inversão completa.

26
Q

Como é a clínica da inversão uterina aguda?

A

Dor aguda e hemorragia precoce que leva a choque em minutos, podendo não guardar relação com a perda sanguínea.

27
Q

Qual o tratamento da inversão uterina aguda?

A
Dois acessos (perfusão salina + hemotransfusão) e correção imediata da inversão uterina através da manobra de Taxe (posiciona a mão no centro do fundo do útero e pressiona-o para cima). Durante a realização do procedimento, utilizar uterolíticos.
Em insucesso, fazer laparotomia -> procedimento de Huntington: tração do fundo uterino utilizando-se pinças de Allis.
28
Q

Como pensar em infecção puerperal?

A

Quadro febril com duração >48h, dentro dos primeiros 10 dias de puerpério, excluída as primeiras 24h.

29
Q

Qual o principal fator de risco para infecção puerperal?

A

Cesariana.

30
Q

Qual é a tríade de Bumm nas pacientes com infecção puerperal?

A

Útero doloroso + amolecido + hipoinvoluído.

31
Q

Quais os principais fatores de risco para infecção puerperal em partos vaginais?

A
  • Rotura de membranas >12h.
  • Bacteriúria intraparto.
  • Múltiplos toques vaginais.
  • Monitoração interna.
  • Corioamnionite.
  • Traumatismo intraparto.
32
Q

Quais os principais fatores de risco para infecção puerperal em partos cesáreos?

A
  • TP prolongado.
  • Rotura de membranas >12h.
  • Anestesia geral.
  • Monitoração intraútero.
33
Q

Quais as medidas profiláticas para evitar infecção puerperal?

A
  • Investigação e correção de fatores predisponentes.
  • Manutenção da integridade das membranas.
  • Toque vaginal parcimonioso.
  • Assistência ao parto com assepsia e antissepsia rigorosas.
  • Correção de distocias e discinesias uterinas.
  • Sutura de lacerações do trajeto.
  • Uso perioperatório de antibióticos.
34
Q

Qual a principal infecção puerperal? Surge quanto tempo após o parto?

A

Endometrite. Surge entre o 4º-5º dia.

35
Q

Quais são os sintomas de endometrite?

A

Útero subinvoluído, hipersensível, amolecido, colo entreaberto, com lóquios piossanguinolentos e fétidos Normalmente cursa com febre alta.

36
Q

Quais são as complicações da endometrite?

A

Parametrite, salpingite, peritonite, abscesso pélvico, fascite necrosante, choque séptico e tromboflebite pélvica.

37
Q

Qual o tratamento da endometrite?

A

Clindamicina + gentamicina (na suspeita de infecção por enterococo e nos casos de sepse associar ampicilina).

38
Q

Qual a bactéria associada à endometrite puerperal tardia?

A

Clamídia.

39
Q

Qual o tratamento de infecção associada à episiorrafia?

A

Clindamicina + gentamicina.

40
Q

Qual o tratamento de infecção da parede abdominal?

A

Gentamicina + oxacilina,

41
Q

Quando suspeitar de tromboflebite pélvica?

A

Pacientes em antibioticoterapia que possuem remissão parcial dos sintomas, mas permanecem com febre após 48-72h.

42
Q

Quais as principais alterações nas mamas lactantes puerperais?

A
  • Apojadura.
  • Ingurgitamento mamário.
  • Fissuras mamárias.
  • Mastite puerperal.
  • Abscesso mamário.
43
Q

O que é apojadura?

A

Grande e súbita afluência de leite nas mamas da puérpera.

44
Q

Quais as principais causas de ingurgitamento mamário?

A
  • Pega mamilar inadequada.
  • Sucção ineficiente.
  • Dificuldade de ejeção láctea.
  • Produção excessiva de leite.
  • Obstrução do ducto mamário.
45
Q

Qual a conduta no ingurgitamento mamário?

A

Manutenção do aleitamento, apoio físico e psicológico à puérpera.

46
Q

Como fazer a prevenção das fissuras mamárias?

A

Exposição das mamas ao sol e lubrificação das mamas com o próprio leite, antes e após cada mamada. Orientar a paciente quanto à pega ideal.

47
Q

Qual o principal agente etiológico da mastite puerperal?

A

Staphylococcus aureus.

48
Q

Quais os principais agentes etiológicos da mastite puerperal grave?

A

Bactérias Gram -: E. coli, Pseudomonas, Serratia.

Germes anaeróbios: Bacterioides.

49
Q

Quais os fatores de risco para mastite puerperal?

A
  • Primiparidade e idade <25 anos.
  • Ingurgitamento mamário.
  • Fissura mamilar.
  • Episódio anterior de mastite.
  • Traumas diretos sobre as mamas.
  • Infecções da rinofaringe do lactente.
  • Má higiene.
  • Anormalidades mamilares.
50
Q

Qual o tratamento da mastite puerperal?

A

Uso de analgésicos, antitérmicos, suspensão adequada das mamas (sutiãs adequados), esvaziamento completo das mamas para evitar estase e antibioticoterapia (cefalosporina de 1ª geração, por ex).

51
Q

Qual o tratamento de abscesso mamário?

A

Antibioticoterapia + drenagem, se flutuação.

52
Q

Quais são os principais transtornos psiquiátricos do pós parto?

A
  • Disforia pós parto (blues): tristeza e choro fácil, porém gosta do recém-nascido e tem vontade de amamentar. Geralmente tem início no 3º dia pós-parto e desaparece por volta do 14º dia.
  • Depressão pós-parto: episódio de depressão maior que ocorre nas primeiras quatro semanas de puerpério.