R2 - Extrapiramidal - Módulo de Hipocinéticas - Aula 03 - Etiopatogenia da Doença de Parkinson Flashcards

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1
Q

O que justifica as alterações anatomo-patológicas da Doença de Parkinson?

A

Perda neuronal na substância negra

+

Inclusões pelos corpúsculos de Lewy

(Contêm alfa-sinucleina)

+

Alterações inflamatórias gliais

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2
Q

Reação inflamatória glial na DP?

A

Nos locais onde há perda neuronal, o processo inflamatório leva a uma ativação das células da micróglia, perpetuando o quadro.

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3
Q

Qual o papel da micróglia?

A

Papel semelhante à dos glóbulos brancos no sangue periférico.

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4
Q

O que são os corpúsculos de Lewy?

A

Aglomerados de alfassinucleína.

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5
Q

Qual a função da alfassinucleína?

A

É uma proteína pré-sináptica envolvida na regulação da liberação dos neurotransmissores.

Sofre uma deformação, e começa a se acumular:

Monômeros → oligômeros → fibrilas → corpúsculos de Lewy.

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6
Q

Local onde primeiro se acumula a alfassinucleína?

A

Intestinos!

Formação de aglomerados nos plexos mesentéricos.

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7
Q

Como se dá o acúmulo temporal da alfassinucleína?

A

Estágio I

Primeiro, nos plexos mesentéricos.

Depois vai neurônio a neurônio, utilizando como via o nervo vago.

Estágio II

Tronco cerebral baixo (manifestações pré-motoras → constipação intestinal, depressão, alterações do sono);

Estágio III

Substância negra/mesencéfalo → manifestações motoras

Estágio IV

Córtex mesotemporal → piora dos sintomas motores; funções cognitivas/emocionais

Estágio V

Neocórtex temporal, córtex de associação e áreas pré-motoras → piora dos sintomas motores e cognitivos

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8
Q

Estágio I de Braak?

A

Comprometimento dos plexos mesentéricos (constipação + disfunções autonômicas)

+

Núcleo motor dorsal do vago + estruturas olfatórias anteriores

(Perda olfatória)

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9
Q

Estágio II de Braak?

A

Tronco encefálico baixo

(Locus ceruleus e núcleos da rafe)

Ansiedade, distúrbios do sono e distúrbios afetivos

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10
Q

Estágio III de Braak?

A

Substância negra + amígdala + núcleo basal de Meynert

Sintomas motores. Fase do diagnóstico.

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11
Q

Estágio IV de Braak?

A

Mesocórtex temporal

Piora dos sintomas clínicos e comportamentais.

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12
Q

Estágio V de Braak?

A

Comprometimento do neocórtex temporal, córtices de associação e áreas pré-motoras

Piora ainda mais os componentes motor e cognitivo/emocional.

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13
Q

Em qual estágio de Braak geralmente é realizado o diagnóstico?

A

Estágio III.

(Comprometimento de substância negra, amígdala e núcleo basal de Meynert).

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14
Q

Qual a porcentagem de pacientes que obedece ao esquema proposto por Braak?

A

Superior a 80%.

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15
Q

Quais os fatores predisponentes da doença de Parkinson?

A

Fatores genéticos

+

Ambientais

+

Envelhecimento

Alterações da alfassinucleína.

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16
Q

Quais são as alterações encontradas decorrentes do acúmulo de alfassinucleína nos neurônios?

A
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17
Q

Como é visto o acúmulo de alfassinucleína pelos diversos autores?

A

Como coadjuvantes patogênicos

OU

Como epifenômeno

(produto acidental, acessório, de um processo, de um fenômeno essencial, sobre o qual não tem efeitos próprios)

OU

Como fatores de proteção

(Menos aceito)

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18
Q

Relevância dos fatores genéticos para a DP?

A

Cerca de 20% dos casos.

Monogênica em < 10% dos pacientes.

(PARK 1, 2, 4 e 8).

Restante: genes que conferem os riscos da doença.

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19
Q

Alterações genéticas mais comuns?

A

PARK2 e PARK8.

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20
Q

Principal mutação que confere RISCO da doença?

A

Mutação do gene da glicocerebrosidade.

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21
Q

Relação entre as alterações genéticas e suas complicações fisiopatológicas?

(O “triângulo das bermudas da DP”).

A
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22
Q

Qual o “triângulo das bermudas” da DP?

A

Degradação proteica e disfunção mitocondrial

(Pelos aglomerados de alfassinucleína)

+

Disfunções sinápticas + endossômicas (sistema de reciclagem)

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23
Q

Baseando-se na hipótese do acúmulo de alfassinucleína, quais as possíveis formas de tratamento para evitar a progressão da doença?

A

Intervenção genética

Diminuir a agregação da alfassinucleína

Aumentar a degradação da alfassinucleína

Diminuir as quantidades extracelulares de alfassinucleína

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24
Q

Medicamentos que diminuem a agregação de alfassinucleína?

A
25
Q

Medicamentos que aumentam a degradação de alfassinucleina?

A
26
Q

Medicamentos que diminuem os níveis extracelulares de alfassinucleína?

A

Vacinas → ativam o sistema imunológico, que produz anticorpos contra os depósitos de alfassinucleína.

Anticorpos monoclonais específicos.

27
Q

Quais são os fatores de risco da doença de Parkinson?

A

Exposição a agentes tóxicos: agrotóxicos, produtos industriais, metais pesados (sobretudo manganês)

Consumo de leite e derivados

Sexo masculino

Diabetes

Fatores controversos:

Trauma de crânio

Peso (IMC)

Estresse

28
Q

Principais substâncias tóxicas que cursam com aumento do risco de Parkinson?

A

Manganês

MPTP

(metil-fenil-tetraidropiridina)

(Derivado sintético da heroína, causou surto de parkinsonismo no passado, em jovens)

(Década de 80)

Pesticidas

29
Q

Quais os principais pesticidas capazes de causar parkinsonismo?

A

Paraquat

Manganês

Rotenona

30
Q

Epidemiologia do uso de pesticida?

A

Uso durante 5-10 anos aumenta em até 11% os riscos de desenvolver DP

31
Q

Por que a DP é mais comum em ambientes industrializados que naqueles rurais?

A

Maior exposição aos produtos tóxicos

(Solventes industriais, manganês, ferro etc)

32
Q

O uso de substâncias (rotenona, MTPT, 6-oh-dopamina) para desenvolvimento experimental do parkinsonismo permitiu o desenvolvimento de drogas que protegem contra o desenvolvimento do Parkison, como…?

A
33
Q

Rasagilina e Selegilina possuem efeito neuroprotetor comprovado?

A

Não!

São utilizadas mais como sintomáticos.

34
Q

Estudo que visou a testar os efeitos neuroprotetores da selegilina?

A

DeprenylATATOP

35
Q

Estudo que visou a demonstrar o efeito neuroprotetor da rasagilina?

A

ADAzilecGIO.

36
Q

Importante classe de pesticidas relacionada ao desenvolvimento de DP?

A

Organoclorados.

(O aumento dos níveis de hexaclorociclohexano aumentam os riscos de DP)

Estudos prospectivos (20 anos de seguimento) demonstraram níveis séricos mais altos em pacientes com DP que naqueles controles.

37
Q

O indivíduo precisa estar em área rural pra se intoxicar com os pesticidas?

A

Não!

Pode comer os alimentos e se contaminar da mesma forma!

38
Q

Aumento do risco de DP com consumo de laticínios?

A

Sim!

Acima de duas doses diárias aumentam o risco para a doença!

Estudos pós-mortem demonstraram associação do consumo de alimentos derivados do leite e a redução da densidade neuronal na substância negra, decorrente de uma maior concentração de produtos heptaclorados.

Exposição indireta aos pesticidas (o boi se alimentando do pasto que foi submetido às drogas) afeta a vitalidade de neurônios dopaminérgicos.

39
Q

Por que as mulheres possuem menos doença de Parkinson que o homem?

A

Menor exposição a fatores de risco (ex: agentes tóxicos na lavoura e na indústria, menor exposição a traumas etc);

Efeito modulador dos estrogênios sobre os neurônios dopaminérgicos

Obs.: nas mulheres, uma menopausa precoce parece ser fator de risco para desenvolver DP, assim como ooforectomia e outros estados causadores de hipoestrogenismo.

Risco:

1,4 H : F 1,0

40
Q

Qual a relação entre DM e DP?

A

Sete metanálises demonstraram um aumento do risco de DP em pacientes com DM em 38%

Possíveis mecanismos:

Disfunção mitocondrial

Sinalização aberrante das vias da insulina

Mecanismos inflamatórios

41
Q

Quais são os fatores ambientais de proteção para a DP?

A

Hábito de fumar

Ingestão de café

Ácido úrico elevado

Uso de antihipertensivos bloqueadores dos canais de cálcio

Uso crônico de AINEs

Atividade física em fases precoces da vida

Dietas

Estatinas?

42
Q

Hábito de fumar como fator protetor de DP?

A

Ex-fumantes risco 20% menor

Fumantes ativos risco 50% menor

Maior carga tabágica relacionada a um menor risco

43
Q

O que diminui o risco de DP no tabagismo?

A

Provavelmente a nicotina.

(Estudos em animais parecem demonstrar diminuição de risco de desenvolver DP).

Contudo…

Estudos com nicotina transdérmica em pacientes em fase inicial da DP não só não retardou a doença, como aparentemente a acelerou.

Logo, pode ser qualquer substância do cigarro.

44
Q

Outra substância do tabaco que pode estar associada ao efeito protetor na DP?

A

TMN

(Trimetil-naptoquinona - inibidor da MAO A e MAO B)

Em modelo animal de DP produzido pelo MPTP, a TMN possui efeito protetor.

45
Q

Cafeína e diminuição dos riscos de DP?

A

Vários estudos demonstraram que o consumo moderado de café está relacionado a uma diminuição dos riscos de DP

Possíveis mecanismos protetores:

Redução da atividade glutamatérgica (diminuição do efeito excitotóxico)

Ativação de fatores que atuam na expressão de vias de biogênese mitocondrial e vias anti-inflamatórias e anti-oxidantes.

Estudos feitos em casos de DP induzidos por MPTP e 6-OH-dopamina demonstraram o benefício neuroprotetor da cafeína nestes modelos.

Estudos com uso de 400 mg/dia de cafeína em pacientes com DP teve resultados negativos.

Conduzido ao longo de 05 anos.

Mesma evolução.

46
Q

Uso crônico de anti-inflamatórios e efeito protetor na DP?

A

Há ativação da micróglia pelo processo inflamatório nas áreas cerebrais afetadas pela DP.

Uma metanálise com sete estudos demonstrou que usuários crônicos de AINEs possuíam menores riscos de desenvolverem DP.

47
Q

Pioglitazona e DP?

A

Em pacientes diabéticos em uso de pioglitazona, há diminuição do risco de desenvolver a DP.

Porém,

Em pacientes já com DP, o uso da pioglitazona não alterou o curso da doença.

48
Q

Aumento do ácido úrico e diminuição das chances de DP?

A

O ácido úrico possui ação anti-oxidante - bloqueia a ação das moléculas reativas de oxigênio e nitrogênio (radicais livres) que podem agredir as estruturas das células.

Confere proteção contra o estresse oxidativo.

49
Q

Estudo SURE-PD (2018)?

A

Uso de inosina para retardar a DP

A inosina aumenta os níveis de ácido úrico

Conclusão: a elevação dos níveis de ácido úrico para retardar a DP não demonstrou benefícios (não retardou a progressão).

50
Q

Uso de bloqueadores dos canais de cálcio e DP?

A

O uso de BCC diminui os riscos de DP, mas não o uso dos demais anti-hipertensivos.

Atividades neuronais dependentes de cálcio demandam altos gastos metabólicos e, consequentemente, culminam com maiores níveis de estresse oxidativo/inflamatório.

O bloqueio dos canais de cálcio melhora esse quadro, preservando os neurônios.

51
Q

Uso de beta-agonistas e beta-bloqueadores?

A

Os beta-bloqueadores aparentam aumentar os riscos de DP.

Noutro lado,

Os beta-agonistas (salbutamol) parecem ter efeitos protetores contra a doença de Parkinson.

Obs.: dependentes das doses e tempo de uso da droga.

52
Q

Como agem os beta-bloqueadores e os beta-agonistas na DP?

A

Aparentemente agem na transcrição gênica da alfassinucleína.

53
Q

Exercícios físicos e DP?

A

Metanálise publicada na JAMA em 2018, compilado com sete estudos com mais de meio milhão de participantes

Em seis dos sete estudos, os indivíduos que praticavam atividades físicas moderadas ou intensas tinham menores riscos de desenvolver DP

Os benefícios são mais robustos nos homens que nas mulheres

Quanto maior a atividade física,

Aumento em 10h a atividade física diminui o risco de DP em:

10%, se atividade moderada

17%, se atividade vigorosa

54
Q

Estudos com DP já instituídas e exercícios físicos?

A

Aqueles pacientes com DP e atividades regulares de atividades físicas possuíam progressões mais lentas, seja das manifestações motoras, seja das não motoras da doença.

55
Q

O que, na atividade física, leva a um benefício na DP?

A

A atividade leva a uma produção muscular de IRISINA.

Esta substância leva a um aumento da expressão de fator neurotrófico de crescimento.

(Brain-derived neurotrophic factor)

56
Q

Critérios de diagnósticos prodrômicos da DP pela MDS?

A

Taxa de probabilidade é baseada na somatória de dados de:

Fatores de risco + Manifestações prodrômicas da doença, com o ajuste pro fator “idade”.

Fatores de risco: sexo masculino/ tóxicos ou inseticidas/ abstenção de café e tabaco/ histórico familiar de DP/ diabetes/ inatividade física/ baixos níveis de ácido úrico

Marcadores prodrômicos: Transtorno comportamental do sono REM/ constipação intestinal/ perda do olfato/ depressão/ sonolência diurna/ hiperecogenicidade do SNC/ cintilografia da via nigro-estriatal alterada

O que está em negrito possui maior peso.

57
Q

Quais os princípios da dieta do Mediterrâneo?

A

Preferência de alimentos frescos e saudáveis em detrimento daqueles industrializados

Consumo de azeites e castanhas

Peixes em detrimento de carne vermelha

Consumo baixo a moderado de laticínios

58
Q

Relação entre dieta do Mediterrâneo e DP?

A

Quanto maior a aceitação da dieta, menor o risco de DP.