POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO Flashcards
VALORES DA PNH
PNH são a autonomia e o protagonismo dos indivíduos, a
corresponsabilidade entre eles, além dos vínculos solidários e a participação da coletividade no
processo de gestão.
HUMANIZAÇÃO
A humanização é compreendida como a valorização dos diferentes atores inseridos no
processo de produção de saúde.
No campo da Saúde, humanização diz respeito a uma aposta
ético-estético-política:
Ética: Implica a atitude de usuários, gestores e trabalhadores de saúde compromissados e
corresponsáveis.
Estética: Acarreta um processo de criação e de sensibilidade na produção da saúde e de
subjetividades autônomas e protagonistas.
Política: refere-se à organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na
rede do SUS.
Esse compromisso ético-estético- político da humanização do SUS esta alicerçada nos valores
de autonomia e protagonismo dos sujeitos, de corresponsabilidade entre eles, de solidariedade
dos vínculos estabelecidos, dos direitos dos usuários e da participação coletiva no processo de
gestão.
é direcionada para
ativação de mecanismos que beneficiem ações de humanização no âmbito da atenção e da gestão
da saúde.
PROPOSITOS DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização;
Fortalecer iniciativas de humanização existentes;
Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das
práticas de gestão e de atenção;
Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão;
Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas.
MACRO-OBJETIVOS DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
A PNH possui três macro-objetivos:
➔ Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e aos conselhos de
saúde, priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de
urgência e universitários;
➔Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores,
dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil;
➔Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de formação e
produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições.
RESULTADOS ESPERADOS NA PRATICA DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
Considera-se que, na prática, os resultados que a Política Nacional de Humanização busca
Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso;
Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco;
(Como exemplo, um dos parâmetros para implementação de ações na atenção hospitalar é a
implantação de acolhimento com avaliação de risco nas áreas de acesso (pronto atendimento,
pronto-socorro, ambulatório, entre outros).)
Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo;
(Entende-se por responsabilização, é a capacidade do gestor e dos profissionais
responsabilizarem-se de forma sanitária para com o usuário e a comunidade, onde todo/toda
cidadão/cidadã tem direito a uma equipe que cuide dele/dela.)
Garantia dos direitos dos usuários;(As unidades de saúde devem garantir os direitos dos usuários, baseados nas legislações e
expandindo os mecanismos de participação ativa, e de sua rede sociofamiliar.)
Valorização do trabalho na saúde;(Busca-se a valorização dos diferentes sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde,
sejam eles usuários, trabalhadores e gestores.)
Gestão participativa nos serviços.(As unidades de saúde devem garantir gestão participativa aos seus trabalhadores e usuários,
investindo na educação permanente dos trabalhadores.)
Princípios DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
NÃO CONFUNDIR COM OS PRINCÍPIOS DO SUS E NÃO CONFUNDIR COM DIRETRIZES DA PNAB
Transversalidade
A transversalidade é entendida como um processo de adaptação de diversas outras políticas
aos propósitos e objetivos da PNH. Ou seja, a PNH está inserida e presente em diversas outras
Políticas do SUS.
A PNH procura a transformação das relações de trabalho partindo da ampliação do contato
e da comunicação entre as pessoas e grupos, desfazendo o isolamento ocasionado pelas relações
de poder e hierarquização inerentes ao processo organizacional dos serviços de saúde.
A transversalidade reconhece que diferentes especialidades e práticas de saúde devem
dialogar com a experiência daquele que é assistido. Unidos, os saberes produzem saúde mais
corresponsável.
Indissociabilidade entre atenção e gestão
A atenção à saúde é afetada diretamente por todas as decisões da gestão, logo, os usuários
e trabalhadores devem conhecer o funcionamento da gestão dos serviços e da rede de saúde, o
que possibilita sua participação ativa no processo de tomada de decisão dos serviços de saúde e
nas ações de saúde coletiva.
Com a participação ativa por parte do usuário, no processo de gestão, suas
responsabilidades aumentam perante o cuidado, ou seja, o usuário e sua rede de apoio são
corresponsáveis pelo cuidado de si no tratamento, não sendo restritos à equipe de saúde,
assumindo posição protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que lhes são caros.
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e
coletivos
As modificações realizadas na gestão e atenção à saúde são consideradas mais concretas e
legítimas quando construídas com a ampliação da autonomia e vontade dos envolvidos, que
compartilhas as suas responsabilidades.
Considera-se que os usuários não são apenas pacientes, assim como os trabalhadores não
são apenas executores de ordens. A PNH reconhece a legitimidade de cada cidadão no que se
refere aos seus direitos e valoriza-os, incentivando sua atuação na produção de saúde.
METODO DA APH PARA O DESENVOLVIMENTO DA HUMANIZAÇÃO
A inclusão dos gestores, trabalhadores e usuários na gestão do cuidado e nos processos de
trabalho é a aposta do HumanizaSUS para seus aprimoramentos. Essa inclusão é considerada, pela
PNH, um indutor de mudanças na produção de saúde.
A PNH considera uma “tríplice inclusão” como método eficaz de implantação da mesma.
- Incluir dos diferentes sujeitos (gestores, trabalhadores e usuários) no sentido da produção
de autonomia, protagonismo e corresponsabilidade. - Incluir os analisadores sociais ou, mais especificamente, incluir os fenômenos
desestabilizadores dos modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e potencializando
os processos de mudança. - Incluir o coletivo, seja como movimento social organizado, seja como experiência singular
sensível dos trabalhadores de saúde.
Humanizar é incluir as diferenças no processo de gestão e cuidado. Ela é construída de forma
coletiva e compartilhada, estimulando a produção de novos modelos do cuidar e novas
organizações de trabalho.
A PNH traz as seguintes ferramentas práticas, já
experimentadas e com resultados positivos:
➢ Rodas de conversa;
➢ Incentivo às redes e movimentos sociais;
➢ Gestão dos conflitos gerados pela inclusão das diferenças.
Para que ocorra um aprimoramento dos processos de trabalho, é fundamental a participação
ativa dos trabalhadores na gestão dos serviços de saúde. Lembrando que a inclusão dos usuários
e suas redes de sócio familiares nos processos de cuidados é um importante recurso para a
ampliação da corresponsabilização no cuidado.
DIRETRIZES/ ARRANJOS ORGANIZATIVOS DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO - PNH
Determinadas conformações de trabalho são o resultado das orientações clínicas, éticas e
políticas da PNH, ou seja, esses arranjos organizativos são diretrizes a serem seguidos pelos
serviços de saúde. SÃO ELAS:
Acolhimento
Gestão Participativa e cogestão
Ambiência
Clínica ampliada e compartilhada
Valorização do Trabalhador
Defesa dos Direitos dos Usuários
DIRETRIZES DO PROGRAMA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO - PNH
1 - Acolhimento
Processo constitutivo das práticas de produção e promoção de saúde que implica
responsabilização do trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada até a sua
saída.
Nesse processo, ouve-se a queixa do usuário ou trabalhador, levando em consideração as
suas preocupações, angústias e anseios, realizando uma escuta ativa e qualificada que possibilite a análise da demanda, impondo limites, se necessário, garantindo uma atenção integral, resolutiva
e responsável.
2 - Gestão Participativa e cogestão
A cogestão está relacionada a inclusão de novos sujeitos no processo de gestão, desde a
análise situacional, e na tomada de decisão. Esses novos atores, quando inseridos nesses
processos, modificam o panorama institucional, onde poucos exerciam a gestão, passando a ser
realizada de forma mais ampliada.
1.6.3 - Ambiência
A ambiência é a organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho, e a elaboração
de Projetos Cogeridos de Ambiência como um de seus dispositivos de proposta para a mudanças
da prática em saúde, pois influenciam diretamente os processos de trabalho. Ela deve ser
construída de forma coletiva e participativa.
Quando falamos de ambiência, estamos falando de uma “diretriz espacial”, pois tratamos do
ambiente, ou seja, um lugar específico. Essa característica da diretriz é um diferencial das outras,
o que impõe um duplo desafio para a gestão, pois além de alcançar “o que fazer” também tem o
“como fazer”.
4 - Clínica ampliada e compartilhada
A Clínica ampliada e compartilhada é a prática interdisciplinar que visa compreender o
adoecimento e tratar a doença dentro de uma circunstância da vida, propondo a qualificação da
maneira de fazer saúde.
Ela amplia a autonomia do usuário dos serviços de saúde, da família e da comunidade, bem
como a integração entre a equipe de trabalhadores da saúde das diversas áreas, almejando um
cuidar e tratamento individualizado, com estabelecimento de vínculo com o usuário.
O diagnóstico deve ser realizado não apenas baseado no conhecimento clínico, mas também
tudo que cerca o indivíduo, como sua vulnerabilidade e todos os outros riscos que o permeiam,
possibilitando assim, que as decisões sobre o mesmo sejam compartilhadas e
compromissadas.
Por mais que não seja possível, o conceito da clínica ampliada no processo saúde-doença,
deve-se entender que realizar algo de maneira compartilhada sempre é mais potente do que
persistir numa abordagem pontual e individualista.
5 - Valorização do Trabalhador
A diretriz é autoexplicativa, a PNH traz a importância de valorizar o trabalhador da saúde,
dando visibilidade à experiência dos mesmos, além de incluí-los nas tomadas de decisão,
confiando na sua capacidade de análise, definição e qualificação dos processos de trabalho.
6 - Defesa dos Direitos dos Usuários
Cabe aos serviços de saúde incentivarem o conhecimento dos direitos dos usuários,
garantidos por leis, e assegurar seu cumprimento em todas as etapas do cuidar, desde a admissão
até a alta.
Dispositivos
Os dispositivos da PNH são a atualização das diretrizes de uma política em arranjos de
processos de trabalho. São processos que façam ela funcionar na prática de produção de saúde,
sendo eles:
- Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara Técnica de Humanização (CTH);
- Colegiado Gestor;
- Contrato de Gestão;
- Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de “porta
aberta”;
ouvidorias; grupos focais e pesquisas de satisfação, etc.;
- Visita Aberta e Direito à Acompanhante;
- Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST) e Comunidade Ampliada de
Pesquisa (CAP); - Equipe Transdisciplinar de Referência e de Apoio Matricial;
- Projetos Cogeridos de Ambiência
- Acolhimento com Classificação de Riscos;
- Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde Coletiva;
- Projeto Memória do SUS que dá certo.
DISPOSITIVOS/PROCESSOS DA PRATICA DA HUMANIZAÇÃO
DESCRIÇÃO DOS DISPOSITIVOS
1 - Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara Técnica de Humanização
(CTH)
É um espaço coletivo organizado, participativo e democrático, com funcionamento aos
moldes de órgão colegiado com o objetivo de cultivar uma política institucional de resgate dos
princípios da universalidade, integralidade e aumento da equidade no cuidado em saúde e
democratização na gestão, beneficiando os trabalhadores e usuários.
2 - Colegiado Gestor
Em um modelo de gestão participativa, focado no trabalho em equipe e na construção
coletiva, os colegiados gestores garantem o compartilhamento do poder, a co-análise, a codecisão
e a co-avaliação.
Os usuários/familiares e as equipes têm seus pedidos e propostas analisados pelo colegiado.
3 - Contrato de Gestão
É o compromisso firmado de produção de procedimentos e resultados entre a unidade de
saúde com a sua direção e com seus usuários.
4- Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde
Deve-se implementar um sistema de escuta qualificada para usuários e trabalhadores, garantindo
sua análise e encaminhamento a partir dos problemas apresentados. São exemplos desse sistema:
gerência de “porta aberta”; ouvidorias; grupos focais e pesquisas de satisfação, etc.
5 - Visita Aberta e Direito à Acompanhante
A PNH estimula a visitação aberta e acompanhante aos usuários, como uma das medidas
eficazes de fortalecimento seu vínculo sócio-familiar e desfazendo a visão de que os mesmos são
elementos de obstrução ao trabalho da equipe de saúde.
6 - Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST) e Comunidade
Ampliada de Pesquisa (CAP)O Programa de formação do trabalhador da saúde é alicerçado no princípio do estudointervenção.
Tem por princípio a impossibilidade de cuidar da saúde desconsiderando as formas de
organização adotadas pelos trabalhadores frente as demandas do trabalho e as estratégias de
enfrentamento das experiências de sofrimento em serviço.
Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP) são espaços compostos pelos profissionais de
saúde onde objetiva-se aprofundar a capacidade de negociação e de pactuações em torno do
possível, baseadas na co-responsabilização com as mudanças desejadas.
7 - Equipe Transdisciplinar de Referência e de Apoio Matricial
A equipe multiprofissional de Saúde da Família, que é referência para uma determinada
população, pode ser considerada uma equipe transdisciplinar de referência.
Para a gestão, essa referência facilita um vínculo específico de um grupo de profissionais
para com um certo número de usuários.
No apoio matricial é quando um profissional oferece apoio em sua especialidade para outros
profissionais, equipes e setores, dissipando a fragmentação de saberes e fazeres, criando no
profissional o sentimento de pertencimento ao serviço de saúde.
8 - Acolhimento com Classificação de Riscos
O acolhimento com classificação de risco é uma ferramenta que, organiza a fila de espera e
propõe outra ordem de atendimento, que não a ordem de chegada, mas sim, o risco presente à
saúde do usuário.
São os resultados esperados pela POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
- Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso;
- Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco;
- Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo;
- Garantia dos direitos dos usuários;
- Valorização do trabalho na saúde; e
- Gestão participativa nos serviços.
AS DIRETRIZES DA PNH SÃO
As diretrizes da PNH são: Acolhimento; Gestão Participativa e cogestão; Ambiência; Clínica
ampliada e compartilhada; Valorização do Trabalhador e Defesa dos Direitos dos Usuários.