HIV Flashcards
indicação da PrEP no Brasil, incluindo a recomendação da profilaxia a todos os
adultos e adolescentes sexualmente ativos sob risco aumentado de infecção pelo HIV
e a mudança na posologia inicial do medicamento, com a inclusão da dose de ataque
de dois comprimidos de fumarato de tenofovir desoproxila/entricitabina (TDF/FTC)
no primeiro dia de uso, seguido de um comprimido diário, além de modificações no
seguimento laboratorial da PrEP.
PRECONIZAÇÃO DE IDADE DO TENOFOVIR DESOPROXILA+ENTRICITABINA
A partir da alteração da bula da fumarato de tenofovir
desoproxila + entricitabina, o presente PCDT-PrEP passa a preconizar a prescrição
dessa combinação para pessoas a partir de 15 anos, com peso corporal igual ou
superior a 35kg.
Estratégia do PrEP
a estratégia está diretamente relacionada
ao grau de adesão à profilaxia. O uso diário e regular do medicamento é fundamental
para a proteção contra o HIV1
. No entanto, deve-se enfatizar que o uso de PrEP não protege quanto a outras ists
indicações para o uso do prEP
PrEP, deve-se excluir, clínica e laboratorialmente, o
diagnóstico prévio da infecção pelo HIV. Recomenda-se a realização de teste rápido (TR)
anti-HIV, utilizando amostra de sangue total, obtida por punção digital ou por punção
venosa, soro ou plasma (de acordo com a indicação na bula do teste utilizado). Testes
rápidos realizados com amostras de fluido oral (FO) estão contraindicados na consulta
inicial, pois o FO contém menor quantidade de anticorpos do que amostras de sangue
total, soro ou plasma.
RESULTADOS DO TESTE RÁPIDO E PROTOCOLO
TR1 - NÃO REAGENTE - PACIENTE NEGATIVO
TR1 seja reagente - realizar (TR2)
que utilize antígeno diferente.
Se o TR2 também for reagente,
a amostra deve ser considerada como “reagente para HIV” e, nesse caso, a PrEP não
está indicada.
Se o TR2 apresentar resultado não reagente, discordante em relação
ao TR1, deve-se repetir o TR2 (utilizar um conjunto diagnóstico do mesmo fabricante,
preferencialmente de lote de fabricação diferente).
Persistindo a discordância entre os
resultados, uma amostra deve ser colhida por punção venosa e enviada ao laboratório
para ser submetida a um dos fluxogramas de diagnóstico definidos para laboratório. Nesse caso, será necessário aguardar o resultado da análise laboratorial para
indicação de PrEP ou terapia antirretroviral (TARV).
Caso os testes rápidos realizados com amostras de sangue total, soro ou plasma não
estejam disponíveis, poderão ser utilizados exames laboratoriais para o rastreamento
da infecção pelo HIV.
Ainda que a pessoa traga para a consulta um exame prévio negativo para HIV, é
indicada a realização de um novo exame na consulta inicial. Em todas as consultas para
PrEP (inicial e seguimento), é necessário realizar novo exame para HIV.
Pessoas com exposição de risco recente, sobretudo nos últimos 30 dias,
devem ser orientadas quanto à possibilidade de infecção, mesmo com
resultado não reagente nos testes realizados6,7. Na presença de sinais e
sintomas de infecção viral aguda, deve-se realizar um exame de carga viral
para HIV.
EM CASO DE SUSPEITA CLINICA DE HIV - COMO PROCEDER A prEP
Em caso de suspeita clínica de infecção aguda pelo HIV, com ausência de marcadores
imunológicos, deve-se realizar o exame de carga viral do HIV, a fim de reduzir o
período de janela diagnóstica. Nesse caso, o início da PrEP deve ser postergado até o
esclarecimento diagnóstico.
EXCEÇÃO PARA INICIO DA prEP
Podem iniciar imediatamente a PrEP os indivíduos com alto risco de infecção pelo
HIV que tiveram UMA exposição recente de risco, que ESTIVEREM FORA da janela de 72
horas para o início de PEP e que se apresentam durante a avaliação inicial sem sinais e
sintomas de infecção pelo HIV.
Esperar que alguns indivíduos estejam fora do período
de janela para o início da PrEP aumenta o risco de exposições adicionais ao HIV e implica
atraso significativo para o início da profilaxia. Uma vez iniciada a PrEP, esses indivíduos
devem ser monitorados de perto em relação à possibilidade de soroconversão, com
busca ativa de sinais e sintomas e maior frequência de coleta de carga viral e testagem
para HIV, pelas próximas duas a oito semanas, antes de se retomar o monitoramento
padrão de PrEP8.
PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO - PEP
é uma das estratégias de prevenção da
infecção pelo HIV. A partir da identificação de que a pessoa potencialmente se expôs
ao HIV dentro das últimas 72 horas, deve-se recomendar o início imediato da PEP
Pessoas que repetidamente procuram a PEP, ou que estejam em alto risco por
exposições contínuas ao HIV
Pessoas que repetidamente procuram a PEP, ou que estejam em alto risco por
exposições contínuas ao HIV, devem ser avaliadas para o uso da PrEP diária após a
exclusão da infecção pelo HIV.
Caso uma pessoa tenha indicação de PEP por exposição
de risco nas últimas 72 horas, ela deve entrar em PEP imediatamente e iniciar a PrEP
diária logo após a conclusão do curso de 28 dias da PEP, evitando assim uma lacuna
desnecessária entre a PEP e a PrEP.
Deve-se realizar um teste rápido ou sorologia para
HIV (sangue) nessa transição, assim como os demais exames laboratoriais indicados no
início da PrEP, caso ainda não tenham sido realizados durante o ciclo da PEP.
PROTOCOLO DE COMO PROCEDER COM PESSOAS QUE NÃO FAZEM USO DE 4 DOSES SEMANAIS DE prEP E TEM RELAÇÕES SEXUAIS DE RISCO
Da mesma forma, usuários com boa adesão ao esquema de PrEP diária, com uso regular dos comprimidos, após alcançados os níveis protetores do medicamento, não necessitam de PEP após uma exposição sexual de risco ao HIV. Já para aqueles
que reportam o uso esporádico ou irregular da PrEP, com relato de uma adesão repetidamente abaixo do ideal, que acabe comprometendo a sua segurança e a eficácia do medicamento (ou seja, menos de quatro comprimidos por semana na PrEP diária),
NESSE CASO a prescrição de PEP pode ser indicada caso haja relato de exposição sexual nas últimas
72 horas. Ao término do curso de 28 dias de PEP, e após a exclusão de infecção pelo HIV, a PrEP pode ser reiniciada, com ênfase na identificação das barreiras enfrentadas pelo indivíduo para a adesão adequada ao esquema de PrEP, além de apoio e orientações
para saná-las.
RELAÇÃO DOS Indivíduos elegíveis para PrEP apresentam maior risco para a aquisição de outras
IST
Assim, recomenda-se realizar a testagem para sífilis, preferencialmente por teste
rápido, instituindo-se o tratamento quando indicado. Indica-se, também, pesquisa para
Chlamydia sp. e gonococo, quando disponível, e tratamento, quando indicado, conforme
o “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com
Infecções Sexualmente Transmissíveis” (PCDT-IST),
Ressalta-se que a investigação e o tratamento das IST não devem ser
impeditivos para o início da PrEP.
a(o) enfermeira(o) pode atuar em
vários pontos da linha de cuidado das hepatites virais, incluindo a solicitação de exames
complementares para a confirmação diagnóstica e a definição do nível de atenção
em saúde em que o indivíduo deverá ser preferencialmente atendido. Desse modo,
orienta-se que, frente a um teste rápido reagente para as hepatites B ou C, o profissional
enfermeiro solicite os exames necessários para a complementação diagnóstica,
diminuindo o tempo e as etapas para a efetiva assistência do indivíduo no SUS.
CRITERIOS DE INCLUSÃO PARA prEP
A PrEP deve ser considerada para pessoas a partir de 15 anos, com peso corporal
igual ou superior a 35 kg, sexualmente ativas e que apresentem contextos de risco
aumentado de aquisição da infecção pelo HIV.
Para os adolescentes, deve-se garantir o acesso a serviços, orientações e consultas
de saúde sem a necessidade de presença ou autorização de pais ou responsáveis, com
direito à privacidade e sigilo, salvo em situações de necessidade de internação ou de risco
de vida, conforme o Estatuto da Criança e Adolescente. Assim, a PrEP é recomendada
para indivíduos das populações-chave que apresentem risco aumentado de infecção
pelo HIV, conforme já descrito anteriormente, mas também deve ser considerada para
outras pessoas sem infecção pelo HIV que cumpram critérios para o uso da profilaxia,
conforme suas práticas sexuais, número de parcerias, uso irregular de preservativos e
qualquer outro contexto específico associado a um maior risco de infecção, conforme
acima mencionado, e que demonstrem interesse e motivação em relação ao uso do
medicamento.
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Resultado de teste de HIV positivo;
› Clearance de creatinina (ClCr) estimado abaixo de 60 mL/min.
estimado para todos os indivíduos candidatos
à PrEP, principalmente aqueles com idade superior a 30 anos. Também para todos os
candidatos à PrEP, na consulta inicial, recomenda-se avaliar o histórico e fatores de risco
para doença renal, como presença de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes,
uso concomitante de medicamentos e história conhecida de insuficiência renal ou lesão
renal.
A solicitação e coleta do exame de função renal deve ser feita preferencialmente
no dia da primeira dispensação de PrEP, podendo-se aguardar seu resultado dentro
do prazo do primeiro retorno do usuário em 30 dias, sem prejuízo para a primeira
dispensação da profilaxia. Para pessoas sem histórico de doença renal ou fator de risco,
o resultado do exame não deve atrasar o início da PrEP.
Recomenda-se reavaliação da função renal a cada 12 meses no seguimento da
PrEP. Nos indivíduos com idade superior a 50 anos OU com história de comorbidades,
tais como HAS e diabetes, OU com estimativa inicial do ClCr menor que 90 mL/min, a
reavaliação da função renal deve ser mais frequente, a cada seis meses, pelo maior risco
de declínio para valores anormais do clearance de creatinina18.
PREVENÇÃO COMBINADA DO HIV
O termo “prevenção combinada” remete à conjugação de diferentes ações de
prevenção às IST e ao HIV e seus fatores associados32. Como o próprio nome sugere,
a prevenção combinada envolve o uso “combinado” de métodos preventivos, de
acordo com as possibilidades e escolhas de cada indivíduo, sem excluir ou sobrepor um
método ao outro. A PrEP é uma das formas de prevenir a infecção pelo HIV no contexto
das estratégias de prevenção combinada disponíveis no SUS. Dentro do conjunto de
ferramentas da prevenção combinada do HIV, também se inserem:
› Testagem regular para a infecção pelo HIV;
› Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP);
› Uso habitual e correto de preservativos;
› Diagnóstico oportuno e tratamento adequado das IST;
Redução de danos;
› Gerenciamento de risco e vulnerabilidades;
› Supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral (Indetectável =
Intransmissível, ou I = I)33;
› Imunizações;
› Prevenção da transmissão vertical do HIV, da sífilis e da hepatite B.
Não há hierarquização entre as estratégias. Essa combinação de ações deve ser
centrada nas pessoas, nos grupos a que elas pertencem e na sociedade em que estão
inseridas, considerando as especificidades dos sujeitos e dos seus contextos.