Pneumologia P2 Flashcards

1
Q

Como é a estrutura do vírus influenza?

A
  • Vírus encapsulado
  • Material genético de RNA
  • Matriz proteica que envolve o RNA
  • Envelope externo lipídico com glicoproteínas de superfície com hemaglutinina e neuraminidase
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2
Q

Quais são os tipos de influenza?

A

A, B e C

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3
Q

O que é a mutação “antigenic drift”?

A
  • São mutações de pontos do genoma, com alterações das glicoproteínas de superfície
  • Determina uma nova variante viral
  • É a responsável pelos surtos ou epidemias
  • Ocorre no influenza A e B
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4
Q

O que é a mutação “antigenic shift”?

A
  • É uma grande variação, com substituição de grande parte do genoma
  • Ocorre a cada 10 ou 40 anos
  • Determina o surgimento de um novo vírus
  • Responsável pelas pandemais
  • Ocorre somente com o influenza A
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5
Q

Qual é a fisiopatogenia do vírus influenza?

A
  • Tem sazonalidade (inverno e início da primavera)
  • Transmissão inter-humana por secreções respiratórias
  • Período de transmissão: um dia antes até sete dias depois do início dos sintomas (criança pode ser maior)
  • Período de incubação: um a quatro dias
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6
Q

Qual o quadro clínico da gripe?

A
  • Quadro febril agudo com repercussão sistêmica
  • Febre: sintoma mais importante, pode ser alta e com calafrios
  • Sintomas sistêmicos: adinamia, mialgia, cefaléia e artralgia
  • Sintomas respiratórios (vias aéreas superiores ou inferiores): surgem posteriormente
  • Evolução benigna e autolimitada na maioria dos casos
  • Duração habitual: 2 a 5 dias
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7
Q

Qual o principal marcador de gravidade em um caso de gripe?

A

Dispneia!!

FR > 25

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8
Q

Quem são as pessoas com fatores de risco para má evolução em casos de gripe?

A
  • Portadores de doença crônica cardiovascular ou respiratória
  • Diabéticos, nefropatas, imunodeprimidos e portadores de doenças hematológicas
  • Residentes em asilos e creches
  • Idade acima de 60 anos
  • Idade abaixo de 2 anos
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9
Q

Quais são as complicações da gripe?

A
  • Infecções bacterianas secundárias: sinusite, otite e pneumonia
  • Pneumonia pelo Influenza
  • Descompensação de doenças crônicas
  • Outras: encefalite, Guillain-Barré, mielite transversa e pericardite
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10
Q

Como é o tratamento da gripe?

A
  • Sintomáticos: analgésicos e antitérmicos. Evitar AAS em crianças (Síndr. de Reye)
  • Drogas antivirais
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11
Q

Quais são as drogas antivirais com ação contra o influenza A?

A

Amantadina, rimantadina, zanamivir e olsetamivir

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12
Q

Quais são as drogas antivirais com ação contra o influenza B?

A

zanamivir e olsetamivir

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13
Q

Quem deve receber os antivirais?

A
  • Pacientes com fatores de risco

- Pacientes com sinais de gravidade

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14
Q

Quais são as indicações para vacinação contra a gripe?

A
  • Idade > 60 anos
  • Residentes em asilos ou creches
  • Moradores de rua
  • Portadores de doença crônica
  • Crianças que fazem uso de salicilato
  • Imunodeprimidos
  • Profissionais de saúde
  • Co-habitantes de pessoas de alto risco
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15
Q

Quais são as contraindicações para vacinação contra a gripe?

A
  • Doença neurológica em evolução
  • Alergia verdadeira ao ovo
  • Alergia ao timerosal
  • Infecção febril aguda
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16
Q

Quais são so efeitos colaterais da vacina da gripe?

A
  • Mais frequentes: dor e hiperemia local
  • Febre baixa, mialgia e cefaléia podem ocorrer nas primeiras 24 horas
  • A vacina não provoca gripe
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17
Q

Como é a estrutura do SARS-CoV-2?

A
  • É um betacoronavírus
  • Material genético de RNA
  • Vírus envelopado
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18
Q

Como é a transmissão do SARS-CoV-2?

A
  • Inter-humana
  • Via respiratória por gotículas
  • Indireta por contato com superfícies contaminadas
  • Período de incubação: até 14 dias (média de 4 dias)
  • Período de transmissão: fase sintomática da doença
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19
Q

Quais são os achados laboratoriais da COVID-19?

A
  • Linfopenia (83%)
  • Trombocitopenia (36%)
  • Leucopenia (33%)
  • Elevação de proteína C reativa
  • Elevação de transaminases (menos comum)
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20
Q

Quais são os marcadores de gravidade da COVID-19?

A
  • Idade
  • Queixa de dispneia
  • Presença de comorbidades
  • Alteração de sinais vitais
  • Hipoxemia
  • Alterações radiológicas
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21
Q

Quais são as indicações para tratamento hospitalar em casos de COVID-19?

A
  • Pacientes com dispneia relatada (?)
  • Alteração de sinais vitais
  • SpO2 < 95%
  • Descompensação de doença de base
  • Radiografia com envolvimento multilobar
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22
Q

Quais são os critérios para indicação de internação na UTI?

A

Critérios maiores:

  • IRpA com necessidade de VM
  • Choque com necessidade de drogas vasoativas

Critérios menores:

  • Confusão/desorientação
  • FR > ou igual a 30 irpm
  • Hipotensão
  • Hipotermia ( < 36º)
  • PaO2/FiO2 < ou igual a 250
  • Envolvimento multilobar
  • Leucócitos < 4000 cels
  • Plaquetas < 100.000
  • Uremia (BUN > 20 mg/dl)
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23
Q

Quais sãos as infecções de vias aéreas superiores?

A
  • Resfriado comum
  • Rinossinusites
  • Faringoamigdalites
  • Otites
  • Laringites
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24
Q

Quais são os principais agentes do resfriado comum?

A

Rinovírus, coronavírus e infuenza

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25
Qual o quadro clínico do resfriado comum?
- Rinorréia - Obstrução e prurido nasal - Espirros - Dor de garganta - Mal estar, conjuntivite - Febre é incomum em adultos, em crianças pode ocorrer febre baixa - Duração: 3 a 7 dias
26
Qual a diferença entre o resfriado e a gripe?
Resfriado: - Rinovírus, Adenovírus, Parainfluenza e Influenza - Febre baixa ou ausente - Sem repercussão sistêmica - Sintomas de VAS Gripe: - Influenza - Febre > 38º - Repercussão sistêmica - Sintomas de VAS e VAI
27
Como é a classificação das rinossinusites?
Duração dos sintomas: - Aguda: até 4 semanas - Subaguda: 4 a 12 semanas - Crônica: > 12 semanas - Recorrente: 4 ou mais episódios/ano
28
Quais são os fatores de risco para rinossinusites?
- Resfriado comum, Gripe (IVAS virais) - Alterações anatômicas da VAS - Alterações do transporte mucociliar - Deficiências imunológicas - Corpo estranho - Infecções dentárias - Rinite alérgica
29
Quais os principais agentes etiológicos das rinossinusites?
Agudas: - Virais: rinovírus,influenza e parainfluenza (maioria da sinusites agudas) - Bacterianas: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis Crônicas: - Polimicrobiana: anaeróbios, S aureus, Gram negativos (Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Enterobacter spp, e Escherichia coli)
30
Qual é o quadro clínico das rinossinusites?
- Obstrução nasal - Rinorréia purulenta anterior/posterior - Dor/pressão facial - Cefaléia - Redução/perda do olfato - Tosse - Halitose, dor de garganta, mal estar e febre
31
Quais são os sinais maiores das rinossinusites?
- Rinorréia purulenta anterior/posterior - Obstrução nasal - Dor à pressão facial - Congestão facial - Hiposmia ou anosmia - Febre
32
Quais são os sinais menores das rinossinusites?
``` Cefaleia Tosse Fagida Dor dentária Dor em ouvido, à pressão Halitose ```
33
Quais as complicações das rinossinusites?
- Orbitárias: celulite, abscesso subperiosteal, abscesso orbitário e trombose seio cavernoso - Intracraniana: Meningite, abscesso e cerebrite - Óssea: ostomielite
34
Quais os sinais de alerta que indicam uma complicação de uma rinossinusite?
- Ausência de resposta ao tratamento; - Edema e/ou eritema palpebral; - Alterações visuais; - Cefaléia intensa - Toxemia; - Sinais meníngeos.
35
Qual é o tratamento das rinossinusites?
Pacientes sem uso de antibióticos nas últimas 6 semanas: - Amoxicilina - Amoxicilina/clavulanato - Macrolídeos - Cefaclor, cefuroxima Uso de antibiticos nas últimas 6 semanas: - Amoxicilina/clavulanato - Quinolona respiratória - Cefaclor, cefuroxima e cefpodoxima Por 10 a 14 dias
36
Qual é o tratamento das rinossinusites na forma crônica?
- Clindamicina - Amoxicilina/clavulanato - Metronidazol + cefalosporina de 2ª geração (cafaclor ou cefuroxima) - Moxifloxacino Por 3 a 6 semanas
37
O que é a bronquite aguda?
Inflamação auto-limitada dos brônquios que ocorre frequentemente após uma infecção das vias aéreas superiores.
38
Quais os principais agentes da bronquite aguda?
Vírus (90% dos casos): Influenza A e B, Parainfluenza, Coronavírus, Rinovírus e Sincicial respiratório. Bacterias: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia penumoniae e Bordetella pertussis
39
Qual o quadro clínico da bronquite aguda?
- Tosse é o principal sintoma - Duração acima de 5 dias e até 3 semanas - Tosse seca ou produtiva (mucóide ou purulenta) - Sibilos podem estar presentes - Presença de febre é incomum (outro diagnóstico)
40
Quais são os diagnósticos diferenciais da bronquite aguda?
``` Bronquite crônica (DPOC) Asma Síndrome da gota pós-nasal (resfriado, rinite alérgica, rinossinusite) DRGE Pneumonia ```
41
Qual é o tratamento da bronquite aguda?
- Sintomáticos - Anti-tussígenos se a tosse estiver muito intensa - Broncodilatadores e corticoides em casos mais graves
42
Quando usar antimicrobianos em caso de bronquite aguda?
- Suspeita de coqueluche (macrolídeos) - Portadores de comorbidades graves - Pacientes com mais de 65 anos com quadro agudo de tosse e 2 ou mais dos critérios abaixo ou maiores de 80 anos com 1 ou mais das seguintes condições: ▫ Admissão hospitalar no ano anterior ▫ Diabetes tipo 1 ou 2 ▫ História de insuficiência cardíaca congestiva ▫ Uso atual de corticóide oral
43
O que é o derrame pleural?
Acúmulo anormal de líquido ou ar no espaço pleural
44
Quais são as causas de derrame pleural?
- Aumento da permeabilidade da pleura (acontece principalmente em processos inflamatórios) - Aumento da pressão capilar pulmonar (acontece mto na IC) - Redução da pressão negativa intrapleural (pode acontecer em uma dispneia intensa) - Redução da pressão oncótica (acontece baixa de proteínas como na desnutrição, insuf. hepática, etc) - Obstrução do fluxo linfático (não há drenagem)
45
Quais são os sinais e sintomas de derrame pleural?
Sinais: - Inspeção: abaulamentos e retrações - Palpação: redução de expansibilidade - Percussão: macicez - Ausculta: redução do MRV Sintomas: - Relacionados à doença de base - Dor torácica - Dispneia: volumosos ou rápida formação - Tosse: seca
46
Quais são os exames complementares que podem auxilar na confirmação do diagnóstico ou no diagnóstico diferencial de derrame pleural?
- Raio-x de tórax - TC de tórax (auxilia no diagnóstico diferencial) - Ultrassonografia (auxilia no diagnóstico e na quantificação do volume) - Toracocentese (tem como objetivo a diferenciação em transudato e exsudato)
47
Qual a diferença entre transudato e exsudato?
- Transudato é quando tem um transbordamento de líquido para dentro do espaço pleural, é um líquido pobre em proteínas e rico em água. - Exsudato é quando o líquido é inflamatório, ele secretou para dentro do espaço pleural e ele é rico em proteínas e células inflamatórias
48
O que é hemotórax, empiema e quilotórax?
- Hemotórax é derrame pleural com sangue - Empiema: derrame pleural com aspecto de pus - Quilotórax: derrame pleural com líquido acizentado (por obstrução linfática)
49
Quando deve se feita a toracocentese?
- Esclarecimento diagnóstico - Associado à esvaziamento ou drenagem para alívio da dispneia - Causa clínica definida como transudato * Diagnóstico diferencial * Alívio da dispneia
50
O que solicitar no líquido da toracocentese?
Exames básicos: - Citologia, citometria, pesquisa de células neoplásicas, aspecto do líquido Cultura para bactérias, gram, BAAR, fungos Bioquímica: pH, glicose, colesterol, albumina, proteína, LDH Exames direcionados à possível causa - ADA, Amilase, triglicérides, marcadores neoplásicos, marcadores de doenças imunológicas
51
Quais são os critérios de Light?
Para ser transudato: - Relação entre proteína do líquido pleural e sérica menor ou igual a 0,5 - Relação entre DHL do líquido pleural e sérica menor ou igual a 0,6 - DHL no líquido pleural >2/3 do limite superior no soro: não Para ser exsudato: - Relação entre proteína do líquido pleural e sérica > 0,5 - Relação entre DHL do líquido pleural e sérica > 0,6 - DHL no líquido pleural >2/3 do limite superior no soro: sim
52
Quais são as principais causas de transudato?
- Insuficiência cardíaca congestiva - Embolia pulmonar - Hipoalbuminemia/ - Desnutrição - Diálise peritoneal - Cirrose hepática - Síndrome nefrótica - Glomerulonefrite - Neoplasias
53
Quais são as principais causas de exsudatos?
- Infecciosa - Neoplasias - Colagenoses - Hemotórax - Quilotórax - Pancreatite - Abcesso hepático . . .
54
Qual é o tratamento to derrameu pleural?
Depende da doença de base
55
Quando drenar o derrame pleural?
Quando for: - Pneumotórax - Hemotórax - Quilotórax - Empiema - Derrame pleural extenso, recidivante e com sintomas
56
O que é um derrame pleural parapneumônico?
É um derrame pleural após uma pneumonia
57
Quais são as caracteríticas de um derrame parapneumônico não complicado?
- Exsudato - Em geral de pequeno volume - Presença de neutrófilos - Se puncionado a cultura e o gram será negativo - A conduta pode ser expectante
58
Quais são as caracteríticas de um derrame parapneumônico complicado?
- Exsudato - Invasão de bactéria no espaço pleural - Presença de neutrófilos, glicose baixa, pH acido, LDH e proteínas altos - Odor fétido, gram com presença de bactérias - Se for por anaeróbios, a cultura pode ser negativa
59
Quais são as caracteríticas de um empiema pleural?
- Mesmas características do complicado - Presença de pus no espaço pleural - Presença de fibrina e formação de lojas - Pode acompanhar dor torácica, febre e sintomas da pneumonia - Comunitária: Streptococus e anaeróbios - Hospitalar: Gram negativos e Stafilococus - É mais grave. Geralmente há uma evolução do não complicado para o complicado e depois para o empiema
60
O que é a decorticação pleural e quando ela pode ser feita?
É a retirada da pleura doente através de cirurgia aberta ou laparoscópica. É feita quando a drenagem não é suficiente para esvaziar o espaço pleural.
61
O que a pleurostomia?
É a realização cirúrgica de um buraco na parede do tórax para drenar essa secreção da pleura e isso fica aberto por meses. Após a drenagem o buraco é fechado
62
O que é o pneumotórax?
Presença de ar no espaço pleural.
63
Quais são os sintomas de pneumotórax?
Dispneia geralmente súbita Tosse Dor pleurítica Agitação
64
Como é o exame físico no pneumotórax?
- Inspeção: redução da expansibilidade do lado do pneumotórax - Palpação: FTV abolido - Ausculta: MRV abolido - Percussão: timpanismo importante
65
Como é a radiografia de tórax do pneumotórax?
- Ausência de trama - Linha entre o pulmão e o espaço pleural - Desvio de mediastino para o lado contrário da lesão (se for um caso mais grave)
66
Como é classificação do pneumotórax?
Quanto ao tamanho: - Pequeno: <2cm medido no hilo - Grande: > 2cm medido no hilo OBS: 1cm = 49% do volume do tórax Quanto ao tipo: - Espontâneo Primário (quando não há nenhuma causa conhecida) - Espontâneo Secundário (quando a pessoa tem uma doença que forma bolhas no pulmão, como por ex um DPOC) - Traumático (acidentes) - Iatrogênico (promovido por um profissional da saúde) Quanto à pressão: - Hipertensivo (há aumento da pressão) x Não-hipertensivo
67
Quais são as caracteríticas do pneumotórax espontâneo primário?
- Sem um evento precipitante - Menos que 40 anos - Masc. 5 a 8:1 fem. - 50% são de grande tamanho - Indivíduos longilíneos - Pode haver uma doença pulmonar não diagnosticada Fatores de risco: - Tabagismo - História familiar - Síndrome de Marfan - Presença de bolhas congênitas
68
O que fazer com um pneumotórax espontâneo primário?
Primeiro episódio: - Pequeno com o paciente estável: * Observação * Se houver aumento: drenagem ou aspiração - Grande com o paciente estável ou instável: * Dreno fino ou intermediário * Válvula de Heimlich * Aspiração Segundo episódio, situações de risco e fístula: - Cirurgia: bulectomia + pleurodese (pleurectomia ou abrasão) - Pleurodese com talco em suspensão
69
Quais são as caracteríticas do pneumotórax espontâneo secundário?
Doenças de vias aéreas: - DPOC, bronquiectasia, fibrose cística e mal asmático; Doenças infecciosas pulmonares: - Tuberculose, pneumonia por Pneumocystis carinii , pneumonia por estafilococo, pneumonia necrotizante e abscesso pulmonar; Doença pulmonar intersticial: - Sarcoidose, fibrose pulmonar idiopática, histiocitose X, linfangioleiomiomatose e esclerose tuberosa;
70
O que fazer com um pneumotórax espontâneo secundário?
Pequeno com paciente estável: - Observação internado - Drenagem Grandes com paciente estável: - Drenagem com dreno fino e aspiração - Drenos mais calibrosos em casos de fístula ou ventilação mecânica Grandes com paciente instável: - Dreno e aspiração Fístula persistente por mais de 4 dias: - Pleurodese com talco - Cirurgia e pleurodese * Toracoscopia * Toracotomia axilar
71
Quais são as caracteríticas do pneumotórax traumático?
Geralmente causado por: - Arma de fogo e arma branca - Trauma fechado - Contusão pulmonar - Ruptura alveolar
72
O que fazer com um pneumotórax traumático?
- Drenagem com drenos calibrosos | - Oclusão da cavidade pleural e o ambiente externo
73
Quais são as caracteríticas do pneumotórax iatrogênico?
Geralmente causado por: - Acesso venoso - Broncoscopia - Mediastinoscopia - Toracoscopia - Biópsias
74
O que fazer com um pneumotórax iatrogênico?
Drenagem com drenos calibrosos
75
Qual é a clínica do pneumotórax hipertensivo?
- Taquicardia - Pulso paradoxal - Agitação psicomotora - Dor torácica - Hipotensão - Cianose - Dispneia - Desvio traqueal - Hipersonoridade à percussão - Ausência de murmúrio
76
Qual é o tratamento de um pneumotórax hipertensivo?
- Primeiro tem que transformar esse pneumotórax fechado em aberto pegando uma agulha e perfurar o tórax do paciente na altura do 3º espaço intercostal na região anterior - Drenagem imediata
77
Qual é o fator emboligênico principal no TEP?
Trombos de TVP nos membros inferiores
78
Qual é a tríade de Virchow?
São fatores de risco para ter TEP - Lesão endotelial - Estase venosa - Hipercoagulabilidade (ou trombofilia)
79
Qual é o tipo de insuficiência respiratória por trombo?
- Eu vou ter áreas ventiladas, mas não perfundidas. Então aumenta as áreas de espaço morto. Há um aumento da relação V/Q
80
Quais são os fatores de alto risco para TEP?
- Fratura de quadril - Fratura de perna - Prótese de quadril - Prótese de joelho - Cirurgia geral gde porte - Trauma de grande porte - Lesão medular
81
Quais são os fatores de médio risco para TEP?
- Artroscopia de joelho - Cateter venoso central - Quimioterapia - I cardíaca crônica - I respiratória crônica - Reposição hormonal - Anticoncepcional oral - Neoplasia - Sequela de AVC - TEP ou TVP prévios - Puerpério - Trombofilias
82
Quais são os fatores de alto risco para TEP?
- Restrição ao leito >3 d - Imobilidade sentado (ex. viagens) - Idade avançada - Cirurgia laparoscópica - Obesidade - Gravidez - Veias varicosas
83
Quais são os fatores de risco hereditários?
- Fator V Leiden - Deficiência de proteína C - Anticardiolipina - Deficiência de proteína S - Deficiência de anti-trombina
84
Quando pensar em fator hereditário?
- TEV (tromboembolismo venoso) antes da sexta década (< 50 anos) - História de TEV sem causa aparente ou recorrente - Evento trombótico em sítio incomum (membro superior, etc.) - História familiar de TEV, principalmente em jovens
85
Quais são os sintomas de TEP?
Vai depender do tamanho do trombo e da área afetada - Dispneia súbita - Infarto pulmonar - hemoptise, dor pleural, dispneia - Cor pulmonale agudo com dispneia, hipotensão, estase jugular, hepatomegalia aguda e edema de MMII - Morte súbita
86
Qual é a classificação do nível de gravidade do TEP?
Maciço ou alto risco = instável: - Se a PAS < 90 mmHg por mais de 15 min com queda de mais de 40 mmHg da PA basal OU - Se tiver necessidade de drogas vasoativas para manter a PA elevada Submaciço = estável - Indicativos de sobrecarga direita em exames Sem sobrecarga de VD
87
Quais são os diagnósticos diferenciais de TEP?
Pulmonares: - Pneumonia - Exacerbação de DPOC - Pneumotórax - Derrame pleural - Vasculites - Colagenoses Cardiovasculares: - S. coronarianas agudas - Edema agudo de pulmão - Pericardite - Taquiaaritmias - Dissecção da aorta Sepse - SIRS
88
Quais são os exames auxiliares no diagnóstico de TEP?
- Rx de tórax - Eletrocardiograma - Ecocardiograma - Gasometria - BNP, pró-BNP e troponina (são indicadores de IC e quando presentes indicam pior prognóstico) - D-dímero (ELISA)
89
Como é o Rx de tórax no TEP?
- Pode ser normal, isso não exclui o diagnóstico Pode ter: - Oligoemia (ausência de trama vascular) - Sinal de Westermark - Imagem de consolidação - Sinal de Hampton - Atelectasia, derrame pleural - Aumento da artéria pulmonar
90
Como é o eletrocardiograma no TEP?
- S1Q3T3 (onda S negativa em D1, e onda Q e T invertida em D3) <10% e indica pior prognóstico - Fibrilação atrial - Bradi e taquicardias - Bloqueio de ramo direito - Alterações de ST - Inversões de T em II, III, aVF
91
Como é o ecoocardiograma no TEP?
Sinais de hipertensão arterial pulmonar: - Medida da pressão - Aumento de AD, VD e Artéria Pulmonar - Insuficiência tricúspide - Forame oval aberto Quantificação da gravidade pela pressão Trombo intracavitário ou em artéria pulmonar
92
Como é a gasometria no TEP?
- Hipoxemia -> aumenta mortalidade - Alcalose respiratória/ acidose respiratória - P(Alveolar - arterial)O2 alargada *20% - gasometria arterial normal
93
Como o D-dímero ajuda no diagnóstico de TEP?
Ele é principalmente excluitivo, se ele der positivo não indica TEP. Tem mais valor se der negativo - Alto valor preditivo (-): excluir TEP - Baixo valor preditivo (+): não confirma TEP
94
Quais são os exames que buscam o diagnóstico definitivo de TEP?
- USG com Doppler de membros inferiores - Angiotomografia de tórax - Cintilografia pulmonar de ventilação/perfusão - Arteriografia pulmonar (seria o padrão ouro, mas tem alto risco de efeitos adversos)
95
Como é a angiotomografia de tórax no TEP?
- Falhas de enchimento vascular confirmam a TEP - Falso negativo é raro - Diagnóstico diferencial - Se inconclusivo – realizar cintilografia - Contra indicado em Insf. Renal e alergia a contraste iodado - Índice VE/VD>0,5
96
Como é o escore de Wells?
Soma pontos dos itens abaixo: - Hemoptise - 1 - História prévia de TEP/TVP - 1,5 - Imobilização (maior ou igual a 3 dias) ou cirurgia nas últimas 4 semanas - 1,5 - Neoplasia ativa - 1 - FC > 100 BPM - 1,5 - Sinais clínicos de TVP (empastamento, dor à palpação) - 3 - Não há outro diagnóstico mais provável do que TEP - 3 Probabilidade: - Baixa: < 2 pts - Moderada: 2 - 6 pts - Alta: > 6 pts
97
Quais são os critérios de exclusão para TEP?
- Idade < 50 anos - Sem hemoptise - Sem história prévia de TVP/TEP - Sem trauma/cirurgia com hospitalização nas últimas 4 semanas - Sem uso estrogênio - FC < 100 bpm - Sat ≥ 95% - Ausência de edema unilateral de perna
98
Como deve ser a conduta de exames baseado no escore de Wells?
Baixa probabilidade: - Verificar se há critérios de exclusão, se sim a embolia é excluída. - Se não, faz D-dímero - Se D-dímero positivo faz angioTC - Se for inconclusiva faz cintilografia - Se inconclusiva faz outros exames auxiliares Moderada probabilidade: - Já começa no D-dímero Alta probabilidade: - Ja começa na agioTC
99
Quais são as medidas gerais para tratamento de TEP?
- Oxigenoterapia – SatO2 ≥ 90% - Suporte ventilatório - Acesso venoso - Ressuscitação volêmica - Drogas vasoativas - Deambulação precoce
100
Como é o tratamento de TEP no paciente estável?
Se o paciente tem baixa probabilidade de TEP: - Exames < 24 horas - aguardar exames - Exames > 24 horas - anticoagulação até realização de exames Se o paciente tem média probabilidade de TEP: - Exames < 4 horas - aguardar exames - Exames > 4 horas - anticoagulação até realização de exames Se o paciente tem alta probabilidade clínica de TEP: - Começamos a anticoagulação imediatamente, antes mesmo dos exames diagnósticos
101
Como avaliar o risco de sangramento nos pacientes com TEP?
Baixo risco = 0 fatores Moderado risco = 1 fator Alto risco = 2 ou mais fatores ``` > (65) 75 anos Sangramento prévio Câncer Metástase Insuf renal Insuf hepática AVC Trombocitopenia Diabetes Anemia Terapia antiplaquetária Distúrbio de coagulação Alcoolismo Quedas frequentes Cirurgia recente Baixo status funcional ```
102
Quais são os anticoagulantes que podem ser usados na anticoagulação inicial (0 a 10 dias)?
- Heparina de baixo peso molecular - Heparina não fracionada - Fondaparinux - Anticoagulantes orais inibidores Xa e inibidores diretos da trombina
103
Quais são os anticoagulantes que podem ser usados na anticoagulação a longo prazo?
- Warfarina - Anticoagulantes orais inibidores Xa: Rivaroxabana, Apixabana, Edoxabana - Inibidores diretos da trombina: Dabigatrana - Heparina de baixo peso molecular - Fondaparinux
104
Por quanto tempo manter a anticoagulação?
Anticoagulação a longo prazo – por 3 a 6 meses: - TEP de fatores de risco removíveis - TEP de causa não determinada primeiro evento Anticoagulação definitiva: - Presença de fatores de risco não removíveis - TEP de causa não determinada segundo evento - TEP/TVP de repetição Trombofilias
105
Quais são os critérios para tratamento domicilar da TEP sem internação?
- Baixo risco de óbito - sPESI - Sem uso de oxigênio - Bom controle da dor - Bons sinais vitais e nível de consciência - Baixo risco de sangramento - Sem comorbidades importantes - Ausência de TVP e TEP associados
106
Quando usar a heparina não fracionada?
- Uso preferencial em pacientes obesos - Pacientes instáveis em UTI - Pacientes com necessidade de procedimentos invasivos - Pacientes com risco elevado de sangramentos - Pacientes com insuficiência renal
107
Quando usar o filtro de veia cava?
- Contraindicações ou complicaçoes na anticoagulação - Recidivas de TEP com anticoagulação adequada - TEP maciça - Embolectomia - TVP proximal com alto risco de TEP
108
Como é o tratamento do paciente instável?
Usamos tromboembolíticos: - Alteplase – tPA – ativador de plasminogênio: 100mg em duas horas - Estreptoquinase – ativador de plasmina: 250.000UI em 30min – 100.000UI/h em 24h - Uroquinase – ativador de plasmina: 4.400UI/kg em 10min – 4.400UI/kg/h em 12h
109
Como é feita a administração de trombolíticos?
- Acesso venoso periférico - Evitar procedimentos invasivos - Infusão contínua - Interromper heparina duratne a infusão
110
Quais são as contraindicações ao uso dos trombolíticos?
- Neoplasias intracranianas - Cirurgias ou traumas intracranianos ou espinhais recentes - AVEH, sangramentos ativos - AVEi nos últimos 3 meses
111
O que é bronquiectasia?
É uma doença respiratória crônica das vias aéreas inferiores caracterizada anatomicamente pela dilatação e distorção irreversível dos brônquios, resultante da destruição dos componentes elásticos e musculares da sua parede
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Quais são os dois elementos fundamentais da fisiopatogenia da bronquiectasia?
- Agressão infecciosa | - Deficiência na depuração (eliminação) das secreções brônquicas
113
Qual é a fisiopatogenia da bronquiectasia?
Há um evento inicial ou uma deficiência na eliminação de secreção -> Lesão do sistema mucociliar -> acúmulo de muco e bactérias -> seleção de bactérias virulentas -> processo inflamatório crônico -> redução da depuração brônquica -> infecções recorrentes -> bronquiectasias.
114
Quais são as possíveis etiologias para a bronquiectasia?
Congênita: - Deficiências de elementos da parede brônquica - Sequestro pulmonar (pulmão anômalo que não funciona adequadamente e se infecta com muita facilidade) Obstrução brônquica: - Corpo estranho, neoplasia, adenopatia hilar, impactação mucóide, DPOC ou asma Pneumonite inflamatória: - Aspiração de conteúdo gástrico ou substâncias cáusticas, inalação de gases tóxicos Resposta imunológica exacerbada: - Aspergilose broncopulmonar alérgica, artrite reumatóide, Sjogren Deficiência imunológica: - Hipogamaglobulinemia, deficiência de IGA, SIDA Deficiência muco-ciliar: - Discinesia ciliar primária, fibrose cística, discinesia ciliar secundária (asma, tóxica, bactérias) Pós infecciosa Outras: - Síndrome sinusobronquial - Idiopática
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Como é a a apresentação clínica da bronquiectasia?
- Evolução crônica - Tosse produtiva persistente - Episódios de exacerbação com necessidade de antibioticoterapia (“pneumonias”) - Dispneia (estágio mais avançado)
116
Quais podem ser os achados clínicos de uma bronquiectasia estável?
No exame físico: - Creptações – 75% dos casos - Sibilos – 22% dos casos - Baqueteamento digital – 02% dos casos
117
O que é a bronquiectasia seca?
- É um bronquiectasia em ápice, com tosse seca e hemoptise. | - É sequela da tuberculose pulmonar
118
O que acontece na exacerbação da bronquiectasia?
- Intensificação aguda dos sintomas - Piora da tosse, volume e purulência do escarro - Surgimento ou piora da dispneia - Sibilos, hemoptise - Adinamia e Febre
119
Quais são os principais agente etiológicos das exacerbações da bronquiectasia?
``` Doença em fase inicial: - Streptococcus pneumoniae - Haemophilus influenzae Doença avançada: - Pseudomonas aeruginosa - Staphylococcus aureus ```
120
Como é feito o diagnóstico da bronquiectasia?
Exames de imagem: - Confirmação do diagnóstico (tem baixa sensibilidade e especificidade para o diganóstico) Exames auxiliares: - Investigação etiológica - Determinar gravidade
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Quais são as alterações que aparecem no raio-x de tórax na bronquiectasia?
- Pode ser normal na fase inicial da doença - Imagens paralelas ou “linhas de trem” – por espessamento das paredes brônquicas - Imagens anelares - Atelectasias laminares - Hiperinsulflação dos segmentos adjacentes
122
Quai é o exame de escolha para diagnóstico de bronquiectasia?
- TC de tórax
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Quais são os achados na TC de tórax na bronquiectasia?
- Diâmetro do brônquio maior 1,5 vezes o vaso adjacente (anel de sinete) - Imagens lineares e anelares - Espessamento das paredes brônquicas - Perda da redução do calibre dos brônquios na periferia. - Hipertransparência: “air trapping”
124
Quais são os exames auxiliares para a pesquisa de bronquiectasia?
- Dosagens de imunoglobulinas - Sódio e cloro no suor - Biópsia de epitélio respiratório - Espermograma - Pesquisa de BAAR no escarro - Avaliação nutricional e função pulmonar - Broncoscopia
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Como é o exame de função pulmonar na bronquiectasia?
- Fases iniciais: distúrbio obstrutivo (VEF1 reduzido e VEF1/CVF reduzido) - Fases avançadas: distúrbio restritivo (CVF reduzido com VEF1/CVF normal)
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O que é a fisioterapia respiratória?
- Técnicas para aumentar o clearance das vias aéreas é recomendada para todos pacientes - Benefícios: * Melhora da qualidade de vida * Redução das exacerbações
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Para que serve a reabilitação na bronquiectasia?
- Programa de exercícios aeróbicos. É recomendado para todos os pacientes com redução da capacidade de exercício - Benefícios: * Aumento da tolerância ao exercício * Melhora da qualidade de vida e sintomas
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Como é feita a prevenção de exacerbações?
- Imunização contra influenza e pneumococo - Uso prolongado de antibiótico - Tratamento adequado das exacerbações
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Como deve ser feito o uso prolongado do antibiótico na bronquiectasia?
- Indicação: pacientes com > 3 exacerbações/ano - Esquema: aminoglicosídeo inalatório ou macrolídeo oral - Benefícios: redução das exacerbações, redução dos sintomas - Cuidados: eventos adversos e resistência
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Como deve ser feito o tratamento da exacerbação da bronquiectasia?
- Antibioticoterapia sistêmica de acordo com estádio da doença e culturas do escarro - Corticóide sistêmico - Broncodilatador inalatório
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Quando pode ser feito o tratamento cirúrgico na bronquiectasia?
- Doença localizada - Boa reserva funcional - Sem melhora com medidas clínicas - Paciente com hemoptises
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Qual é o tratamento adjuvante de manutenção?
Corticoide inalatório NÃO É RECOMENDADO Broncodilatador inalatório contínuo deve ser em casos individuais Agentes mucolíticos podem ser usados em caso de dificuldade de expectoração