P3 Pneumologia Flashcards

1
Q

O que é a tuberculose?

A

É uma doença infecciosa e transmissível, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. A forma pulmonar é a principal responsável pela transmissão da doença

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2
Q

Quais são as características do mycobacterium tuberculosis?

A
  • Aeróbio estrito (não vive em lugar que não tenha oxigênio)
  • Não forma esporos e não produz toxina
  • Intracelular facultativo
  • Homem o único reservatório natural
  • Presença de um envelope celular lipídica, com ácido
    micólico responsável pela álcool-ácido resistência
  • Cultura em meios a base da albumina e ágar ou ovo e batata
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3
Q

Qual é a fisiopatogenia da tuberculose?

A
  • Bacilos são transmitidos por gotículas e aerossois que ficam no ar de 6 a 8 horas
  • O bacilo morre com exposição a luz solar, por isso é importante manter o ambiente ventilado e com exposição ao sol
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4
Q

Quem transmite a tuberculose?

A
  • Paciente BAAR positivo infecta 10 a 15 pessoas na comunidade/ano
  • TRM-TB ou Cultura positivos com BAAR negativos têm menor transmissibilidade
  • Pacientes com cultura negativa ou TB extrapulmonar não transmitem
  • Transmissão reduz com 15 dias de tratamento
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5
Q

Quem é o contactante?

A

Assintomático e radiografia normal

  • Contato de pelo menos 200h de exposição
    a focos com escarro positivo para BAAR
  • Contato de pelo menos 400h a focos com
    BAAR negativo e cultura positiva ou TRM-TB positivos.
  • Pessoa que permanece uma ou mais noites em domicílio fechado com algum paciente TB positivo
  • Exposições frequentes durante o dia por mais de 3 meses a paciente TB positivo
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6
Q

Qual é a patogenia da tuberculose?

A
  • O bacilo pode morrer e a pessoa não desenvolve a doença
  • Pode ser formado um granuloma em torno desse bacilo, sendo o bacilo destruído por esse granuloma
  • O bacilo pode não ser destruído pelo granuloma, o que pode acarretar na contaminação linfática e linfonodal. Então temos um granuloma, vasos linfáticos com linfagite e linfonodos inflamados e esse conjunto de granuloma + linfáticos + linfonodos a gente chama de complexo de Ranke. Quando forma esse complexo de ranke a pessoa passa a ter uma imunidade celular para o bacilo da tuberculose. A partir do complexo de ranke podem acontecer algumas situações:
  • Pode haver a destruição do bacilo
  • Pode haver a sua disseminação hematogênica ou linfática, o que pode acarretar na tuberculose latente. O bacilo está vivo, mas está hibernando. Pode ficar latente e se desenvolver após anos.
  • Pode haver a sua disseminação linfática que pode acarretar no desenvolvimento da tuberculose primária onde o principal órgão acometido é o pulmão. Há a formação de vários granulomas por todo o pulmão, gerando a tuberculose milliar
  • Pode haver a sua disseminação hematogência que acarreta no desenvolvimento da tuberculose primária, que pode atingir qualquer órgão. A pior delas é a meningite tuberculosa
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7
Q

Quais as características da tuberculose primária?

A
  • Ocorre por disseminação linfática e hematogênica da tuberculose – Complexo de Ranke
  • Pode afetar qualquer órgão
    Formas mais graves:
    *Tuberculose miliar
    *Meningite tuberculosa
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8
Q

O que é a tuberculose pós-primária?

A

Reativação endógena:
- Um bacilo de latente pode se ativar em qualquer época da vida e dar doença. Como a pessoa já tem imunidade celular contra o bacilo não haverá formação de granuloma. Vai ser formado um abscesso ao redor da colônia de bacilos para tentar destruí-los. Esse abscesso pode se romper, até cursando com destruição bronquica, o acúmulo de secreção derivado desse rompimento vai causar tosse e a pessoa vai eliminar bacilos no ambiente
- A clínica depende do local onde estava latente
- Pulmão, Coração, Pericárdio, Cérebro
, Vértebra – Mal de Pott, Artrite, Intestino, Pleura, Linfonodo . . .

Reativação exógena:

  • Um bacilo novo, inalado pelo paciente que já tem imunidade celular por contato prévio o bacilo
  • Doença exclusivamente pulmonar
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9
Q

Qual é o quadro clínico da tuberculose?

A
  • Evolução de semanas ou meses
  • Tosse: principal sintoma (pensar em tuberculose se tiver mais de 2 semanas)
    • seca (início) ou produtiva (purulenta)
    • hemoptise (25% dos casos)
  • Dispneia (1/3 dos casos)
  • Dor torácica (1/3 dos casos)
  • Sintomas gerais: febre, sudorese e emagrecimento
  • Apresentação aguda
    • diagnóstico diferencial com pneumonia
  • Apresentação com IRpA
    • diagnóstico diferencial com doenças pulmonares difusas
  • Hemoptise isoladamente
  • Febre e emagrecimento sem sintomas respiratórios
  • Achado radiológico

(reativação endógena)

  • Pleural :
  • Agudo/sub-agudo
  • Tosse seca
  • Dor torácica pleurítica
  • Febre
  • Exame físico: síndrome de derrame pleural
  • Ganglionar: adenomegalias
  • Urinária: hematúria, disúria
  • Óssea: dor óssea
  • SNC: meningoencefalite
  • APENAS A TUBERCULOSE PULMONAR É TRANSMISSÍVEL
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10
Q

Como é o exame físico na tuberculose?

A

Aparelho respiratório:

  • Normal
  • Síndrome de consolidação
  • Síndrome intersticial
  • Roncos
  • Som brônquico “Sopro cavitário”

Estado geral:

  • Emagrecimento
  • Hipocorado
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11
Q

Como funciona a vacina da BCG?

A
  • É inoculada a bactéria do gado atenuada e ela vai promover a formação do complexo de Ranke, formando uma imunidade celular (LTCD4). O que dificulta que a pessoa tenha a tuberculose primária, diminui os casos de tuberculose milliar e de meningite tuberculosa
  • A pessoa ainda pode ter a tuberculose pulmonar por reativação exógena
  • O HIV afeta principalmente o LTCD4, o que permite a pessoa ter a tuberculose nas suas formas mais graves
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12
Q

Em quem deve ser feita uma busca ativa da tuberculose?

A
  • Comunidades com alta prevalência de TB
  • Contatos com TB
  • Portadores de HIV ou imunossupressão
  • Moradores de asilos ou abrigos
  • Prisioneiros e profissionais de saúde
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13
Q

Quais são os achados da radiografia de tórax na tuberculose?

A

Principais achados:

- Cavidade: única ou múltipla
- Opacidades nodulares agrupadas ou acinares

Principais localizações:

- Segmentos apicais e posteriores dos lobos superiores
- Segmentos apicais dos lobos inferiores
Consolidação
Derrame pleural
Nódulo ou massa
Pneumotórax
Atelectasia
Padrão miliar
Adenopatia hilar ou mediastinal
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14
Q

Em quem realizar o BAAR?

A
  • No sintomático respiratório na busca ativa
  • Suspeita clínica ou radiológica de tuberculose
  • Acompanhamento e controle de cura
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15
Q

Quando fazer cultura na tuberculose?

A
  • Suspeita clínica e/ou radiológica e BAAR negativo
  • Casos de retratamento
  • HIV positivo
  • Populações de risco
  • Suspeita de resistência
  • Suspeita de TB extra-pulmonar
  • Realizar cultura para todos os casos de suspeita clínica de tuberculose
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16
Q

O que é o TRM - TB (PCR)?

A
  • Detecta fragmentos de DNA
  • Tem sensibilidade superior ao BAAR
  • Resultado em 2h
  • Secreções respiratórias, líquor e aspirado ganglionar
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17
Q

Em quem realizar o TRM-TB (PCR)?

A
  • Diagnóstico de casos novos
  • Diagnóstico de TB extrapulmonar em materiais validados (líquor, aspirado de linfonodos)
  • Triagem de suspeita de resistência à rifampicina em casos de retratamento ou suspeita de falência
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18
Q

O que é o PPD e como se interpreta seu resultado?

A
  • Ele identifica se a pessoa já teve contato com o bacilo da tuberculose

0-4 mm -> não reator

  • indivíduo não infectado pelo BK ou outra micobactéria semelhante
  • não vacinado com BCG
  • ou em fase de viragem tuberculínica
  • ou com condição clínica imunossupressora que impede a resposta celular

5-9 mm -> reator fraco

  • vacinado com BCG nos últimos dois anos
  • infectado pelo BK ou outras bactérias, principalmente se a infecção não for recente.

> ou igual a 10 -> reator forte

  • vacinado recentemente com o BCG
  • indivíduo infectado pelo BK (sobretudo se recentemente), doente ou não
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19
Q

Como fazer a leitura de BAAR, PCR e cultura?

A

Quadro clínico e radiológico e BAAR + e PCR +

  • Se cultura (+) = tuberculose
  • Se cultura (-) = bacilo morto em paciente em tratamento

Quadro clínico e radiológico e BAAR + e PCR (-)

  • Se cultura (+) = micobacteria NT, nocardia, rhodococcus
  • Se cultura (-) = bacilo morto ou micobacteria não TB

Quadro clínico e radiológico e BAAR (-) e PCR +

  • Se cultura (+) = tuberculose se clínica compatível
  • Se cultura (-) = bacilo morto, PCR falso positivo ou tuberculose paucibacilar

Quadro clínico e radiológico e BAAR - e PCR -

  • Se cultura (+) = tuberculose paucibacilar (?), micobacteria NT, nocardia e rhodococcus
  • Se cultura (-) = negativo
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20
Q

Qual o tratamento da tuberculose?

A

Esquema farmacológico básico:

  • Todos os casos novos de todas as forma de TB pulmonar e extrapulmonar, exceto meningoencefalite.
  • Todos os casos de recidiva e retorno após abandono do tratamento.
  • Pacientes BAAR positivo após 2 meses de tratamento devem realizar cultura para identificar possível TB resistente.

Fase intensiva – 2 meses:
Fármacos: Rifampicina Isoniazida Pirazinamida Etambutol – RIPE

Fase manutenção – 4 meses:
Fármacos: Rifampicina Isoniazida - RI

Esquema de meningoencefalite:
Fase intensiva – 2 meses:
Fármacos: Rifampicina Isoniazida Pirazinamida Etambutol – RIPE

Fase manutenção – 7 meses:
Fármacos: Rifampicina Isoniazida - RI

  • TB polirresistente: bacilo resistente a Rifampicina, Hidrazida e outro fármaco.
  • TB superresistente: bacilo resistente a Rifampicina, Hidrazida, Fluorquinolona, e um dos três farmacos de segunda linha (amicacina, canamicina e capreomicina.

Encaminhar paciente para centros especializados.

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21
Q

O que é a tuberculose infecção latente (TPL)?

A
  • Período entre penetração do bacilo no contactante e o aparecimento da TB doença.
  • O diagnóstico é feito pela associação de positividade do PPD ou IGRA e exclusão da TB doença
  • 4 a 6% das pessoas com TPL vão desenvolver doença
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22
Q

Como é feita a profilaxia em quem tem tuberculose infecção latente?

A

Isoniazida

  • 5 a 10 mg/kg/dia (dose máxima de 300mg)
  • Duração de 6 a 9 meses

ou

Rifampicina

  • 10 mg/kg/dia (dose máxima de 600mg)
  • Duração de 4 meses
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23
Q

O que é o intestício pulmonar?

A

espaço entre as membranas basais do epitélio alveolar e do endotélio capilar.

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24
Q

Qual é a alteração radiológica das doenças difusas pulmonares?

A
  • Hipotransparência do tipo reticular podendo ter nódulos ou não
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25
Q

Quais são as classificações das doenças difusas pulmonares?

A
  • De causas conhecidas (infecciosas, neoplásicas e inflamatórias)
  • De causas desconhecidas
  • Exclusivamente pulmonares
  • Doenças sistêmicas
26
Q

Quais são as doenças difusas de causas conhecidas?

A
  • Exposição a poeiras inorgânicas
  • Exposição a substâncias orgânicas
  • Exposição a medicamentos
  • Pneumonite actínica
27
Q

Quais são as principais causas de exposição a poeiras inorgânicas?

A

Silicose:

  • Mineração e pedreiras
  • Fundição
  • Indústria de cerâmica
  • Construção de estradas, túneis e poços
  • Jateamento de areia
  • Manufatura de abrasivos

Asbestose:

  • Fábricas de telhas, caixas d’água
  • Mineração
  • Indústrias de isolamento térmico, caldeiras, tubulações
  • Pastilhas de freio, embreagem
  • Demolições
28
Q

Quais são as principais causas de exposição a substâncias orgânicas? E os principais medicamentos?

A

Pneumonite de hipersensibilidade (leva a uma inflamação e depois fibrose):

  • Exposição ocupacional
  • Pulmão do fazendeiro
  • Bagaçose
  • Outras exposições
  • Aves
  • Mofos
  • Sauna, ar condicionado

Exposição a medicamentos:

  • Amiodarona
  • Metotrexato
  • Nitrofurantoína
  • Bleomicina
  • Outros
29
Q

O que é a pneumonite actínica?

A

É a inflamação pulmonar causa por radiação

30
Q

Quais são as principais doenças infecciosas que causam doenças difusas pulmonares?

A

Evolução subaguda, raramente crônica:

  • Tuberculose
  • Fungos

Evolução aguda – mais rara:

  • Vírus
  • Micoplasma
  • Tuberculose
  • Fungos
31
Q

Quais são as principais doenças inflamatórias sistêmicas que cursam com acometimento pulmonar?

A

Colagenoses
Vasculites
Sarcoidose
Outras – histiocitose, linfangioleiomiomatose

32
Q

Quais são os principais tipos histológicos de câncer de pulmão?

A
  • Adenocarcinoma* (mais periférico)
  • Adenocarcinoma escamoso* (mais central)
  • Carcinoma de grandes células* (mais periférico)
  • Carcinoma de pequenas células (mais central) (extremamente invasivo e de alta letalidade)

*São chamados de carcinomas não pequenas células

33
Q

Como é a apresentação clínica do câncer de pulmão decorrente do crescimento local ou invasão de estruturas adjacentes?

A
  • Assintomático
  • Tosse (50 a 75% dos casos) mais comum em tumores centrais
  • Perda peso (46 a 68%)
  • Hemoptise (20 a 50% % dos casos)
  • Dispneia (50% dos casos)
  • Rouquidão
  • Dor Torácica (25 a 40% dos casos) Envolvimento pleural ou invasão de mediastino e parede torácica.
  • Síndrome da veia cava superior: invasão do tumor à veia cava superior. Edema, dispneia/ortopneia, tosse, veias torácicas dilatadas, confusão, cefaleia. é mais comum no carcinoma de pequenas células
  • Síndrome de Horner (tumor de Pancoast): tumor de ápice pulmonar com invasão do plexo braquial, vasos, arcos costais e vértebras. Dor, alteração de temperatura e atrofia muscular em ombro. Geralmente tumor de células escamosas. Síndrome de Horner: enoftalmia, ptose palpebral, miose e anidrose facial e do MS
Ainda podemos ter:
Paralisia diafragmática (nervo frênico),
rouquidão (laríngeo recorrente),
dor no ombro (plexo braquial),
síndrome da veia cava superior ,
disfagia (esôfago),
derrame pleural,
derrame pericárdico, 
arritmias (coração),
quilotórax  (duto torácico),
sindrome de Horner (ganglio estrelado).
34
Q

Metástases à distância:

A

Sítios mais comuns de metástase (em ordem):

  • SNC
  • Ossos
  • Fígado
  • Adrenais

No SNC:
- Cefaleia, vômitos. alteração do nível de consciência, convulsões

Ossos:
- Dor, fraturas patológicas, hipercalcemia, imobilidade

Fígado:
- Anorexia, hepatomegalia multinodular, icterícia, ascite

Adrenais:
- Em geral assintomáticas

35
Q
  • Síndromes paraneoplásicas (causadas por substâncias químicas liberadas pelo tumor):
A
  • Hipercalcemia por metástase ou PTH
  • Anemia, leucocitose
  • Trombocitose
  • Eosinofilia
  • Distúrbios de coagulação
  • Dermatomiosite
  • Osteoconjuntivas:
  • Hipocratismo digital
  • Osteoartropatia hipertrófica
    • Artropatia dolorosa
    • Periostite
  • Síndrome de cushing:
  • Secreção ectópica ACTH
  • Produção de cortisol
  • Alcalose hipocalêmica
  • Carcinoma de pequenas células
36
Q

O que avaliar no diagnóstico da câncer de pulmão?

A
  • É uma lesão maligna?
  • Qual o tipo histológico (NPeqCels ou PeqCels)?
  • Qual o estadiamento?
  • Qual o status funcional do paciente?
37
Q

Quais são as técnicas não ivasivas usadas para o diagnótico de ca de pulmão?

A
  • Radiografia de tórax: geralmente o 1º exame a ser solicitado
  • TC de tórax (é necessário a todo paciente com suspeita de CA de pulmão)
  • PET TC (diferencia tecido normal de neoplasia, é últil para pacientes com tumor ressecável em estágio I, II e IIIa ou possíveis complicações cirúrgicas)
  • Citologia do escarro (pode definir o diagnóstico de câncer, tem sensibilidade baixa, mas especificidade alta)
38
Q

Quais são as técnicas ivasivas usadas para o diagnótico de ca de pulmão?

A
  • Broncofibroscopia (diagnóstico e estadiamento e pode ser possível fazer biópsia ou aspiração por agulha)
  • Punção aspirativa percutânea com agulha fina (guiada por TC ou fluoroscopia) - lesões periféricas
  • Mediastinoscopia
39
Q

Como é o estadiamento do câncer de pulmão não pequenas células?

A

Clínico: antes da ressecção

Cirúrtigoc (patológico): após a ressecção

40
Q

Como é o estadiamento do carcinoma de pequenas células?

A
  • Doença limitada: aqueal que se enquadra em um campo de radioterapia (confinado a um hemitórax - tanto TU primário quanto metástases linfonodais, inclusive supraclaviculares)
  • Doença extensa: doença fora dos sítios delimitados como doença limitada
41
Q

O que é a paracoccidioidomicose?

A

É uma doença granulomatosa sistêmica, onde há formação de granulomas, mas que não formam necrose caseosa

  • O fungo tem duas formas: levedura a 37ºC e micélio a 23ºC
  • Está associada a tabagismo e etilismo
42
Q

Qual é a fisiopatologia da paracoccidioidomicose?

A

Há a inalação dos esporos do fungo (que está presente no solo/alimentos), esse esporo vai para o pulmão onde ele pode:

  • Sofrer involução e gerar uma lesão quiescente (uma lesão que contém o fungo dentro dela, mas que está hibernando em simbiose). Fica em estado latente e pode ter uma reativação endógena, levando a doença
  • Pode haver progressão direta para a doença. Ter a doença não confere imunidade, pode haver reinfecções. A doença pode ser aguda/subaguda ou crônica
  • Não há transmissão inter-humana
  • A doença desenvolve principalmente devido a reativação do complexo primário
43
Q

Quais são as características da apresentação aguda/subaguda da paracoccidioidomicose?

A
  • Representa 5-25% dos casos;
  • Sem predomínio de sexo até 30-35 anos
  • Redução da imunidade celular
  • Predomínio das lesões linfo-hematogênicas;
  • Raro o comprometimento pulmonar.
  • Eosinofilia em 30-50% dos casos
44
Q

Quais é o quadro clínico da apresentação aguda/subaguda da paracoccidioidomicose?

A
  • Febre, anorexia, anemia, emagrecimento;
  • Evolução de 4 a 12 semanas;
  • Hepatoesplenomegalias;
  • Linfonodomegalias superficiais e profundas com supuração;
  • Outras manifestaçoes:
  • Cutâneas: pápulas, nódulos e verrugas
  • Digestivas: colestase, má absorção, oclusão
  • Osteomusculares: artrite e osteomielite
45
Q

Quais são as características da apresentação crônica da paracoccidioidomicose?

A
  • Representa 75-95% dos casos;
  • Envolvimento pulmonar em 90%;
  • Pode ser unifocal (30%), sendo 25% dos casos com foco pulmonar;
  • Pulmão e mucosa são a forma mais comum;
  • Faixa etária de 30 a 60 anos;
  • Sexo masculino 13:1 feminino;
46
Q

Quais é o quadro clínico da apresentação crônica da paracoccidioidomicose?

A
  • Sintomas gerais como emagrecimento
  • Sintomas pulmonares inespecíficos:
  • Tosse
  • Expectoração
  • Dispneia progressiva
  • Dissociação clínico-radiológica

Exame físico:

  • Síndrome de doença intersticial;
  • Estertores grosseiros;
  • Baqueteamento digital;
  • Sinais de cor pulmonale em fases avançadas da doença.
  • Mucosas oral, faringe e laringe são as mais afetadas;
  • Lesão típica: lesões erosivas com pontilhados hemorrágicos (aspecto “moriforme”);
  • Cutâneo: lesões verrucosas, pápulas, ulceras e nódulos.
  • Sialorreia, rouquidão, odinofagia

Outros sítios de acometimento:

  • SNC: lesões hipodensas;
  • Adrenal;
  • Trato genito-urinário;
  • Osteoarticular;
  • Fígado e baço.
47
Q

Como é o raio-x de tórax quando acometido por paracoccidioidomicose?

A

Opacidade intersticial reticulo-nodular (mais comum):

  • Nódulos
  • Alveolar
  • Cavitação
  • Derrame pleural é muito raro
48
Q

Como é feito o diagnóstico específico da paracoccidioidomicose?

A
  • Exame a fresco com KOH a 10%: escarro, aspirado linfonodal ou raspado de lesões cutâneas
  • Exame histológico: biópsia pulmonar;
  • Cultura em ágar Sabouraud
  • Exame sorológico: imunodifusão em gel de ágar.
49
Q

Quais são os diagnósticos diferenciais da paracoccidioidomicose?

A

Forma Juvenil: tuberculose ganglionar, sarcoidose, doenças hematológicas malignas.

Forma crônica do adulto: tuberculose, leishmaniose, fibroses pulmonares de diferentes origens, neoplasias de pele ou mucosa, hanseníase, sarcoidose entre outros.

50
Q

Como é o tratamento da paracoccidioidomicose?

A

Droga de escolha:
- Itraconazol (200mg/dia, VO, por 9 a 18 meses);

Outras drogas:

  • Sulfadiazina (4g/dia, VO- 6 meses + 2g/dia, VO- 2-3 anos);
  • Sulfametoxazol-Trimetoprim (Bactrim- 800/160mg, 2-4x/dia por 6 meses + 400/80mg, 2x/dia de 2-3 anos);
  • Cetoconazol (400mg/dia, por 6 meses +200mg/dia, de 2-3 anos).

Casos graves: AnfotericinaB IV;

51
Q

Quais são as características da histoplasmose?

A
  • É uma micose sistêmica causada por um fungo dimórfico

- Esse fungo é encontrado em solo de locais ricos em fezes de aves ou morcegos

52
Q

Como é a fisiopatologia da histoplasmose?

A
  • É muito parecida com a da paracoccidioidomicose, mas aqui a reinfecção é rara
  • Pode ter 3 tipos de doenças: H. pulmonar aguda, H pulmonar crônica e H. disseminada
53
Q

Quais são as características da histoplasmose pulmonar aguda?

A
  • Infecção auto-limitada de trato respiratório
  • Infecção pulmonar grave após 1 a 3 semanas
  • Febre, calafrios, cefaleia, mialgia, hiporexia, tosse, dispneia e dor torácica
  • Artrite e artralgias, com o sem eritema nodoso
  • Linfonodomegalia hilar e paratraqueal
  • Pericardites e serosites
54
Q

Quais são as características da histoplasmose disseminada?

A
  • Linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia
  • Infiltração medular
  • Forma pulmonar rara, com doença miliar
  • Lesões cutâneas
  • Comum em pacientes imunocomprometidos
55
Q

Quais são as características da histoplasmose pulmonar crônica?

A
  • Forma fibrocavitária crônica em doença estrutural pulmonar

- Febre, calafrios, dispneia progressiva, perda de peso, sudorese noturna, hemoptoicos, etc

56
Q

Quais são as características da aspergilose pulmonar?

A
  • Causada por um fungo oportunista que vive no ar, água e solo
  • As manifestações clínicas dependem da resposta imune:
  • Saprofítica: otomicose, bola fúngica
  • Invasiva: seios da face, pulmão e pele
  • Alérgica: broncopulmonar alérgica, sinusite
57
Q

Quais são as principais formas clínicas da aspergilose?

A
  • Aspergilose pulmonar invasiva
  • Aspergilose broncopulmonar alérgica
  • Aspergiloma pulmonar (bola fúngica)
58
Q

Quais as características da aspergilose pulmonar invasiva?

A
  • Envolvimento de seios da face e pulmões após inalação de conídios. Inoculação da pele e TGI raro;
  • Pode ocorrer disseminação angioinvasiva
  • Maior risco em neutropenia, uso de corticoide e imunossupressores (transplantados);
  • Febre, dor torácica, hemoptise, dispneia e tosse;
  • Sinais de traqueobronquite ulcerada
  • Tomografia: nódulos únicos ou múltiplos, consolidações, vidro-fosco e derrames pleurais
  • Sinal do halo: nódulo cercado de vidro fosco. Pode eventualmente cavitar (sinal da crescente)
59
Q

Quais as características da aspergilose broncopulmonar alérgica?

A
  • Hipersensibilidade pulmonar ao Aspergilus spp.
  • Asma responsiva ao corticoide ou corticodependente – 1 a 5%
  • Fibrose cística: 2 a 9%
  • Febre, hemoptise e destruição de vias aéreas
  • Áreas de pneumonia eosinofílica
  • Bronquiectasias e fibrose
60
Q

O que é o aspergiloma pulmonar?

A

É uma colonização de uma cavidade pulmonar pre-existente, com hifas de Aspergillus spp , fibrina, muco e debris celulares.

  • Aspergiloma simples ou bola fúngica: assintomática ou tosse e hemoptise
  • Aspergiloma complexo ou aspergilose pulmonar crônica: tosse, febre, hemoptóicos, sintomas sistêmicos
61
Q

Quais as características da pneumocistose?

A
  • Maior incidência: imunocomprometidos
  • Transmissão pelo ar
  • Imunocompetentes – 75% são reservatórios naturais
  • Quase que exclusivamente reage com os alvéolos pulmonares, com fagocitose por macrófagos e importante ação do CD4 e CD8

Quadro clínico:

  • História de imunossupressão
  • Febre
  • Tosse seca
  • Dispneia progressiva (dias a semanas).
  • Perda de peso
  • Roncos, estertores e sibilos
  • Pode evoluir com pneumotórax espontâneo
  • Outros órgãos podem ser afetados: olho, baço, fígado…
62
Q

Quais as características da criptococose?

A
  • Fatores predisponentes: AIDS, linfomas, uso de corticoides e transplantados
  • Micose sistêmica: SNC (principal manifestação), pulmões, pele e próstata
  • Tosse, febre, hemoptoicos, emagrecimento. Pode ser assintomático
  • Adenomegalia hilar e mediastinal, com eventual derrame pleural.
  • História epidemiológica de exposição pode estar presente
  • Quadro agudo no SNC (neurotropismo) e pode ser mais crônico em pulmão
  • Esse fungo é encontrado em folhas de eucalipto e fezes de pássaros