Cardiologia P2 Flashcards

1
Q

O que é a febre reumática?

A

Uma resposta auto-imune a uma infecção de garganta (faringoamigdalite) pelo S. pyogenes do grupo A. Ela causa uma inflamação que antige articulações, coração, pele e sistema nervoso central.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Qual a faixa etária mais acometida pela febre reumática?

A

Crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos, principalmente de países em desenvolvimento

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

O que é a cardiopatia reumática crônica?

A

É um dano, a longo prazo, nas válvulas cardíacas causado pela febre reumática aguda que pode ser um único episódio grave ou múltiplos episódios recorrentes da doença.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Qual a fisiopatologia da febre reumática?

A

Ainda não está completamente compreendida, mas sabe-se que é uma resposta auto-imune, em indivíduos geneticamente predispostos, mediada por imitação molecular

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Quais são as principais alterações decorrentes da febre reumática?

A
  • Poliartrite migratória transitória
  • Cardite
  • Coreia de Sydenham
  • Eritema marginatum
  • Nódulos subcutâneos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Com quanto tempo após a infecção pelo S. pyogenes aparece a febre reumática?

A
  • Geralmente tem início de 1 a 3 semanas após a infecção de orofaringe.
  • Geralmente começa com uma febre que não é muito alta
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Quais as características da poliartrite migratória transitória?

A
  • É a manifestação mais comum, ocorrendo em 75% dos pacientes
  • Geralmente tem início de 1 a 3 semanas após a infecção de orofaringe.
  • Ela é uma artrite aguda de grandes articulações migratória. Ela aparece em uma articulação, melhora espontâneamente e aparece em outra.
  • Tem uma dor desproporcional aos achados de inflamação
  • Tem uma boa resposta a AINH
  • Não deforma a articulação e dura cerca de um mês
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quais as características da cardite?

A
  • Segunda manifestação mais comum (40 a 70%)
  • Início de 1 semana a 3 meses após infecção estreptocócica
  • Pode ser uma pancardite com acomentimento de todo o coração (valvulite, miocardite e pericardite)
  • Acomete principalmente valva mitral seguida de aórtica
  • Manifestação mais comum na fase aguda é a insuficiência mitral
  • Cardiopatia reumática crônica: mais característico é a estenose mitral
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Quais sãos as formas de apresentação da cardite?

A
  • Cardite subclínica: Exame cardiovascular, rc e ECG normais (exceto internalo PR). Pode ter ecodoppler com regurgitação mitral e/ou aórtica leves com características patológicas.
  • Cardite leve: taquicardia desproporcional à febre, abafamento da 1ª bulha, SS mitral, AC normal, Rx e ECG normais, regurgitações leves ou leve à moderada ao ECO com VE normal.
  • Cardite moderada: taquicardia persistente e sopro de regurgitação mitral mais intenso, sem frêmito associado ou não a sopro diastólico; sopro de carey commbs (presente mais na diástole e é associado ao edema da válvula mitral que pode regredir sem deixar sequelas) pode estar presente; sinais incipientes de IC, aumento leve da AC e congestão pulmonar discreta. Ao eco regurgitação mitral leve a moderada isolada ou associada à regurgitação aórtica leve a moderada
  • Cardite grave: sinais e sintomas de IC, arritmias, pericardite e sopros mais importantes de regurgitação mitral e/ou aórtica podem ocorrer; no Rx encontra-se cardiomegalia e sinais de congestão pulmonar. No eco: regurgitação mitral e/ou aórtica de grau moderado a importaten e aumento das câmaras esquerdas
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Quais são as características do eritema marginatum?

A
  • Incidência de 5% a 13% , mais frequente em paciente com cardite e nódulos subcutâneos
  • Lesões maculares, eritematosas , bordas nítidas avermelhadas e centro claro.
  • Indolores , não pruriginosas, localização preferencial em tronco, abdome e face interna proximal de membros superiores e inferiores
  • Duração : horas ou minutos , caráter intermitente por meses
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Quais são as características dos nódulos subcutâneos?

A
  • Incidência < 3% , mais frequente em paciente com cardite grave
  • Nódulo duro, indolor, móvel
  • Localizado nas superfícies das articulações, sobre proeminências ósseas e couro cabeludo.
  • Início: várias semanas após infecção estreptocócica .
  • Regride com tratamento da cardite.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Quais são as características da coréia de Sydenham?

A
  • Movimentos involuntários, abruptos, desordenados, mais evidente em extremidades e face. Fraqueza muscular. (movimentos espasmódicos incontroláveis)
  • Cessam com o sono e pioram com o estresse
  • Labilidade emocional
  • Associação com sintomas obsessivos-compulsivos
    Incidência 10% a 30% , mais frequente em paciente do sexo feminino em idade escolar e início da adolescência.
  • Início de 1 a 6 meses após infecção estreptocócica.
  • Duração de 1 a 2 meses ( até 2 anos )
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Como é feito o diagnóstico da febre reumática?

A

A partir dos critérios de Jones:

Tem que ter 2 critérios maiores ou 1 critério maior e dois menores

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Quais são os critérios maiores de Jones?

A
  • Cardite
  • Artrite
  • Coréia de Sydenham
  • Eritema marginatum
  • Nódulos subcutâneos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Quais são os critérios menores de Jones?

A
  • Artralgia (na ausência de artrite)
  • Febre
  • Aumento de VHS e PCR
  • Intervalo PR prolongado no ECG
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Qual é o critério obrigatório de Jones?

A

Evidência de infecção pelo Estreptococo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Quais são as alterações laboratoriais da febre reumática?

A
  • Elevação de VHS e PCR
  • Leucocitose e leve anemia
  • Cultura de orofaringe , teste rápido para EBGA
  • Antiestreptolisina O (ASLO) : elevação inicia no 7° dia e atinge pico entre 4 e 6 semana. Mantém elevada por meses . 20% não apresentam elevação.
  • Antidexirribonuclease B – persiste com níveis elevados por mais tempo.
  • Ecocardiograma : mais sensível para detectar lesões valvares que a ausculta.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Qual a principal consequência da febre reumática e quais são as suas características?

A
  • Geralmente resultado de episódios recorrentes de FR.
  • A valva se espessa, fibrosa e calcifica.
  • 10 a 20 anos entre um episódio de cardite reumática e o início de sintomas valvares .
  • Manifestação mais importante é a valvopatia mitral.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Qual a principal consequência da valvopatia mitral?

A

Valvopatia mitral -> aumento AE (fibrilação atrial) -> formação de trombos e embolia sistêmica -> AVC isquêmico cardioembólico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Qual é o tratamento do surto agudo de FR?

A
  • Erradicação do Streptococos pyogenes: Penicilina Benzatina IM
  • Dose: > 20Kg - 1.200.000 U e < 20Kg – 600.000 U

Alérgicos à penicilina:

  • Eritromicina (40 mg/kg/dia, quatro tomadas, por 10 dias)
  • Azitromicina(20 mg/kg/dia, uma vez ao dia, por três dias).
  • Não devem ser usados tetraciclinas (alta prevalência de resistência), sulfonamidas (não erradicam o agente), cloranfenicol (alta toxicidade).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Como é o tratamento da artrite na FR?

A

AINH por aproximadamente 7-10 dias

  • Ácido acetilsalicílico (80-100 mg/kg/dia)
  • Naproxeno (10-20 mg/kg/dia)
  • Ibuprofeno (30-40 mg/kg/dia)
  • Cetoprofeno (1,5 mg/kg/dia)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Como é o tratamento da cardite na FR?

A
  • Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia), máximo de 60 mg/dia (Duas ou três tomadas diárias) durante 15 dias .
  • Reduzir 20% a 25% da dose por semana.
    • Obs.: em caso de artrite e cardite concomitante, não há necessidade de se fazer uso de AINH.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Como deve ser a profilaxia da FR?

A

Profilaxia secundária: Penicilina benzatina IM a cada 21 dias
> 20Kg - 1.200.000 U
< 20Kg – 600.000 U

  • Pacientes alérgicos à penicilina : ( uso diário)
  • eritromicina(250 mg, duas vezes por dia)
  • sulfadiazina (500 mg para pacientes até 30 kg, 1 g para maiores de 30 kg)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Por quanto tempo deve ser feita a profilaxia?

A
  • Sem cardite – até os 21 anos ou até cinco anos após o último episódio, em casos de recidivas.
  • Cardite prévia com insuficiência mitral leve residual ou resolução da lesão valvar – até os 25 anos ou até 10 anos após o último surto.
  • Cardite prévia com lesão valvar moderada a severa – a profilaxia deve durar até os 40 anos ou até 10 anos após o último episódio .* Nos casos em que persistir o risco de reinfecção - a profilaxia deve durar por toda a vida
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

O que é a estenose mitral?

A

É o estreitamento da abertura da válvula mitral que obstrui o fluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Qual é a principal causa da estenose mitral? Cite outras causas possíveis

A

Febre reumática

  • Pode ser congênita como a hipoplasia mitral típica ou o anel supravalvar
  • Pode ser valvulites como a LES, amiloidose, mucopolissacaridoses
  • Pode ser massas como mixoma ou abscesso miocárdico
  • Pode ser por calcificação do anel valvar mitral em idosos ou renais crônicos dialíticos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Como é a classificação da estenose mitral em leve, moderada ou severa?

A
  • Sintomatologia: área valvar menor ou igual 2,0 cm2
  • Gradiente é a diferença de pressão entre o AE e o VE
  • EM leve: área > 1,5 cm2 / Gradiente < 5
  • EM Moderada: área entre 1 e 1,4 cm2 / Gradiente > 5 e < 10
  • EM Severa: área < 1,0 cm2 / Gradiente > 10
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Quais são os valores normais do tamanho da valva mitral?

A
  • Área valvar mitral: 4 a 6 cm2
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Qual é o sintoma mais comum de uma pessoa com EM (estenose mitral)?

A

Dispneia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Como é a fisiopatologia da EM?

A

Como a valva mitral está com o orifício reduzido, menos sangue vai passar do AE para o VE e com isso vai ficar um sangue residual no AE. Esse sangue vai causar uma elevação da pressão no AE, e essa pressão vai se tornando retrógrada com o tempo. Então as veia pulmonares começam a ter uma estase que gera uma pressão nos capilares pulmonares, causando extravasamento de líquido do intra para o extravascular. O que gera uma congestão pulmonar e dispneia aos esforços

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

O que pode desencadear a dispneia em pacientes com estenose mitral?

A

Qualquer atividade que aumente a FC. Com o aumento da FC há uma redução do tempo de diástole, o que aumenta o sangue retido no AE, o que irá exarcebar todo o processo fisiopatológico da doença.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Por que acontece fibrilação atrial em pacientes com EM?

A

Com o aumento da pressão e do volume no AE ele vai se dilatar e isso favorece uma alteração do ritmo cardíaco chamada de fibrilação atrial. Na FA não há a contração atrial que é a última etapa para o enchimento do VE, o átrio para de contrair e começa a fibrilar e isso favorece a formação de trombos.

33
Q

Quais são os principais sintomas que uma pessoa com EM pode ter?

A
  • Dispneia aos esforços
  • Tromboembolismo
  • Hemoptise
  • Fibrilação atrial
34
Q

Como é a ausculta cardíaca de uma pessoa com EM?

A

B1 hiperfonética com estalido de abertura mitral e sopro mesodiastólico que aparece, decresce e cresce de novo.

35
Q

Qual é o sinal de hipertensão pulmonar na ausculta cardíaca?

A

B2 hiperfonética no foco pulmonar, o som é quase estalado. Se for muito grave pode haver um sopro sistólico na valva tricúspide

36
Q

Quais são os critérios de gravidade da EM baseado no exame clínico?

A
  • Hipofonese de B1 -> valva muito calcificada
  • Hiperfonese de B2 -> hipertensão pulmonar
  • Estado de abertura mais próximo de B2 -> quanto mais próximo mais grave a estenose
  • Detecção de ritmo cardíaco irregular
  • Sinais de insuficiência ventricular D (VD palpável, congestão hepática, edema de MMII)
37
Q

Como vai estar o eletrocardiograma em um paciente com EM?

A
  1. O ritmo pode ser normal ou estar em FA
  2. Pode ter sinais de aumento do AE:
    - Ondas P com duração > 0,10 seg e bífida em D2
    - Índice de Morris em V1: porção negativa de P aumentada, m com área > que 0,04 seg
  3. Casos avançados: sinais de sobrecarga de VD:
    - Desvio do eixo para direita
    - Ondas S amplas em V5, V6 e ondas R amplas em V1 e V2
38
Q

Como vai estar o raio-x de tórax em um paciente com EM?

A
  • Pode estar normal
    ou
  • Pode ter um duplo contorno na silhueta direita do coração e/ou um abaulamento do 4º arco cardíaco esquerdo (em casos moderados ou graves)
  • Sinal da bailarina (deslocamento superior do brônquio fonte E)
  • Linhas de Kerley (edema intesticial)
  • Inversão do padrâo vascular (cefalização da circulação): hipertensão veno-capilar pulmonar
  • Imagem de asa de borboleta: só aparece no edema agudo de pulmão
39
Q

O que compõe o escore de Wilkins?

A
  • Mobilidade Valvar
  • Espessamento dos folhetos
  • Calcificação
  • Comprometimento da aparelho subvalvar

Ele dá pontos de 1 a 4. Então se ele coloca a mobilidade como 1 ela é tem bastante mobilidade e 4 ela tem pouca. Então a pontuação máxima seria 16.
Casos mais favoráveis: Escorre < 8.
Com um escorre de até 8 com uma estenose mitral grave esse paciente pode ser abordado com uma plastia da valva feita pela intervenção da hemodinâmica pela valvotomia pulmonar

40
Q

Como é tratamento da estenose mitral?

A

É para melhorar os sintomas:

  • Diuréticos: para controle dos sintomas de congestão e IC
  • BB: para controle da FC (aumenta o tempo de diástole e enchimento ventricular; diminui o gradiente transmitral e a pressão capilar)
  • Profilaxia para febre reumática
  • Profilaxia para endocardite infecciosa
  • Anticoagulação (cumarímicos): quando há presença de FA, evento embólico prévio ou trombo ao ecodopplercardiograma
  • Métodos contraceptivos: evitar DIU pelo risco de endocardite
41
Q

Qual é a pressão pulmonar normal e quais são os valores alterados?

A

Normal sistólica: 15 mmHg
HAP leve: de 30 até 50 mmHg
HAP moderada: de 50 a 70 mmHg
HAP grave: > 70 mmHg

42
Q

Como é tratamento cirúrgico da estenose mitral?

A

Valvoplastia por catéter balão: tratamento de escolha para EM importante sintomática de etiologia reumática , desde que anatomia seja favorável (escore de Wilkins menor ou igual a 8) na ausência de contra-indicações como trombo AE, insuficiência mitral moderada ou importante associadas

  • Se tratamento cirúrgico for necessário, pode-se optar por comissurotomia mitral ou como última opção troca valvar mitral

Comissurotomia mitral percutânea por balão: indicada se o paciente for sintomático (NYHA II – IV) ou assintomático com PSAP > 50 mmHg ao repouso ou > 60 mmHg ao exercício, em pacientes com EM moderada a severa e morfologia favorável.

43
Q

O que é a insuficiência mitral?

A

É quando a válvula mitral tem uma dificuldade de se fechar. Então regurgita sangue do VE para o AE durante a sístole ventricular

44
Q

Como é a classificação da insuficiência mitral?

A

Pode ser:

  • Primária: o problema é nas cúspides ou no aparato subvalvar. Geralmente o tratamento é cirurgico
  • Secundária: causada pela dilação do VE. Geralmente o tratamento é clínico
45
Q

Quais são as principais etiologias da insuficiência mitral primária?

A
  • Febre reumática (principal)
  • Prolapso da valva mitral
  • Endocardite infecciosa
  • Rotura de cordoalha tendínea
  • LES, Síndrome de marfan, mal formação congênita
46
Q

Quais são as principais etiologias da insuficiência mitral secundária?

A
  • Cardiomiopatia dilatada

- Doenças isquêmicas

47
Q

Quais são os tipos de insuficiência mitral?

A
  • Tipo I: mobilidade dos folhetos da mitral é normal
  • Tipo II: movimentação dos folhetos é excessiva
  • Tipo III: movimentação dos folhetos é reduzida
  • IIIa: restrição ocorre tanto durante a sístole quanto durante a diástole. Geralmente ocorre na doença reumática por calcificação valvar importante
  • IIIb: restrição apenas durante a sístole ventricular. Geralmente é secundária à dilatação do VE
48
Q

Como fica a pré-carga e a pós-carga na insuficiência mitral?

A

Ambas aumentam. A pré-carga aumenta porque o átrio já tinha sangue ele quando o novo sangue chegou. Então vai aumentar a quantidade de sangue que entra no VE. Isso faz com que aumente também a pós-carga dele

49
Q

Qual é o quadro clínico da insuficiência mitral?

A
  • Pode ser assintomático
  • Dispnéia aos esforços (mais importante)
  • Palpitações
  • Dor torácica atípica
  • Fraqueza progressiva
  • Se a IM for aguda pode ter edema agudo de pulmão
  • Tosse
  • Edema de MMII
  • Pode ocorrer FA
  • Em estágios avançados pode aparecer sintomas de IC direita: estase jugular patológica, hepatomegalia, edema de MMII e ascite
50
Q

Quais são as alterações vistas no exame físico da insuficiência mitral?

A
  • Ictus desviado para a esquerda e para baixo
  • B1 hipofonética
  • B2 hiperfonética
  • Sopro sistólico regurgitativo que irradia para axila (mais audível em DLE)
  • Sinais de IC direita
51
Q

Quais são os exames complementares que deve ser pedidos na IM?

A
  • ECG
  • Raio-x de toráx
  • Eco
52
Q

Como é o eletrocardiograma na insuficiência mitral?

A
  • Ondas S em V1 e V2 mais profundas - sobrecarga VE
  • Aumento da duração da onda P, em V1 a parte negativa da onda P está mais alargada - sobrecarga do AE
  • Aumento da onda R em V5 e V6 - Sobrecarga do VE
  • Pode haver fibrilação atrial
53
Q

Como é o raio-x de tórax na insuficiência mitral?

A
  • Aumento da silhueta cardíaca: dilatação do VE e do AE

- Sinais de congestão pulmonar

54
Q

Como é o ecocardiograma na insuficiência mitral?

A
  • Pode indentificar a causa e a gravidade da IM
  • Área do jato ≥ 40% da área do átrio esquerdo
  • Fração regurgitante ≥ 50%
  • Volume regurgitante ≥ 60 mL/batimento
  • Vena contracta ≥ 0,7 cm
  • Área efetiva do orifício regurgitante ≥ 0,40 cm2
55
Q

Como é o tratamento clínico da IM?

A
  • É apenas sintomático, não altera morbimortalidade
  • Usar diuréticos se o paciente tiver sinais de congestão pulmonar
  • Usar IECA ou BRA como se usa na IC
  • Anticoagulação: se houver FA
56
Q

Como é o tratamento cirúrgico da IM?

A
  • Plastia mitral: tramento de escolha
  • Troca valvar mitral: indicada na impossibilidade de plastia
  • Tratamento percutâneo mitraclip: pacientes de alto risco ou com contraindicação cirúrgica com sintomas refratários, IMi degenerativa por prolapso, condição anatômica favorável, indicada após decisão do Heart team
57
Q

Quais são as possíveis etiologias associadas à doenças da raiz da aorta na insuficiência aórtica?

A
  • Dissecação aórtica
  • Síndrome de Marfan
  • Aortite sifilítica
  • Espondilite anquilosante
  • Aneurismas relacionados à HAS
  • Osteogênese imperfeita
58
Q

Quais são as possíveis etiologias associadas à doença valvar da aorta na insuficiência aórtica?

A
  • Febre reumática
  • Degenerativa
  • Pós-endocardite infecciosa
  • Trauma
  • Valvar congênita (bicúspide)
  • Degeneração mixomatosa das valvas
59
Q

Qual é o quadro clínico da insuficiência aórtica?

A
  • Dispnéia aos esforços
  • Palpitação
  • IC rapidamente progressiva
  • Angina
  • Sintomas de baixo débito (lipotímia e síncope)
  • IAo aguda: sintomas abruptos - duas hipóteses -> EI e dissecação aórtica aguda
60
Q

Quais são as alterações vistas no exame físico da insuficiência aórtica?

A
  • Pulsos arteriais amplos e visíveis (pulso em martelo d’agua ou de Corrigan), pode haver alargamento da pressão de pulso ( PAS alta e PAD baixa)
  • Ictus desviado para a esquerda e para baixo, hiperdinâmico
  • Sopro diastólico, aspirativo, de alta frequência, decrescente.
  • Quanto maior for a duração do sopro, mais grave a valvopatia
  • Sopro de Austin-flint: sopro meso diastólico, em foco mitral, com 1ª bulha (B1 normofonética) e ausência de estalido de abertura (diferente da estenose mitral orgânica)
61
Q

Quais são os sinais clássicos da IAo?

A
  • Corigan: pulso em martelo d’agua
  • Musset: oscilações da cabeça para baixo e para frente
  • Quincle: pulsação vista no leito ungueal
  • Mivervini: pulsação da base da língua
  • Duroziez: duplo sopro à compressão da artéria femoral
  • Pistol shot: sensação de choque à asculta de certas artérias
  • Muller: pulsação da úvula
  • Landolfi: pulsação das pupilas
62
Q

Como é o sopro da IAo?

A

Ele é aspirativo, diastólico

63
Q

Como é o eletrocardiograma na insuficiência aórtica?

A
  • Sinais de sobrecarga do VE: amplitude maior da onda S (V1) e aumento da onda R (V5, V6)
64
Q

Como é o raio-x de tórax na insuficiência aórtica?

A
  • Aumento da área cardíaca (ás custas de crescimento do VE)

- Avaliar a presença de dilatação da aorta (pode sugerir IAo por aortopatia)

65
Q

Quando é indicado cirurgia se a IAo for secundária a doença na raiz da aorta?

A
  • Se houver dilatação maior ou igual a 55 mm e/ou expansão progressiva da raiz da aorta com aumento maior ou igual a 5 mm/ano
  • Se houver caso familiar de IAo, o ponto de referência é 45 e na síndrome de Marfan é 50
66
Q

Qual é a causa mais comum de estenose aórtica?

A

Degeneração por envelhecimento

67
Q

Quais são as principais etiologias da estenose aórtica?

A
  • Degeneração senil (calcificação da valva)
  • Febre reumática (frequentemente está associada a acometimento mitral)
  • Congênita (valva bicúspide)
68
Q

Qual é o quadro clínico da estenose aórtica?

A
  • Angina - Sobrevida média de 5 anos
  • Síncope - Sobrevida média de 3 anos
  • IC - dispneia - Sobrevida média de 2 anos
69
Q

Como é o sopro na estenose aórtica?

A
  • Sopro sistólico, ejetivo, rude, intensidade que cresce e decresce durante a sístole. Pode haver irradiação do sopro para fúrcula esternal e região carotídea
  • Em valva muito calcificada pode ter o fenômeno de Gallavardin (sopro de alta frequência audível em ápice cardíaco parecido com o da insuficiência mitral, mas não irradia para a axila
70
Q

Como é o eletrocardiograma na estenose aórtica?

A
  • Sinais de sobrecarga do VE: onda S profunda na derivação V1 com R em V5 e V6 positiva
  • Padrão Strain: onda T invertida em V5, V6, V1 e AVL
71
Q

De quanto em quanto tempo deve ser feita a reavaliação de pacientes com estenose aórtica assintomática?

A
  • A cada 6 meses se a EAo for moderada ou grave

- A cada 1 ano se for leve.

72
Q

O que é a endocardite infecciosa?

A

É uma infecção que compromete a superfície endocárdica do coração

73
Q

No Brasil qual é a principal causa de endocardite infecciosa e o seu principal agente etiológico?

A
  • Doença valvar reumática
  • Grupo viridans (S. mitis, S. salivarius, S. bovis, S. mutans)
  • Se o agente etiológico for S. bovis é necessário avaliar o cólon, pois há muita associação com patologias do cólon
74
Q

Quais outros agentes etiológicos podem causar endocardite?

A
  • Estreptococos: S. pneumoniae e S. pyogenes
  • Enterococos: E. faecalis e E. faecium
  • Estafilococos: são os agentes que mais causam endocardite em usuários de drogas endovenosas (S. aureus) e em próteses valvares (S. epidermides e outros Staphylococcus)
  • Bactérias gram-negativas
  • Fungos, principalmente Candida spp
  • Agentes do grupo HACEK: (Haemophilus spp, Actinobacillus app, Cardiobacterium hominis, Eikenella spp e Kingella spp)
75
Q

Quais são as apresentações da endocardite infecciosa?

A
  • Forma aguda: como infecção rapidamente progressiva

- Forma subaguda: como uma doença crônica como febre baixa e sintomas inespecíficos

76
Q

Qual é o quadro clínico da endocardite infecciosa?

A
  • Muito variável
  • O sintoma mais comum é a febre
  • Outros sintomas: artralgias, mialgias, calafrios, anorexia e perda de peso
  • Manifestações periféricas: menos frequentes. Petéquias: mais comum das manifestações são encontradas na conjuntiva palpebral, mucosas bucal e palatal e nas extremidades. Hemorragias em cunha ou subungueais: no leito ungueal proximal. Nódulos de Osler: polpa dos dedos (persistem durante horas ou dias). Lesões de Janeway: lesões maculares eritematosas ou hemorrágicas: palma das mãos e “solas” dos pés (eventos embólicos sépticos).
  • Nenhuma patognomônica de EI
77
Q

Em quais situações devo suspeitar de endocardite infecciosa?

A

Caso haja febre associado a um dos seguintes fatores:

  • História prévia de EI
  • Presença de prótese valvar ou de dispositivo intracardíaco (P.ex.:MP)
  • Presença de novo sopro de regurgitação valvar
  • Doença valvular ou congênita preexistente
  • Condições predisponentes (SIDA, pacientes imunossuprimidos)
  • Predisposição e recente intervenção associada á bacteremia
  • Sinais de ICC
  • Novo distúrbio de condução (P.ex. BAV de primeiro grau, BAVT)
  • Hemoculturas positivas para patógenos típicos de EI
  • Fenômenos vasculares ou imunológicos; eventos embólicos, manchas de Roth, lesões de Janeway e nódulos de Osler
78
Q

Como é o critério de Duke modificado?

A

Critérios maiores:

  • Hemoculturas positivas:
  • Agentes típicos de EI em 2 amostras separadas
  • Agentes que podem causar EI isolados de forma persistente nas hemoculturas
  • Métodos de imagem positivos para EI

Critérios menores de Duke:

  • Fatores predisponentes:
  • Uso de drogas intravenosas ou cardiopatia predisponente
  • Febre: T> 38
  • Fenômenos vasculares
  • Embolia arterial, embolia séptica para os pulmões, aneurisma micótico, hemorragia intracraniana, hemorragia conjuntival, manchas de Janeway
  • Fenômenos imunológicos
  • Glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth, pesença de fator reumatóide
  • Evidência microbiológica
  • Hemoculturas positivas, mas que não preencham critérios maiores
Diagnóstico de EI: 
- Dois critérios maiores OU
- Um critério maior e três menores 
OU
- Cinco critérios menores

Endocardite provável: Um critério maior e um critério menor ou três critérios menores

Endocardite rejeitada: Nenhuma evidência patológica de EI na cirurgia ou autópsia
Resolução dos sintomas sugestivos de EI com antibióticos por menos de 4 dias
Não preenche os critérios de endocardite provável