Cardiologia P2 Flashcards

1
Q

O que é a febre reumática?

A

Uma resposta auto-imune a uma infecção de garganta (faringoamigdalite) pelo S. pyogenes do grupo A. Ela causa uma inflamação que antige articulações, coração, pele e sistema nervoso central.

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2
Q

Qual a faixa etária mais acometida pela febre reumática?

A

Crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos, principalmente de países em desenvolvimento

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3
Q

O que é a cardiopatia reumática crônica?

A

É um dano, a longo prazo, nas válvulas cardíacas causado pela febre reumática aguda que pode ser um único episódio grave ou múltiplos episódios recorrentes da doença.

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4
Q

Qual a fisiopatologia da febre reumática?

A

Ainda não está completamente compreendida, mas sabe-se que é uma resposta auto-imune, em indivíduos geneticamente predispostos, mediada por imitação molecular

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5
Q

Quais são as principais alterações decorrentes da febre reumática?

A
  • Poliartrite migratória transitória
  • Cardite
  • Coreia de Sydenham
  • Eritema marginatum
  • Nódulos subcutâneos
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6
Q

Com quanto tempo após a infecção pelo S. pyogenes aparece a febre reumática?

A
  • Geralmente tem início de 1 a 3 semanas após a infecção de orofaringe.
  • Geralmente começa com uma febre que não é muito alta
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7
Q

Quais as características da poliartrite migratória transitória?

A
  • É a manifestação mais comum, ocorrendo em 75% dos pacientes
  • Geralmente tem início de 1 a 3 semanas após a infecção de orofaringe.
  • Ela é uma artrite aguda de grandes articulações migratória. Ela aparece em uma articulação, melhora espontâneamente e aparece em outra.
  • Tem uma dor desproporcional aos achados de inflamação
  • Tem uma boa resposta a AINH
  • Não deforma a articulação e dura cerca de um mês
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8
Q

Quais as características da cardite?

A
  • Segunda manifestação mais comum (40 a 70%)
  • Início de 1 semana a 3 meses após infecção estreptocócica
  • Pode ser uma pancardite com acomentimento de todo o coração (valvulite, miocardite e pericardite)
  • Acomete principalmente valva mitral seguida de aórtica
  • Manifestação mais comum na fase aguda é a insuficiência mitral
  • Cardiopatia reumática crônica: mais característico é a estenose mitral
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9
Q

Quais sãos as formas de apresentação da cardite?

A
  • Cardite subclínica: Exame cardiovascular, rc e ECG normais (exceto internalo PR). Pode ter ecodoppler com regurgitação mitral e/ou aórtica leves com características patológicas.
  • Cardite leve: taquicardia desproporcional à febre, abafamento da 1ª bulha, SS mitral, AC normal, Rx e ECG normais, regurgitações leves ou leve à moderada ao ECO com VE normal.
  • Cardite moderada: taquicardia persistente e sopro de regurgitação mitral mais intenso, sem frêmito associado ou não a sopro diastólico; sopro de carey commbs (presente mais na diástole e é associado ao edema da válvula mitral que pode regredir sem deixar sequelas) pode estar presente; sinais incipientes de IC, aumento leve da AC e congestão pulmonar discreta. Ao eco regurgitação mitral leve a moderada isolada ou associada à regurgitação aórtica leve a moderada
  • Cardite grave: sinais e sintomas de IC, arritmias, pericardite e sopros mais importantes de regurgitação mitral e/ou aórtica podem ocorrer; no Rx encontra-se cardiomegalia e sinais de congestão pulmonar. No eco: regurgitação mitral e/ou aórtica de grau moderado a importaten e aumento das câmaras esquerdas
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10
Q

Quais são as características do eritema marginatum?

A
  • Incidência de 5% a 13% , mais frequente em paciente com cardite e nódulos subcutâneos
  • Lesões maculares, eritematosas , bordas nítidas avermelhadas e centro claro.
  • Indolores , não pruriginosas, localização preferencial em tronco, abdome e face interna proximal de membros superiores e inferiores
  • Duração : horas ou minutos , caráter intermitente por meses
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11
Q

Quais são as características dos nódulos subcutâneos?

A
  • Incidência < 3% , mais frequente em paciente com cardite grave
  • Nódulo duro, indolor, móvel
  • Localizado nas superfícies das articulações, sobre proeminências ósseas e couro cabeludo.
  • Início: várias semanas após infecção estreptocócica .
  • Regride com tratamento da cardite.
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12
Q

Quais são as características da coréia de Sydenham?

A
  • Movimentos involuntários, abruptos, desordenados, mais evidente em extremidades e face. Fraqueza muscular. (movimentos espasmódicos incontroláveis)
  • Cessam com o sono e pioram com o estresse
  • Labilidade emocional
  • Associação com sintomas obsessivos-compulsivos
    Incidência 10% a 30% , mais frequente em paciente do sexo feminino em idade escolar e início da adolescência.
  • Início de 1 a 6 meses após infecção estreptocócica.
  • Duração de 1 a 2 meses ( até 2 anos )
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13
Q

Como é feito o diagnóstico da febre reumática?

A

A partir dos critérios de Jones:

Tem que ter 2 critérios maiores ou 1 critério maior e dois menores

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14
Q

Quais são os critérios maiores de Jones?

A
  • Cardite
  • Artrite
  • Coréia de Sydenham
  • Eritema marginatum
  • Nódulos subcutâneos
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15
Q

Quais são os critérios menores de Jones?

A
  • Artralgia (na ausência de artrite)
  • Febre
  • Aumento de VHS e PCR
  • Intervalo PR prolongado no ECG
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16
Q

Qual é o critério obrigatório de Jones?

A

Evidência de infecção pelo Estreptococo

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17
Q

Quais são as alterações laboratoriais da febre reumática?

A
  • Elevação de VHS e PCR
  • Leucocitose e leve anemia
  • Cultura de orofaringe , teste rápido para EBGA
  • Antiestreptolisina O (ASLO) : elevação inicia no 7° dia e atinge pico entre 4 e 6 semana. Mantém elevada por meses . 20% não apresentam elevação.
  • Antidexirribonuclease B – persiste com níveis elevados por mais tempo.
  • Ecocardiograma : mais sensível para detectar lesões valvares que a ausculta.
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18
Q

Qual a principal consequência da febre reumática e quais são as suas características?

A
  • Geralmente resultado de episódios recorrentes de FR.
  • A valva se espessa, fibrosa e calcifica.
  • 10 a 20 anos entre um episódio de cardite reumática e o início de sintomas valvares .
  • Manifestação mais importante é a valvopatia mitral.
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19
Q

Qual a principal consequência da valvopatia mitral?

A

Valvopatia mitral -> aumento AE (fibrilação atrial) -> formação de trombos e embolia sistêmica -> AVC isquêmico cardioembólico

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20
Q

Qual é o tratamento do surto agudo de FR?

A
  • Erradicação do Streptococos pyogenes: Penicilina Benzatina IM
  • Dose: > 20Kg - 1.200.000 U e < 20Kg – 600.000 U

Alérgicos à penicilina:

  • Eritromicina (40 mg/kg/dia, quatro tomadas, por 10 dias)
  • Azitromicina(20 mg/kg/dia, uma vez ao dia, por três dias).
  • Não devem ser usados tetraciclinas (alta prevalência de resistência), sulfonamidas (não erradicam o agente), cloranfenicol (alta toxicidade).
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21
Q

Como é o tratamento da artrite na FR?

A

AINH por aproximadamente 7-10 dias

  • Ácido acetilsalicílico (80-100 mg/kg/dia)
  • Naproxeno (10-20 mg/kg/dia)
  • Ibuprofeno (30-40 mg/kg/dia)
  • Cetoprofeno (1,5 mg/kg/dia)
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22
Q

Como é o tratamento da cardite na FR?

A
  • Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia), máximo de 60 mg/dia (Duas ou três tomadas diárias) durante 15 dias .
  • Reduzir 20% a 25% da dose por semana.
    • Obs.: em caso de artrite e cardite concomitante, não há necessidade de se fazer uso de AINH.
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23
Q

Como deve ser a profilaxia da FR?

A

Profilaxia secundária: Penicilina benzatina IM a cada 21 dias
> 20Kg - 1.200.000 U
< 20Kg – 600.000 U

  • Pacientes alérgicos à penicilina : ( uso diário)
  • eritromicina(250 mg, duas vezes por dia)
  • sulfadiazina (500 mg para pacientes até 30 kg, 1 g para maiores de 30 kg)
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24
Q

Por quanto tempo deve ser feita a profilaxia?

A
  • Sem cardite – até os 21 anos ou até cinco anos após o último episódio, em casos de recidivas.
  • Cardite prévia com insuficiência mitral leve residual ou resolução da lesão valvar – até os 25 anos ou até 10 anos após o último surto.
  • Cardite prévia com lesão valvar moderada a severa – a profilaxia deve durar até os 40 anos ou até 10 anos após o último episódio .* Nos casos em que persistir o risco de reinfecção - a profilaxia deve durar por toda a vida
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25
O que é a estenose mitral?
É o estreitamento da abertura da válvula mitral que obstrui o fluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo.
26
Qual é a principal causa da estenose mitral? Cite outras causas possíveis
Febre reumática - Pode ser congênita como a hipoplasia mitral típica ou o anel supravalvar - Pode ser valvulites como a LES, amiloidose, mucopolissacaridoses - Pode ser massas como mixoma ou abscesso miocárdico - Pode ser por calcificação do anel valvar mitral em idosos ou renais crônicos dialíticos
27
Como é a classificação da estenose mitral em leve, moderada ou severa?
- Sintomatologia: área valvar menor ou igual 2,0 cm2 - Gradiente é a diferença de pressão entre o AE e o VE - EM leve: área > 1,5 cm2 / Gradiente < 5 - EM Moderada: área entre 1 e 1,4 cm2 / Gradiente > 5 e < 10 - EM Severa: área < 1,0 cm2 / Gradiente > 10
28
Quais são os valores normais do tamanho da valva mitral?
- Área valvar mitral: 4 a 6 cm2
29
Qual é o sintoma mais comum de uma pessoa com EM (estenose mitral)?
Dispneia
30
Como é a fisiopatologia da EM?
Como a valva mitral está com o orifício reduzido, menos sangue vai passar do AE para o VE e com isso vai ficar um sangue residual no AE. Esse sangue vai causar uma elevação da pressão no AE, e essa pressão vai se tornando retrógrada com o tempo. Então as veia pulmonares começam a ter uma estase que gera uma pressão nos capilares pulmonares, causando extravasamento de líquido do intra para o extravascular. O que gera uma congestão pulmonar e dispneia aos esforços
31
O que pode desencadear a dispneia em pacientes com estenose mitral?
Qualquer atividade que aumente a FC. Com o aumento da FC há uma redução do tempo de diástole, o que aumenta o sangue retido no AE, o que irá exarcebar todo o processo fisiopatológico da doença.
32
Por que acontece fibrilação atrial em pacientes com EM?
Com o aumento da pressão e do volume no AE ele vai se dilatar e isso favorece uma alteração do ritmo cardíaco chamada de fibrilação atrial. Na FA não há a contração atrial que é a última etapa para o enchimento do VE, o átrio para de contrair e começa a fibrilar e isso favorece a formação de trombos.
33
Quais são os principais sintomas que uma pessoa com EM pode ter?
- Dispneia aos esforços - Tromboembolismo - Hemoptise - Fibrilação atrial
34
Como é a ausculta cardíaca de uma pessoa com EM?
B1 hiperfonética com estalido de abertura mitral e sopro mesodiastólico que aparece, decresce e cresce de novo.
35
Qual é o sinal de hipertensão pulmonar na ausculta cardíaca?
B2 hiperfonética no foco pulmonar, o som é quase estalado. Se for muito grave pode haver um sopro sistólico na valva tricúspide
36
Quais são os critérios de gravidade da EM baseado no exame clínico?
- Hipofonese de B1 -> valva muito calcificada - Hiperfonese de B2 -> hipertensão pulmonar - Estado de abertura mais próximo de B2 -> quanto mais próximo mais grave a estenose - Detecção de ritmo cardíaco irregular - Sinais de insuficiência ventricular D (VD palpável, congestão hepática, edema de MMII)
37
Como vai estar o eletrocardiograma em um paciente com EM?
1. O ritmo pode ser normal ou estar em FA 2. Pode ter sinais de aumento do AE: - Ondas P com duração > 0,10 seg e bífida em D2 - Índice de Morris em V1: porção negativa de P aumentada, m com área > que 0,04 seg 3. Casos avançados: sinais de sobrecarga de VD: - Desvio do eixo para direita - Ondas S amplas em V5, V6 e ondas R amplas em V1 e V2
38
Como vai estar o raio-x de tórax em um paciente com EM?
- Pode estar normal ou - Pode ter um duplo contorno na silhueta direita do coração e/ou um abaulamento do 4º arco cardíaco esquerdo (em casos moderados ou graves) - Sinal da bailarina (deslocamento superior do brônquio fonte E) - Linhas de Kerley (edema intesticial) - Inversão do padrâo vascular (cefalização da circulação): hipertensão veno-capilar pulmonar - Imagem de asa de borboleta: só aparece no edema agudo de pulmão
39
O que compõe o escore de Wilkins?
- Mobilidade Valvar - Espessamento dos folhetos - Calcificação - Comprometimento da aparelho subvalvar Ele dá pontos de 1 a 4. Então se ele coloca a mobilidade como 1 ela é tem bastante mobilidade e 4 ela tem pouca. Então a pontuação máxima seria 16. Casos mais favoráveis: Escorre < 8. Com um escorre de até 8 com uma estenose mitral grave esse paciente pode ser abordado com uma plastia da valva feita pela intervenção da hemodinâmica pela valvotomia pulmonar
40
Como é tratamento da estenose mitral?
É para melhorar os sintomas: - Diuréticos: para controle dos sintomas de congestão e IC - BB: para controle da FC (aumenta o tempo de diástole e enchimento ventricular; diminui o gradiente transmitral e a pressão capilar) - Profilaxia para febre reumática - Profilaxia para endocardite infecciosa - Anticoagulação (cumarímicos): quando há presença de FA, evento embólico prévio ou trombo ao ecodopplercardiograma - Métodos contraceptivos: evitar DIU pelo risco de endocardite
41
Qual é a pressão pulmonar normal e quais são os valores alterados?
Normal sistólica: 15 mmHg HAP leve: de 30 até 50 mmHg HAP moderada: de 50 a 70 mmHg HAP grave: > 70 mmHg
42
Como é tratamento cirúrgico da estenose mitral?
Valvoplastia por catéter balão: tratamento de escolha para EM importante sintomática de etiologia reumática , desde que anatomia seja favorável (escore de Wilkins menor ou igual a 8) na ausência de contra-indicações como trombo AE, insuficiência mitral moderada ou importante associadas - Se tratamento cirúrgico for necessário, pode-se optar por comissurotomia mitral ou como última opção troca valvar mitral Comissurotomia mitral percutânea por balão: indicada se o paciente for sintomático (NYHA II – IV) ou assintomático com PSAP > 50 mmHg ao repouso ou > 60 mmHg ao exercício, em pacientes com EM moderada a severa e morfologia favorável.
43
O que é a insuficiência mitral?
É quando a válvula mitral tem uma dificuldade de se fechar. Então regurgita sangue do VE para o AE durante a sístole ventricular
44
Como é a classificação da insuficiência mitral?
Pode ser: - Primária: o problema é nas cúspides ou no aparato subvalvar. Geralmente o tratamento é cirurgico - Secundária: causada pela dilação do VE. Geralmente o tratamento é clínico
45
Quais são as principais etiologias da insuficiência mitral primária?
- Febre reumática (principal) - Prolapso da valva mitral - Endocardite infecciosa - Rotura de cordoalha tendínea - LES, Síndrome de marfan, mal formação congênita
46
Quais são as principais etiologias da insuficiência mitral secundária?
- Cardiomiopatia dilatada | - Doenças isquêmicas
47
Quais são os tipos de insuficiência mitral?
- Tipo I: mobilidade dos folhetos da mitral é normal - Tipo II: movimentação dos folhetos é excessiva - Tipo III: movimentação dos folhetos é reduzida * IIIa: restrição ocorre tanto durante a sístole quanto durante a diástole. Geralmente ocorre na doença reumática por calcificação valvar importante * IIIb: restrição apenas durante a sístole ventricular. Geralmente é secundária à dilatação do VE
48
Como fica a pré-carga e a pós-carga na insuficiência mitral?
Ambas aumentam. A pré-carga aumenta porque o átrio já tinha sangue ele quando o novo sangue chegou. Então vai aumentar a quantidade de sangue que entra no VE. Isso faz com que aumente também a pós-carga dele
49
Qual é o quadro clínico da insuficiência mitral?
- Pode ser assintomático - Dispnéia aos esforços (mais importante) - Palpitações - Dor torácica atípica - Fraqueza progressiva - Se a IM for aguda pode ter edema agudo de pulmão - Tosse - Edema de MMII - Pode ocorrer FA - Em estágios avançados pode aparecer sintomas de IC direita: estase jugular patológica, hepatomegalia, edema de MMII e ascite
50
Quais são as alterações vistas no exame físico da insuficiência mitral?
- Ictus desviado para a esquerda e para baixo - B1 hipofonética - B2 hiperfonética - Sopro sistólico regurgitativo que irradia para axila (mais audível em DLE) - Sinais de IC direita
51
Quais são os exames complementares que deve ser pedidos na IM?
- ECG - Raio-x de toráx - Eco
52
Como é o eletrocardiograma na insuficiência mitral?
- Ondas S em V1 e V2 mais profundas - sobrecarga VE - Aumento da duração da onda P, em V1 a parte negativa da onda P está mais alargada - sobrecarga do AE - Aumento da onda R em V5 e V6 - Sobrecarga do VE - Pode haver fibrilação atrial
53
Como é o raio-x de tórax na insuficiência mitral?
- Aumento da silhueta cardíaca: dilatação do VE e do AE | - Sinais de congestão pulmonar
54
Como é o ecocardiograma na insuficiência mitral?
- Pode indentificar a causa e a gravidade da IM - Área do jato ≥ 40% da área do átrio esquerdo - Fração regurgitante ≥ 50% - Volume regurgitante ≥ 60 mL/batimento - Vena contracta ≥ 0,7 cm - Área efetiva do orifício regurgitante ≥ 0,40 cm2
55
Como é o tratamento clínico da IM?
- É apenas sintomático, não altera morbimortalidade - Usar diuréticos se o paciente tiver sinais de congestão pulmonar - Usar IECA ou BRA como se usa na IC - Anticoagulação: se houver FA
56
Como é o tratamento cirúrgico da IM?
- Plastia mitral: tramento de escolha - Troca valvar mitral: indicada na impossibilidade de plastia - Tratamento percutâneo mitraclip: pacientes de alto risco ou com contraindicação cirúrgica com sintomas refratários, IMi degenerativa por prolapso, condição anatômica favorável, indicada após decisão do Heart team
57
Quais são as possíveis etiologias associadas à doenças da raiz da aorta na insuficiência aórtica?
- Dissecação aórtica - Síndrome de Marfan - Aortite sifilítica - Espondilite anquilosante - Aneurismas relacionados à HAS - Osteogênese imperfeita
58
Quais são as possíveis etiologias associadas à doença valvar da aorta na insuficiência aórtica?
- Febre reumática - Degenerativa - Pós-endocardite infecciosa - Trauma - Valvar congênita (bicúspide) - Degeneração mixomatosa das valvas
59
Qual é o quadro clínico da insuficiência aórtica?
- Dispnéia aos esforços - Palpitação - IC rapidamente progressiva - Angina - Sintomas de baixo débito (lipotímia e síncope) * IAo aguda: sintomas abruptos - duas hipóteses -> EI e dissecação aórtica aguda
60
Quais são as alterações vistas no exame físico da insuficiência aórtica?
- Pulsos arteriais amplos e visíveis (pulso em martelo d'agua ou de Corrigan), pode haver alargamento da pressão de pulso ( PAS alta e PAD baixa) - Ictus desviado para a esquerda e para baixo, hiperdinâmico - Sopro diastólico, aspirativo, de alta frequência, decrescente. * Quanto maior for a duração do sopro, mais grave a valvopatia - Sopro de Austin-flint: sopro meso diastólico, em foco mitral, com 1ª bulha (B1 normofonética) e ausência de estalido de abertura (diferente da estenose mitral orgânica)
61
Quais são os sinais clássicos da IAo?
- Corigan: pulso em martelo d'agua - Musset: oscilações da cabeça para baixo e para frente - Quincle: pulsação vista no leito ungueal - Mivervini: pulsação da base da língua - Duroziez: duplo sopro à compressão da artéria femoral - Pistol shot: sensação de choque à asculta de certas artérias - Muller: pulsação da úvula - Landolfi: pulsação das pupilas
62
Como é o sopro da IAo?
Ele é aspirativo, diastólico
63
Como é o eletrocardiograma na insuficiência aórtica?
- Sinais de sobrecarga do VE: amplitude maior da onda S (V1) e aumento da onda R (V5, V6)
64
Como é o raio-x de tórax na insuficiência aórtica?
- Aumento da área cardíaca (ás custas de crescimento do VE) | - Avaliar a presença de dilatação da aorta (pode sugerir IAo por aortopatia)
65
Quando é indicado cirurgia se a IAo for secundária a doença na raiz da aorta?
- Se houver dilatação maior ou igual a 55 mm e/ou expansão progressiva da raiz da aorta com aumento maior ou igual a 5 mm/ano - Se houver caso familiar de IAo, o ponto de referência é 45 e na síndrome de Marfan é 50
66
Qual é a causa mais comum de estenose aórtica?
Degeneração por envelhecimento
67
Quais são as principais etiologias da estenose aórtica?
- Degeneração senil (calcificação da valva) - Febre reumática (frequentemente está associada a acometimento mitral) - Congênita (valva bicúspide)
68
Qual é o quadro clínico da estenose aórtica?
- Angina - Sobrevida média de 5 anos - Síncope - Sobrevida média de 3 anos - IC - dispneia - Sobrevida média de 2 anos
69
Como é o sopro na estenose aórtica?
- Sopro sistólico, ejetivo, rude, intensidade que cresce e decresce durante a sístole. Pode haver irradiação do sopro para fúrcula esternal e região carotídea - Em valva muito calcificada pode ter o fenômeno de Gallavardin (sopro de alta frequência audível em ápice cardíaco parecido com o da insuficiência mitral, mas não irradia para a axila
70
Como é o eletrocardiograma na estenose aórtica?
- Sinais de sobrecarga do VE: onda S profunda na derivação V1 com R em V5 e V6 positiva - Padrão Strain: onda T invertida em V5, V6, V1 e AVL
71
De quanto em quanto tempo deve ser feita a reavaliação de pacientes com estenose aórtica assintomática?
- A cada 6 meses se a EAo for moderada ou grave | - A cada 1 ano se for leve.
72
O que é a endocardite infecciosa?
É uma infecção que compromete a superfície endocárdica do coração
73
No Brasil qual é a principal causa de endocardite infecciosa e o seu principal agente etiológico?
- Doença valvar reumática - Grupo viridans (S. mitis, S. salivarius, S. bovis, S. mutans) * Se o agente etiológico for S. bovis é necessário avaliar o cólon, pois há muita associação com patologias do cólon
74
Quais outros agentes etiológicos podem causar endocardite?
- Estreptococos: S. pneumoniae e S. pyogenes - Enterococos: E. faecalis e E. faecium - Estafilococos: são os agentes que mais causam endocardite em usuários de drogas endovenosas (S. aureus) e em próteses valvares (S. epidermides e outros Staphylococcus) - Bactérias gram-negativas - Fungos, principalmente Candida spp - Agentes do grupo HACEK: (Haemophilus spp, Actinobacillus app, Cardiobacterium hominis, Eikenella spp e Kingella spp)
75
Quais são as apresentações da endocardite infecciosa?
- Forma aguda: como infecção rapidamente progressiva | - Forma subaguda: como uma doença crônica como febre baixa e sintomas inespecíficos
76
Qual é o quadro clínico da endocardite infecciosa?
- Muito variável - O sintoma mais comum é a febre - Outros sintomas: artralgias, mialgias, calafrios, anorexia e perda de peso - Manifestações periféricas: menos frequentes. Petéquias: mais comum das manifestações são encontradas na conjuntiva palpebral, mucosas bucal e palatal e nas extremidades. Hemorragias em cunha ou subungueais: no leito ungueal proximal. Nódulos de Osler: polpa dos dedos (persistem durante horas ou dias). Lesões de Janeway: lesões maculares eritematosas ou hemorrágicas: palma das mãos e “solas” dos pés (eventos embólicos sépticos). * Nenhuma patognomônica de EI
77
Em quais situações devo suspeitar de endocardite infecciosa?
Caso haja febre associado a um dos seguintes fatores: - História prévia de EI - Presença de prótese valvar ou de dispositivo intracardíaco (P.ex.:MP) - Presença de novo sopro de regurgitação valvar - Doença valvular ou congênita preexistente - Condições predisponentes (SIDA, pacientes imunossuprimidos) - Predisposição e recente intervenção associada á bacteremia - Sinais de ICC - Novo distúrbio de condução (P.ex. BAV de primeiro grau, BAVT) - Hemoculturas positivas para patógenos típicos de EI - Fenômenos vasculares ou imunológicos; eventos embólicos, manchas de Roth, lesões de Janeway e nódulos de Osler
78
Como é o critério de Duke modificado?
Critérios maiores: - Hemoculturas positivas: * Agentes típicos de EI em 2 amostras separadas * Agentes que podem causar EI isolados de forma persistente nas hemoculturas - Métodos de imagem positivos para EI Critérios menores de Duke: - Fatores predisponentes: * Uso de drogas intravenosas ou cardiopatia predisponente - Febre: T> 38 - Fenômenos vasculares * Embolia arterial, embolia séptica para os pulmões, aneurisma micótico, hemorragia intracraniana, hemorragia conjuntival, manchas de Janeway - Fenômenos imunológicos * Glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth, pesença de fator reumatóide - Evidência microbiológica * Hemoculturas positivas, mas que não preencham critérios maiores ``` Diagnóstico de EI: - Dois critérios maiores OU - Um critério maior e três menores OU - Cinco critérios menores ``` Endocardite provável: Um critério maior e um critério menor ou três critérios menores Endocardite rejeitada: Nenhuma evidência patológica de EI na cirurgia ou autópsia Resolução dos sintomas sugestivos de EI com antibióticos por menos de 4 dias Não preenche os critérios de endocardite provável