HAC 5 - Efusão pleural Flashcards
Como diagnosticar um derrame?
Radiografia em PA e em decúbito lateral para o lado da lesão (usado para confirmar – líquido se move) – Incidência em Laurell (raios horizontais).
Paciente na vertical com raios horizontais; é comum que haja alívio da dor quando o paciente é colocado em decúbito lateral no lado afetado e que essa seja intensificada quando em decúbito contrário.
Quando é indicado uma toracocentese?
- Estabelecer a causa de uma efusão pleural - diagnóstico;
- Drenar grandes quantidades de líquido que podem comprometer o sistema respiratório;
- Alívio respiratório – terapêutica
Qual o objetivo da toracocentese?
- Tratamento
- Alívio sintomatológico do doente
- Diagnóstico e classificação de efusão pleural (transudato X exsudato)
Quais são as contraindicações de uma toracocentese?
- Coagulopatias
- Gravidez
- Maior cuidado em paciente com ventilação mecânica, uma vez que isso pode deixar o pulmão mais próximo da caixa torácica, aproximando-o da agulha e aumentado o risco de um pneumotórax;
- Deve ser adiada em pacientes com hemodinâmica grave ou comprometimento respiratório até a condição subjacente ser estabilizada;
- Em pacientes que têm efusões pequenas ou loculadas, o procedimento deve ser realizado por operadores experientes idealmente com orientação por imagem em tempo real;
- A agulha de toracocentese não deve passar por locais de infecção cutânea como celulite ou herpes zoster.
Quais equipamentos necessários para o procedimento?
- Gazes
- Campo estéril
- Luvas estéreis
- Agente de limpeza de pele
- Hemostato
- Lidocaína – 1 ou 2%
- Seringa de 10ml com agulha de calibre 22 a 25
- Cateter “over-the-needle” de calibre de 18 ou 20
- Seringa de 60ml
- Torneira de 3 “pontas”
- Tubo estéril de drenagem
- Tubos de amostras e um recipiente grande para coleta Ÿ Curativo de oclusão estéril
Descreva os preparativos assim que explicou o procedimento.
- Explicar o procedimento para o paciente;
- Obter um consentimento por escrito;
- Confirmar a identificação do paciente;
- Marcar o local correto para o procedimento;
- Realizar um tempo limite pré-processual: imediatamente antes do procedimento, que consiste na confirmação, por todos os membros do atendimento, da identificação do paciente, do procedimento que será feito e o local exato onde será feito;
- Um assistente deve auxiliá-lo, posicionando o paciente e o monitorando. Além disso, ele deve auxiliar a coleção do líquido pleural;
7.
Assim que o paciente chegar para o local marcado o que fazer?
- Coloque o paciente na posição sentada na borda da cama com os braços descansando em uma mesa;
- A altura da efusão é determinada pela ausculta e percussão da parte posterior do tórax;
- O local de inserção da agulha deve ser marcado por uma caneta, fazendo uma linha de 5 a 10cm, lateral à coluna e pelo menos 1 ou 2 EIC abaixo do topo da efusão;
- A agulha NÃO deve ser inserida abaixo da 9° costela;
- Se possível, a ultrassonografia pode ser utilizada para ajudar na visualização do derrame;
- Prepare a área com solução antisséptica e posicione um campo estéril no local;
- Com uma agulha de calibre 25, faça a anestesia local (lidocaína) ao longo da borda superior da costela que fica abaixo do EIC selecionado para a efusão;
- Com uma agulha de calibre 22, faça a anestesia de tecidos mais profundos;
- A superfície inferior da costela deve ser evitada, uma vez que vasos intercostais e nervos estão localizados nessa região;
- Passe a agulha pela parte superior da costela injetando alternadamente anestésico e recuando o êmbolo à medida que você avança;
- Uma vez que a agulha entra no espaço pleural, o líquido pleural começará a encher a seringa → continuar a injetar o anestésico, a fim de anestesiar a pleura parietal;
- Observar a profundidade da penetração e retirar a agulha com auxílio de uma pinça hemostática, marcando a profundidade do espaço pleural.
- Explique como fazer a Aspiração do fluido pleural
- Anexe um cateter “over the needle” (extracath) de calibre 18 em uma seringa e penetre a superfície superior da costela;
- Continue puxando o êmbolo, a fim de encontrar a profundidade correta;
- Uma vez que o fluido é aspirado, pare imediatamente de avançar a agulha e guie o cateter;
- Quando o cateter estiver totalmente inserido, retire a agulha enquanto o paciente exala. A porção aberta do cateter deve ser coberto imediatamente com o dedo, a fim de evitar a entrada de ar no espaço pleural;
- Em seguida, anexe uma torneira de três vias e uma seringa grande no cateter;
- Continue aspirando o fluido;
- Quando a seringa estiver cheia, ajuste a torneira de modo que fique perto do paciente (ver imagem abaixo);
- A torneira deve estar aberta, próxima ao paciente, somente quando o fluido estiver sendo drenado ativamente. OBS: Se for necessário drenar fluido adicional para fins terapêuticos, dev-se fixar a tubulação de coleta à torneira e o recipiente de coleta. Abrir a torneira para o paciente e para a tubulação, permitindo que o recipiente seja preenchido. Geralmente você não deve remover mais de 1500 mililitros de líquido pleural, pois a remoção de volumes maiores pode resultar em edema pulmonar.
- Após a conclusão da retirada de líquido, deve-se remover rapidamente o cateter, enquanto a paciente segura a respiração no fim da expiração. Cobrir o local de inserção da agulha com um curativo e limpar a pele ao redor.
Análise do líquido pleural: citológica, bioquímica, bacterioscopia do transudato
Transudato: o líquido pleural transudativo é claro e transparente, sem células, com baixa concentração de proteínas, indicando um acúmulo de um líquido semelhante ao líquido pleural normal. A etiologia do transudato está relacionada com a diferença de pressão.
Análise do líquido pleural: citológica, bioquímica, bacterioscopia do exsudato
Exsudato: o líquido pleural exsudativo é rico em proteínas e células inflamatórias, tem aparência mais viscosa e opaca, por vezes, com sinais de sangue misturado, podendo no caso de infecções se apresentar tipicamente como uma coleção de pus. A etiologia do exsudato é pelo aumento da permeabilidade.
Deve-se verificar a presença de desidrogenase lática e quantidade de proteinas de maneira comparativa (trans e exsudato). A presenca de qualquer um desses caracteriza exsudato ou transudato.
Cite complicações da toracocentese.
- Hemotórax
- Pneumotórax
- Reação vagal (sincope)
- Dor no local do procedimento
- Infecção
Detalhe como será realizada a toracocentese.
- Para evitar lesão do nervo e dos vasos intercostais, a agulha é introduzida superiormente à costela, em posição suficientemente alta para evitar os ramos colaterais.
- A agulha atravessa os músculos intercostais e a parte costal da pleura parietal, entrando na cavidade pleural.
- Quando o paciente está em posição ortostática, há acúmulo de líquido intrapleural no recesso costodiafragmático.
- A introdução da agulha no 9º espaço intercostal na linha axilar média durante a expiração evita a margem inferior do pulmão.
- A agulha deve ser angulada para cima, a fim de evitar a penetração no lado profundo do recesso (uma fina camada da parte diafragmática da pleura parietal e diafragma sobre o fígado).