Farmacologia adrenérgica do sistema cardiovascular: beta bloqueantes e alfa agonistas Flashcards
Beta-bloqueantes e alfa agonistas
São os fármacos que manipulam o sistema adrenérgico que têm mais interesse como anti hipertensores e na insuficiência cardíaca.
Agonista alfa 2
Associados a proteínas Gi
Inibem a síntese de cAMP e têm efeitos a vários níveis diferentes dos efeitos cardiovasculares.
Descongestionantes nas mucosas (nasal ou ocular)
Congestão nasal
Efeito relaxante dos esfíncteres pré capilares + efeito vasodilatador nos vasos de capacitância.
Canais de Ca2+
Os canais de cálcio dependentes de voltagem ativam quando há despolarização e os canais de cálcio dependentes do potássio ativam quando há excesso de potássio intracelular- quando há hiperpolarização.
Oximetazolina
Atua como vasoconstritor nasal pois não distingue recetores alfa 2 e 1, e assim causa vasoconstrição esfíncteres pré arteriais (ativação dos recetores alfa 1→ diacilglicerol→cálcio) e venoconstrição (alfa 2)
Elevada duração de ação (12 horas)
Mecanismo de ação da oximetazolina nos recetores alfa 2
Ativação dos alfa 2 vai aumentar a permeabilidade ao cálcio, aumentando a despolarização das células musculares o que resulta num aumento da entrada de cálcio nas células musculares através de recetores de cálcio dependentes de potássio, o que leva posteriormente à ativação da cadeia leve de miosina e permite contração da musculatura lisa
Leva ao efeito inibitório da despolarização da célula que resulta numa maior concentração de cálcio intracelular.
Efeito rebound dos descongestionantes nasais
Os descongestionantes com muita intensidade
causam isquémia, quando deixa de fazer efeito há repercussão da congestão.
Agonistas alfa 2 e 1
Um dos riscos de usar gotas no nariz, se a pessoa é hipertensa e usar agonistas alfa 1 numa mucosa
e muito vasodilatada, o fármaco vai ser rapidamente absorvido para a circulação sistémica e o risco de crise hipertensiva é grande.
Os agonistas alfa 2 têm vantagem pois como têm dois mecanismos de ação (venoconstrição e vasoconstrição arterial), consegue-se descongestionar a mucosa com doses mais baixas, topicamente, e consegue-se ter o efeito ativando menos recetores alfa 1
Ativação de receptores alfa 2 no SNC
Recetores alfa 2 no SNC tem sempre efeitos inibitórios, pré e pós sinápticos.
Recetores pós sináptico alfa 2 hiperpolarizam célula
Os pré sinápticos impedem libertação de neurotransmissores.
Efeitos dos receptores alfa 2 no SNC
Hipotensão Sedação Bloqueio parcial sintomas de abstinência aos opióides (hiperalgesia, hiperactividade simpática) - ação dos receptores mu Ansiolítico Analgésico Adjuvante da analgesia (dexemetomidina)
Clonidina
Agonista alfa 2
Pode ser usado como anti-hipertensor mas, uma vez que
também causa sedação e
sonolência pode originar hipotensão ortostática.
Foi usado como descongestionante nasal mas rapidamente foi descontinuado
Rilmendina
Atua nos recetores imidazolínicos, sendo menos hipotensor, sedativo e diminutor do sistema adrenégico. Irá causar os seus efeitos no núcleo do tracto solitário, ventro-medial da medula, causando uma redução da HTA por redução da atividade simpática. Os recetores imidazolínicos e alfa 2 ligam-se a proteínas, que levam à diminuição do cAMP.
Uso dos antagonistas beta
Insuficiência cardíaca
Doença isquémica coronária (pois aumenta tempo de diástole)
Arritmias (devido ao efeito cronotrópico negativo)
Indicações terapêuticas dos beta-bloqueantes
Angina - pela redução do consumo de O2 do miocárdio
Arritmias - diminuem a excitabilidade e ritmos ectópicos; atrasam a condução auriculo-vantricular
IC
Manifestações vegetativas da ansiedade - diminui tremor, gaguez e hiperreatividade intestinal sem causar sedação ou alteração do estado de consciência (propanolol)
Glaucoma
Efeito anti-hipertensor dos beta bloqueantes
Bloqueio do SRAA:
Redução da libertação de renina
Diminuição da produção de angiotensina II
Diminuição da aldosterona
Nota: a nível central causa redução da pressão arterial e redução do tónus simpático
Qual é o principal mecanismo envolvido no efeito anti-hipertensivo de um
B-bloqueante?
Principal mecanismo é a inibição da angiotensina II
RA dos beta-bloqueantes
Bradicardia
Broncospasmo
Dispneia
Extremidades frias
Hipoglicémia - destaque para a ausência de taquicardia reflexa à hipoglicémia
Insónia - pesadelos são comuns
Hiponatrémia e hipercaliémia
IMPOTÊNCIA - Importante em muitos fármacos, associado ao impedimento da vasodilatação
nalguns beta-bloqueantes
Alterações lipídicas (aumento dos triglicerídeos e LDL; diminuição da HDL)
Efeito dos beta bloqueantes na IC
Melhoria da função sistólica Melhoria do volume de ejeção e do débito cardíaco "Up-regulation" dos receptores beta Aumento da resposta ao estímulo cardíaco Melhoria da contratilidade Melhoria da tolerância ao exercício Cardioproteção
Beta bloqueantes e consumo de O2
Diminui, pois reduz: - FC (cronotropismo negativo) - Contratilidade (inotropismo negativo) - Tensão da parede ventricular Logo pode ser usado na cardiopatia isquémica e nas arritmias
Fármacos anti-hipertensores
Beta bloqueantes
Agonistas alfa2
Antagonistas alfa1
Fármacos anti-arritmicos
Beta bloqueantes
Fármacos para o choque
Epinefrina
Norepinefrina
Dopamina
Fármacos doença cardíaca isquémica
Beta bloqueantes
Fármacos vasoconstritores locais
Agonistas alfa 2: Oximetazolina Xilometazolina Tramazolina Nafazolina
Fármacos para doenças arteriais periféricas
Antagonistas alfa1
Rilmenidina vs clonidina
A rilmenidina tem mais seletividade que a clonidina, contudo a clonidina tem tanta seletividade para os receptores imidazolinoicos como para os alfa 2, atuando em ambos
A rilmenidina é menos sedativa e pode cursar com edema, bradicárdia e palpitações
Fármacos beta bloqueantes não seletivos de 1ª geração
Propanolol
Timolol
Fármacos beta bloqueantes seletivos para o beta 2
Metoprolol
Beta bloqueantes de 1ª geração
Não seletivos
Não provocam vasodilatação
Beta bloqueantes de 2ª geração
Beta 1 seletivos c/ ou s/ vasodilatação
Beta bloqueantes de 3ª geração
Não seletivos
Provocam vasodilatação
Carvedilol - pode ser comercializado como antioxidante
Bucindolol
Efeito central dos beta bloqueantes lipossoluveis
Contribuem para a diminuição da HTA por atravessarem a BHE e causarem uma redução da pressão arterial e uma redução do tónus simpático
CI dos beta bloqueantes
IR Asma e DPOC Diabetes Angina instável Bloqueio cardíaco de 2º ou 3º grau
Beta bloqueantes lipossoluveis
Lipo:
Propanolol, Alprenolol, Penbutolol, Oxprenolol
(PAPO)
Beta bloqueantes lipo vs hidrossoluveis
Lipo: Boa absorção Efeito de 1ª passagem Fixação elevada às proteinas Atravessa a BHE Metabolismo hepático - interações medicamentosas Tempo de semi-vida curto Hidro: Sem efeito de 1ª passagem Fixação fraca às proteinas Não atravessa a BHE Excreção renal Tempo de semi-vida longo