Distopias Genitais (POP) Flashcards
Diferencie Distopias genitais de Prolapsos genitais.
Distopias genitais correspondem ao deslocamento de um órgão de seu local habitual. Um dos tipos de distopias é o prolapso. Prolapso genital é o deslocamento caudal dos órgãos pélvicos (vagina, colo do útero, útero, bexiga, reto, uretra) através da vagina.
Defina: cistocele, uretrocistocele, prolapso uterino, retocele, enterocele, elitrocele e inversão uterina.
Cistocele: deslocamento inferior (prolapso) da bexiga. Uretrocistocele: prolapso da bexiga e uretra. Prolapso Uterino: prolapso do útero através do introito vaginal. Retocele: prolapso do reto pela parede vaginal posterior. Enterocele: herniação do ID para a cavidade vaginal. Elitrocele: eversão da cúpula vaginal. Inversão Uterina: invaginação do fundo uterino (complicação do secundamento inadequado).
Quais aparelhos garantem a estática pélvica?
Os de sustentação (suporte) e os de suspensão.
Quais estruturas fazem parte do aparelho de suspensão da pelve?
Apresenta 2 feixes anteriores (lig. pubovesicouterinos), 2 feixes laterais (lig. cardinais ou de Mackenrodt ou paramétrios laterais - mais importantes) e 2 feixes posteriores (lig. uterossacro).
*Suspensão é ligamento (não músculo).
Quais estruturas compõem o aparelho de sustentação da pelve?
É o assoalho pélvico (estruturas entre o peritôneo pélvico e a pele da vulva), sendo composto pelos diafragmas pélvico e urogenital e pela fáscia endopélvica. Esses 3 formam o aparelho de sustentação.
*O que sustenta é o músculo.
Do que é composto o diafragma pélvico e o urogenital?
DP: músculo levantador do ânus (mm. puborretal, pubococcígeo e íleococcígeo) + músculo ísquiococcígeo/coccígeo + suas fáscias. DU: músculo transverso profundo do períneo + esfíncter uretral externo.
Do que é composta a fáscia endopélvica?
De 2 folhetos distintos: um que liga os órgãos pélvicos à parede pélvica e outro que liga os órgãos pélvicos entre si (útero, bexiga, vagina e reto), formando as fáscias vesicovaginal e retovaginal.
O que é o hiato urogenital?
É um espaço no assoalho pélvico entre as fibras mediais do levantador do ânus (por onde passa a vagina, uretra e reto), ocorrendo pois o DP não oclui completamente a pelve. O DU auxilia a oclusão desse hiato.
O que é a imagem a seguir:
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Diafragma Pélvico em vista superior.
Identifique a estrutura a seguir:
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.Vista inferior do diafragma pélvico.
Quais os componentes da estrutura da imagem?
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.A estrutura da imagem é o assoalho pélvico, sendo ormado pelo DP, DU e fáscia endopélvica.
Aparelho de suspensão 1
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.Ligamentos paramétrios anteriores (pubovesicouterinos), laterais (cardinais) e posteriores (uterossacros).
Aparelho de suspensão 2.
.
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Qual a fisiopatologia do POP?
Ocorre por uma perda do equilíbrio dos fatores de sustentação e suspensão da pelve, promovendo o prolapso da estruturas pélvicas.
Qual as principais etiologias do POP?
Ocorre ou por enfraquecimento das estruturas de sustentação e suspensão ou por aumento crônico da pressão abdominal: Multiparidade (corresponde a 70% dos POPs), aumento crônica da pressão abdominal (esforço físico intenso, tosse por DPOC, constipação intestinal), obesidade, anomalias congênitas.
Quais os principais fatores fisiopatológicos envolvidos no POP em mulheres na menacme (período fértil da mulher) e em pós-menopausadas?
Em mulheres na menacme, é o alongamento dos ligamentos cardinais e uterossacros, enquanto que em pós-menopausadas, é a atrofia ou hipoplasia generalizada do tecido conjuntivo e muscular.
Como podem ser classificados os POPs?
De acordo com a relação com o introito vaginal (1°, 2° e 3° graus, não alcançando, pouco exteriorizado e totalmente exteriorizado pelo introito vaginal, respectivamente) e pela classificação da ICS.
Como é feita a classificação pela ICS?
Utiliza-se os termos prolapso da parede anterior e prolapso da parede posterior ao invés de cistocele, enterocele e retocele (só são empregados caso testes específicos comprovem sua presença). Utilizam-se pontos de referência: hímen (negativo quando antes e positivo quando após), parede anterior da vagina (Aa e Ba), parede posterior da vagina (Ap e Bp), colo do útero (C) e fórnix posterior da vagina/fundo de saco de Douglas (D).
Quais o estadiamento do POP pela classificação da ICS?
0: sem POP. 1: posição -1. 2: entre a posição -1 e +1. 3: entre a posição +1 e +2. 4: além da posição +2.
Quais estruturas podem estar prolapsadas nos seguintes casos: Prolapso do compartimento/parede anterior, Prolapso do compartimento apical e prolapso do compartimento/parede posterior?
Compartimento Anterior: cistocele, uretrocele e cistouretrocele. Compartimento Apical: uterocele, enterocele (fórnice posterior) ou cúpula vaginal. Compartimento Posterior: retocele.
O que é o prolapso de compartimento anterior?
É a descida da parede vaginal anterior de forma que a junção uretrovesical (Aa - 3cm do hímen) esteja a menos de 3 cm do hímen.
Por que ocorre o prolapso do compartimento anterior?
Decorre de uma lesão da fáscia vesicovaginal, podendo ser um defeito central/de distensão ou lateral (p).
Qual a diferença entre o prolapso de compartimento anterior por defeito central para defeito lateral?
No primeiro, o defeito é por distensão/enfraquecimento da fáscia (entre a parede vaginal e a bexiga), fazendo com que a mucosa vaginal perca sua rugosidade, diminua sua espessura, porém mantendo os sulcos anterolaterais. O defeito lateral, por sua vez, ocorre por desinserção lateral da fáscia pubocervical do arco tendíneo da fáscia endopélvica. Há manutenção da espessura e rugosidade da vagina, mas há apagamento dos sulcos anterolaterais.
Causas central e lateral do prolapso de compartimento anterior:
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Qual o QC do prolapso de compartimento anterior?
Sensação de peso/desconforto na genitália externa (se agrava a medida que passa o dia, melhora quando deita e é menos intenso de manhã), exteriorização de uma “bola” na vagina, incontinência urinária, polaciúria, dispareunia e disfunção sexual.
Como é feito o diagnóstico e tratamento de prolapso de compartimento anterior?
O diagnóstico é clínico (descida do conteúdo em repouso e em Valsalva) + lâmina do espéculo comprimindo a parede posterior (a bola ainda continua após compressão - se eu comprimir a anterior, desaparece). O tto em assintomáticas, pode-se usar um pessário vaginal, mas em sintomáticas usa-se a correção cirúrgica por colporrafia anterior (Kelly-Kennedy - colpoperineoplastia corrigindo a fáscia pubovesicocervlcal).
*Se recidivar por defeito lateral: considerar uso de tela (risco de extrusão - sair).
Quais estruturas são prolapsadas e quais as causas do prolapso apical?
As estruturas são o útero, o fórnice posterior (enterocele) e a cúpula vaginal pós-histerectomia. A causa base é a lesão dos paramétrios (ligamentos de suspensão), podendo ocorrer por trauma de parto ou cirurgias.
Qual o QC do prolapso uterino?
O mesmo de qualquer prolapso: sensação de peso/desconforto na genitália externa, exteriorização de uma “bola” pela vagina, sangramento pelo atrito com roupa íntima, dispareunia e disfunção sexual. O desconforto é aliviado ao deitar-se, é menor pela manhã e piora com o decorrer do dia.
Como é feito o diagnóstico de prolapso uterino? Qual o DD principal?
Clínica + exame físico, com inspeção dinâmica com Valsalva. Deve-se analisar todas as paredes vaginais, pois um grande prolapso de uma parede pode encobrir um prolapso menor de outra parede. O principal DDx é o alongamento hipertrófico do colo (cervicometria para diferenciar).
Qual o tto de prolapso uterino?
Conservador (se pequeno ou alto risco cirúrgico) ou cirúrgico (histerectomia vaginal com reconstrução de assoalho pélvico OU cirurgia de Manchester, que é uma amputação parcial do colo e fixação no paramétrio, principalmente se desejo reprodutivo ou alto risco cirúrgico). O primeiro consiste nos exercícios de Kegel e pessários vaginais (fortalecimento da musculatura pélvica).
Qual a causa do prolapso de cúpula vaginal (elitrocele)?
Adelgaçamento das estruturas de suporte ou por lesão dessas estruturas por cirurgias (como na histerectomia).
Qual o tto do prolapso de cúpula vaginal?
Se condições cirúrgicas: fixar cúpula ao promontório ou no ligamento sacroespinhoso.
Se alto risco cirúrgico: pessário ou cirurgia de colpocleise (Le Fort) - impede atividade sexual.
*Colpocleise pode até ser usado para uterocele se alto risco cirúrgico.
Por que ocorre a enterocele?
Ocorre por um defeito na fáscia endopélvica, fazendo com que o peritôneo fique em contato direto com a vagina e, consequentemente, o intestino delgado se insinue pela cúpula vaginal.
Qual a causa da enterocele?
A maioria aparece após histerectomias, mas está relacionado, com frequência, à retocele alta (promove enfraquecimento da parede vaginal superior).
Como é feito o diagnóstico de enterocele?
O diagnóstico pode ser feito pela seguinte manobra: reposiciona-se a cúpula vaginal com um tampão, realiza-se o toque retal e pede para a paciente fazer Valsalva. Caso haja enterocele, entre o dedo do examinador e o tampão haverá um saco herniário com omento ou alça intestinal.
Por que ocorre o prolapso de parede posterior (retocele)?
Enfraquecimento da fáscia retovaginal e de seus pontos de fixação nos músculos levantadores do ânus, associado à lesão no centro tendíneo do períneo.
Qual o QC da retocele? Como dx?
Além das queixas de todos os prolapsos, pode haver dificuldade durante as evacuações.
Dx: comprimir a parede anterior e a bola continua ali. Quando comprimir a posterior, ela desaparece.
Qual o tto para retocele?
Colporrafia posterior com plicatura da fáscia retovaginal.
Explique a classificação POP-Q.
A leta minúscula diz a parede: a = parede anterior; p = parede posterior.
A letra maiúscula diz respeito à algum ponto da parede referida.
O C é o colo (ou cúpula se for histerectomizada).
O D é o fundo de saco de Douglas (quando histerectomia, não há ponto D).
Qualquer letra se estiver com n° negativo, é por que está dentro do canal vaginal e positivo está para fora. O n° corresponde ao cm.
O ponto zero é a carúncula himenal.
*Vale o ponto de maior prolapso.
Como classificar o estágio do POP?
I: < -1.
II: -1 a +1.
III: maior igual a 2 mas não total.
IV: total.