Corioamniorrexe / Bolsa Rota Flashcards
Definição de corioamniorrexe
Rompimento da membrana corioamniotica após 20 semanas
Antes de 20 semanas= abortamento
Classificação de corioamniorrexe em relação ao tempo de gravidez
Pré termo: antes de 37 semanas
A termo: entre 38-42 semanas
Classificação de corioamniorrexe em relação ao tempo do trabalho de parto
Prematura: rompimento da membrana antes do inicio do trabalho de parto (ainda não há contrações e nem dilatação)
Precoce: rompimento da membrana durante o trabalho de parto, mas sem dilatação cervical significativa (7cm), somente contrações
Oportuna: rompimento da membrana durante o trabalho de parto, em momento em que já há dilatação significativa (7-9cm)
Tardia: rompimento da membrana no momento expulsivo em que já há dilatação total
Quais sao as principais complicações relacionadas à corioamniorrexe pré termo e/ou prematura?
Maior necessidade de indução e analgesia (perda do amortecedor hídrico entre o polo cefálico fetal e partes maternas), trabalho de parto prolongado, distocias e mais cesáreas; mais infecções (corioamnionite e endometrite, principalmente com menos de 32 semanas); prematuridade (reduz a partir de 32-34 semanas, assim como complicações neonatais), comprometimento da vitalidade fetal, infecção fetal e neonatal, prolapso de cordão, descolamento prematuro da placenta, hipoplasia pulmonar
Prolapso de cordão e sua relação com corioamniorrexe
A ausencia do líquido amniótico pode favorecer a extrusão do cordão umbilical, que pode ser comprimido pelo polo cefálico ou por estruturas maternas, levando a alterações da vitalidade fetal (desacelerações tardias)
Emergência obstetrica
Descolamento prematuro da placenta e sua relação com corioamniorrexe
Diminuição do volume uterino + uma placenta em regiao desfavorável= tendencia de descolamento
Hipóxia fetal aguda, risco de sangramento materno e fetal, emergencias
Hipoplasia pulmonar, sequencia de Potter e sua relação com corioamniorrexe
Com a redução do liquido amniótico, há compressão do tórax pela maior pressao, dificultando o desenvolvimento pulmonar
Sequência de potter, igual ocorre no oligodramnio pela agenesia renal
Tórax em sino, achatamento do pavilhão auricular, edema nas regiões periorbitais, achatamento do nariz, alteração da posição dos membros
Corioamniorrexe ocorrida a termo e pré termo, tempo de resolução
A termo (acima de 37 semanas) normalmente há resolução da gestação em até 2 dias, raramente dura mais que 7 dias. Já pré termo, frequentemente o periodo de latência dura mais que 7 dias
Qual a principal etiologia da corioamniorrexe?
Infecção (vaginose bacteriana, principalmente)
Fatores de risco para corioamniorrexe prematura
Trabalho de Parto Pré-Termo (TPPT) ou Ruptura de Precoce de Membranas (RPM) prévio;
Tabagismo;
Sangramento genital: indica aumento de trabalho uterino;
Insuficiência Istmo-Cervical (IIC): enfraquecimento do colo do útero por presença de colágeno alterado, levando a dilatações pouco sintomáticas do colo do útero e perdas de gestação, normalmente no 2o trimestre de gravidez (incompetência do istmo cervical, antigamente);
Procedimentos invasivos: amniocentese ou coriocentese;
Sobredistensão uterina: gestações gemelares, trigemelares, polidrâmnio, feto GIG;
Deficiências nutricionais;
Doenças maternas: doenças do colágeno, hipertensivas ou autoimunes.
Cuidados no exame físico da corioamniorrexe
Evitar toque
Coleta do liquido para analise no exame especular
Diagnostico diferencial de corioamniorrexe
Tampão mucoso Conteúdo vaginal abundante Incontinência urinaria Coriorrexe Rótula alta das membranas corioamnioticas
Exames complementares para diagnostico de corioamniorrexe
Aquecimento do conteúdo
Determinação do pH
USG
Amniocentese diagnostica
Detecção de alfa-microglobulina-1 placentária
Cristalização do conteúdo: ramificações secundarias e cristalizações devem ser vistas ao microscópio
Quais os tipos de conduta na corioamniorrexe
Ativa: indução ou auxilio no trabalho de parto
Conservadora: inibição do trabalho de parto/ postergar a gestação (não é feito!)
Expectante: acompanhamento da gestante, talvez até ambulatorial, durante o período de latência
Propedêutica inicial na corioamniorrexe
Internação imediata por 48-72h
Curva térmica de 4-4h
Coleta de hemograma, urina I, urocultura, sorologias, swab para Streptococcus B
Evitar toques desnecessários
Atualização de exames pré natais atrasados
USG obstétrica e avaliação da vitalidade fetal (cardiotocografia)
Conduta na corioamniorrexe de acordo com a idade gestacional
Idade gestacional > 36 semanas:
o Se paciente em trabalho de parto: assistência ao parto;
o Fase latente: conduta ativa; estimular o trabalho de parto;
o Fora de trabalho de parto: conduta também ativa; induzir o trabalho de parto;
Idade gestacional < 24 semanas:
o Conduta ativa: indução ou estímulo do trabalho de parto; o Orientação sobre os riscos materno-fetais; Orientações maternas especialmente nos casos em que há possibilidade de lesão uterina e até perda deste.
Entre 34-36 semanas:
o A conduta depende muito do serviço;Pode-se estender a gravidez, se não houver como oferecer o suporte para conduta ativa naquele momento.
Entre 24-34 semanas:
o Se paciente em trabalho de parto: assistência (não se inibe trabalho de parto);
o Fase latente (contrações se iniciaram): ativa (estimular o trabalho de parto);
o Se houver sinais de corioamnionite: conduta ativa (estimular);
o Fora de trabalho de parte: conduta expectante.
Como se caracteriza a conduta expectante e o que se espera
Exame clinico rigoroso (não deve haver sinais de infecção e dinâmica deve ser ausente)
Curva térmica de 4-4h por 48-72h (não deve haver febre)
Hemograma completo a cada 3 dias no máximo (deve estar normal)
Coleta de Swab para S. B
Monitorização dos movimentos respiratórios fetais, USG e BCF diários
Conduta ambulatorial expectante na corioamniorrexe
Conduta expectante com retornos a cada 2-3 dias com capacidade de compreensão e aderência as orientações
Apresentação cefálica, Vitalidade fetal preservada, Dilatação cervical menor que 3cm
Resultado e conduta para S. B
Curva térmica 2x ao dia
Repouso fisico e sexual
Acompanhamento da movimentação fetal
USG semanal
Tocolise e corioamniorrexe
Inibição do trabalho de parto pré termo NÃO é recomendado na corioamniorrexe, pois pode aumentar a taxa de corioamnionite
Se ha contrações, devemos estimular o trabalho de parto
Progesterona e corioamniorrexe
Não deve ser usada (para profilaxia de inicio das contracoes) pois nao ha vantagens
Suspensão em usuárias prévias
Corticoide e corioamniorrexe
Prescrever corticoide em corioamniorrexe prematura (entre 24-32/ 34 semanas)
Não prescrever se em trabalho de parto e infecção sistêmica materna ou fetal
Betametasona 12mg/ dia IM por 2 dias
Investigação de infecção em gestantes
Deveria-se investigar colonização por Streptococcus B em todas as grávidas entre 35-37 semanas
Como isso nao é possível, prioriza-se: grávidas com trabalho de parto pré-termo; corioamniorrexe; imunocomprometidas
Indicação de tratamento com antibiótico em gestantes
Se colonização por S. B +
Urocultura + para S.B
Septicemia em gestação anterior por S. B
Paciente não investigada e sem cultura antiga, mas: febre em trabalho de parto, parto pré-termo e corioamniorrexe a mais de 18h.
Como é feito o tratamento com antibioticoterapia em gestantes?
penicilina cristalina EV
Não se faz antibioticoterapia adjuvante em corioamniorrexe a termo (mais de 36s) e nem em corioamniorrexe prematura pré termo (nao há redução da mortalidade perinatal e há aumento de enterocolite necrotizante)