Controle de Constitucionalidade Flashcards
Verdadeiro ou Falso:
Não se admite a modulação temporal de efeitos em controle difuso de constitucionalidade.
Falso.
No controle difuso, as decisões geralmente valem desde o início da vigência da norma (efeito ex tunc). Porém, o STF pode decidir que os efeitos só valham dali para frente (ex nunc) quando aplicar a retroatividade causar prejuízos graves.
O prejuízo grave pode ser tanto para a administração pública quanto para as pessoas ou a sociedade em geral.
Por exemplo:
• Administração Pública: Devolver altos valores pagos de impostos pode causar um impacto financeiro insustentável.
• Pessoas: A retroatividade pode prejudicar cidadãos que basearam suas ações na lei declarada inconstitucional, como contratos ou pagamentos já realizados.
A modulação busca equilíbrio, protegendo tanto o interesse público quanto os direitos individuais.
Verdadeiro ou Falso:
Admite-se o controle difuso de constitucionalidade em ação civil pública, desde que a alegação de inconstitucionalidade não se confunda com o pedido principal da causa.
Verdadeiro.
Admite- se o controle difuso de constitucionalidade em ação civil pública, desde que a inconstitucionalidade seja uma questão incidental, ou seja, apenas um argumento para resolver o pedido principal, e não o próprio pedido principal.
Exemplo:
Uma ação civil pública pede a interrupção de uma cobrança de taxa municipal por ser abusiva. Durante o julgamento, argumenta-se que a lei que criou a taxa é inconstitucional. Nesse caso, o controle difuso é possível, pois o pedido principal é a interrupção da cobrança, não a declaração da inconstitucionalidade da lei.
Verdadeiro ou Falso:
A cláusula da reserva de plenário se aplica às turmas recursais dos juizados especiais.
Falso.
A cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da Constituição, exige que somente o plenário ou o órgão especial de um tribunal, por maioria absoluta, possa declarar a inconstitucionalidade de uma norma.
Essa regra não se aplica às turmas recursais dos juizados especiais, pois elas não possuem plenário ou órgão especial, sendo órgãos de composição mais simplificada.
Verdadeiro ou Falso:
A regra da reserva de plenário não se aplica a julgamento de competência singular, podendo o juiz, mesmo de ofício, deixar de aplicar preceitos normativos que considere contrários ao texto constitucional.
Verdadeiro.
A cláusula de reserva de plenário, do art. 97 da Constituição, diz que apenas o plenário ou o órgão especial de um tribunal pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei, com a aprovação da maioria absoluta dos membros.
Essa regra não se aplica a decisões de um magistrado singular (juiz que decide sozinho) nem às turmas recursais dos juizados especiais, porque esses órgãos não têm plenário ou órgão especial. A reserva de plenário só é exigida quando um tribunal vai declarar a inconstitucionalidade em controle difuso.
Verdadeiro ou Falso:
Embora produza efeitos contra todos e tenha eficácia vinculante, a declaração de inconstitucionalidade em ação direta não desconstitui, automaticamente, as sentenças das ações individuais transitadas em julgado em sentido contrário.
Verdadeiro.
A declaração de inconstitucionalidade em ação direta (controle concentrado) tem efeitos gerais (erga omnes) e vinculantes. Porém, não desconstitui automaticamente decisões transitadas em julgado em ações individuais, pois essas decisões já adquiriram a autoridade da coisa julgada.
Exemplo prático:
Uma pessoa ganhou na Justiça o direito de receber um benefício baseado em uma lei que, posteriormente, foi declarada inconstitucional em uma ADI. Mesmo assim, ela continuará recebendo o benefício, pois a decisão favorável já transitou em julgado antes da declaração.
Norma criada por lei e declarada inconstitucional pelo STF no processo objetivo não é suscetível de revogação pelo Congresso.
V ou F?
Falso.
A declaração de inconstitucionalidade pelo STF torna a norma nula e impede sua aplicação prática, mas ela permanece formalmente no ordenamento jurídico. Embora a revogação seja desnecessária, pois a declaração de inconstitucionalidade já impede seus efeitos, o Congresso pode revogar a norma. Além disso, o Legislativo tem a competência para criar normas opostas à decisão do STF (reação legislativa), o que reforça sua capacidade de também revogar leis declaradas inconstitucionais.
Verdadeiro ou Falso:
A decisão de inconstitucionalidade operada em sede de controle incidental de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal é dotada de eficácia erga omnes e efeito vinculante, de modo que o Senado tem apenas o papel de dar publicidade à decisão, mas os efeitos transcendentes do decidido dele não dependem.
Verdadeiro.
Desde 2017, o STF adota a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, as decisões do Plenário do STF sobre constitucionalidade ou inconstitucionalidade, mesmo em controle difuso, possuem efeitos erga omnes (para todos) e vinculantes (obrigatórios).
O art. 52, X, da Constituição previa que cabia ao Senado suspender a execução de uma lei declarada inconstitucional em controle difuso. No entanto, com a abstrativização, esse ato do Senado é visto como formal e não necessário, pois os efeitos amplos da decisão do STF já se produzem automaticamente.
A ação civil pública em que a declaração de inconstitucionalidade com efeito erga omnes é posta como o próprio objeto do pedido, e não como causa de pedir, não usurpa a competência do STF para julgar a ação direta de inconstitucionalidade de leis federais em face da Constituição Federal.
V ou F?
Falso.
Se a declaração de inconstitucionalidade com efeito erga omnes for o objeto principal da ação civil pública, isso configura usurpação da competência do STF. Somente o STF, por meio de ação direta de inconstitucionalidade(ADI), pode declarar a inconstitucionalidade de leis federais com efeitos gerais e vinculantes.
Em uma ação civil pública, a inconstitucionalidade pode ser alegada apenas como uma questão incidental (causa de pedir), mas nunca como o pedido principal.
Quais são os três modelos de Controle de Constitucionalidade?
- Controle Político: Exercido por órgãos não jurisdicionais, como o Legislativo ou Executivo, que verificam a compatibilidade das normas com a Constituição. Exemplo: veto presidencial por inconstitucionalidade.
- Controle Jurídico: Realizado pelo Poder Judiciário, que tem a competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos, seja em casos concretos (controle difuso) ou de forma abstrata (controle concentrado).
- Controle Administrativo: Exercido por órgãos administrativos, como os Tribunais de Contas e o CNJ, que analisam a legalidade dos atos administrativos, mas não fazem controle de constitucionalidade, conforme entendimento do STF.
Verdadeiro ou Falso:
O CNJ não tem competência para realizar controle de constitucionalidade, seja difuso ou concentrado.
Verdadeiro.
O CNJ não possui competência para realizar controle de constitucionalidade, seja no modelo difuso ou concentrado. Sua função é apenas de controle administrativo e disciplinar dos atos do Poder Judiciário, analisando a legalidade, e não a constitucionalidade.
Verdadeiro ou Falso:
O CNJ Pode deixar de aplicar norma que entenda ser inconstitucional, o que configura exercício de CONTROLE DA VALIDADE dos atos administrativos do Poder Judiciário, e não controle de constitucionalidade.
Verdadeiro.
O CNJ pode deixar de aplicar uma norma que considere inconstitucional, mas isso não caracteriza controle de constitucionalidade. Trata-se do controle de validade de atos administrativos do Poder Judiciário.
Exemplo:
Se o CNJ analisa um ato administrativo que aplica uma lei flagrantemente inconstitucional (ex.: nomeação irregular de servidores com base em lei inconstitucional), ele pode invalidar o ato, mas não declara formalmente a inconstitucionalidade da lei.
Via de regra, o STF não faz controle de constitucionalidade de projeto de lei (ou PEC) por meio de mandado de segurança impetrado por Parlamentar. Quais são as duas exceções?
Quando se tratar de:
1) PEC que viole cláusula pétrea; ou
2) PEC ou projeto de lei que esteja tramitando com violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo.
MS 32033/DF.
Verdadeiro ou Falso:
A ANAMAGES, associação que representa os juízes estaduais, possui legitimidade para ajuizar ADPF questionando dispositivo da LOMAN, que dispõe sobre os magistrados de todo o Poder Judiciário, seja federal ou estadual.
Falso.
As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas para instaurar controle concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados.
ADPF 254 AgR/DF.
Qual é o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos que não forem aprovados pelo rito do art. 5º, §3º, da CF/88?
Status supralegal.
Acima da legislação ordinária, mas abaixo da CF/88. Desse modo, são capazes de paralisar a eficácia de todo o ordenamento jurídico infraconstitucional em sentido contrário.
Caso a lei impugnada por meio de ADI for alterada antes do julgamento da ação, deverá o autor aditar a petição inicial, comprovando que a inconstitucionalidade permanece, sob pena de não conhecimento da ADI, julgando prejudicado o pedido em razão da perda superveniente do objeto.
V ou F?
Verdadeiro.
Se a lei questionada em uma ADI for alterada antes do julgamento, o autor precisa aditar (complementar ou atualizar) a petição inicial, explicando que a inconstitucionalidade permanece na nova versão da lei.
Se isso não for feito, a ADI pode perder o objeto, ou seja, deixa de existir um motivo para o STF analisar a ação, pois a norma original que era alvo da impugnação não existe mais.
Exemplo prático:
Uma ADI questiona uma lei que fixa um tributo. Antes do julgamento, a lei é modificada pelo Legislativo. Se o autor não aditar a ação para questionar a nova versão, o STF pode declarar a ADI prejudicada, já que a norma original não existe mais.
Caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do julgamento da ação, Em regra, há a perda superveniente do objeto e a ação não será conhecida.
V ou F?
Em regra, há a perda superveniente do objeto e a ação não será conhecida.
Exceção 1: em caso de “fraude processual”, ou seja, a norma foi revogada propositalmente para evitar que o STF julgasse a ADI, deve a ADI ser conhecida e julgada.
Exceção 2: se o conteúdo impugnado tiver sido repetido em outro dispositivo.
Exceção 3: ter o STF julgado sem ter sido comunicado previamente que houve a revogação da norma atacada.
HIPÓTESE: Determinada lei foi impugnada por meio de ADI. Foi editada medida provisória revogando essa lei. ASSERTIVA: enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar essa ADI.
Verdadeiro.
Se no dia do julgamento da ADI, a MP ainda não tiver sido votada, o STF poderá apreciar livremente a ação.
Isso porque a edição de MP não tem eficácia normativa imediata de revogação da legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de suspensão, paralisação, das leis antecedentes até o término do prazo do processo legislativo de sua conversão.
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935).
Verdadeiro ou Falso:
A ALTERAÇÃO do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, prejudica o conhecimento da ADI.
Falso.
Não prejudica o conhecimento d ADI.
As ações de controle abstrato de constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF) possuem “causa de pedir aberta”. O que significa?
Todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional.
Verdadeiro ou Falso:
NÃO SE APLICA ao processo OBJETIVO de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede PRAZO EM DOBRO à Fazenda Pública, ao Ministério Público ou à Defensoria Pública.
Verdadeiro.
STF, ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, julgados em 06/02/2019.
Verdadeiro ou Falso:
É cabível ADPF contra decisão judicial transitada em julgado.
Falso.
ADPF 81 MC. Se fosse cabível, a ADPF seria sucedâneo da rescisória.
Verdadeiro ou Falso:
É cabível ADPF para questionar interpretação judicial de norma constitucional.
Verdadeiro.
ADPF 216/DF.
É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma Ação de Controle de Constitucionalidade?
Sim, desde que fique demonstrado que há um CONFLITO INTERSUBJETIVO SUBJACENTE (implícito), que comporte solução por meio de autocomposição (como é o caso dos expurgos inflacionários).
O STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses defendidas, mas apenas homologar as disposições patrimoniais combinadas e dentro do âmbito da disponibilidade das partes.
ADPF 165/DF.
Verdadeiro ou Falso:
É possível o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada antes do julgamento, se persistir a utilidade em se proferir decisão com caráter erga omnes e vinculante.
Verdadeiro.
ADPF 449/DF.