CLM: Tosse Crônica Flashcards

1
Q
  • O que é a primoinfecção por TB?
  • No Brasil, qual a faixa etária em que tipicamente ocorre a primoinfecção?
  • Cite a linha do tempo da história natural
A

Primeiro contato da pessoa com o BK

——————-

Infância

——————-

  • Disseminação
    • < 8 semanas: não há imunidade específica
  • Imunidade celular
    • ≥ 8 semanas, granuloma caseoso (cels T e interferon-gamma)

Diagnóstico de infecção (infeccao ⧧ doença)

  • PPD/PT: cel T
  • interferon-gamma: IGRA
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Q

Sobre TB, cite as características dos diferentes níveis de infecção:

  • Infecção latente
  • TB primária
  • TB pós primária / secundária
A

Infecção latente

  • Infecção sem doença - 90% dos infectados nunca adoecem
  • Forma granuloma caseoso, que engloba o BK, deixa ele sem O2, de forma q o BK fica “adormecido”/inativo

Tuberculose primária

  • Adoecimento ao primeiro contato - pessoa não consegue formar granuloma caseoso ao 1º contato

Tuberculose pós primária / secundária

  • Adoecimento _anos_ após o primeiro contato - inicialmente formou o granuloma caseoso, mas por algum motivo de piora imunológica / oscilação de imunidade, a pessoa desenvolve a doença por replicação do bacilo

Alta infectividade
Baixa patogenicidade

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3
Q
  • Qual a clínica da TB primária?
  • TB primária transmite a doença?
A

Criança com pneumonia “arrastada” sem resposta à ATB

  • Linfonodomegalia hilar unilateral (direita)
    —————————

NÃO, costuma ser paucibacilífera

  • Geralmente tem um adulto próximo à criança que está tossindo muito e transmitindo o bacilo; criança não transmite mt

Linfonodomegalia hilar bilateral → sarcoidose

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4
Q

Qual o achado típico da TB primária à radiografia de tórax?

A

Adenopatia hilar unilateral

Drenagem para linfonodos mediastinais

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5
Q
  • Qual a principal complicação da TB primária?
  • Quais os fatores de risco / população mais acometida?
A

TB miliar (“sepse”)

—————–

  • < 2 anos
  • Imunodeprimidos
  • Sem BCG
    • BCG impede surgimento das formas graves da TB: miliar e meníngea; não impede a infecção pelo BK
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6
Q
  • Qual a clínica da TB pós primária?
  • Qual a classificação da transmissão?
A
  • Tosse ≥ 3 semanas
  • Febre vespertina (que melhora à noite)
  • Sudorese noturna
  • Perda ponderal (liberação de TNF alfa reduz apetite)

—————————–

Bacilífera = alta transmissibilidade

  • Após 15 dias de tto já deixa de transmitir

Rotura do granuloma caseoso, liberação do bacilo para o pulmão, gerando processo inflamatório

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7
Q

Qual o achado típico da TB secundária à radiografia de tórax?

  • Qual o local do pulmão mais acometido?
A
  • Infiltrado pneumônico no terço superior de hemitórax
    • Pode ter broncogramas aéreos
  • Cavitação em lobos superiores - hemoptise de “pedaço” de pulmão
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8
Q

Qual a principal complicação da TB secundária?

A

Bola fúngica por Aspergillus em cavitação = hemoptise

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9
Q

Como fazer o diagnóstico de tuberculose pulmonar pós primária em > 10 anos?

(Card completão)

A

≥ 10 anos

  • 2 de 3 critérios AUTORIZAM o início do tto:

Clínica + RX tórax + escarro

Clínica

  • Tosse ≥ 3 semanas
  • Febre vespertina (que melhora à noite)
  • Sudorese noturna
  • Perda ponderal (liberação de TNF alfa reduz apetite)

RX

  • Cavitações

Escarro

  • TRM-TB + (teste rápido molecular) - GeneXpert: de escolha!!!
    • pronto em 2h | 1 amostra | avalia resistência à Rifampicina | alta sensibilidade e especificidade
  • Baciloscopia (BAAR) - bacilo álcool ácido resistente
    • baixa sensibilidade: pelo menos 2 amostras | utilizado qd TRM indisponível
  • Cultura
    • dúvida diagnóstica
    • TRM-TB +
    • vulnerabilidade (população carcerária / indígena / HIV / população de rua: pedir sempre TRM-TB E cultura; no geral, a gente só vai pedir cultura se TRM positivo)

TODO TRM-TB + DEMANDA CULTURA!!!! PERMITE FAZER ANTIBIOGRAMA PRA CONHECER O BACILO

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10
Q
  • Como fazer o diagnóstico de tuberculose pulmonar em < 10 anos?
  • A partir de quantos pontos inicio o tratamento?
A

Sistema de pontuação

  • Clínica de “gripão” - 15 pontos
  • RX com adenomegalia hilar - 15 pontos
  • Contato com adulto com TB - 10 pontos
  • Prova tuberculínica - 5 pontos
  • Desnutrição - 5 pontos

Clínica (sintomas ≥ 2 sem): 15 pt
História de contato (últimos 2 anos): 10 pts
Imagem (RX alterado ≥ 2 sem): 15 pt
Latente (PT ≥ 5 - 10mm): 5 - 10 pt
Desnutrição (peso < p10): 5 pt

————————-

≥ 40 pontos INDICAM o início do tratamento (muito provável)
≥ 30: possível TB - avaliar tto

Esse sistema de pontuação pode ser usado em > 10 anos que não consegue escarrar

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11
Q

Qual a alternativa ao sistema de pontuação para diagnóstico de TB em crianças < 10 anos?

A

Cultura do lavado gástrico

  • Criança fica ali engolindo catarro com o bacilo o dia inteiro.. se quiser a “prova” da existência do bacilo, pode fazer isso como alternativa
  • Faz sondagem nasogástrica, joga soro no estômago e faz cultura do lavado
  • Grande problema é que demora de 15 - 20 dias pra sair o resultado
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12
Q
  • Qual a clínica da TB pleural?
  • E o exame de imagem?
A

Febre + sintomas respiratórios arrastados + perda ponderal

  • RX com derrame pleural - fazer toracocentese para análise do líquido

Tosse seca

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13
Q

Como está o líquido pleural na TB pleural?

A

Exsudato: ↑ proteínas + ↓ glicose + ADA > 40U/L + PLM linfomononuclear

  • ↑ proteínas + ↓ glicose (menor que glicemia sérica) + ADA > 40U/L - sensibilidade e especificidade para permitir o início do tto da TB pleural sem ver o bacilo
  • Polimorfonucleares: linfomononuclear SEM eosinófilos ou células mesoteliais
    • Eosinófilo = repetitivos traumas pleurais!! Não deve ser TB
    • Cél mesotelial = carcinomatose!! NÃO vai ser TB

Transudato - congestão
Exsudato - inflamação

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14
Q

Como dar o diagnóstico da TB pleural?

A

Clínica + achados do líquido pleural compatíveis (pode-se aceitar ADA)

OU

Biópsia pleural - padrão ouro, mas raro de ser feito

——————————

Exames que podem ser feitos mas são pouco sensíveis:

  • Baciloscopia < 5%
  • Cultura < 40%

NÃO DÁ PRA VER O BK NADANDO NA BACILOSCOPIA, MT POUCO BK NO LÍQUIDO PLEURAL

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15
Q

Qual a clínica da TB meníngea?

A

Subaguda (cefaleia + febrícola) | acometimento de pares cranianos

  • VI par: abducente = assinatura da TB meníngea
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16
Q

Como está a análise do líquor da TB meníngea?

A
  • Exsudato: ↑ proteínas + ↓ glicose (menor que 2/3 da glicemia sérica): hipoglicorraquia + ADA > 40U/L
  • PNM: linfomononuclear

Diagnóstico: Clínica + LCR compatível

NÃO classifica como trans ou exsudato

17
Q

Qual o esquema básico para TB?

Obs.: tempo de tto se TB meníngea ou osteoarticular

A

> 10 anos: esquema RIPE por 6 meses

  • 2 meses RIPE + 4 meses RI

< 10 anos: esquema RIP por 6 meses

  • 2 meses RIP + 4 meses RI
  • NÃO PRESCREVE ETAMBUTOL PARA < 10 ANOS

Meníngea ou osteoarticular

  • RIPE 12 meses: 2 RIPE + 10 RI
  • Meníngea: corticoide 4 - 8 semanas
    ——-
NOVIDADE 2024
  • 3 meses - 16 anos com forma não grave: tratamento por 4 meses (2+2)

Etambutol leva à neurite óptica: criança pode não identificar a alteração, mesma chance de desenvolver q o adulto

18
Q

Como fazer o acompanhamento do tratamento para TB?

A
  1. Teste para HIV: oferecer no 1º mês
  2. Baciloscopia mensal (ideal) - se não for possível mensal, fazer 2 / 4 / 6 mês (mínimo) - TRM TB não
  3. RX tórax: 2º/6º mês

TRM NÃO serve para acompanhamento do tto, pode dar falso positivo pq detecta DNA, independente do bacilo estar vivo ou morto

19
Q

Quais os efeitos adversos das medicações para tratamento da TB?

  • Cite os efeitos adversos específicos da:
    • Rifampicina
    • Isoniazida
    • Pirazinamida
    • Etambutol
A
  • Efeitos gastrointestinais: intolerância gástrica

———————–

  • Rifampicina
    • “Gripe”
    • Citopenias / nefrite → suspender
    • Alergia: NIA, asma
    • Suor e urina alaranjados → orientar
    • Menor hepatotoxidade
  • Isoniazida
    • Neuropatia periférica por depleção de piridoxina (B6) - ocorre mt em gestante → repor B6
    • Intermediária toxicidade ao fígado
  • Pirazinamida
    • Hiperuricemia: pode precipitar gota → tratar?
    • (+) hepatotóxica
    • Rabdomiólise → suspender
  • Etambutol (etambutolho dá problema no olho)
    • Neurite óptica → suspender

———————-

Conduta: trocar rifampicina
Se toxicidade ao fígado: suspender RIP!!

  • Pensar q a pessoa toma 5 medicamentos em jejum, não tem como não dar náusea
  • Se tiver intolerância GI, pode permitir o pct de tomar junto c refeição, sisminui pouco a absorção
  • Rifam”piscina” = gripe
20
Q

Qual a conduta se lesão hepática em vigência de tratamento para TB?

A

Suspender RIPE por até 30 dias se..

  • Icterícia
  • TGO/TGP > 3X + sintomas
  • TGO/TGP > 5x

Se melhorou…

  • REIntroduzir: Rifampicina + Etambutol (3 - 7 dias) → Isoniazida (3 - 7 dias) → Pirazinamida

Não melhorou OU TB grave OU cirrótico c TB…

  • CEL: capreomicina + etambutol + levofloxacino por 12 meses

Se não melhorar após 30 dias, tem que mudar esquema senão o fígado vai pro CEL

21
Q

Qual o tratamento para a gestante ou pro PVHIV com TB?

A

Gestante + TB

  • RIPE + piridoxina

PVHIV + TB

  • RIPE e depois de 2 - 8 semanas inicia TARV

2 semanas p TB geral
8 semanas p TB meníngea

22
Q

Como fazer o controle da tuberculose?

A

Principal medida: tratamento dos bacilíferos

—————————–

  • Busca ativa de sintomáticos respiratórios (tosse ≥ 3 semanas)
    • Vulneráveis: indígenas, HIV, moradores de rua
  • Avaliação dos contactantes (240h/sem)
    • Anamnese + exame físico + RX tórax
      • Sintomático e/ou Rx alterado
        • Investigar TB → TRM-TB | BAAR | Escore
      • _Assintomático + RX normal _
        • Investigar infecção latente → Prova Tuberculínica (≥ 5mm) OU IGRA (+)
          • Tratar TB latente
  • Tratamento diretamente observado
    • Tomada da medicação de segunda a sexta é assistida por profissional da saúde (alternativas: assistir segunda - quarta - sexta; colocar vizinho ou amigo para assistir a tomada)
  • Vacina BCG
23
Q

Como é feita a prova tuberculínica?

A

Injeta tuberculina intraderme e pede ao pct pra retornar em 48h para avaliação

  • Se ao retorno
    • < 5mm: não infectadorepetir em 8 semanas (viragem?)
      • 2 PT negativas = alta!!
    • ≥ 5mm: infectado! → tratar infecção latente

  • Medida apenas da área endurada, não do eritema
  • QUALQUER PT > 5 = INFECÇÃO, independente de vacina!! altíssima especificidade
  • Se PPD aumentar em 10mm de um ano pro outro + assintomático: tratar como infecção latente
24
Q

Qual o tratamento de escolha para infecção latente de TB?

  • Quais indicações de tratamento?
A

Isoniazida + rifapentina 12 doses 1x/semana por 3 meses

————————-

Alternativas:

  • Isoniazida 270 doses (9 a 12 meses, 1 dose por dia)
    • Se fizer 6 meses certinho, pode liberar a pessoa do tto

OU

  • Rifampicina 120 doses (4 a 6 meses)
    • < 10 anos
    • > 50 anos
    • Hepatopatas

——-

Indicações:

  • Contactante bacilífero
  • Baixa imunidade (corticoide, HIV, inibidor TNFalfa)
  • Profissional de saúde com conversão: incremento ≥ 10mm na PT

ILTB: infecção sem doença

  • 1º é esquema novo!!! Deve tomar assistido por profissional da saúde
  • Pode dar isoniazida pra criança, mas como não tem solução oral, tem que macerar o cp em água destilada.. maior complicação
  • Muito importante isso de idade x fármaco de escolha!!
25
Q

Qual a peculiaridade no rastreio de TB nos profissionais de saúde?

A

↑ PPD ≥ 10mm em 1 ano = tratar

26
Q

Qual a conduta no RN com contactante domiciliar bacilífero?

A

NÃO vacinar com BCG ao nascer + Isoniazida ou Rifampicina por 3 meses + Aos 3 meses: PPD

  • < 5mm: não infectada = Vacinar com BCG + suspender I / R
  • ≥ 5mm: NÃO VACINAR + 3 meses de Isoniazida ou 1 mês de Rifampicina

Rifampicina é de escolha pq tem solução oral

  • ≥ 5mm: Completar os meses de acordo com o medicamento usado para profilaxia; total de 6 meses de I e 4 meses de R; não vacina pq a profilaxia para TB vai matar o agente BCG da vacina
  • < 5mm: Suspender profilaxia; contactante já está em tto, não está mais liberando bacilo no ambiente