Bactérias Anaeróbias Flashcards

1
Q

Qual é a definição de anaeróbio?

A

Necessita de pressão de oxigénio reduzida para crescer

É inibida pelo ar (18% O2)

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2
Q

definição de anaeróbios obrigatórios.

A

Não toleram O2 maior que 0.5%

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3
Q

Anaeróbios aerotolerantes

A

Toleram O2 entre 2 e 8%

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4
Q

Qual é a particularidade das enzimas dos anaeróbios?

A

Só estão ativas na forma reduzida e, portanto, o oxigénio não ajuda.

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5
Q

Por que motivo as bactérias aeróbias não são sensíveis à toxicidade do oxigénio?

A

Porque têm enzimas protetoras, como a catalase, a peroxidase, a superóxido dismutase…

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6
Q

Qual é o rácio aeróbios/anaeróbios na mucosa GI?

A

1:1000

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7
Q

Qual é o rácio aeróbios/anaeróbios na pele e nos genitais femininos?

A

1:5-10

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8
Q

Onde estão presentes os Clostridiums botulinum e tetani?

A

No solo.

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9
Q

A que se deve o odor pútrico das infeções anaeróbias?

A

Produção de aminas biogénicas:
Putrescina
Caverdina

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10
Q

Em que locais costuma acontecer a infeção por anaerobios?

A

Próximo das mucosas.

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11
Q

A mordedura e a presença de gás são indicadores de infeção…

A

Anaeróbia.

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12
Q

O tratamento com antibióticos ________ é factor de risco para infeção anaeróbia.

A

Aminoglicosídeos

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13
Q

Grânulos sulfúricos é sugestivo de…

A

Actinomicose

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14
Q

Exsudados hemáticos com fluorescência vermelha aos 360 nm

A

Prevotella

Porphyromonas

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15
Q

A pneumonia de aspiração é tipicamente…

A

Anaeróbia

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16
Q

Como deve ser feita uma colheita para pesquisa de bactérias anaeróbias?

A

Aspiração com agulha e seringa

Biópsia

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17
Q

Que amostras não devem ser processadas em laboratório, sob suspeita de infeção anaeróbia?

A

Exsudado faríngeo e da boca
Expeturação, lavados e aspirados brônquicos
Conteúdo gástrico ou do intestino delgado
Fezes
Exsudados rectais, uretrais, vaginais o endocervicais
Urina

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18
Q

Qual é a única situação em que é legítimo processar as fezes, em suspeita de infeção anaeróbia?

A

Clostridium difficile

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19
Q

Como é que deve ser colhida uma amostra de urina neste contexto?

A

Punção supra-púbica

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20
Q

Quais são as amostras mais adequadas de processamento?

A
Sangue e medula óssea
LCR
Líquidos estéreis
Urina supra púbica
Biópsias
Punções aspirativas de exsudados purulentos
Asprados transtraqueais ou biópsias pulmonares
Conteúdo uterino com cureta protegida
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21
Q

A que temperatura deve ser mantida a amostra para efeitos de transporte?

A

Temperatura ambiente. A refrigeração é um erro.

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22
Q

Quais são as condições de cultura?

A

Anaerobiose
7 dias
35-37ºC

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23
Q

Qual é a suspeita que permite prolongar a cultura até ao 15º dia?

A

Actinomyces

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24
Q

A que tempos é feita a observação da cultura?

A

A cada 48 horas, até ao 7º dia (exceto actinomyces)

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25
Q

Quais são os principais bacilos Gram negativos?

A

Bacteroides
Fusobacterium
Prevotella
Porphyromonas

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26
Q

Qual é o bacilo gram-negativo anaeróbio mais frequente?

A

Bacteroides fragilis

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27
Q

Qual é o bacilo gram-negativo anaeróbio com mais resistência?

A

Bacteroides fragilis

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28
Q

Os bacilos Gram- Anaeróbios estão presentes em _______ das infeções por anaeróbios.

A

> 50%

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29
Q

Por que motivo é que os bacilos gram- anaeróbios toleram alguma exposição ao O2?

A

Possuem catalase e superóxido dismutase

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30
Q

Os Bacilos Gram- anaeróbios colonizam,,,

A

Aparelho respiratório superior
Intestino
Aparelho génito-urinário

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31
Q

Bacterioides melaninogenicos foram reclassificados como….

A

Prevotella

Porphyromonas

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32
Q

Bacilos gram- produtores de pigmento preto nas colónias de gelose sangue (2)

A

Prevotella

Porphyromonas

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33
Q

Os Bacteroides melaninogenicus, atualmente classificados como Prevotella e Porphyromonas, são agentes patogénicos importantes nas infeções de…

A

Boca, cabeça, pescoço e pleuro-pulmonares.

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34
Q

Por que motivo é que as Prevotella e Porphyromonas podem ter resistência às penicilinas e cefalosporinas?

A

Podem produzir beta - lactamases

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35
Q

Os bacilos gram- Bacteroides são particularmente abundantes…

A

No intestino grosso.

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36
Q

Agentes patogénicos mais comuns do género bacteroides

A

Bacteroides fragilis
Bacteroides thetaiotaomicron
(gram-)

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37
Q

Dos bacilos gram-, quais são os particularmente responsáveis por infeções anaeróbias subdiafragmáticas, genitais e sépsis?

A

Bacteroides (fragilis e thetaiotaomicron)

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38
Q

O género bacteroides tem resistências?

A

Sim. aos beta-lactâmicos, como as penicilinas e cefalosporinas.

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39
Q

Cocos gram- que predominam na orofaringe

A

Veillonella spp

são diplococci

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40
Q

Patogenicidade do Veillonella spp

A

Muito baixa.

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41
Q

Cocos gram+ mais comuns

A
Anaerococcus
Finegoldia
Micromonas
Peptostreptococcus
Schleiferella
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42
Q

As infeções por cocos gram+ costumam ser…

A

Polimicrobianas e mistas

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43
Q

Principais bacilos gram+ não esporulados (3)

A

Actinomyces
Propionibacterium
Mobiluncus

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44
Q

Onde é que encontramos actinomyces?

A

Flora do solo, homem e animais

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45
Q

Como é o crescimento em cultura de actinomyces?

A

Lento - 2 semanas

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46
Q

Como se caracteriza a inflamação numa actinomicose?

A

É crónica, tipicamente granulomatosa

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47
Q

Como é o potencial patogénico da actinomyces?

A

Baixo, tipicamente só há infeção quando há alteração das barreiras mucosas (traumatismos, cirurgias ou infeções prévias)

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48
Q

Doença causada por infeção de actinomyces

A

Actinomicose

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49
Q

Lesões granulomatosas crónicas que formam abcessos, culminando em supuração fistulosa. Lesões macroscópicas como grãos de areia (grânulos sulfurosos)

A

Actinomicose

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50
Q

O que são os grânulos sulfurosos da actinomicose?

A

Microrganismos unidos entre si por uma rede de fosfato de cálcio.

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51
Q

Principal patogénio humano da actinomicose.

A

Actinomyces israeli

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52
Q

Tipos de actinomicose (5)

A
Cervico-facial (+++)
Torácica
Abdominal
Pélvica
SNC
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53
Q

Tipicamente, qual é o tipo de actinomicose mais comum?

A

Cérvico-facial, particularmente ao nível do ângulo da mandíbula. (indolor, fibrótico e fistulizado)

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54
Q

Quais são os factores de risco para actinomicose cervico-facial?

A

Maus hábitos de higiene oral
Procedimento dentário invasivo
Traumatismo oral

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55
Q

Principais bacilos gram+ não esporulados

A

Actinomyces

56
Q

Lesão cervical fibrótica, fistulizada, indolor

Gram+ filamentoso

A

Actinomyces

57
Q

Género de bacilos gram+ esporulados mais comum

A

Clostridium spp.

58
Q

Principais bacilos gram+ esporulados (4)

A

Clostridium perfringens
Clostridium tetani
Clostridium botulinum
Clostridium difficile

59
Q

Clostridium mais vulgar

A

Perfringens

60
Q

O que permite ao género Clostridium a sobrevivência em condições adversas?

A

A esporulação.

61
Q

Quais são os tipos de toxinas típicos do Clostridium?

A

Histolíticas
Heterotoxinas
Exotoxinas

62
Q

Bacilos gram positivos esporulados grandes, imóveis

A

Clostridium perfringens

63
Q

Como é o esporo do clostridium perfringens?

A

Raramente se vê, mas é oval e subterminal

64
Q

Como é o crescimento do Clostridium perfringens?

A

Cresce rapidamente em G. Sangue (24-48h)

65
Q

Toxinas do Clostridium perfringens (6)

Tenta acertar em 3 ou 4, vá…

A
Fosfolipase C (lecitinase)
Necrose
Permease
Hemolisina
Hemolisina citolítica
Enterotoxina A
66
Q

Qual é o tipo de Clostridium perfringens que habitualmente provoca doença no homem?

A

Tipo A

67
Q

Qual é a forma típica de infeção exógena por Clostridium perfringens?

A

Feridas contaminadas com terra

68
Q

Qual é a forma típica de infeção endógena por Clostridium perfringens?

A

Flora fecal na pele

Perfuração do intestino

69
Q

Que tipo de clínica nos dá a infeção por Clostridium perfringens?

A

Infeções de tecidos moles
Intoxicações alimentares
Enterites necrosantes
Septicémia

70
Q

Como são as infeções de tecidos moles por Clostridium perfringens?

A

Celulite
Fasceíte ou miosite supurativa
Mionecrose ou gangrena gasosa

71
Q

Para além do Clostridium perfringens, quais são os outros Clostridium tipicamente associados a infeções de tecidos moles?

A

Clostridium septicum
Clostridium histolyticum
Clostridium navyi
Clostridium sordellii

72
Q

Intoxicação alimentar associada a Clostridium Perfringens

A

Ingestão de carne contaminada (peru, frango e vaca) com enterotoxina A

73
Q

Enterite necrosante

A

Doença causada pela toxina beta da Clostridium perfringens, com uma diarreia sanguinolenta, ulceração e perfuração do delgado. Taxa de mortalidade até 50%. Mais comum na Papua Nova Guiné

74
Q

Diagnóstico laboratorial de Clostridium perfringens

A

Bacilos gram+, sem esporos, sem leucócitos
Duplo halo de hemólise
Nagler positiva
Camp invertido

75
Q

Duplo halo de hemólise

A

Pequeno halo de hemólise completa -Toxina α

Grande halo de hemólise parcial - Toxina θ

76
Q

Prova de Nagler positiva

A

Precipitação em meios que contém lecitina (toxina alfa) e inibida pela antitoxina.
Sugestivo de bactérias com fosfolipases (toxina alfa), como a C. perfringens

77
Q

Teste CAMP invertido

A

Beta hemólise sinérgica com estirpe de Streptococcus agalactiae

78
Q

Único Streptococcus beta-hemolítico com um CAMP positivo

A

Streptococcus agalactiae

79
Q

Tratamento para Clostridium perfringens (3)

A

Desbridamento e limpeza da ferida
Penicilina
O2 hiperbárico

80
Q

Prognóstico de infeção por Clostridium perfringens

A

Mortalidade de 40-100%

81
Q

Bactérias em raquete de ténis ou baqueta de tambor é sugestivo de…

A

Clostridium tetani

82
Q

Que tipo de anaeróbios são os Clostridium tetani?

A

Estritos

83
Q

Clostridium gram+ que facilmente se torna gram-.

A

Clostridium tetani

84
Q

Toxinas da Clostridium tetani

A

Tetanolisina

Tetanoespamina

85
Q

Toxina responsável pela clínica do Clostridium tetani

A

Tetanoespamina (neurotoxina libertada por autólise - termolábil)

86
Q

Quando a tetanoespamina atinge os músculos mais fortes, qual é o quadro clínico que se gera?

A

OPISTÓTONOS

87
Q

Como funciona a tetanoespamina?

A

Toxina que atua no SNA através de uma ligação irreversível que inibe a libertação dos neurotransmissores inibidores (GABA, Glicina), levando a paralisia espástica

88
Q
Trismus
Salivação
Sudorese
Irritabilidade
Opistótonos
São sugestivos de...
A

Trismus - riso sardónico

É sugestivo de tétano generalizado (Clostridium tetani)

89
Q

Infeção por Clostridium tetani que é apenas sintomática na musculatura da zona de infeção primária

A

Tétano localizado

90
Q

Subtipo de tétano mais mortal no adulto

A

Cefálico

91
Q

O que é o tétano neo-natal?

A

Infeção por C. tetani no cordão umbilical. Elevada mortalidade.

92
Q

Como é o diagnóstico laboratorial de Clostridium tetani?

A

Gram+ com esporo terminal
Translúcidas beta hemolíticas
(eventualmente a demonstração da produção de toxina in vivo e neutralização com antitoxina)

93
Q

Qual é a sensibilidade de diagnóstico laboratorial de Clostridium tetani?

A

Positivo em 30% dos casos

o diagnóstico é clínico

94
Q

Por que motivo não se usa penicilina para o C. tetani?

A

Porque a penicilina também inibe o GABA

95
Q

Qual é a terapêutica para C. tetani?

A

Desbridamento e limpeza da ferida
METRONIDAZOL (penicilina pode acentuar a sintomatologia)
Análogos GABA (barbitúricos, BZDs, curarizantes)
Suporte vital
Ig antitetânica (tetanoespasmina livre)
Reforço da vacina

96
Q

Como é a imunização do C. tetani?

A

Toxoide tetânico (a doença não confere imunidade)

97
Q

Quem é que produz a exotoxina mais potente que se conhece?

A

Clostridium botulinum

98
Q

Qual é o aspeto do Clostridium botulinum?

A

Bacilos gram+ longos, anaeróbios estritos

99
Q

Com que estirpes de Clostridium botulinum está relacionada a doença humana?

A

As que produzem as toxinas A, B, E e F

100
Q

O que constitui a toxina botulínica?

A

Subunidades neurotóxicas que impedem a libertação de Ach

Subunidades não tóxicas que protegem as tóxicas da inativação gástrica

101
Q

Onde se encontra o C. botulinum?

A

Solo e água

102
Q

Como se distingue clinicamente a infeção por C. tetani de C. botulinum?

A

Na botulinum temos uma paralisia flácida, por inibição da Ach. Na tetani temos uma paralisia espástica por inibição do GABA e da glicina.

103
Q

Quais são as duas portas de entrada para o C. botulinum?

A
Botulismo alimentar (++++) - conservas caseiras, mel
Botulismo das feridas (raro), contaminação das feridas com esporos
104
Q

Primeiros sinais de Botulismo alimentar

A

Náuseas
Xerostomia
Dor abdominal
Disfagia

105
Q

Como se morre por botulismo?

A

Insuf. Respiratória

106
Q

Como se faz o diagnóstico de botulismo?

A

Contexto epidemiológico
Presença de toxina ou C. botulinum nas fezes e no coteúdo gástrico
Presença de toxina nos alimentos implicados

107
Q

Qual a terapêutica para Clostridium botulinum?

A

Lavagem gástrica
PENICILINA ou METRONIDAZOL
Suporte ventilatório
Antitoxina botulínica

108
Q

Como é que evito a germinação de esporos de C. botulinum?

A

Alimentos em 4ºC ou pH ácido

109
Q

Onde se encontra o Clostridium difficile?

A

Flora normal do homem e dos animais

110
Q

Em que condições sobrevive o Clostridium difficile?

A

É um anaeróbio estrito

111
Q

Quais são os 5 factores de virulência do Clostridium difficile?

A
Toxina A (enterotoxina)
Toxina B (citotóxica)
Adesina (factor de aderência)
Hialuronidase
Esporos
112
Q

Em que culmina a secreção de Toxina A pelo Clostridium difficile?

A

Necrose hemorrágica (começa na lâmina própria do íleon)

113
Q

Em que culmina a secreção de toxina B pelo Clostridium difficile?

A

A toxina B é citotóxica e despolimeriza a actina com destruição do citoesqueleto celular

114
Q

O que está na origem da infeção endógena por Clostridium difficile?

A
Terapêutica antibiótica extensa
FLUOROQUINOLONAS
AMPICILINA
CEFALOSPORINAS
CLINDAMICINA
115
Q

O que está na origem da infeção exógena por Clostridium difficile?

A

Contaminação com esporos, sobretudo nas unidades de cuidados de saúde.

116
Q

Forma mais grave de infeção por Clostridium difficile

A

Colite pseudomembranosa

117
Q

Como é que é um quadro de colite pseudomembranosa?

A

Diarreia profusa, febre e cólicas abdominais.

As placas pseudomembranosas podem ser visualizadas à colonoscopia

118
Q

Quando é que começa a diarreia associada a antibióticos?

A

é uma diarreia aguda após 5-10 dias de antibioticoterapia.

119
Q

Como se encontram as pupilas de um indivíduo com Clostridium botulinum?

A

Midríase

120
Q

Num caso de Clostridium difficile, por exemplo, como é que eliminamos os esporos, após o exame?

A

Água e sabão. As soluções alcoólicas não são úteis

121
Q

Factores de risco para infeção por Clostridium difficile

A

Exposição a antibióticos
Idade > 65 anos
Hospitalização (internamento longo ou UCI)
Imunossupressão

122
Q

Como é que uma colite pseudomembranosa pode evoluir, no pior cenário?

A

Pode evoluir para um megacólon tóxico.

123
Q

Quando é que devemos pesquisar infeção por C. difficile nas fezes? (3)

A

Doentes internados >72h com diarreia
Todos os doentes admitidos com diarreia sem mecanismo subjacente óbvio.
Todos os doentes com diarreia e com mais de 65 anos.

124
Q

Em que tipo de amostras se deve pesquisar C. difficile?

A

Só em amostras diarreicas.

125
Q

Qual é o papel da pesquisa das toxinas de C. difficile na clínica?

A

Permite resultados rapidamente, mas a sua reduzida sensibilidade limita o seu valor.

126
Q

Quais são os dois testes laboratoriais para deteção do Clostridium difficile?

A

Cultura

Antigénio glutamato desidrogenase

127
Q

Quais são os dois testes para deteção de toxina do C. difficile?

A

Teste imunoenzimático

Teste de toxicidade celular (referência)

128
Q

Quais são os dois testes para deteção da capacidade do C. difficile produzir toxina?

A

PCR

Cultura toxigénica (referência)

129
Q

Qual é o algoritmo (sequência) de testes para diagnóstico de C. difficile?

A

1 - Pesquisa de glutamato desidrogenase (GDH)
2 - Pesquisa de toxinas A e B
3 - TAAN ou cultura toxigénica

130
Q

Por que motivo a pesquisa da glutamato desidrogenase deve ser o primeiro teste do C. difficile?

A

Porque tem ótimo valor preditivo negativo e sensibilidade. Portanto, se for negativo, exclui-se a infeção por C. difficile

131
Q

O que significa uma pesquisa de toxinas A e B positiva, no contexto de suspeita de C. difficile?

A

É um teste com alta especificidade. Se a pesquisa for positiva, podemos concluir tratar-se de um caso de infeção por C. difficile

132
Q

Se a pesquisa de toxina A e B for negativa, no contexto de suspeita de C. difficile, o que fazemos?

A

Reavaliamos o doente. Se a clínica continuar sugestiva, podemos fazer um TAAN ou cultura toxigénica (3º passo do algoritmo), mas a probabilidade de infeção é muito menor.

133
Q

Um TAAN ou cultura toxigénica negativsa, no contexto de suspeita de C. difficile permite…

A

Excluir o diagnóstico de infeção por C. difficile

134
Q

Se o TAAN ou a cultura toxigénica for positiva, no contexto de suspeita de C. difficile….

A

Deve ser feita a reavaliação do doente e o diagnóstico não é certo porque, de facto , o teste enzimático deu negativo. Em certos casos, o diagnóstico poderá ser admitido porque a clínica é que manda.

135
Q

Como é a terapêutica para Clostridium difficile?

A

SUSPENSÃO DE ANTIBIÓTICO
Terapêutica com VANCOMICINA ou METRONIDAZOL
FIDAXOMICINA é mais eficaz na recorrência

136
Q

Qual é a terapêutica mais eficaz e recente para C. difficile?

A

Transplante de fezes