VPPB Flashcards

1
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual a definição?
A
  • Vertigem Posicional Paroxística Benigna.

Deslocamento de otólitos dos órgãos otolíticos para os canais semicirculares levando a excitação das cúpulas dos canais semicirculares por estímulo gravitacional.

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2
Q

Sobre a VPPB:

  • Existe perda da função vestibular?
A
  • Não existe perda. Pelo contrário, existe um estímulo exagerado no labirinto afetado.
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3
Q

Sobre a VPPB:

  • Acomete qual porcentagem da população?
  • Qual faixa etária costuma atingir?
A
  • Cerca de 10-20% da população (VESTIBULOPATIA MAIS COMUM).
  • Mais comum entre 40-60 anos.
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4
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite as duas principais teorias fisiopatológicas e qual a mais comum.
A
  • DUCTOLITÍASE (MAIS COMUM)

Também chamada de canalolitíase, os cristais se desprendem dos leitos de mácula do itríuculo e flutuam em um canal semicircular, funcionando como um pistão, desviando a cúpula ampular. Gera quadros mais fugazes, rápidos de vertigem.

  • CUPULOLITÍASE (Cúpula Pesada).

Explicado pela teoria de Shuknecht. O otólito fica aderido à cúpula, que se torna mais pesada que a endolinfa ao redor dela, tornando-se sensível à gravidade (os cristais não geram um fluxo mas deixam a cúpula pesada que acaba fazendo a deflexão, e o cérebro interpreta como uma rotação da cabeça). Como não se movimenta no canal, gera vertigens mais duradouras, prolongadas.

Obs: Cúpula Leve é uma teoria mais recente e mais rara. É o contrário da cupulolitíase (menos densidade dentro da cúpula, sendo refratário às manobras porque não depende do deslocamento do otólito, mas de densidade baixa da endolinfa, sendo um nistagmo contrário, geotrópico persistente, que se anula geralmente com 30 graus e não fatigável. Pouca chance de cair na prova.

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5
Q

Sobre a VPPB:

  • Quais os canais semicirculares mais acometidos em ordem decrescente?
A

CSC posterior (90%)
CSC lateral (10-20%)
CSC anterior (5%)

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6
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual o quadro clínico?
A

Quadro:

  • Vertigem (rotatória) com duração de SEGUNDOS OU MINUTOS.
  • Desencadeada por POSICIONAMENTO OU MOVIMENTO CEFÁLICO (deitar ou levantar, virar a cabeça ou virar na cama, alcançar oibjetos abaixo ou acima da linha da cabeça).
  • Acompanha SINTOMAS NEUROVEGETATIVOS (náuseas, vômitos e sensação de mal-estar, flutuação ou tontura persistente (pode ficar o dia todo, mas a vertigem é rápida).
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7
Q

Sobre a VPPB:

  • Como é diagnosticada?
  • Como é tratada?
A

Diagnóstico:

  • Diagnóstico é clínico associado a exame físico (manobras que confirmam o diagnóstico).
  • Lembrar que o topodiagnóstico é indicado pelo NISTAGMO encontrado e não pela posição ou manobra do paciente).
  • O ideal é realizar as manobras diagnósticas APÓS avaliar nistagmo espotâneo, semi-espontâneo, RVO e head shaking para ver se já tinha algum outro achado.
  • A intenção da manobra diagnóstica é colocar o canal que quero estudar perpendicular ao chão. Devemos realizar manobras para todos os canais porque podemos ter casos multicanais.

Tratamento:

  • Tratamento com reposicionamento de otólitos por meio de manobras terapêuticas.
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8
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da principal manobra diagnóstica para canais verticais (posterior e anterior).
A

DIX-HALLPIKE: paciente é sentado com pernas estendidas sobre a maca, o examinador se posiciona atrás do paciente, segura a cabeça dele a 45°. Em seguida auxilia a se deitar com cabeça para fora da maca (hipertextensão leve) em angulo de 30°, com a orelha a ser testada voltada para o chão.

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9
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual outra manobra para canais verticais pode ser realizada e quando ela é indicada?
A

SIDE LYING: opcão interessante para pacientes acamados, quando não se tem espaço suficiente. Paciente se senta na maca, vira a cabeça a 45° e deita de lado com nariz virado para o teto, fazendo hiperextensão leve do pescoço a 30°. Obs: não confundir Side Lying com Semont (que é terapêutica). Observar bem as imagens, que podem confundir.

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10
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual nome da manobra diagnóstica para canais laterais?
A

HEAD ROLL (Pagnini-McClure): paciente deitado em decúbito dorsal, examinador mantém a cabeça em leve flexão a 30°, e gira em 90° rapidamente para um dos lados, de forma que a orelha testada seja posicionada para baixo. A cabeça é então reposicionada lentamente em linha média e rápidamente girada para o lado oposto.

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11
Q

Sobre a VPPB:

  • Todo nistagmo de posicionamento presente em manobras será obrigatoriamente VPPB?
  • Cite as características do nistagmo de posicionamento periférico típico.
A
  • Não. Existem outras causas de vertigem posicional, centrais ou periféricas, devendo ser observadas as características desse nistagmo.
  • Latência, crescendo e decrescendo, fatigável (característica da VPPB), inverte ao levantar, sentido esperado para posição e cessa após manobra.
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12
Q

Sobre a VPPB:

  • Quais os dois componentes do nistagmo de canais verticais?
  • Como definir o lado que está afetado?
  • Como definir o canal afetado (anterior ou posterior)?
  • Como definir se é ductolitíase ou cúpulolitíase?
A

Nistagmo de canais verticais (anterior e posterior) terão sempre um componente TORCIONAL com componente VERTICAL (sempre tem esses dois). Vertical puro ou torcional puro nunca são periféricos, sugerem centrais.

O componente TORCIONAL (visto pelo movimento da parte superior do olho) define o lado pois bate para o LADO AFETADO (hiperfuncionante), podendo torcer no sentido horário ou anti-horário.

  • HORÁRIO = LADO ESQUERDO
  • ANTI-HORÁRIO = LADO DIREITO

“Uso o relógio (horário) no braço esquerdo”

O componente VERTICAL vai definir o CANAL (anterior ou posterior).

  • CIMA = POSTERIOR
  • BAIXO = ANTERIOR

A DURAÇÃO do nistagmo vai definir se é ductolitíase ou cupulolitíase.

  • < 1 MIN = DUCTOLITÍASE
  • > 1 MIN = CÚPULOLITÍASE
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13
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual o eixo do nistagmo observado do canal semicircular lateral?
  • O que significa um nistagmo GEOTRÓPICO bilateral e como definir o lado acometido nesse caso?
  • O que significa um nistagmo AGEOTRÓPICO bilateral e como definir o lado acometido nesse caso?
A

Estamos examinando o paciente de barriga para cima. E quando viramos a cabeça, colocamos o canal lateral perpendicular ao chão. O nistagmo observado será HORIZONTAL, podendo ser em direção ao chão (geotrópico) ou para o teto (ageotrópico). Quando faço a manobra, estimulo os dois canais de uma vez, portanto o nistagmo será sempre bilateral, porém mais intenso de um lado do que do outro:

  • GEOTRÓPICO bilateral = significa DUCTOLITÍASE (dura menos que 1 minuto). O lado acometido será aquele em que o nistagmo é MAIS INTENSO.
  • AGEOTRÓPICO bilateral = significa CUPULOLITÍASE (duração maior que 1 minuto). O lado acometido será aquele em que o nistagmo é MENOS INTENSO.
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14
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual a eficácia das manobras terapêuticas de VPPB?
  • No caso de multicanal, por qual devo começar o tratamento?
  • Posso tratar mais de 1 canal por consulta?
  • Existe alguma restrição ao movimento após a manobra?
A
  • Eficácia de 70-100%.
  • Inicia-se pelo mais sintomático.
  • Fazer 1 canal apenas por consulta (esperar o sintomas passarem se for multicanal).
  • Sem restrição importante pós-manobra (apenas evitar atividades e movimentos muito bruscos por 3 dias).
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15
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome das manobras terapêuticas para canais: posterior (2), anterior (3) e lateral (3).
A

Canal POSTERIOR:

  • Eppley (mais usada)
  • Semont (alternativa)

Canal ANTERIOR:

  • Yacovino (mais usada)
  • Eppley modificada (alternativa)
  • Semont modificada (alternativa)

Canal LATERAL:

  • Lempert (só para ductolitíase)
  • Gufoni (ducto e cupulolitíase)
  • Zuma (pelo tratado, só cúpulo)
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16
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da manobra abaixo e descreva seus passos.
A
  • MANOBRA DE EPPLEY

(1) Começa na posição de Dix para o lado afetado (deitado, rotação da cabeça a 45° para o lado afetado e hiperextensão 30° para fora da maca).

(2) Rotaciona-se lentamente a cabeça 90° para o lado oposto (sadio).

(3) Rotaciona-se o corpo para posição de decúbito lateral e rotaciona-se mais 90° a cabeça até que o nariz ante para o chão em um ângulo de 45°, com queixo encostado no peito. Essa posição é mantida 30-60 segundos (costuma dar tontura, sendo bom indicativo).

(4) Volta a sentar na maca e levantar devagar com o queixo ainda encostado no peito.

17
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da manobra abaixo e descreva seus passos.
A
  • MANOBRA DE SEMONT

(1) Paciente sentado com os pés fora da maca é orientado a deitar para o lado o lado acometido com cabeça rotacionada 45° em relação à maca. Observa-se a ocorrência de nistagmo e a posição é mantida 1-3 minutos.

(2) O examinador segura a cabeça e pescoço do paciente, e em um movimento contínuo, faz um movimento de CATAPULTA, deitando o paciente para o outro lado da maca com queixo virado para baixo.

18
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da manobra abaixo e descreva seus passos.
A
  • MANOBRA DE YACOVINO

(1) Paciente é sentado com cabeça reta e pernas esticadas sobre a maca.

(2) Examinador se posiciona atrás e deita a cabeça do paciente, que fica pendente para fora da maca em leve hiperextensão de 30°.

(3) A cabeça é flexionada encostando o queixo no peito.

(4) Ajusta-se a cabeça e senta novamente o paciente.

O intervalo entre as etapas é de 30 segundos.

19
Q

Sobre a VPPB:

  • Como é realizada a manobra de Eppley ou Semont modificadas?
A
  • Eppley modificada é Igual a manobra do canal posterior, mas começando pelo lado SADIO (para tratar agora canal anterior).
  • No caso da Semont modificada, ele deita primeiro pra frente (queixo pra baixo, depois joga o corpo para trás (catapulta ao inverso). E aí volta para o meio, sentando.

São as duas manobras de canal posterior porém feitas exatamente ao inverso.

20
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da manobra abaixo e descreva seus passos.
A
  • MANOBRA DE LEMPERT (BARBECUE).

(1) Paciente em decúbito dorsal. Sua cabeça é girada lentamente em direção contrária ao lado comprometido (até que a orelha sadia toque o colchão).

(2) A cabeça é mantida nessa posição, gira-se o corpo para decúbito lateral, com o ombro do lado sadio em contato com a maca.

(3) O procedimento é repetido, girando a cabeça na direção do chão, e coloca-se o paciente em decúbito ventral.

(4) Novamente vira-se a cabeça e em seguida o corpo é posicionado em decúbito lateral na direção da orelha afetada, que está em contato com a maca.

(5) A cabeça, e posteriormente, o corpo voltam à posição de decubito dorsal do início.

Lembrar = cabeça, depois o corpo, depois cabeça, depois o corpo… como um espeto de churrasco.

21
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da manobra abaixo e descreva seus passos.
A
  • MANOBRA DE GUFONI

(1) Examinador de pé na frente do paciente sentado, que é rapidamente deitado com orelha para baixo, mantendo a cabeça na mesma posição.

No caso de ductolitíase a orelha SADIA fica para baixo (exemplo da imagem).

No caso de cupulolitíase, a orelha DOENTE fica pra baixo. Dica: “CÚ doente cai no chão”

(2) Em seguida a cabeça é rapidamente inclinada para baixo em 45° e mantida nessa posição por 2-3 minutos.

(3) Em seguida o paciente é colocado na posição inicial com o queixo encostado no peito.

Dica: GUFONI = “GURINGA” (serve para cúpulo e canalolitíase, sendo a única que serve para os dois no CSL).

22
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite o nome da manobra abaixo e descreva seus passos.
A
  • MANOBRA DE ZUMA & MAIA

(1) Examinador de pé na frente do paciente sentado, que é rapidamente levado com orelha DOENTE para baixo.

(2) Em seguida a cabeça do paciente é rodada 90° para cima em direção ao teto, e mantida nessa posição por 3 minutos.

(3) Depois o paciente move o corpo em decúbito dorsal e a cabeça é girada 90° em direção ao lado não afetado, sendo mantida nessa posição por mais 3 minutos.

(4) A cabeça do paciente é inclinada ligeiramente para frente, seguido por um retorno lento do paciente para posição sentada.

23
Q

Sobre a VPPB:

  • Cite 5 intercorrências que podem ocorrer durante a realização das manobras terapêuticas.
A
  • Náuseas e vômitos (mais comum!)
  • Síndrome vaso-vagal (desmaio)
  • Persistência do quadro
  • Migração para outro canal (necessita rápida correção)
  • Canalith-Jam (bloqueio canalicular, quando há migração incompleta dos fragmentos de otólitos que acabam impactados no meio do canal ou na crura comum, gerando vertigem intensa e persistente, sendo tratado com manobra inversa ao relaizado, para eliminar o bloqueio).
24
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual a diferença entre VPPB recorrente e persistente?
  • Nesses casos, qual a conduta?
  • Qual deficiência vitaminica pode estar associada esses quadros?
A
  • A VPPB recorrente é aquela que após tratada volta a acontecer em 1 ano. A persistente é aquela que após realizar as manobras, não melhora. São observadas em 20-50% dos casos.
  • A conduta seria pedir exames complementares (quadros ou nistagmos atípicos, casos recorrentes ou persistentes) para avaliar vestibulopatias associadas ou acometimento central. No caso de exclusão de outras suspeitas, fazer auto-manobras em casa e retornar em pelo menos 10 sessões semanais com especialista.
  • A hipovitaminose D pode ser associada a crises de VPPB recorrentes e persistentes, podendo ser feita reposição.
25
Q

Sobre a VPPB:

  • Qual a porcentagem de pacientes com VPPB que apresenta outras vestibulopatias?
A

Em torno de 30-50% terão outras formas de vestibulopatias associadas, especialmente Doença de Ménière.