TUTORIA 8 - Drâmnio - Part III Flashcards
Qual a definição de oligodramnia?
O oligoâmnio é a redução do volume de líquido amniótico, que é classicamente definida como valores abaixo de 300 a 400 mL.
Quais as causas de oligodramnia?
- Insuficiência placentária grave com restrição do crescimento fetal (RCF)
- Rotura prematura das membranas ovulares (RPMO)
-
Anomalias fetais que impedem a eliminação da urina fetal na cavidade amniótica
- Como agenesia renal bilateral
- Doença renal cística
- Obstruções urinárias baixas ou bilaterais.
Quais as consequências fetais?
- Ocorrência de hipoplasia pulmonar
- Aumento do risco de óbito perinatal.
Outras consequências incluem a:
- Ocorrência de deformidades do polo cefálico e da face
- Mau posicionamento das extremidades.
O manejo, o eventual tratamento e o prognóstico das gestações com oligoâmnio dependem fundamentalmente de minuciosa investigação para determinar a causa primária do quadro e também da idade gestacional em que é diagnosticado. Diante desses casos, é fundamental tentar determinar a etiologia com base em quais condutas?
- Realizar anamnese cuidadosa.
- Investigar sinais e sintomas que indiquem RPMO ou exposição a substâncias e medicamentos.
- Realizar estudo detalhado da morfologia fetal para descartar malformações associadas e avaliar a adequação do crescimento fetal e dos parâmetros da vitalidade fetal nos casos de insuficiência placentária.
Qual a conduta na oligodramnia?
- Hidratação materna (princ. fator regulatório materno do líquido amniotico)
- Amnioinfusão (volume infundido varia de 40mL a 640 mL)
- Reparo do defeito (Fibrina, plaquetas e crioprecipitados têm sido utilizados com o intuito de selar o defeito nas membranas fetais, nos casos em que o oligoâmnio decorre de RPMO)
Qual a definição de polidramnia?
O polidrâmnio é definido quando o volume de líquido amniótico excede 2.000 mL, situação que ocorre em aproximadamente 0,4 a 1,5% das gestações.
O quadro pode se desenvolver de forma:
-
Aguda (em poucos dias)
- É mais frequente durante o 2º trimestre, habitualmente antes de 24 semanas de gestação.
- Trata-se de quadro grave, uma vez que habitualmente cursa com trabalho de parto prematuro e elevados índices de mortalidade perinatal.
-
Crônica (ao longo de semanas)
- É diagnosticada com maior frequência no 3º trimestre e a evolução fetal é mais favorável.
Quais as causas de polidramnia?
O diabetes mellitus constitui a principal condição materna associada ao polidrâmnio. O mecanismo fisiopatológico sugerido está relacionado à hiperglicemia fetal com consequente poliúria. Outra possibilidade inclui o aumento na concentração de glicose presente no líquido amnió tico, o que provoca influxo de água para o interior da cavidade amniótica, seguindo o gradiente osmótico.
Quais as consequências maternas e fetais do polidrâmnio?
Isso se deve à maior frequência de malformações e aneuploidias fetais nesses casos, além da associação com quadros de doença aloimune grave e diabetes materno não compensado.
Além do desconforto respiratório materno, vale citar como principais complicações:
- Trabalho de parto prematuro
- RPMO
- Descolamento prematuro de placenta (DPP)
- Apresentação fetal anômala
- Parto moroso
- Distocia funcional
- Prolapso de membros ou cordão
- Atonia uterina
- Hemorragia pós-parto
Qual a conduta na polidramnia?
O polidrâmnio raramente necessita de tratamento (os quadros que cursam com pouco desconforto materno podem ser conduzidos de forma não intervencionista)
- Amniodrenagem (Nos casos associados a dispneia e/ou dor abdominal materna, realiza-se amniodrenagem aliviadora para amenizar temporariamente os sintomas maternos)
- Inibidores da prostaglandina ( A administração de indometacina à mãe é a alternativa não invasiva de tratamento)
- Habitualmente empregada na dose de 1,5 a 3 mg/kg/dia, essa substância parece reduzir a produção de líquido amniótico pelo feto, atuando diretamente no epitélio pulmonar e nos rins.
- Contudo, induz ao fechamento precoce do ducto arterioso fetal como efeito colateral em 70% dos casos tratados.
Como é feito o diagnóstico de alterações no líquido amniótico?
Atualmente, o exame ultrassonográfico é o método de escolha para o diagnóstico e o acompanhamento das alterações do volume de líquido amniótico. Entretanto, diante de determinados sinais e sintomas, é possível suspeitar da presença dessas anormalidades.
O que gera suspeita de oligoâmnio na avaliação clinica?
- Há suspeita de oligoâmnio quando o volume uterino é menor que o esperado para a idade gestacional, podendo-se evidenciar a diminui__çã__o do l__í__quido amni__ó__tico e o f__á__cil reconhecimento das partes fetais pela palpa__çã__o do abdome materno.
- A mãe também pode relatar redução na movimentação fetal e/ou história de perda de líquido pela via vaginal.
O que gera suspeita de polidrâmnio na avaliação clinica?
- Nesses casos, a queixa mais comum da gestante é a dispneia, a altura uterina é maior do que a esperada para a idade gestacional e, além disso, a pele do abdome materno apresenta-se distendida, lisa e brilhante, com presença de estrias extensas. As outras queixas relatadas são decorrentes de fenômenos mecânicos relacionados à sobredistensão uterina e à pressão sobre os órgãos adjacentes.
- No tempo palpatório do exame clínico, há dificuldade para identificar partes fetais, e em alguns casos o útero pode apresentar hipertonia decorrente do volume excessivo.
- A ausculta dos batimentos cardíacos fetais é dificultada pelo excesso de movimentação do feto, e observa-se o sinal do “piparote”.
- Também é comum edema nas porções baixas do ventre materno e nos membros inferiores.
- Quando o quadro é agudo, precoce e se desenvolve ao longo de poucos dias, podem ser detectadas contrações que caracterizam o trabalho de parto prematuro.
Para o diagnóstico das alterações do volume de líquido amniótico pela avaliação ultrassonográfica, são sugeridos quais critérios?
OLIGOÂMNIO
- Presença de pequena quantidade de líquido amniótico entre as interfaces fetais e a parede uterina;
- Constatação das pequenas partes fetais muito “aglomeradas”;
- Diminuição evidente do líquido amniótico, o que dificulta o estudo da morfologia fetal.
Para o diagnóstico das alterações do volume de líquido amniótico pela avaliação ultrassonográfica, são sugeridos quais critérios?
POLIDRÂMNIO
- Aumento evidente do volume de líquido amniótico com identificação de grandes bolsões;
- Discrepância entre o tamanho do feto e a quantidade de líquido amniótico
- Presença de espaços entre o feto e a parede uterina anterior.
- Nos casos graves, a placenta se apresenta fina por causa da acentuada distensão da cavidade amniótica.
- Quando o polidrâmnio é moderado, este pode até facilitar o estudo morfológico para investigação de malformações fetais associadas. Todavia, quando acentuado, esse estudo !ca dificultado em razão do grande distanciamento entre a parede abdominal anterior materna e o feto.
- Nessa situação, também é frequente a ocorrência de hipotensão materna supina, por compressão da veia cava inferior, o que di!culta sobremaneira a realização do exame ultrassonográ!co.
EXPLIQUE A TÉCNICA DO MAIOR BOLSÃO DE LÍQUIDO AMNIÓTIC.
- A técnica consiste na medida do diâmetro vertical do maior bolsão de líquido amniótico, livre de partes fetais e alças de cordão umbilical, observado durante exame ultrassonográfico (Figura 2).
- Salienta-se a importância de evitar cortes oblíquos ou tangentes posicionando o transdutor perpendicular ao contorno da parede abdominal materna.
- De acordo com essa medida, o volume de líquido amniótico pode ser classificado conforme a Tabela II.
- Essa técnica é habitualmente utilizada na avaliação do volume de líquido amniótico em gestações múltiplas ou quando o fundo uterino não ultrapassa a cicatriz umbilical.