TUTORIA 6 - Gestação múltipla e prematuridade Flashcards

1
Q

Defina gestação múltipla

A

Proveniente de um ou mais ciclos ovulatórios, resultando no desenvolvimento intrauterino de mais de um zigoto ou na divisão do mesmo zigoto, independente do número final de neonatos.

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2
Q

Quais são os riscos das gestações multiplas?

A
  • Aumento de cerca de 5 a 6 vezes da mortalidade neonatal, quando comparadas com gestações únicas.
  • Maior risco de paralisia cerebral, por exemplo, está aumentado 8 vezes nas gestações gemelares e cerca de 47 vezes nas trigemelares.
  • Respondem por 10 a 15% da mortalidade perinatal.
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3
Q

Quais são os fatores que interferem na incidência da gestação dizigótica?

A
  • Há variação geográfica (p. ex. japão 7:1.000 e europa 40:1.000)
  • História familiar materna
  • Aumento da idade materna (até cerca de 37 anos) e da paridade.
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4
Q

Sabemos que algumas situações aumentam as chances de divisão do zigoto, acarretando em gravidez múltipla. Cite os exemplos.

A
  • Demora da passagem do ovo fecundado nas tubas uterinas
  • Ocorrência de microtraumas no blastocisto durante a manipulação realizada nos procedimentos de reprodução assistida.
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5
Q

O que justifica o aumento da taxa de nascimentos múltiplos?

A
  • Uso cada vez mais difundido de medicações para indução da ovulação (imagem)
  • Transferência de múltiplos embriões por ciclo de reprodução assistida.
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6
Q

Como pode ser classificado as gestações múltiplas?

A
  • Em relação a zigoticidade.
    • Gestações polizigóticas
    • Gestações monozigóticas
  • Em relação a corionicidade.
    • ​Gestação dicoriônica amniôtica
    • ​Gestação dicoriônica diamniôtica
    • ​Gestação monocoriônica diamniôtica
    • ​Gestação monocoriônica monoamniôtica
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7
Q

Defina gestações polizigóticas.

A

Quando resultam da fecundação de mais de um óvulo e os produtos conceptuais apresentam materiais genéticos distintos.

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8
Q

Defina gestações monozigóticas

A

São resultantes da divisão de massa embrionária inicial comum e os produtos conceptuais resultantes apresentam carga genética idêntica.

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9
Q

Defina a gestação dicoriônica amniótica.

A

Nas gestações polizigóticas, cada zigoto sempre desenvolve seus próprios cório e âmnio

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10
Q

Defina a gestação dicoriônica diamniótica

A

Em cerca de 1/4 dos casos, quando a divisão do blastocisto ocorre em até 72 horas, podem ser encontradas duas placentas e dois sacos amnióticos

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11
Q

Defina a gestação monocoriônica diamniótica

A

Em 74%, a divisão acontece entre o 4º e o 8º dias após a fertilização, quando já ocorreu a diferenciação das células que dão origem ao cório, resultando em uma placenta e duas cavidades amnióticas

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12
Q

Defina a gestação monocoriônica monoamniótica

A
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13
Q

Como sào formados os gêmeos unidos?

A

Os gêmeos unidos são resultantes da falha da separação completa dos embriões, quando o processo de divisão é tardio (ao redor do 14° ao 17° dias).

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14
Q

Como é determinado a corionicidade?

A

A corionicidade sempre pode ser determinada com acurácia pelo exame ultrassonográfico precoce.

  • Monocorionicidade sempre implica monozigoticidade.
  • Gestações dicoriônicas, por sua vez, podem ter origem tanto mono como dizigótica.
    • Nesses casos, a polizigoticidade somente pode ser inferida quando há discordância entre os sexos fetais ou pode ser investigada por meio de estudos do DNA (gêmeos com sexos diferentes são sempre dizigóticos e dicoriônicos, enquanto gêmeos do mesmo sexo podem ser tanto monozigóticos como dizigóticos).
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15
Q

Como é feito o diagnóstico da gestação múltipla?

A
  • Volume uterino maior do que o esperado para a idade gestacional.
    • Sendo, em regra, a altura uterina 5 cm maior do que a esperada, entre 20 e 30 semanas gestacionais, para gestações únicas.
  • Presença de dois polos cefálicos à palpação.
  • Ausculta de dois ritmos cardíacos com frequências diferentes entre si e da mãe.

<u><em><strong>Entretanto, todos esses achados são tardios e podem ser facilmente confundidos.</strong></em></u>

<u><em><strong>Atualmente, a realização do exame ultrassonográfico durante o 1º trimestre permite diagnosticar com segurança praticamente todos os casos.</strong></em></u>

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16
Q

Como é feito a determinação da corionicidade na gestação múltipla?

A

O melhor período para a determinação da corionicidade e da amnionicidade é durante o 1º trimestre da gestação (o período entre 6 e 8 semanas é considerado a melhor época e a via preferencial do exame é a transvaginal).

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17
Q

Quando a gestação dicoriônica e monocoriônica podem ser definidas?

A
  • Gestação dicoriônica: pode ser definida a partir da 5ª semana pela visualização de mais de um saco gestacional e da presença de septo espesso entre estes
    • A partir de 9 semanas, a projeção do componente coriônico entre as membranas amnióticas, identificado na base da inserção placentária, forma o <strong>sinal do lambda</strong>, característico das gestações dicoriônicas.
  • Gestações monocoriônicas: a partir da 7ª semana, há identificação de mais de um embrião com vitalidade fetal no interior do mesmo saco gestacional, e o âmnio torna-se visível a partir da 9ª semana.
    • No final do primeiro trimestre, há fusão das membranas amnióticas adjacentes, dando origem a um septo fino entre as duas cavidades amnióticas que se insere de maneira abrupta na placenta, formando o <strong>sinal do T.</strong>
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18
Q

Quais são as características das gestações dicoriônicas?

A
  • A persistência do sinal do lambda
  • A identificação de fetos com sexos discordantes
  • A presença de placentas inseridas em sítios distintos da cavidade uterina.
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19
Q

Explique como funciona a avaliação invasiva da corionicidade.

A

A avaliação invasiva da corionicidade pode ser realizada excepcionalmente nos casos avançados e com fetos do mesmo sexo, em que a determinação é fundamental para a condução do caso.

  • Uma das alternativas nesses casos é a injeção de meio de contraste na circulação de um dos fetos e a investigação do seu aparecimento na circulação do outro, o que denotaria gestação monocoriônica.
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20
Q

Quais são as complicações do ponto de vista materno nas gestação múltipla?

A
  • HA (ocorre com mais frequência)
  • Maior frequência de anemia;
  • Hiperêmese gravídica;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Complicações hemorrágicas da gestação, como placenta prévia e descolamento prematuro de placenta (DPP);
  • Infecção puerperal;
  • Edema pulmonar;
  • Óbito.
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21
Q

Quais são as complicações do ponto de vista do feto nas gestação múltipla?

A
  • Rotura prematura de membranas ovulares
  • Prematuridade (a duração média da gestação gemelar é de aproximadamente 35 semanas e, para as gestações trigemelares, de aproximadamente 32 semanas).
  • Restrição do crescimento fetal
  • Discordância de crescimento fetal
  • Parada do desenvolvimento embrionário e abortamento
  • Óbito fetal
  • Malformação fetal congênica
  • Anomalias cromossômicas fetais
  • Síndrome da transfusão feto-fetal
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22
Q

As complicações, do ponto de vista fetal, são mais frequentes nas gestações monocoriônicas em comparação com as dicoriônicas.

Verdadeiro ou falso?

A

VERDADEIRO

Portanto, na prática, a determinação da corionicidade, em vez da zigoticidade, é o passo fundamental para nortear a conduta pré-natal e o principal fator determinante do resultado e do prognóstico da gestação.

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23
Q

O que define a síndrome da transfusão feto-fetal?

A

O mecanismo primário da doença baseia-se na transferência não balanceada de sangue entre as circulações dos dois fetos através de anastomoses vasculares arteriovenosas placentárias.

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24
Q

A síndrome da transfusão feto-fetal é complicação específica e exclusiva das gestações dicoriônicas, ocorrendo em cerca de 10 a 15% dessas.

Verdadeiro ou falso?

A

FALSO

A síndrome da transfusão feto-fetal é complicação específica e exclusiva das gestações monocoriônicas, ocorrendo em cerca de 10 a 15% dessas.

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25
Q

Explique o que acontece com cada gêmeo?

A
  • Gêmeo doador: apresenta anemia e restrição do crescimento grave acompanhados de oligúria e oligoâmnio.
  • Gêmeo receptor: ocorre sobrecarga circulatória e policitemia, podendo levar ao desenvolvimento de complicações cardíacas e hidropsia.
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26
Q

Cite 4 critérios diagnósticos para Síndrome de transfusão feto-fetal.

A
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27
Q

Qual a classificação da síndrome da transfusão feto-fetal?

A
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28
Q

Por que a gestação múltipla está associada ao risco aumentado de morbimortalidade perinatal?

A
  • A expansão volêmica observada em gestações únicas é, em média, de 1.570 mL, enquanto nas gestações gemelares é de 1.960 mL.
  • Nas gestações gemelares, ocorre um estado hiperdinâmico da circulação materna decorrente sobretudo do aumento do débito cardíaco (cerca de 20% acima do que ocorre nas gestações únicas), que é atribuído ao aumento do volume de ejeção sistólica proporcionado pelo aumento da volemia e da pré-carga.
  • Nessas gestações, é observado um aumento maior no volume abdominal e no recrutamento de músculos acessórios para a respiração, que pode suscitar queixas mais frequentes de dispneia nessas gestantes.
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29
Q

Como deve ser o acompanhamento pré-natal de gestações gemelares?

A
  • O acompanhamento pré-natal das gestações gemelares envolve número médio de consultas maior do que o de gestações únicas.
    • Não há, no entanto, um número mínimo de consultas definido como ideal para esses casos.
  • As consultas mais frequentes permitem diagnosticar precocemente desvios na evolução da gestação, como a ocorrência de pré-eclâmpsia.
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30
Q

Como deve ser o acompanhamento dos exames laboratoriais solicitados no pré-natal?

A

Os exames laboratoriais solicitados no acompanhamento pré-natal das gestações gemelares são os mesmos preconizados para as gestações únicas.

  • Entretanto, devido ao risco maior de anemia materna, sugere- se repetição trimestral das dosagens de hemoglobina materna.
    • Nesse sentido, a suplementação de ferro e ácido fólico deve ser obrigatória nesses casos.
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31
Q

Como deve ser o acompanhamento dos exames ultrassonográficos periódicos do pré-natal?

A

A realização de exames ultrassonográficos periódicos é um dos pilares do manejo contemporâneo dessas gestações.

  • Vale ressaltar que enquanto gestações dicoriônicas podem ser examinadas com periodicidade mensal, para as monocoriônicas recomenda-se avaliação quinzenal a partir de 16 semanas, para eventual diagnóstico da síndrome da transfusão feto-fetal em estágios iniciais.
  • A partir do 3º trimestre são realizados exames ultrassonográficos periódicos para acompanhamento do crescimento fetal e avaliação da vitalidade fetal.
32
Q

De acordo com a idade gestacional há uma rotina ultrassonográfica para acompanhamento das gestações gemelares. Cite cada objetivo de acorodo com a idade gestacional.

A
33
Q

Quando deve ser a resolução da gestação e parto?

A

A <strong>idade gestacional ideal para resolução das gestações</strong> <strong>gemelares é tema ainda controverso</strong>.

  • A curva de mortalidade perinatal demonstra valores mínimos ao redor de 38 semanas, com elevação do risco a partir de então.
  • Gestações monocoriônicas, mesmo sem evidências de síndrome da transfusão feto-fetal ou restrição do crescimento fetal, apresentam maior risco de óbito fetal súbito.
    • Em virtude desses fatos, é prática comum recomendar a resolução das gestações monocoriônicas com 36 semanas completas e das dicoriônicas entre 37 e 38 semanas.
34
Q

Quais as vias de parto adequadas a uma gestação gemelar?

A
  • Estudos retrospectivos demonstram que a cesárea eletiva pode reduzir em até 75% o risco de óbito perinatal em gestações a termo.
  • As complicações relacionadas ao parto vaginal se devem principalmente ao risco de óbito do segundo gemelar por anoxia.
35
Q

Atualmente, para a escolha da via de parto o que é levado em consideração?

A

As apresentações dos fetos e a idade gestacional.

  • Para gestações a termo:
    • Quando o primeiro gemelar ou ambos são cefálicos, não havendo outras complicações, pode-se optar pela via vaginal.
    • Em casos em que o primeiro gemelar não é cefálico ou apresenta peso estimado menor que o segundo (com diferença maior ou igual a 500 g), opta-se pela cesárea.
  • Para gestações pré-termo com fetos viáveis ou em que o peso estimado seja menor do que 1.500 g, a via recomendada também é a abdominal.
36
Q

Quais as complicações mais comuns no parto de gestação múltipla?

A
  • Distocias funcionais: disfunção das contrações uterinas impedindo a progressão do trabalho de parto
  • Apresentação fetal anômala
  • Prolapso de cordão
  • Descolamento prematuro de placenta
  • Hemorragias pós-parto.
37
Q

Qual a conduta frente ao óbito de um dos conceptos? :((

A

Manter a gravidez quando um dos gêmeos vai a óbito pode soar estranho e chocar a muitos. Mas este costuma ser o procedimento adotado pelos médicos.

“Há uma série de fatores que devem ser avaliados caso a caso. Mas o fato de um dos bebês ter morrido não significa que tenha que fazer uma cesárea para tirar o que está vivo, se não há outros fatores de risco. Um bebê morto na barriga causa muita preocupação, mas pode ser ainda mais complicado tirar o bebê vivo antes da hora, prematuro. Existe a <strong>conduta de aguardar o quanto for possível, para chegar o mais próximo de 38 ou 39 semanas de gestação</strong>. A mulher, nesse período, deve ser avaliada pelo médico de maneira rotineira e frequente”.

38
Q

Qual a definição de prematuridade (trabalho de parto prematuro – TPP)?

A

O parto pré-termo é o que se dá com menos de 37 semanas completas (259 dias) contadas a partir do primeiro dia do último período menstrual, não importando o peso do recém-nascido.

39
Q

Classificação de TPP

A

A prematuridade pode ser classificada segundo a sua evolução clínica decorrente das seguintes situações:

  • Espontânea
  • Eletiva
40
Q

Explique a prematuridade espontânea e eletiva

A
  • Na prematuridade espontânea, em que ocorre trabalho de parto prematuro, a etiologia geralmente é multifatorial, secundária à rotura prematura de membranas ovulares (RPMO), ou desconhecida, responsável por cerca de 75% dos casos, o que dificulta as estratégias preventivas.
  • Na prematuridade eletiva a gestação é interrompida em virtude de complicações maternas – por exemplo, doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) e outras doenças maternas – e/ou fetais – por exemplo, restrição do crescimento fetal (RCF) ou sofrimento fetal – e corresponde a 25% dos casos.
41
Q

Existem 4 mecanismos fisiopatológicos para o parto prematuro. Quais são eles?

A
  • Ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (estresse)
  • Inflamação e infecção
  • Sangramento decidual
  • Distensão ou contratilidade uterina patológica
42
Q

Como cada mecanismo fisiopatológico causa o parto prematuro?

A
  • O estresse fetal ou materno pode desencadear a liberação de hormônios hipotalâmicos (CRH, ocitocina) e adrenais (cortisol, adrenalina).
  • Os processos inflamatórios e infecciosos (corioamnionite, cervicite) promovem a liberação de endotoxinas e citocinas inflamatórias, como o TNF-alfa e as interleucinas.
  • O sangramento decidual, com a produção de trombina, aumenta a contratilidade uterina.
  • A sobredistensão uterina é causa de contratilidade uterina aumentada, que ocorre no polidrâmnio e na gemelidade.
  • Na contratilidade uterina anormal podem estar envolvidos os receptores de ocitocina, a diminuição relativa da progesterona ou as gap junctions.
43
Q

Quais são os fatores de risco para prematuridade?

(Cite um de cada classificação)

A
  • Epidemiológicos: contaminação ambiental, nutrição inadequada, idade materna, tabagismo, consumo de drogas.
  • Obstétricos: alterações hormonais, incompetência cervical, s**angramentos de primeiro e segundo trimestre, DPP
  • Ginecológicos: Alterações anatômicas do colo uterino, Cirurgia extensa ou amputação do colo uterino, Malformações uterinas e Miomas.
  • Clínico-cirúrgicos: Infecções, Doenças maternas (HA, DM)
44
Q

Quais os riscos da prematuridade para o RN (citando algumas doenças)?

A
  • Problemas respiratórios
    • Doença da membrana hialiana (Devido a imaturidade pulmonar, no qual há uma produção insuficiente de surfactante)
    • Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR)
    • Taquipnéia Transitória
  • Persistência do canal arterial (Ao nascimento essa estrutura já estaria fechada, o que normalmente não acontece nos prematuros. O canal arterial liga a artéria pulmonar à aorta)
  • Anemia (Por nascerem antes da hora o organismo prematuro pode não ter tempo de produzir ferro o suficiente → podendo surgir a anemia)
  • Icterícia
  • Enterocolite necrosante
  • Problemas neurológicos
45
Q

Quais os marcadores para predizer risco de parto prematuro?

A
  • MONITORIZAÇÃO DAS CONTRAÇÕES UTERINAS
  • MEDIDA DO COMPRIMENTO DO COLO UTERINO PELO TOQUE VAGINAL E PELA ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL
  • MARCADORES BIOQUÍMICOS
46
Q

Em relação aos marcadores para predizer risco de parto prematuro. Explique a monitorização das contrações uterinas.

A
  • As gestantes predispostas ao trabalho de parto prematuro apresentam aumento da frequência das contrações uterinas nos dias ou semanas que antecedem o trabalho de parto.
  • Esse método apresenta elevado valor preditivo negativo e pode tranquilizar o obstetra e a gestante, evitando tratamentos e internações desnecessários, embora apresente número elevado de falso-positivos. Impõe-se, portanto, mediante o resultado positivo, relacioná-lo a outros indicadores de risco para parto prematuro.
47
Q

Em relação aos marcadores para predizer risco de parto prematuro. Explique a medida do comprimento uterino pelo toque e da ultrassonografia transveginal.

A

O encurtamento do colo e a abertura de seu orifício interno podem ter início semanas antes do trabalho de parto prematuro. Essas alterações resultam de modificações bioquímicas do tecido cervical, como a diminuição da quantidade de colágeno, o aumento do conteúdo de água e alteração na composição da matriz extracelular do colo uterino.

O método deva ser usado em todas as gestantes entre 20 e 24 semanas, na mesma ocasião em que se realiza a ultrassonografia morfológica fetal.

  • Quando o comprimento do colo, medida linear entre o orifício interno e o orifício externo, for:
    • ≤ 20 mm: considera-se que a gestante tem risco significativo de parto prematuro espontâneo.

Embora se considere o ponto de corte de 20 mm, há autores que admitem ser de 15 mm, outros de 25 mm e até de 30 mm.

48
Q

Em relação aos marcadores para predizer risco de parto prematuro. Explique os marcadores bioquímicos.

A

Por estarem envolvidos diversos mecanismos fisiopatológicos, existem vários marcadores bioquímicos que podem ser utilizados: a IL-6, a IL-8, o CRH, o estriol sérico e salivar, a fibronectina fetal e, mais recentemente, a proteína-1 fosforilada ligada ao fator de crescimento insulina-símile.

49
Q

O que significa níveis elevados de IL-6 e IL-8 no parto prematuro?

A
  • Níveis elevados de IL-6 e IL-8 no líquido amniótico e no conteúdo cervical se associam ao parto prematuro, principalmente na presença de infecções.
    • Essas interleucinas atraem e ativam neutrófilos polimorfonucleares, que liberam enzimas (elastases e colagenases) responsáveis por alterações do colo uterino.
    • No entanto, os resultados para a predição do parto prematuro mostram baixa sensibilidade e baixo valor preditivo positivo. Em função disso, são mais valorizados como indicadores de infecção.
50
Q

O que significa níveis elevados de CRH no parto prematuro?

A
  • O CRH é produzido no hipotálamo, na placenta, no cório, no âmnio e nas células deciduais. Alguns autores verificaram elevações desse hormônio no soro materno a partir da 20ª semana em gestantes submetidas a estresse que tiveram parto prematuro.
    • Assim, sua dosagem parece ser útil em determinadas situações, como na presença de estresse, embora sua avaliação na população em geral tenha revelado baixa sensibilidade e baixo valor preditivo positivo.
51
Q

O que significa níveis elevados de estrógeno no parto prematuro?

A

Os estrógenos agem diretamente nas células miometriais aumentando a sensibilidade à ocitocina.

  • A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal materno e/ou fetal está relacionada à produção placentária de estrógenos decorrente do aumento de precursores – sulfato de deidroepiandrosterona (DHEA-S) da adrenal do feto –, o que ocorre três a cinco semanas antes do parto, com consequente elevação dos níveis de estriol plasmático e salivar.
  • Entretanto, os estudos disponíveis até o momento não permitem que o estriol salivar seja utilizado como rotina, pois os valores preditivos positivos e de sensibilidade são baixos.
52
Q

O que significa níveis elevados de proteína-1 fosforilada ligada ao fator de crescimento insulina-símile no parto prematuro?

A

Nos últimos anos surgiram evidências de que o parto prematuro seria precedido por alterações na concentração da proteína-1 fosforilada ligada ao fator de crescimento insulina-símile no conteúdo cervical quando presente entre 24 e 34 semanas.

  • Trata-se de uma proteína produzida pela decídua humana cuja função ainda não está totalmente esclarecida.
  • Sua detecção em amostras cervicais por meio de anticorpos monoclonais indica comprometimento decidual.
  • Possivelmente um fator mecânico como a contração uterina, a proteólise decorrente de processo inflamatório-infeccioso ou isquemia local determinem a liberação dessa proteína da decídua no sentido do canal cervical.
53
Q

Explique o teste de fibronectina fetal como preditor do parto imaturo.

A
  • Normalmente, a fibronectina fetal está presente nos fluidos cervicovaginais durante as primeiras 20 semanas de gestação, sugerindo que os componentes da matriz extracelular, incluindo a fibronectina fetal, seriam liberados durante a fase proliferativa do desenvolvimento das membranas.
  • Após a fusão do âmnio com o córion, a fibronectina fetal não é mais encontrada nos fluidos cervicovaginais de gestações não comprometidas. Após a 24ª semana, a presença da fibronectina fetal na secreção vaginal é um importante marcador do início da cascata de eventos que antecedem o parto, pois qualquer problema na interface materno-fetal, como infecção ascendente, contrações mecânicas e isquemia, antes do parto, pode causar liberação da fibronectina fetal para a vagina.
54
Q

Como prevenir o TPP?

ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA

A

As estratégias de prevenção primária devem ser focadas em medidas gerais de promoção da saúde antes mesmo da mulher engravidar e na qualidade do pré-natal → ou seja, remoção ou a redução das causas epidemiológicas.

Entre as principais medidas, destacam-se:

  • Prevenção do fumo
  • Drogas ilícitas
  • Redução do estresse
  • Controle nutricional
55
Q

Como prevenir o TPP?

ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

A

A prevenção secundária consiste no reconhecimento de sinais e sintomas precoces do TPP além do emprego de outros indicadores preditivos → essa prevenção é baseada na identificação de gestantes dos grupos de maior risco para o parto prematuro (por baixo peso pré-gestacional, história de parto prematuro anterior, gestação gemelar, incompetência cervical, sangramentos vaginais de segundo e terceiro trimestre).

Entre estes reconhecimentos, destacam-se:

  • Alterações da contratilidade uterina
  • Modificações do colo uterino detectadas pela ultrassonografia transvaginal
  • Alterações bioquímicas
56
Q

Quais são critérios utilizados para definir o verdadeiro trabalho de parto prematuro?

A
  • Contrações uterinas regulares a cada 5 minutos.
  • Dilatação cervical de pelo menos 1 cm
  • Esvaecimento cervical
  • Progressão das alterações cervicais
57
Q

Na condução dos casos de risco de trabalho de parto prematuro, adota-se a classificação de Hobel, que estabelece quatro estágios evolutivos. Defina cada um deles.

ESTÁGIO 1

A
  • Nesse primeiro estágio, situam-se as gestantes com fatores de risco para o parto prematuro.
  • O importante é a boa assistência pré-natal que deve ser a mais completa possível, dessa maneira, a gestante poderá receber as corretas orientações
  • O exame ultrassonográfico deve ser realizado o mais precocemente possível a fim de se estabelecer com precisão a idade gestacional e diagnosticar situações de risco, como a presença de malformações uterinas, miomas e gestação gemelar.
  • Deve-se fazer uma avaliação ultrassonográfica transvaginal em todas as gestantes com antecedente de parto prematuro, entre 20 e 24 semanas, por ocasião da ultrassonografia morfológica, com o intuito de analisar o comprimento do colo uterino.
    • Aquelas com comprimento do colo > 20 mm: têm baixo risco de parto prematuro espontâneo;
    • As com comprimento ≤ 20 mm: devem ser consideradas de maior risco e necessitam de maiores cuidados
  • Nas anomalias uterinas congênitas (útero didelfo, bicorno ou septado), nas portadoras de miomas, na presença de colo curto (≤ 20 mm) detectado pela ultrassonografia transvaginal e nos partos prematuros de repetição, utiliza-se a progesterona natural entre 16 e 36 semanas, em doses de 100 a 200 mg/dia pela via vaginal ou de 100 mg, três vezes ao dia por via oral. Nas duas formas de administração deve ser empregada a progesterona natural.
58
Q

Na condução dos casos de risco de trabalho de parto prematuro, adota-se a classificação de Hobel, que estabelece quatro estágios evolutivos. Defina cada um deles.

ESTÁGIO 2

A

Por tratar-se do estágio em que ocorrem os eventos bioquímicos do trabalho de parto prematuro, a contratilidade uterina é anormal, mas as alterações cervicais podem ser pequenas ou mesmo estar ausentes.

  • O aparecimento de contrações uterinas sem repercussão cervical constitui-se no que se denomina útero irritável, situação em que a gestante deverá ser mantida em repouso e submetida ao uso da progesterona e, quando necessário, à sedação com benzodiazepínico (diazepam 5 mg/ dia) por via oral.

As intercorrências clínicas, quando presentes, devem ser tratadas especificamente e, pela frequência elevada, as infecções urinárias e vaginais devem ser sempre investigadas.

Em gestantes sem ultrassonografia prévia é imprescindível a realização desse exame com a finalidade de analisar a idade gestacional e as estruturas e o crescimento fetais.

  • Desde que haja viabilidade, ou seja, idade gestacional igual ou superior a 26 semanas, deve-se analisar a vitalidade fetal. Assim, é mais importante manter a paciente em repouso e sob vigilância contínua e, diante do aumento das contrações uterinas e de mudança progressiva do colo, atuar como no estágio III.
59
Q

Na condução dos casos de risco de trabalho de parto prematuro, adota-se a classificação de Hobel, que estabelece quatro estágios evolutivos. Defina cada um deles.

ESTÁGIO 3

A

Neste estágio existem contrações rítmicas e eficientes para que ocorra a cervicodilatação.

No falso trabalho de parto, não ocorre mudança progressiva do colo e as contrações cessam espontaneamente após um período de repouso.

Antes de se instituir a terapêutica inibitória, deve-se estar atento às indicações e contraindicações da tocólise.

A gestante deverá ser hospitalizada e mantida em repouso no leito e as seguintes providências e avaliações deverão ser realizadas:

  • Vitalidade fetal: desde que haja viabilidade fetal, realiza-se a cardiotocografia fetal. Com esta medida, também são monitorizadas as contrações.
  • Ultrassonografia para confirmar a apresentação fetal, analisar o volume de l__í__quido amni__ó__tico, estimar o peso fetal e a idade gestacional e pesquisar possíveis malformações fetais.
  • Exame bacterioscópico e cultura de conteúdo vaginal e anal para o estreptococo do grupo B.
  • Coleta do conteúdo endocervical para pesquisa de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoea.
  • As infecções por Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealitycum devem ser pesquisadas pela cultura de conteúdo endocervical.
  • Acesso venoso e coleta de hemograma.
  • Coleta de urina para exame de urina tipo 1 e cultura de urina.

Caso se decida pela inibição das contrações uterinas, a gestante deve ser mantida em repouso absoluto no leito e as contrações e os batimentos cardíacos fetais devem ser monitorizados em intervalos regulares.

60
Q

Na condução dos casos de risco de trabalho de parto prematuro, adota-se a classificação de Hobel, que estabelece quatro estágios evolutivos. Defina cada um deles.

ESTÁGIO 4

A
  • O trabalho de parto irreversível constitui o estágio IV da classificação de Hobel.
  • Na assistência ao parto, deve-se ter em mente que as complicações neonatais são significativas para os prematuros com idade gestacional inferior a 32 semanas, e ainda mais graves para aqueles considerados prematuros extremos, ou seja, abaixo de 28 semanas.
  • O atendimento do parto, diante da prematuridade, deve priorizar os seguintes objetivos:
    • Reconhecer e saber valorizar as alterações de vitalidade fetal intraparto
    • Identificar qual a melhor via de parto para o feto em apresentação cefálica e pélvica.
61
Q

Nas estratégias de prevenção de parto prematuro faça um resumo de todos os estágios

A
62
Q

Qual a conduta diante do TPP?

ESTÁGIO 1

A

Utiliza-se a progesterona natural entre 16 e 36 semanas, em doses de 100 a 200 mg/dia pela via vaginal ou de 100 mg, três vezes ao dia por via oral. Nas duas formas de administração deve ser empregada a progesterona natural.

63
Q

Qual a conduta diante do TPP?

ESTÁGIO 2

A

É mais importante manter a paciente em repouso e sob vigilância contínua.

64
Q

Qual a conduta diante do TPP?

ESTÁGIO 3

A

Gestante deverá ser hospitalizada e mantida em repouso no leito e as providências e avaliações deverão ser realizadas (vitalidade fetal, ultrassonografia para confirmar a apresentação fetal, exame bacteriscópico e cultura de conteúdo vaginal e anal paa o estreptococo do grupo B, pesquisa de infecções por Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealitycum pela cultura de conteúdo endocervical, acesso venoso e coleta de hemograma, coleta de urina para exame de urina tipo 1 e cultura de urina).

  • Caso se decida pela inibição das contrações uterinas (tocólise), a gestante deve ser mantida em repouso absoluto no leito e as contrações e os batimentos cardíacos fetais devem ser monitorizados em intervalos regulares.
65
Q

Qual a conduta diante do TPP?

ESTÁGIO 4

A

Gestante deverá ser hospitalizada, deve-se identificar qual a melhor via de parto para o feto

66
Q

Procedimentos para utero irritável

A
67
Q

Procedimentos para TPP

A
  • Afastar infecção
  • Tocolíticos
  • Corticóide
68
Q

O que são tocolíticos?

A

A utilização de substâncias tocolíticas, capazes de inibir a atividade contrátil do miométrio, é uma estratégia importante para tentar reduzir os índices de prematuridade espontânea e subsequente morbidade e mortalidade neonatais, apesar de apresentar diversos aspectos controversos.

69
Q

Quais são os principais agentes tocolíticos citados e quais sao considerados de primeira linha?

A

Os principais agentes tocolíticos citados na literatura são:

  • Betamiméticos (beta-2-adrenérgicos, principalmente terbutalina, salbutamol e ritodrina)
  • Bloqueadores de canais de cálcio (com destaque para o nifedipino)
  • Inibidores da síntese de prostaglandinas (inibidores da cicloxigenase, como a indometacina)
  • Sulfato de magnésio
  • Antagonistas de receptores de ocitocina (atosibana)

Na prática diária, atualmente, devemos recorrer ao uso de três opções tocolíticas consideradas de primeira linha:

  • Terbutalina
  • Nifedipino
  • Atosibana.
70
Q

Quais as contraindicações da tocólise?

A
71
Q

Quais as condições de uso para tocolíticos?

A
72
Q

Qual a relação da corticoterapia associada com o risco a prematuridade?

A

Os corticoides atuam nos pulmões fetais, principalmente nos pneumócitos do tipo 2, acelerando a maturidade pulmonar com produção de surfactante, favorecendo as trocas gasosas alveolares.

73
Q

Qual a importância do uso de sulfato de magnésio na gravidez ?

A
  • Nos últimos anos, foram realizados estudos randomizados e placebo-controlados que observaram reduções na incidência de paralisia cerebral diante do emprego do sulfato de magnésio na iminência do nascimento prematuro (espontâneo ou eletivo), quando utilizado entre 24 e 32 semanas.
  • O sulfato de magnésio compete com o cálcio impedindo a sua entrada pela membrana da célula miometrial.
74
Q

Quais os aspectos devem ser considerados para a escolha da via de parto?

A
  • Idade gestacional
  • Peso estimado do feto
  • Apresentação fetal
  • Condições do colo uterino
  • Integridade das membranas amnióticas
  • Possibilidade de monitorização fetal
  • Experiência da equipe envolvida

Quando o feto é considerado inviável, deve-se preferir a via vaginal para se evitar os riscos médicos associados à cesárea.

75
Q

Qual é a via de parto?

NA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA

A

A via vaginal é a recomendada para o prematuro em apresentação cefálica, qualquer que seja o peso e a _idade gestaciona_l, desde que a evolução espontânea do parto e as condições materno-fetais sejam boas.

Em relação ao parto prematuro induzido, por indicação materna e/ou fetal, as condições devem ser ideais para a sua realização.

  • Julga-se que a via abdominal é a preferencial para fetos com pesos estimados abaixo de 1.500 g, quando os riscos da indução passam a ser maiores do que seus possíveis benefícios.
76
Q
A