tratamento do diabetes Flashcards
qual o valor de glicose sanguínea considerada normal, pré diabetes e diabetes?
normal: 70 a 99mg/dL
pré-diabético: 100 a 125mg/dL
diabetes: >126mg/dL
quando ocorre a glicosúria?
quando a taxa de reabsorção tubular proximal é ultrapassada, ou seja, excede o limiar de de reabsorção.
isso ocorre em níveis glicêmicos de 160 a 200mg/dL, pois a glicose nesses níveis não consegue mais ser filtrada
quais são as consequências da glicosúria?
- diurese osmótica, com a perda de eletrólitos e outros solutos
- desidratação
- polidipsia
- emagracimento, devido aumento do processo catabólico (gliconeogênese e lipólise)
- cetoacidose diabética, devido intensa lipólise
- cetonúria, presença de corpos cetonicos na urina
explique o que é o diabetes melito tipo I
distúrbio metabólico que ocorre devido a destruição de células beta pancreáticas que gera a deficiência total de insulina, gerando ao indivíduo uma forte tendência à cetoacidose, em função disso é dependente de insulina. portanto, seu tratamento consiste na administração de diferentes tipos de insulina.
se origina de doença autoimune ou é de origem desconhecida. corresponde a 5 a 10% dos casos totais de diabetes.
é considerada um caso mais agudo, com perda rápida de peso pois a interferência metabólica é drástica desde o início.
explique o que é diabetes melito tipo II
distúrbio metabólico caracterizado por graus variáveis de resistência à insulina que são associados à deficiência relativa de secreção de insulina.
nesse caso os indivíduos não são dependentes de insulina e o tratamento consiste em dieta, atividade física, hipoglicemiantes orais, para evitar sintomas e complicações vasculares.
mas no decorrer, 1/3 acaba precisando de insulina e estatinas, para evitar doenças ateromatosa
corresponde a maioria dos casos de diabetes, sendo indivíduos acima dos 40 anos e obesos os mais afetados.
como é formado o receptor de insulina?
receptor tipo III com atividade intrínseca de tirosinaquinase.
é um complexo lipoproteico formado por duas subunidades alfa ligadas a outras duas subunidades beta, que tem ancoradas a elas tirosinacinases, por pontes de sulfeto.
explique o mecanismo de ação da insulina
- a insulina se liga ás subunidades alfa do receptor tipo III
- assim, causa a autofosforilação das subunidades beta pela atividade intrínseca das tirosinaquinases
- com isso, ativarão as proteínas SRI (substrato receptor de insulina) e o complexo RAS
- a ativação do SRI fosforilará as proteínas do domínio SH2, como a fosfatidilinositol 3 quinase, que recruta GLUT4 do aparelho de golgi para a membrana celular dos adipócitos e células musculares. assim, permitirão a entrada de glicose nessas células. dessa forma, aumenta a formação de energia e de proteínas e diminui a glicogenólise. o excedente de glicose será armazenado em glicogênio e lipídeos.
- a ativação do RAS, levará a regulação da expressão genica e o crescimento celular, modulando a síntese de todas as enzimas envolvidas no mapa metabólico.
quais são os aspectos farmacocinéticos da insulina?
- administrada via parenteral, principalmente subcutânea
- pode ser administrada na IM (emergência), IV (insulina regular) e intraperitoneal (diálise)
- tem meia vida de 10min
- é metabolizada nos rins e fígado
- 10% é eliminada inalterada na urina
explique e de exemplos das diferentes formulações de insulina
as diferentes formulações variam com o tempo, como efeito máximo e duração de ação.
podem ser:
- de ação rápida/ultra-rápida (lispro, asparte e glulisina)
- de ação curta (regular/ solúvel)
- de ação intermediária (NPH)
- de ação longa (glagina, detemir)
- de ação ultralonga (degludeca)
obs:
- as de ação rápida são pós prandinais, pois evitam a hiperglicemia após refeição
- as de ação longa, ultralongas e intermediárias são pós absortivas, pois mantém a quantidade basal estável durante o dia
explique a lispro, asparte e glusina
- inusulina de ação rápida ou ultra-rápida
- portanto, é usada imediatamente antes da refeição para evitar hiperglicemia pós prandinal
- tem meia vida de 4 a 5h
explique a insulina regular/ solúvel
- insulina de ação curta
- administrada 30 a 45min antes das refeições
- por mais que tenha duração de ação de 5 a 8h é considerada de ação curta
- única que pode ser administrada pela IV, para PREVENIR cetoacidose diabética ou coma diabético
explique a insulina NPH
- insulina de ação intermediária
- portanto, usada para prevenir glicemia pós-absortiva, mantendo o nível basal de insulina constante durante o dia
- tem início de ação de 2 a 5h e duração de ação de 10 a 18h
explique a glagina
- insulina de ação longa, portanto pós-absortiva
- tem início de ação de 1 a 1,5h e duração de ação 22 a 24h com o tempo de efeito máximo de 4 a 6h
explique a detemir
- insulina de ação longa, portanto pós-absortiva
- tem início de ação de 1 a 2h após a administração e duração de ação de 14 a 20h
explique a degludeca
- insulina de ação ultralonga, portanto pós-absortiva
- tem início de ação após 4h da administração e duração de ação >24h
para que são usados promatamina ou Zn na administração de insulina?
para formar precipitados para que haja um liberação mais lenta e aumente o tempo de ação da insulina no intuito de evitar a hiperglicemia pós-absortiva
quais são os efeitos adversos da insulina?
- hipoglicemia, levando a lesão cerebral
- hiperglicemia de rebote
- alergia
- resistência à insulina
como a hipoglicemia causada pelo mau uso de insulina pode ser evitada?
- ingestão de bebidas doces e alimentos
- administração de glicose ou glucagon, para auxiliar na gliconeogênese hepática
quais são os hipoglicemiantes orais?
- biguanidas, como a metformina
- sulfonilureias
- glinidas, como a repaglinida e nateglinida
- tiazolidinadionas ou glitazonas, como a rosiglitazona e pioglitazona
- inibidores da alfa-glicose, como arcabose e miglitol
- mimeizadores das incretinas, como exenatida, liraglutida e dulaglutida
- gliptinas, como sitagliptina
- hipoglicemiantes que atuam no túbulo proximal empaglifozina, dapaglifozina e canagliflozina
os hipoglicemiantes orais são usados para tratar que tipo de diabetes?
tipo II
qual o mecanismo de ação da metformina?
hipoglicemiante oral da classe das biguanidas.
atua ativando a AMPK, o que irá interferir no metabolismo da glicose, lipídeos, na expressão gênica e no hipotálamo. obs: tem grande vantagem pois não causa hipoglicemia.
metabolismo da glicose:
-aumenta a sensibilidade do hepatócito à insulina, assim, favorece a captação de glicose pelo hepatócito, diminuindo a gliconeogênese hepática e a absorção de carboidratos pelo TGI
- aumenta a translocação de GLUT4 nas células musculares, o que favorece a captação e utilização de glicose pelo músculo esquelético
no metabolismo de lipídeos:
- inibe a acetilCoA carboxilase, diminuindo a síntese de ácidos graxos
- diminui a atividade da HMG-CoA redutase, o que diminui o colesterol VLDL e LDL, protegendo contra a esteatose hepática e diminui a oxidação de ácidos graxos
- inibe o glicerolfosfato aciltransferase, o que diminui síntese de TG
- aumenta a atividade da carnitina aciltransferase 1, favorecendo a lipólise
na expressão gênica:
- diminui a expressão de genes lipogênicos e neolipogênicos, o que diminui a glicogênese e a gliconeogênese
no hipotálamo
- reduz o apetite pois modula o eixo hipotalâmico da saciedade e fome
quais são os aspectos farmacocinéticos da metformina?
- meia vida de 3h
- eliminada inalterada na urina
quais são os efeitos adversos da metformina?
distúrbios TGI:
- anorexia
- náuseas
- diarreia
em quais casos a metformina é contraindicada. exolique
contraindicada em casos de:
- doença renal e hepática, menor eliminação renal e metabolização da glicose
- doença pulmonar hipóxica, menor perfusão tecidual de O2.
- insuficiência cardíaca
- choque
pois pode gerar acidose lática, devido menor gliconeogenese hepática que acaba acumulando piruvato, e esse sendo reduzido a lactato.
por que a longo prazo a metformina pode gerar anemia megaloblástica?
pois interfere na absorção de vitamina B12 pelo TGI
quais as indicações de uso da metformina?
- diabetes tipo II
- prevenir diabetes gestacional
- supressão do apetite
de exemplos de sulfonilureias
- tolbutamida
- clorpropamida (n é mais usada: forma metabólitos ativos de longa duração, hiponatremia e hipoglicemia)
mais potentes:
- glibenclamida
- glipizida
- glicazida
explique o mecanismo de ação das sulfonilureias
são hipoglicemiantes orais que atuam bloqueando os canais de K modulados por ATP nas células beta pancreáticas.
assim, geram despolarização da célula, levando à abertura de canais de Ca dependentes de voltagem, o que gera exocitose de vesículas de insulina.
desse modo, estimulam a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, favorecendo a captação de glicose pelo fígado, musculo e tecido adiposo.
quais são os aspectos farmacocinéticos da sulfonilureias
- VO
- são bem absorvidas pelo TGI
- concentração plasmática de 2 a 4h
- duração de ação variável
- se ligam intensamente à albumina
- eliminação renal
quais são os fatores que podem levar as sulfonilureias gerarem hipoglicemia? diga as sulfonilureias que podem causar hipoglicemia
- potencia do fármaco
- duração de ação
- formação de metabólito ativo
sulfonilureias que podem causar hipoglicemias:
- glibenclamida, pois gera metabólito ativo que se acumula, em caso de insuficiência renal, além disso tem alta potência e duração de ação
- glipizida, pois tem potencia e duração de ação alta
- clorpropamida
qual sulfonilureia é considerada mais segura? explique
tolbutamida
pois tem pouca chance de causar hipoglicemia, pois tem pequena potência e duração de ação e forma metabólitos fracamente ativos, em caso de insuficiência renal e hepática
obs:
diminui a captação de iodo pela tireoide e é contraindicada em caso de insuficiência hepática
por que as sulfonilureias são contraindicadas na gravidez?
pois atravessam a placenta e podem ser transportadas pelo leite materno
quais são os efeitos adversos da sulfonilureia?
- hioglicemia grave e prolongada, principalmente com clorpamida e glibenclamida
- estimulam o apetite
- distúrbios TGI
- rash cutâneos
- lesão de medula óssea
- riscos cardiovasculares
por que as sulfonilureias podem gerar riscos cardiovasculares?
pois também bloqueiam os canais de K na célula cardíaca e m. liso, o que aumenta o DC e gera vasocronstrição
explique a interação medicamentosa entre sulfonilureias e AINES
AINES aumentam o efeito hipoglicemiante, pois deslocam a sulfonilureia da albumina
explique a IM entre sulfonilureia e uricosúricos
diminui a secreção de sulfonilureia pois competem pela secreção medular
aumentam o efeito hipoglicemiante
explique a IM entre sulfonilureia e IMAO
IMAO inibem as enzimas que metabolizam as sulfonilureias
aumentam o efeito hipoglicemiante
explique a IM entre sulfonilureia e antibacterianos, como sulfonamidas, trimetoprima, cloranfenicol
os antibacterianos se ligam intensamente á albumina
aumentam o efeito hipoglicemiante
explique a IM entre sulfonamidas e antifúngicos imidazólicos
os antifúngicos inibem a CYP, comprometendo o metabolismo de sulfonamidas.
aumentam o efeito hipoglicemiante
explique a IM entre sulfonilureias e tiazídicos
os tiazídicos diminuem a secreção se insulina, o que favorece a hiperglicemia pois diminui o efeito da sulfonilureia
explique a IM entre sulfonilureias e corticosteroides
os corticosteroides estimulam a glicogênese hepática, assim, comprometem o efeito da sulfonilureia, favorecendo a hiperglicemia
qual o pré-requisto para o uso clínico das sulfonilureias?
células beta pancreáticas funcionais
quais são as glinidas?
- repaglinida
- nateglinida
qual o mecanismo de ação das glinidas
hiploglicemiante oral que atua bloqueando os canais de K modulados por ATP de forma mais seletiva.
assim, geram despolarização e abertura de canais de Ca, gerando exocitose de vesículas de insulina.
desse modo, estimulam a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, favorecendo a captação de glicose pelo fígado, musculo e tecido adiposo.
assim, são administrados pouco antes das refeições para evitar hiperglicemia pós-prandial.
qual a diferença do mecanismo de ação entre as sulfonilureias e as glinidas?
as glinidas possuem início e término de ação mais rápido, com meia vida de 3h, gerando menos hipoglicemia
além disso, são mais seletivos para os canais de K das células beta pancreáticas, o que reduz o risco cardiovascular
qual é a glitazonas?
pioglitazona
como é o início de ação e duração de ação da glitazona?
lento, com duração de ação de 1 a 2 meses
por que pode haver ganho de peso no início do tratamento com glitazona?
pois atua no ducto coletor, assim, ela estimula a retenção hídrica no início do tratamento, o que aumenta o volume plasmático em 500ml
além disso, estimula a lipogênese, favorecendo a deposição de gordura subcutânea
qual o mecanismo de ação da glitazona?
hipoglicemiante oral que atua no receptor nuclear gama (tipo IV), estimulando a proliferação de peroxissomos. Esse receptor esta presente em maior quantidade no tecido adiposo, e em menor quantidade no músculo e no fígado.
com isso, nos 3 locais (tec adiposo, músculo e fígado) atua diminuindo a resistência à insulina
no hepatócito:
- diminui a saída de glicose hepática e a gliconeogênese, uma vez que aumenta a sensibilidade de receptor de insulina hepático
no músculo:
- estimula a transcrição de GLUT4, o que aumenta a captação de glicose pelo músculo e também contribui para a diminuição da gliconeogênese
no tecido adiposo:
- aumenta a atividade da glicerol quinase aumentando a captação de glicose, ác graxos e a lipogênese
- aumenta a lipase lipoproteica, o que estimula a hidrólise de TG, quilomícrons e VLDL, liberando ácido graxo e glicerol para geração de energia.
- além disso, aumenta a proteína transportadora, FATP/CD36, e ligante, 8P2, de ácido graxo.
porém, causam reabsorção de Na pelo ducto coletor, retendo líquido
quais são os aspectos farmacocinéticos da glitazona?
- VO, absorção rápida e quase completamente absorvidas
- pico de concentração em 2h
- se ligam a albumina
- sofrem metabolismo hepático
- forma metabólitos ativos: rosiglitazona e pioglitazona. onde a rosiglitazona é metabolizada pela CYP2C8 e eliminada na urina e a pioglitazona é metabolizada pela CYP2C8 e CYP3A4 e é eliminada na bile
quais são os efeitos adversos da glitazona?
- disfunção hepática
- retenção hídrica
- ganho de peso
- edema
- insuficiência cardíaca
- cefaleia
- distúrbios TGI
- redução no volume de hemoglobina e hematócrito
em que casos a glitazona é contra-indicada?
- gravidez
- lactentes
- crianças
quais são os inibidores da alfa-glicosidase?
- acarbose
- miglitol
qual o mecanismo de ação dos inibidores da alfa-glicosidase?
hipoglicemiante oral que atua inibindo a alfa-glicosidase intestinal. assim, retarda a degradação de polissacarídeos e dissacarídeos, e, consequentemente, retarda a formação de monossacarídeos de glicose.
assim, retarda a absorção de carboidratos pelo TGI. desse modo, reduz a hiperglicemia pós-prandial
quais os efeitos adversos dos inibidores da alfa-glicosidase?
- flatulência
- diarreia
- distensão abdominal
quais são os fármacos que mimetizam as incretinas?
- exantida
- liraglutida
- dulaglutida
qual o mecanismo de ação dos mimetizadores das incretinas?
hipoglicemiantes orais que mimetizam a função das incretinas, portanto, estimulam a secreção de insulina pelas células beta-pancreáticas, favorecendo a captação de glicose pelas células, com o objetivo de evitar hiperglicemia pós-prandial.
além disso:
- suprimem a secreção do glucagon, o que inibe a glicogenólise e gliconeogênese hepática;
- retardam o esvaziamento gástrico, gerando mais saciedade e reduzindo a ingesta alimentar;
- evitam a esteatose hepática pois reduzem o acúmulo de gordura no fígado.
como os mimetizadores de incretinas devem ser administrados?
- via subcutânea
- 2x ao dia, antes da primeira e última refeição
quais os efeitos adversos dos mimetizadores de incretinas?
- hipoglicemia
- distúrbios TGI
quais são as gliptinas?
- sitagliptina
- saxagliptina
- linagliptina
- vildagliptina
explique o mecanismo de ação das gliptinas
hipoglicemiantes orais que inibem competitivamente a enzima dipeptidilpeptidase-4.
assim, reduzem a degradação das incretinas endógenas, como GLP1 e GIP, o que potencializa o seu efeito.
desse modo, aumenta-se a secreção de insulina pelas células beta-pancreáticas, o que aumenta a captação de glicose e, consequentemente, reduz a glicemia e a secreção de glucagon.
como é o metabolismo das gliptinas?
sofre metabolismo hepático pelas CYP e eliminação renal
quais os efeitos adversos das gliptinas?
- infecção do trato respiratório superior
- infecção do trato urinário
- cefaleia
quais as vantagens das gliptinas?
- não causam ganho de peso
- reduz o risco cardíaco
quais são os hipoglicemiantes orais que atuam no túbulo proximal?
- empagliflozina
- dapagliflozina
- canaglifozina
explique o mecanismo de ação dos hipoglicemiantes que atuam no túbulo proximal
atuam inibindo o co-transportador Na-glicose no túbulo proximal.
assim, impedem a reabsorção de Na e glicose, o que causa diminuição na glicemia.
também causam um aumento discreto na frequência urinária o que contribui para a redução da PA
causam perda de peso, devido a eliminação de líquidos
quais são os aspectos farmacocinéticos dos hipoglicemiantes que atuam no túbulo distal?
- VO
- pico plasmático 1,5h após a administração
- metabolismo por glicuronidação pela UDP-glicuroniltrasferase
quais são os efeitos adversos dos hipoglicemiantes que atuam no túbulo proximal?
- hipoglicemia
- infecções genitais
- prurido
- miccção aumentada
- infecção no trato urinário
em que casos os hipoglicemiantes orais que atuam no túbulo distal são contraindicados?
- gestantes
- doença renal moderada a grave com TGF< 45ml/min taxa de depuração de creatinina <60ml/min