Síndrome Urêmica Flashcards

1
Q

Quais as manifestações decorrentes da perda da filtração?

A
  • azotemia: aumento de ureia > 40 e creatinina > 1,5
  • retenção de escórias nitrogenadas que irritam tecidos corporais: pericardite (sopro sisto-diastólico), encefalopatia (flapping), disfunção plaquetária, manifestações de TGI (vômitos, sangramentos)
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2
Q

Qual o tipo de pericardite e diagnósticos diferencias?

A
  • hemorrágicas

- TB e câncer

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3
Q

Quais as manifestações decorrentes da perda do equilíbrio hidro-eletrolítico, o que sobe o que cai?

A
  • hipervolemia: edema, congestão, hipertensão
  • alto: potássio, H+, fosfato
  • baixo: sódio (dilucional), cálcio (consumido pelo fosfato)
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4
Q

Quais as manifestações decorrentes da perda da função endócrina?

A
  • Anemia: queda da EPO

- doença óssea: queda de vitamina D

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5
Q

Como fazer a diferenciação entre IRA e IRC? Clínica laboratório e imagem?

A

IRA:

  • instalação rápida e reversível
  • sem anemia e doença óssea
  • creatinina prévia normal
  • USG normal

IRC:

  • instalação lenta (meses a anos) e irreversível
  • com anemia e doença óssea
  • creatinina 3 meses atrás alterada
  • USG com redução do tamanho do orgão (< 8cm) e perda da relação córtico-medular
  • polineuropatia
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6
Q

Qual a definição de IRA?

A
  • aumento de Cr ≥ 0,3 em 48h
  • aumento da Cr > 50% em 7 dias
  • diurese < 0,5 mL/kg/h em 6 horas
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7
Q

Como classificar como KDIGO? em 7 dias

A
  • E1: Cr > 1,5x basal e DU < 0,5ml/kg/h (≥6)
  • E2: Cr > 2x basal e DU < 0,5mL/kg/h (≥ 12h)
  • E3: Cr > 3x basal e DU <0,3mL,kg/h (≥ 24h) ou anúria ≥ 12h. Pode ser aumento de 4mg ou diálise em 48h
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8
Q

Quais os tipos de IRA e principais causas?

A
  • pré-renal (55%): hipovolemia e choque
  • intrínseca (renal, 40%): glomerulopatias, NIA, NTA
  • pós-renal (5%): obstrução urinária por HPB, cálculo, CA de bexiga
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9
Q

Como tratar os tipos?

A
  • pré-renal: repor volume
  • intrínseca: tratar causa base, corticoide em glomerulopatias, suporte, retirar medicamentos
  • pós-renal: desobstrução com duplo-J, cateter vesical
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10
Q

Quais os elementos que podem ser visualizados na microscopia do sedimento urinário e o que indicam?

A
  • eosinofilúria: NIA e ateroembolismo
  • cilindro hemático: glomerulopatia
  • cilindro hialina: proteína de Tamm-Horsfall. indica lesão pré-renal
  • cilindro granuloso: com células tubulares que morreram, indica NTA
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11
Q

Quais são as indicações clássicas de diálise de urgência e crônica?

A

Aguda

  • refratariedade: hipervolemia, acidose, hipercalemia
  • doença grave (uremia franca): pericardite, encefalopatia, hemorragia
  • intoxicação exógena por substância dialisável

Crônica:

  • TFG < 10 e uremia
  • na DM TFG < 15
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12
Q

Qual a fisiopatologia da NTA? Qual diferença pode ter na lesão tóxica?

A
  • agressão isquêmica ou tóxica prolongada renal que cursa com necrose das células tubulares com descamação para o túbulo e bloqueiam o fluxo urinário.
  • Logo reduz a filtração e a reabsorção cursando com IRA oligúria
  • na lesão tóxica pode ser não oligúrica pois o túbulo lesou e não reabsorve
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13
Q

Quais as principais causas de NTA?

A
  • isquemia: choque séptico, hipovolêmico, contraste iodado

- lesão tóxica: aminoglicosídeo, Anfotericina B, mioglobina (esmagamento), contraste iodado

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14
Q

Como fazer o tratamento da NTA?

A
  • tratamento de suporte até re-epitelização, que demora entre 7-21 dias
  • se necessário diálise
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15
Q

Como prevenir NTA?

A
  • se o paciente será exposto a contraste iodado, eletivo, usa hipo-osmolar ou hiperhidratar o paciente
  • na rabdomiólise: hiper-hidratar e dar manitol
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16
Q

Como diferenciar IRA pré-renal de NTA?

A
  • Na IRA pré-renal há ávida absorção de sódio e água, na NTA não, pois as células morreram
  • pré-renal: FeNa < 1%, sódio urinário <40, FeUr <35% (em uso de diurético é melhor), osmolaridade > 500, cilindros hialinos, U/Cr > 40
  • NTA: FeNa > 1%, sódio urinário > 40, FEUr > 50%, osmolaridade < 350, cilindros granulosos, U/Cr <20
17
Q

Qual a definição de DRC? Quando aprece as complicações?

A
  • lesão renal que dura > 3 meses
  • TFG ≤ 60
  • albuminúria ≥ 30mg em 24h ou por g de creatinina
  • a partir de G3
18
Q

Quais as principais causas? Quais cursam com rim de tamanho normal ou aumentado?

A
  • HAS no brasil e DM no mundo
  • infiltrativas: amiloidose, policística, esclerodermia
  • hiperfluxo: DM, falciforme, HIV
  • obstrutivas: hidronefrose
19
Q

Como classificar a DRC?

A
  • G1: TFG > 90
  • G2: TFG > 60
  • G3A: TFG > 45
  • G3B: TFG > 30
  • G4: TFG > 15
  • G5: TFG ≤ 15
  • A1: albuminúria < 30mg
  • A2: albuminúria entre 30-300mg
  • A3: albuminúria > 300mg
20
Q

Qual a conduta nos diferentes estágios?

A
  • G1 e G2: nefroproteção com IECA/BRA
  • G3A e G3B: tratar anemia e doença óssea
  • G4: preparar para terapia de substituição, fazer fístula, por na fila de transplante
  • G5: terapia de substituição renal. Diálise se abaixo de 10
21
Q

Qual a causa da anemia?

A
  • multifatorial, o mais importante é a deficiência de EPO, que reduz a massa eritrocitária
22
Q

Como tratar? Qual o alvo de Hb, ferritina e IST? E a disfunção plaquetária?

A
  • Alvo: Hb 10-11,5 (melhora o sangramento urêmico)
  • Repões os estoques de ferro, se não resolver dá EPO, B9, B12, ferro
  • manter ferritina ≥200 e IST ≥ 20%
  • EPO em excesso pode dar HAS e trombose
  • tratar a anemia e usar DDAVP
23
Q

Qual a fisiopatologia da osteíte fibrosa ?

A
  • queda de vitamina D e aumento de fosfato reduzem a calcemia levando a um hiperparatireoidismo secundário, culminando na reabsorção óssea com alto turn-over ósseo
24
Q

Como dar o diagnóstico? Quais os valores normais de fosfato e PTH?

A
  • não precisa de imagem
  • DRC + fosfato alto + PTH alto
  • fosfato: 2,5-4,5mg/dL e PTH: 10-60pg/dL
25
Q

Quais as alterações radiológicas podemos encontrar?

A
  • reabsorção subperiosteal das falanges
  • crânio em sal e pimenta
  • coluna em rugger-jersey
  • tumor marrom: osteoclastoma
26
Q

Como tratar? Em ordem

A

1º restrição de fosfato da dieta (inicial): 800-1000g/dia
2º quelantes de fosfato: sevelamer, lantânio
3º suplementação de calcitriol

4º: calcimiméticos: cinacalcete

27
Q

O que é o hiperparatireoidismo terciário? Como tratar?

A
  • estímulo crônico aumentado sobre a paratireoide pode gerar uma autonomia da glândula, cursando com DRC + hipercalcemia.
  • paratireoidectomia
28
Q

O que é a doença óssea adinâmica? Como tratar?

A
  • complicação que decorre do tratamento excessivo da osteíte fibrosa, com aumento do cálcio de supressão do PTH
  • reduz o tratamento da osteíte fibrosa
29
Q

Quais os tipos de terapia de substituição renal?

A
  • transplante e diálise
30
Q

Quais as vantagens e desvantagens do transplante?

A
  • aumenta sobrevida

- pouca disponibilidade de doadores, incompatibilidade

31
Q

Como fazer a imunossupressão do transplante?

A
  • tripla: corticoide, inibidor da calcineurina (tacrolimus, ciclosporina) e antiproliferativo (micofenolato ou azatioprina)
32
Q

Quais os tipos de diálise e suas indicações?

A
  • hemodiálise: com fístula, ou veias profundas, é mais frequente
  • peritoneal: naqueles que não toleram HD, crianças ou sem acesso. Dura muito tempo
33
Q

O que é a síndrome hemolítico-urêmica? Qual a faixa etária mais acometida?

A
  • após infecção pela E. coli (O157:H7), há liberacão de toxinas que agridem o endotélio do capilar glomérular desencadeando uma cascata de coagulação, consumindo plaqueta e formando rede de fibrina e trombose glomerular que rompe as hemácias que passam por ela
  • ocorre um plaquetopenia, anemia hemolítica microangiopática e insuficiência renal
  • < 2 anos
34
Q

Como diagnosticar e tratar?

A
  • tríade: plaquetopenia, anemia hemolítica e difunção renal

- trata hidratando. ATB agrava a situação

35
Q

Como calcular TFG pela fórmula de Cockroft-Gold?

Quando não pode usar?

A
  • (140 - idade) x peso/ 72 x creatinina vezes 0,85 se mulher

- paciente com IRA