Distúrbios da hemostasia Flashcards
Quais as principais características da hemostasia primária? Onde sangra e como sangra?
- principal ator: plaquetas
- função: fazer parar de sangrar
- locais: pele (petéquias, púrpuras, equimoses) e mucosas (gengivorragia e epistaxe)
- modo: paciente com sangramento precoce que não para de sangrar
Quais as principais características da hemostasia secundária? Onde sangra e como sangra?
- principal ator: cascata de coagulação
- função: impedir que volte a sangrar protegendo o tampão plaquetário
- locais: hemartrose, hematoma, retroperitônio, SNC
- modo: para de sangrar e volta logo depois
Descrever as fases da hemostasia primária (3)
- adesão: com lesão endotelial e exposição do colágeno ocorre adesão da glicoproteína Ib com o FvWB adequado para a lesão vascular
- ativação: degranulação plaquetária liberando ADP (receptor P2Y12) e tromboxano A2 que muda a confornmação e atrai mais plaquetas
- agregação: plaquetas ativadas se agregam através da glicoproteína IIb/IIIa usando o fibrinogênio como facilitador
Quais os defeitos que podem ocorrer na hemostasia primária? Quais os exames avaliam?
- plaquetopenia: hemograma com contagem de plaquetas (150.000-450.000)
- disfunção plaquetária: avaliado pelo tempo de sangramento (3-7m). A contagem plaquetária deve estar normal
Quais as possíveis causas de plaquetopenia?
- queda de produção: infiltração medular
- sequestro esplênico
- dilucional: paciente recebeu muito volume, transfusão maçica
- espúria: falsa redução por erro na coleta (coletar com citrato)
- causas imunes: PTI e PTT
O que é PTI idiopática? Por que ocorre?
- é a principal causa de plaquetopenia isolada
- ocorre opsonização plaquetária imune, sendo destruídas no baço
Quais os possíveis quadros clínicos?
- criança: ocorre de forma aguda, autolimitada e assintomática. Normalmente após quadro de IVAS. Plaquetopenia isolada e em 10% pode ter esplenomegali leve
- mulher adulta (20-40 anos): episódios crônicos e recorrentes
Como fazer o diangóstico?
- casos típicos: diagnóstico clínico, plaquetopenia e mais nada
- quadros duvidosos: aspirado de medula com hiperplasia de megacariócitos
Como tratar? Em quais casos?
Corticoide oral
- sangramento ativo e plaquetas < 20-30.000
- episódio agudo na criança < 10.000 plaquetas
Imunoglobulina polivalente e pulsoterapia
- sangramento grave: SNC, TGI
O que pode ser indicado em quadros crônicos e dependentes de corticoides?
- esplenectomia
- rituximab
Há necessidade de transfusão de plaquetas? Quando indicar?
- não fazer de rotina
- somente em sangramento muito graves e ameaçadores a vida
Quais as causas de PTI secundária?
- HIV, lúpus, LLC, uso de heparinas
O que é a síndrome de Evans?
- paciente lúpica com plaquetopenia e anemia imune
Qual a fisiopatologia da trombocitopenia induzida por heparinas (HIP)?
- paciente em uso de qualquer heparina fabrica anticorpos contra o complexo heparina/fator 4 plaquetário, culminando em destruição plaquetária e ativação das mesmas
Qual a clínica da HIP?
- plaquetopenia e trombose em paciente com uso de heparina
Como fazer o diagnóstico?
Escore 4T
- tempo: 5-10 dias de uso de qualquer heparina em qualquer dose
- trombocitopenia não grave
- trombocitopenia sem outra causa aparente
- trombose: presente em até 50% dos casos
Como fazer o tratamento?
- suspender a heparina
- fazer inibidor da trombina (dabigatran) ou do fator Xa (rivaroxaban)
Qual a fisiopatologia da PTT?
- paciente tem agressão imune inibindo ação do ADAMTS 13. Este por sua vez não cliva mais o FvWB em pedaços, ficando maior e consumindo mais plaquetas , cursando com trombose e plaquetopenia. Além disso, o FvWB circula causando lesão endotelial e microangiopatia trombótica e hemólise com esquizócitos
Qual a clínica?
- mulheres 20-40 anos
- P: plaquetopenia
- E: esquizócito (hemólise microangiopática)
- N: neurológico (alteração de SNC)
- T: temperatura elevada
- A: anúria (isquemia renal)
Como fazer o diagnóstico e tratamento?
- atividade de ADAMTS 13
- plasmaférese
- não fazer transfusão de plaquetas, só piora a trombose
Qual a fisiopatologia da SHU?
- infecção pela E. coli O157:H7 que libera a shigatoxina. Esta agride o endotélio glomerular levando a formação de coágulo e rede de fibrina causando plaquetopenia, anemia hemolítica microangiopática, injúria renal
Qual a epidemiologia?
- usualmente em < 2 anos