Cefaleias Flashcards
Quando suspeitar de cefaleias secundárias? Quais os sinais de alarme?
- início após 50-55 anos
- início súbito
- caráter progressivo
- manifestações sistêmicas associadas (pele, pleura)
- mudanças na característica da dor
- alterações neurológicas (sinais focais, papiledema)
- TCE recente
- sinais de infecção (febre)
- < 6 anos
Quais os aspectos epidemiológicos da cefaleia tensional?
- mais comum de todas
- acomete ligeiramente mais mulheres
Quais os aspectos clínicos da dor da cefaleia tensional?
- opressiva, bilateral
- leve a moderada (não incapacita)
- associada a hiperestesia ou hipertonia de musculatura pericraniana (trapézio)
- associada a náusea ou fotofobia ou fonofobia
- dura 30 minutos a 7 dias
Qual o principal desencadeanete?
- estresse
Como fazer o tratamento abortivo e profilático? E quando indicar o profilático?
- analgésico simples e AINE
- Tricíclico: amitriptilina, nortriptilina
- somente se ≥ 15 crises/mês por mais de 3 meses
Qual a provável fisiopatologia da migrânea?
- uma hiperexcitabilidade cerebral com disfunção de neurotransmissores que leva a reação trigeminal e dor
Quais os aspectos epidemiológicos da migrânea?
- mais comum em mulheres jovens
- 2ªmais comum de todas (mais comum na emergência)
- história familiar importante
Quais os aspectos clínicos da dor da migrânea?
- pode ser precedida de aura
- unilateral, frontotemporal
- forte intensidade incapacitante
- caráter pulsatil
- usualmente dura < 6 horas, mas pode durar até 72h
- associada a fonofobia, fotofobia, náusea e vômito, piora com movimento
O que é a aura?
- manifestações neurológicas que precedem a dor, e somem espontaneamente
- escotomas, paresias, plegias, moscas volantes
O que é a migrânea hemiplégica familiar? E a de Bickerstaff?
- hemiplégica familiar: hemiplegia precedida da dor
- Bickerstaff: sintomas de tronco cerebral (diplopia, disartria, vertigem, hipoacusia)
Como fazer o tratamento abortivo?
- AINES: leves a moderadas
- Triptanos (agonista 5HT1): crises moderadas a graves
- metoclopramida: antagonista dopaminérgico central
- clorpromazina: refratário
- dexametasona: impede recorrência
- lamistidan: agonista 5HT1 mais seletivo, menos efeito vasoconstrictor
Quando e como fazer o tratamento profilático?
- se ≥ 3-4 crises no mês
- ß-bloqueador: propranolol
- anti-depressivo: amitriptilina, venlafaxina
- anti-epiléptico: topiramato, valproato
- BCC: flunarizina
- antagonista CGRP: erenumabe
Quais os aspectos epidemiológicos da cefaleia em salvas?
- 3x mais comum em homens
- rara
Quais os aspectos clínicos da cefaleia em salvas?
- dor em facada, unilateral, pero-orbitária
- desencadeada por álcool, histamina
- associada a: lacrimejamento, congestão nasal, edema periorbital, hiperemia conjuntival, miose, ptose tudo ipsilateral
- muito intensa e grave
- dura de 15-180 minutos até 8x por dia e pode sumir por varios meses
Como fazer o tratamento abortivo?
- O2 100% 7-10L/min, com tronco fletido para a frente
- triptano subcutâneo ou intranasal
Como e quando fazer o tratamento profilático?
- após primeira crise
- verapamil em altas doses (ver se não tem alteração no ECG)
- valproato
- prednisona: ciclo de 10 dias
Qual o principal diagnóstico diferencial da cefaleia em salvas?
- hemicrania paroxística crônica
Quais as principais diferenças?
- duração: 2-30 minutos
- vem mais vezes ao dia (> 5 vezes)
Como fazer o tratamento crônico?
- indometacina 75-225mg/dia
- resposta ótima
- opção: verapamil
Quais as características clinico-epidemiológicas da HIC benigna ou pseudotumor?
- mulher 20-40 anos, obesa, tabagista
- queda da acuidade visual, papiledema
Como diagnosticar?
- neuroimagem: vem normal
- líquor: raquimanometria > 20-25 mmHg com análise normal
Como tratar?
- Perder peso, parar de fumar, costuma desaparecer espontaneamente em 6 meses
- persistente: punção de alívio, acetazolamida, DVP
Quando suspeitar que a cefaleia é decorrente de um fenômeno vascular?
- quando for uma dor forte, incapacitante, de início súbito com queda do nível de consciência
Quais as principais causas e como diferencias pela clínica?
- HSAE: apresenta com irritação meníngea e pode ter cefaleia sentinela
- intraparenquimatosa: hemiplegia pura contralateral por compressão da cápsula interna
Qual a sintomatologia típica da hipertensão intracraniana?
- cefaleia
- papiledema
- tríade de cushing: HAS, bradicardia e respiração irregular
Quais são as características da cefaleia de acordo com o compartimento acometido e as principais causas de cada compartimento?
- parênquima: cefaleia progressiva com sinais focais. Tumores e abcesso
- líquor: cefaleia progressiva, sem sinal focal. Hidrocefalia
- Vasos: cefaleia súbita
Qual a propedêutica inicial diante de suspeita de HIC?
- neuroimagem
Qual a clínica das neoplasias intracranianas?
- deficit focal
- hipertensão intracraniana
- crises epilépticas
Como diagnosticar e qual o tratamento?
- neuroimagem (RM)
- cirurgia, quimio e radioterapia
Quais os tipos de tumores benignos mais comuns e suas características mais importantes?
- meningioma: mais comum
- neurinoma acústico (8º par): surdez unilateral
- craniofaringioma: é supraselar em crianças, cursa com hemianopsia bitemporal e calcificações intratumorais
Quais malignos mais comuns e suas características mais importantes?
- astrocitoma pilocítico juvenil: mais comum em crianças, acomete cerebelo, não capta contraste
- meduloblastoma: segundo mais comum em crianças, acomete cerebelo, capta contraste
- glioblastoma multiforme: mais comum em idoso, pior prognóstico
Quais os principais tumores primários que enviam metástases para o SNC?
- cerebral: pulmão
- meníngea: mama
O que é a arterite temporal?
- uma vasculite de grandes e medias calibre (temporal, oftalmica, lingual, carótida
Qual a epidemiologia da arterite temporal? E a associação importante?
- idosos > 50 anos
- associado a polimialgia em 40% dos casos
Quais são os sintomas da arterite temporal? (4C)
- constitucional: febre é o principal (principal causa de febre de origem indeterminada no idoso)
- cefaleia: temporal (mais comum)
- claudicação de mandíbula
- cegueira: complicação mais grave
Como fazer o diagnóstico?
- padrão-ouro: biópsia de artéria temporal
- VHS e PCR: marcadores de atividade
Como fazer o tratamento?
- com corticoterapia
Qual a definição de meningite?
- infecção das meninges e do espaço do subaracnoide
Qual a fisiopatologia da meningite? E a principal causa de morte e sequela?
- ocorre colonização da oro-faringe pelo meningococo, com invasão da corrente sanguínea e bacteremia. Com isso chega ao espaço subaracnoide causando inflamação, edema e HIC (principal causa de morte)
- sequela principal é a surdez
Qual a etiologia segundo a faixa etária?
- neonatos: E. coli, GBS, listeria
- 1 mês até 20 anos: meningococo, pneumococo e haemophilus
- ≥ 20 anos: meningococo (principal no brasil) e pneumococo (principal nos EUA)
- > 55 anos, grávida e imunossuprimido: lembrar da listeria
- pós-TCE: pneumococo
- pós-neurocirurgia e infecçãode shunt: estafilo, pseudomonas e listeria
Qual o quadro clínico?
- febre
- cefaleia
- vômito em jato (não precedido por náusea)
- queda do nível de consciência
- sinal de kernig, brudizinski e rigidez nucal
- convulsão: pensar em meningoencefalite
- petéquias: meningococcemia
- hiponatremia: SIADH
Qual o espectro da doença meningococócica?
- meningite
- sepse pelo meningococo: mais grave, tem menos sinais meníngeos, pode causar necrose
- meningite + meningococcemia
Qual as complicação clássicas da prova? Como suspeitar e o que fazer?
- Meningococo: síndrome de Waterhouse-Friderichsen: destruição hemorrágica das adrenais. Manifesta com choque refratário e dor abdominal
- pneumococo: abcesso. Em paciente que não melhora apesar do ATB. O líquor na repunção está normal, deve pedir neuroimagem e associar metronidazol e ampicilina
Como fazer o diagnóstico da meningite?
- hemocultura: pode ter alta sensibilidade
- punção liquórica
- TC antes da punção se sinais de hipertensão intracraniana
Quais as características na análise do líquor?
- pressão de abertura: aumentada (normal <18-20)
- celularidade aumentada: normal até 4/mm3
- hiperproteinorraquia: normal até 30
- hipoglicorraquia: normal entre 50-80
- antígenos bacterianos
- cultura
- bacterioscopia no gram
Quais os tipos de coloração ao gram possíveis?
- diplococos gram negativos: meningococo
- diplococos gram positivos: pneumococos
- bacilo gram negativo: haemophilus
- bacilo gram positivo: listeria
Quais os padrões liquóricos?
- aumento de PMN + glicose baixa: bactéria
- aumento de PMN + glicose normal: caxumba ou começo de bactéria
- aumento de linfomono + glicose baixa: fungo ou TB (fazer punção seriada)
- aumento de linfomono + glicose normal: viral
Qual a coloração especial no caso de fungos?
- tinta nanquim no criptococos
Qual o vírus mais comum?
- enterovírus
Como fazer o tratamento?
- neonatos: cefotaxima + ampicilina (não usa ceftriaxona pois afeta metabolismo de Bb)
- 3 meses até 55 anos: ceftriaxona +/- vancomicina
- > 55 anos, gestante e imnossuprimido: ceftriaxona + ampicilina (listeria)
- dexametasona 20 minutos antes da 1ª dose do ATB. Se for haemophilus ou pneumo mantem por 48h
O que fazer do ponto de vista de prevenção hospitalar e epidemiologico?
- isolamento respiratório para haemophilus e meningococo até 24h de ATB
- notificação compulsória
Quando fazer profilaxia?
- meningococo: contatos próximos, profissionais de saúde sem EPI, para o paciente se não usar cefalosporina de 3ª geração
- haemophilus: todos os contatos domiciliares se tiver uma criança < 4 anos não vacinada ou imunossuprimida
Como fazer a profilaxia?
- meningococo: rifampicina 600mg (10mg/kg/dose) de 12/12 horas por 2 dias
- haemophilus: rifampicina 600mg (20mg/kg/dose) 1x/dia por 4 dias
Quais as opções para profilaxia?
- quinolona 500-750mg 1x
- ceftriaxona 250mg IM DU
Qual a clínica da HIC?
- cefaleia
- queda do nível de consciência
- papiledema bilateral
- vômitos em jato
- paralisia do VI par (abducente): estrabismo convergente
- tríade de cushing: HAS, bradicardia e respiração irregular
Qual a abordagem inicial?
- TC para descobrir a causa