ROCCO TORAX Flashcards
Qual deve ser a posição do paciente para o exame físico do tórax?
O paciente deve estar sentado de costas para o examinador, com as mãos apoiadas nos joelhos e o tórax desnudo. No caso de mulheres, as mamas devem ser cobertas com um lençol, preso pelas axilas, para garantir o acesso ao dorso, às paredes laterais e à porção superior da parte anterior do tórax.
Por que não é aceitável examinar o paciente sobre as vestes?
Porque o contato direto do estetoscópio com a pele é essencial, especialmente durante a ausculta respiratória, para garantir a precisão na identificação de sons pulmonares.
Como deve ser realizado o exame em pacientes que não podem sentar-se?
O paciente deve ser examinado deitado. Para examinar a parede posterior do tórax, o paciente deve ser posicionado de lado, com auxílio de um assistente, se necessário. No entanto, essa posição impõe restrições ao exame.
Qual é a importância das linhas topográficas do tórax no exame físico do aparelho respiratório?
As linhas topográficas do tórax são referências anatômicas que auxiliam na localização precisa das estruturas intratorácicas, permitindo a delimitação dos pulmões e do espaço pleural, além de ajudar na descrição de possíveis alterações.
Quais são as principais linhas topográficas do tórax na região anterior?
- Linha médioesternal: Da fossa supraclavicular ao apêndice xifoide, divide o tórax em duas metades.
- Linha paraesternal: Inicia na articulação esternoclavicular e percorre a borda esternal.
- Linha hemiclavicular: Passa pelo ponto médio entre as articulações esternoclavicular e acromioclavicular.
Quais são as linhas topográficas localizadas na região lateral do tórax?
- Linha axilar anterior: Desce pela borda do músculo peitoral maior.
- Linha axilar média: Desce a partir do vértice da axila.
- Linha axilar posterior: Segue a borda inferior do músculo latíssimo do dorso.
Quais são as linhas topográficas na região posterior do tórax?
- Linha vertebral: Percorre as apófises espinhosas.
- Linha interescapular: Passa medialmente à borda interna da escápula em posição anatômica.
- Linha paravertebral (ou paraespondileia): Paralela e equidistante entre as linhas vertebral e escapular.
Quais são os limites inferiores do pulmão, de acordo com as linhas de referência?
• Sexto arco costal na linha hemiclavicular.
• Oitavo arco costal na linha axilar média.
• Décimo arco costal na linha paravertebral.
Quais são os limites inferiores da pleura, segundo as linhas de referência?
• Oitavo arco costal na linha hemiclavicular.
• Décimo arco costal na linha axilar média.
• Décimo segundo arco costal na linha paravertebral.
Onde estão localizadas as bases e os vértices pulmonares?
• Bases pulmonares: 5 a 7 cm abaixo do ângulo inferior da escápula.
• Vértices pulmonares: Cerca de 2 cm acima do bordo superior da clavícula.
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Como a inspeção do tórax é dividida e qual a posição ideal do paciente para a inspeção estática?
A inspeção do tórax é dividida em inspeção estática e inspeção dinâmica. Na inspeção estática, o paciente deve estar sentado, e o examinador deve observar as paredes anterior, lateral e posterior do tórax para avaliar diferentes características.
Quais são as principais cicatrizes cirúrgicas que devem ser observadas na inspeção estática do tórax?
• Esternotomia mediana
• Toracotomia posterolateral
• Drenos
• Escrófulas (adenopatia cervical associada à tuberculose)
O que são abaulamentos e como podem ser classificados?
Os abaulamentos são elevações anômalas no tórax.
• Abaulamentos pulsáteis: Indicativos de aneurisma. • Abaulamentos não pulsáteis: Associados a tumores ou cistos.
Quais erupções cutâneas são observadas na inspeção estática do tórax?
• Herpes-zóster: Inicia-se com placas eritematosas na região intercostal, evoluindo para vesículas, pústulas e crostas.
O que é o Sinal de Troisier e em quais condições é encontrado?
O Sinal de Troisier é a linfonodomegalia supraclavicular isolada, também conhecida como gânglio de Virchow. Está associado a cânceres torácicos e abdominais, principalmente de estômago e pâncreas.
Quais gânglios axilares podem ser encontrados na inspeção do tórax?
Os gânglios axilares hipertrofiados são encontrados em pneumopatias infecciosas ou em metástases ganglionares de neoplasias mamárias.
O que é ginecomastia e quais são suas causas?
A ginecomastia é o aumento do tecido mamário masculino.
• Não dolorosa: Associada a cirrose e tuberculose pulmonar com desnutrição intensa. • Dolorosa: Causada pelo uso de hidroclorotiazida, digital (digoxina) ou espironolactona.
O que são unhas em vidro de relógio e em quais doenças são encontradas?
As unhas em vidro de relógio apresentam uma curvatura aumentada e são características de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
As unhas em vidro de relógio (hipocratismo digital) ocorrem em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) devido à hipóxia crônica e à ativação de mecanismos vasculares e inflamatórios.
1️⃣ Hipóxia crônica
- Na DPOC, há redução da oxigenação sanguínea devido à limitação do fluxo aéreo e destruição alveolar.
- A hipóxia estimula a produção de fatores de crescimento (como o VEGF – Fator de Crescimento Endotelial Vascular), promovendo angiogênese e dilatação capilar nas extremidades dos dedos.
2️⃣ Aumento da vascularização distal
- A hipóxia crônica aumenta a perfusão nas falanges distais, causando proliferação vascular e espessamento do tecido subungueal.
- Esse crescimento altera a curvatura da unha, levando ao aspecto arredondado e convexo característico das unhas em vidro de relógio.
3️⃣ Ativação de mediadores inflamatórios
- Substâncias como prostaglandinas e fatores inflamatórios são liberadas devido à inflamação sistêmica da DPOC, estimulando mudanças no tecido conjuntivo e promovendo o hipocratismo digital.
- O hipocratismo digital não é específico da DPOC, mas pode ser um indicador de hipóxia crônica e doenças pulmonares avançadas.
- Ele também pode ser encontrado em doenças cardíacas cianóticas, fibrose pulmonar e algumas doenças hepáticas.
- Na DPOC, o hipocratismo digital deve levantar a suspeita de outra doença pulmonar associada, como bronquiectasias ou câncer de pulmão, pois não é uma manifestação típica da DPOC isolada.
🔎 Resumo: Pacientes com DPOC desenvolvem unhas em vidro de relógio principalmente devido à hipóxia crônica, que leva ao aumento da vascularização nas extremidades dos dedos e à proliferação de tecido conjuntivo, alterando a morfologia das unhas.
O que é circulação colateral do tipo cava superior ou braquiocefálico?
A circulação colateral tipo cava superior ou braquiocefálico, também chamada de circulação em esclavina ou pelerine, é uma rede venosa desenvolvida na parede torácica anterossuperior, associada a:
• Tumor de Pancoast (tumor do sulco superior do pulmão) • Aneurisma da aorta torácica
A circulação em escravina ocorre quando há um desvio do fluxo sanguíneo devido à obstrução de grandes vasos, formando uma circulação colateral na parte superior do tórax, ombros e pescoço. Um aneurisma da aorta torácica pode causar esse fenômeno devido à compressão ou trombose da aorta ou de seus ramos principais, levando ao desenvolvimento de colaterais.
1️⃣ Compressão da aorta ou ramos supra-aórticos
- O aneurisma pode comprimir ou causar estenose da aorta descendente ou de artérias como a subclávia e carótida.
- Isso dificulta o fluxo sanguíneo para a parte superior do corpo, obrigando o sangue a encontrar caminhos alternativos.
2️⃣ Formação de circulação colateral
- Com a obstrução parcial do fluxo, o corpo ativa vias alternativas para irrigar a região supradiafragmática.
- A rede de colaterais envolve veias superficiais torácicas, cervicais e escapulares, que dilatam-se e tornam-se visíveis, formando o padrão em escravina (distribuído na parte superior do tórax, pescoço e ombros).
3️⃣ Hipertensão venosa na parte superior do corpo
- Se o aneurisma comprimir também a veia cava superior, pode ocorrer estase venosa, agravando ainda mais a dilatação das veias superficiais.
- A circulação em escravina sugere obstrução de fluxo sanguíneo torácico, podendo indicar um aneurisma de aorta torácica ou outras condições, como síndrome da veia cava superior (ex. tumores mediastinais).
- O aneurisma da aorta torácica pode ser assintomático por anos, e a circulação colateral visível pode ser um dos primeiros sinais clínicos de uma obstrução progressiva.
🔎 Resumo: O aneurisma da aorta torácica pode gerar circulação em escravina ao comprimir grandes vasos, dificultando o fluxo sanguíneo e forçando o desenvolvimento de colaterais superficiais no tórax, pescoço e ombros.
Quais são as formas anômalas do tórax que podem ser identificadas na inspeção estática?
- Tórax em tonel, barril ou enfisematoso
- Pectus carinatum (tórax em quilha ou quereniforme)
- Tórax chato
- Tórax em sapateiro ou infundibuliforme (pectus excavatum)
- Tórax em formato de sino ou cone (associado à ascite crônica ou grandes hepatoesplenomegalias)
- Tórax piriforme
- Tórax cifoescoliótico
- Tórax lordótico
VER INSPECAO DINAMICA DIRETO
Como é realizada a avaliação da elasticidade do tórax?
A elasticidade do tórax é avaliada posicionando as mãos do examinador em pontos diametralmente opostos (anteroposterior ou laterolateral) e aplicando pressão simétrica e simultânea. A elasticidade é inversamente proporcional à resistência oferecida pela parede torácica.
Quais são as condições fisiológicas que alteram a elasticidade do tórax?
• Aumento da elasticidade: Em crianças.
• Diminuição da elasticidade: Em idosos.