Rim Flashcards

1
Q

Quão prevalente é o cancro do rim?

A

São tumores raros. Correspondem a 3-4% dos tumores malignos em adultos.

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2
Q

Quais são os países onde o carcinoma do rim tem maior incidência?

A

Maior incidência nos países industrializados.

Por razões desconhecidas, na Europa os países com maior incidência são a República Checa e os países dos Balcãs.

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3
Q

Qual é a idade mediana de apresentação do carcinoma do rim? E qual é a diferença de prevalência entre homens e mulheres.

A

64 anos.

É mais frequente no sexo masculino (razão de 1,6:1).

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4
Q

Como tem evoluído a incidência e a mortalidade do carcinoma do rim?

A

Incidência crescente (crescimento 3-4%/ano) mas mortalidade decrescente (diminuição 0,4-0,6%/ano).

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5
Q

Qual é a taxa de sobrevivência ao fim de 5 anos geral do carcinoma renal (tratato)?

A

75,2%.

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6
Q

Portugal tem uma alta incidência de carcinoma renal em comparação com o resto da Europa?

A

Portugal é um dos países da Europa com menor incidência.

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7
Q

Quais são as características particulares do cancro do rim?

A

→ Quimiorresistência;
→ Comportamento variável:
Doentes com tumores indolentes que não evoluem durante décadas vs. doentes com tumores que rapidamente evoluem para doença metastática
→ Curso clínico variável na doença metastática:
- Há até metástases que regridem;
- 30% dos tumores metastizam após tratamento curativo.

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8
Q

Qual é o tipo histológico mais comum de carcinoma do rim?

A
  • Tumor de células claras (70-80%).
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9
Q

Quais são os tipos histológicos de apresentação do carcinoma do rim?

A
  • Tumor de células claras (70-80%);
  • Papilar (dos menos comuns o mais frequente);
  • Cromófobo;
  • Oncocitomas;
  • Tumores ductais de Bellini;
  • Medular.
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10
Q

As abordagens cirúrgicas e médicas são

influenciadas pelo subtipo histológico?

A

Não.

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11
Q

Quais são os fatores de risco não hereditários para carcinoma das células renais?

A
  • Tabaco;
  • Outros carcinogénios (Cádmio; Asbestos; Produtos derivados do petróleo);
  • Obesidade;
  • HTA;
  • DRC estadio 5;
  • Doença poliquística renal;
  • Esclerose tuberosa.
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12
Q

Quais são os PRINCIPAIS fatores de risco para carcinoma das células renais?

A

Tabagismo, Obesidade e HTA.

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13
Q

Quais são os fatores de risco hereditários para carcinoma das células renais?

A

Mutações hereditárias que condicionam o aparecimento de:

  • Doença de Von Hippel-Lindau (++ frequente);
  • Carcinoma Papilar Familiar;
  • Síndrome de Birt-Hogg-Dube;
  • (Outros).
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14
Q

Qual é a percentagem de carcinomas de células renais hereditários?

A

3-5%.

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15
Q

Qual é a mutação mais comum no carcinoma de células renais?

A

Deleção do braço curto do cromossoma 3 (local onde se encontra o gene VHL).

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16
Q

O que codifica o gene VHL?

A

o gene VHL codifica a proteína de Von-Hippel-
Lindau. Esta proteína funciona como supressora de tumores > inibição da via do fator de transcrição induzido por hipóxia alfa – HIF-𝜶.

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17
Q

O que ocorre ao HIF-𝜶 em situações cuja disponibilidade de oxigénio é adequada?

A

O HIF- 𝛼 sofre hidroxilações que lhe conferem afinidade para a proteína VHL.
Uma vez ligada a esta proteína, o fator HIF- 𝛼 promove a sua poli-ubiquitação e, por conseguinte, a degradação no proteossoma.

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18
Q

O que ocorre ao HIF-𝜶 em situações de hipóxia celular?

A

O HIF- 𝛼 não sofre hidroxilação, não se liga à proteína de VHL e associa-se ao HIF-𝛽. Dirige-se para o núcleo e promove a transcrição de fatores de crescimento, como o VEGF, TGF 𝛼 e 𝛽 e PDGF-B.

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19
Q

O que acontece quando há mutação no VHL?

A

Nas células mutadas no gene VHL, a proteína homónima está ausente. Consequentemente, o HIF- 𝛼, mesmo em normoxia, liga-se ao HIF-𝛽 e é translocado para o núcleo, promovendo a transcrição de fatores de crescimento e estimuladores da neoangiogénese - mecanismo de carcinogénese designado por Pseudohipóxia.

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20
Q

O que é a Doença de Von-Hipple-Lindau?

A
  • Doença autossómica dominante.
  • Resulta de uma mutação no gene VHL localizado no 3p25-26.
  • A idade de onset é precoce entre os 18-30 anos.
  • É uma doença 2nd hit, a aquisição de mutações no gene normal desenvolve-se a doença.
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21
Q

Quais são as neoplasias mais frequentemente encontradas na Doença de Von-Hipple-Lindau?

A
  • hemangioblastomas do SNC e da retina;
  • quistos e carcinomas de células renais;
  • feocromocitoma;
  • quistos e tumores endócrinos do pâncreas;
  • tumores do saco endolinfático;
  • cistadenomas do epidídimo ou do ligamento largo do útero.
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22
Q

Como se realiza o diagnóstico de Doença de Von-Hipple-Lindau?

A

Diagnóstico clínico:
1 tumor característico com antecedentes familiares positivos ou 2 tumores característicos.
Diagnóstico genético:
Até 50% dos doentes com VHL não cumprem os critérios clínicos. Nestes doentes os testes genéticos serão cruciais para o estabelecimento do diagnóstico.

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23
Q

O que é o Síndrome de Birt-Hogg-Dube?

A

→ Resulta de uma mutação no gene BHD, localizado no cromossoma 17.
→ Doentes com predisposição para fibrofoliculomas cutâneos, quistos pulmonares e tumores renais (cromógofos são os mais frequentes).

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24
Q

Sintomas de carcinoma das células renais?

A
> 50% assintomáticos;
10% tríade clássica:
- Hematúria (60% dos doentes);
- Dor abdominal nos flancos;
- Massa abdominal palpável (firme, homogénea, móvel com o ciclo respiratório).
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25
Q

Sintomas de carcinoma das células renais com envolvimento da veia cava inferior?

A
(< 10% dos casos)
o Edema
o Ascite
o Tromboembolismo
o Disfunção hepática
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26
Q

Locais mais frequentes de metastização?

A
→ Gânglios retroperitoneais
→ Pulmão
Outros locais:
→ Fígado
→ Osso
→ Cérebro
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27
Q

A metastização óssea provoca mais comumente lesões osteolíticas ou osteoblásticas?

A

Osteolíticas.

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28
Q

Quais são os sintomas paraneoplásicos causados pelo carcinoma de células renais?

A
  • Anemia;
  • Eritrocitose (aumento da produção de eritropoietina);
  • Febre;
  • Hipercalcémia (metástases ósseas, produção de PTHrP, mecanismos dependentes de prostaglandinas);
  • HTA (produção ectópica de renina);
  • Caquexia;
  • Trombocitose.
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29
Q

Como é mais comumente realizado o diagnóstico de carcinoma das células renais?

A

Incidentalmente, num exame de imagem para outro fim.

30
Q

MCDTs para avaliação inicial de um doente com carcinoma das células renais?

A
  • hemograma com contagem de plaquetas;
  • Função renal;
  • cálcio e albumina sérica;
  • TC abdomino-pélvica;
  • análises urinárias (com análise do sedimento).
31
Q

Como se apresenta o carcinoma de células renais na TC?

A

São distinguíveis com base no seu padrão de realce com contraste, uma vez que são massas muito vascularizadas.

32
Q

Diagnóstico diferencial de massa renal encontrada em exame de imagem?

A
80% são malignas:
→ Carcinoma de células renais;
→ Outros tumores renais menos frequentes:
o Carcinoma urotelial do bacinete;
o Sarcoma;
o Linfoma;
o Tumor de Wilms (idade pediátrica);
→ Metástases de outro tumor primário.
20% são benignas:
→ Trauma, lesões isquémicas;
→ Quistos e Tumores benignos:
o Adenoma;
o Angiomiolipoma;
o Oncocitoma;
→ Lesões inflamatórias:
o Pielonefrite;
o Abcesso.
33
Q

Se for encontrada uma massa renal incidentalmente, numa mulher jovem, é mais provável esta ser de causa maligna ou benigna?

A

Apesar de 80% das massas renais serem malignas, nas mulheres jovens/meia-idade é mais comum serem benignas, porque o CCR é + frequente nos homens idosos.

34
Q

MCDTs para o estadiamento de tumores das células renais?

A
  • TC torácica;
  • TC/RM CE;
  • Exames dirigidos ao osso - pedidos mediante a presença de sintomas.
35
Q

Descreve um tumor do rim de estadio I.

A

→ Tumor com <7cm de maior diâmetro;
→ Limitado ao rim;
→ Sobrevivência a 5 anos de 99%.

36
Q

Tumor com < 7cm de maior diâmetro, limitado ao rim. Qual é o estadio?

A

Estadio I.

37
Q

Tratamento de tumor do rim estadio I.

A

→ Nefrectomia parcial ou radical;

→ Se CI opções incluem vigilância ativa ou criablação em doentes selecionados com tumores de pequenas dimensões.

38
Q

Descreve um tumor do rim de estadio II.

A

→ Tumor com >7cm de maior diâmetro;
→ Limitado ao rim;
→ Sobrevivência a 5 anos de 88%.

39
Q

Tumor com > 7cm de maior diâmetro, limitado ao rim. Qual é o estadio?

A

Estadio II.

40
Q

Tratamento de tumor do rim estadio II.

A

→ Nefrectomia radical;

→ Nefrectomia parcial em doentes selecionados.

41
Q

Descreve um tumor do rim de estadio III.

A

→ Tumor invade a veia renal e/ou VCI ou a glândula
suprarrenal ipsilateral ou gânglios regionais afetados;
→ Cápsula de Gerota intacta;
→ Sobrevivência aos 5 anos de 59%.

42
Q

Tumor que invade a veia renal, com cápsula de Gerota intacta. Qual é o estadio?

A

Estadio III.

43
Q

Tumor que invade a veia cava inferior, com cápsula de Gerota intacta. Qual é o estadio?

A

Estadio III.

44
Q

Tumor que invade a glândula suprarrenal ipsilateral, com cápsula de Gerota intacta. Qual é o estadio?

A

Estadio III.

45
Q

Tumor N1, com cápsula de Gerota intacta. Qual é o estadio?

A

Estadio III.

46
Q

Tratamento de tumor do rim estadio III.

A

→ Nefrectomia radical + adrenalectomia + tumour thrombus excision e/ou dissecção ganglionar;
→ Terapia sistémica se doente inoperável ou pobre performance status.

47
Q

Descreve um tumor do rim de estadio IV.

A

→ Tumor para lá da cápsula de Gerota (IVa);
→ Metástases à distância (IVb);
→ Sobrevivência aos 5 anos de 20%.

48
Q

Tumor para lá da cápsula de Gerota. Qual é o estadio?

A

Estadio IV.

49
Q

Tumor M1. Qual é o estadio?

A

Estadio IV.

50
Q

Tratamento de tumor do rim estadio IV.

A

→ Terapia sistémica;

→ Nefrectomia citorredutora eletiva.

51
Q

Divisão em estadios segundo o TNM?

A

Estadio I: T1 N0 M0;
Estadio II: T2 N0 M0;
Estadio III: T3 N0 M0 ou T1-3 N1 M0;
Estadio IV: T4 Nx M0 ou Tx Nx M1.

52
Q

Quais são as opções terapêuticas adjuvantes, após a cirurgia?

A

Após cirurgia, faz-se vigilância ou insere-se em estudos clínicos, porque não se revelou eficácia de nenhuma terapêutica adjuvante.

53
Q

Em que consiste a nefrectomia radical?

A

A nefrectomia radical inclui a excisão em bloco do rim incluindo a fáscia de Gerota.
Poderá ser necessária a remoção da glândula suprarrenal ipsilateral caso se verifique invasão.
A dissecção dos gânglios linfáticos permanece controversa porque é uma técnica complicada e aumenta substancialmente o tempo e o risco da cirurgia.

54
Q

Quais são as opções de tratamento do carcinoma de células renais avançado/metastizado?

A

→ Terapia sistémica - pilar do tratamento da doença metastática;
→ Abordagens dirigidas ao tumor primário (doentes selecionados e após discussão em equipa multidisciplinar): Nefrectomia citorredutora ou embolização do tumor primário
→ Terapêuticas locais dirigidas às metástases: Metastasectomias, embolização das metástases ou radioterapia estereotáxica.

55
Q

Quais são or fármacos disponíveis para o tratamento sistémico do carcinoma das células renais?

A
Citocinas:
→ IL-2;
→ IFN-𝛼.
Inibidores da Angiogénese:
→ Bevacizumab;
→ Sunitib;
→ Sorafenib;
→ Pazopanib;
→ Lenvatinib;
→ Axitinib;
→ Cabozantinib.
Inibidores mTOR:
→ Temsirolimus;
→ Everolimus.
Inibidores do Checkpoint:
→ Nivolumab;
→ Avelumab;
→ Ipilimumab.
56
Q

O que é o modelo de Heng ou IMECCDC?

A

Baseia-se em 6 fatores de risco:
→ Performance Status pela escala de Karnofsky < 80%;
→ Tempo decorrido desde o diagnóstico até ao início do tratamento < 1 ano (evolução rápida da doença);
→ Hemoglobina < ao limite inferior do normal;
→ Cálcio corrigido > ao limite superior do normal;
→ Neutrófilos < ao limite inferior do normal;
→ Plaquetas > ao limite superior do normal.
Divide os carcinomas de células renais em prognóstico favorável, intermédio e desfavorável.

57
Q

Qual é a mediana de sobrevivência dos doentes com carcinoma de células renais segundo o modelo de Heng?

A

→ 0 fatores presentes&raquo_space; Favorável&raquo_space; 43 meses.
→ 1-2 fatores presentes&raquo_space; Intermédio&raquo_space; 22,5 meses.
→ 3-6 fatores presentes&raquo_space; Desfavorável&raquo_space; 7,8 meses.

58
Q

Tratamento sistémico do carcinoma de células renais com prognóstico favorável?

A

Inibidor da angiogénese:
→ Sunitinib (++);
→ Pazopanib;
→ Bevacizumab + INF.

59
Q

Tratamento sistémico do carcinoma de células renais com prognóstico intermédio ou desfavorável?

A

2 Inibidores do checkpoint imunológico:
→ Nivolumab + Ipilimumab.
Outras opções (inibidores da angiogénese):
→ Cabozantinib; Sunitinib; Pazopanib; Becavizumab + INF.

60
Q

Tratamento sistémico do carcinoma de células renais:

2º linha, se 1º linha com TKI anti-VEGF (Sunitinib)?

A

Standard:
• Nivolumab (inibidor do checkpoint imunológico);
• Cabozantinib (inibidor da angiogénese).
Outras opções:
• Axitinib (inibidor da angiogénese);
• Everolimus (inibidor mTOR);
• Lenvatinib + Everolimus.

61
Q

Tratamento sistémico do carcinoma de células renais:

2º linha, se 1º linha com Nivolumab + Ipilimumab?

A
  • Qualquer inibidor da angiogénese;

* Lenvatinib + Everolimus.

62
Q

Reações adversas:

Axitinib?

A

HTA, Diarreia, Hipotiroidismo, síndrome mão-pé.

63
Q

Reações adversas:

Bevacizumab?

A

Proteinúria, HTA, Hemorragia.

64
Q

Reações adversas:

Cabozantinib?

A

Diarreia, síndrome mão-pé, HTA, náuseas, Hipotiroidismo.

65
Q

Reações adversas:

Everolimus?

A

Estomatite, Dislipidémia, hiperglicemia, pneumonite.

66
Q

Reações adversas:

Nivolumab?

A

Colite, Pneumonite, endocrinopatias.

67
Q

Reações adversas:

Pazopanib?

A

Diarreia, síndrome mão-pé, HTA, Hepatotoxicidade.

68
Q

Reações adversas:

Sunitinib?

A

Diarreia, síndrome mão-pé, HTA, Mucosite.

69
Q

Reações adversas:

Temsirolimus?

A

Estomatite, hiperglicemia, dislipidemia, edemas.

70
Q

Notas sobre a nefrectomia citorredutora no estádio IV

A

Há uns anos acreditava-se que a nefrectomia em doentes com doença metastática era uma das opções terapêuticas uma vez que quando possível de ser realizada aumentava a sobrevida dos doentes.
Atualmente a imunoterapia tem muito melhores resultados, pelo que não se pondera esta opção.