Esófago e estômago Flashcards
Completa a frase:
O carcinoma do esófago é a __ neoplasia mais frequente em todo o mundo.
9ª.
Quais são as áreas endémicas do carcinoma do esófago?
China, África do Sul, Irão e Rússia.
Quais são os tipos histológicos mais comuns na neoplasia do esófago?
Quase todas as neoplasias deste órgão são carcinomas pavimento-celulares ou adenocarcinomas.
Qual é o tipo histológico de neoplasia do esófago mais frequente?
Em todo o mundo, o tipo histológico mais frequente é o pavimento-celular, porém, nos países desenvolvidos, o tipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma.
Onde são as localizações mais comuns do carcinoma pavimento celular do esófago?
Porções cervical e torácica do esófago.
- 1/3 proximal → 20%;
- 1/3 médio → 50%;
- 1/3 distal → 30%.
Quais são os fatores de risco para CPC do esófago?
Principais:
- Consumo abusivo de álcool;
- Tabagismo.
De ressalvar que o consumo síncrono de álcool e tabaco tem uma ação sinérgica.
Outros:
- Infeção HPV (ainda incerto);
- Outros carcinogénios ingeridos: nitratos (que sofrem conversão em nitritos); opioides fumados; toxinas fúngicas nos vegetais de conserva (Aflatoxina);
- Bifosfonatos;
- Neoplasia do trato aerodigestivo superior (por fatores de risco partilhados);
- Lesões mucosas por agentes físicos: bebidas quentes; ingestão de soda cáustica; estenoses induzidas por radiação; acalasia crónica;
- Gastrite atrófica: associada a um risco 2x superior de carcinoma pavimento-celular (mas não adenocarcinoma);
- Suscetibilidade do hospedeiro;
- Membrana esofágica com glossite e deficiência de ferro (Síndrome de Paterson-Kelly ou de Plummer-Vinson);
- Hiperqueratose congénita e liquenificação das palmas e das plantas (tiloses palmar e plantar);
- Deficiências nutricionais múltiplas (?): vitamina A; vitamina C; proteínas.
Quais são os fatores protetores para CPC do esófago?
A dieta mediterrânica, os legumes frescos, os AINEs (pela inibição das COX e alteração da secreção gástrica) e as fibras dos cereais (pela neutralização da conversão de nitritos em nitrosaminas) funcionam como fatores de proteção.
Quais são os fatores de risco para ADC do esófago?
- Doença do Refluxo Gastroesofágico (GERD);
- Fármacos que diminuem o tónus do EEI (Benzodiazepinas, anticolinérgicos, agonistas β-adrenérgicos);
- Nitratos;
- Obesidade;
- Esófago de Barrett;
- Aumento da exposição ao ácido: síndrome de Zollinger-Ellison; miotomia cirúrgica; dilatação por balão do EEI (esfíncter esofágico inferior); esclerodermia;
- Colecistectomia (risco aumentado pelo efeito tóxico que o refluxo do suco duodenal com conteúdo bilioso possa ter na mucosa esofágica);
- Sexo masculino;
- Tabagismo.
Em que etnia é mais comum o CPC do esófago?
Negra.
Em que etnia é mais comum o ADC do esófago?
Caucasianos.
Onde são as localizações mais comuns do ADC do esófago?
90% distal.
O que é o Esófago de Barrett?
O Esófago de Barrett é definido como a metaplasia do epitélio estratificado pavimentoso normal do esófago em epitélio colunar de forma a torná-lo mais resistente a uma agressão – o refluxo gastroesofágico.
Como é que é um doente típico de Esófago de Barett?
- Leucodérmico;
- Sexo masculino (2x mais prevalente);
- Idade >50 anos (atinge mais os adultos entre os 55 e 65 anos).
Quais são os fatores de risco para Esófago de Barrett?
- Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE): fator de risco principal; aumento do risco em 6 a 8x;
- Obesidade;
- Tabaco;
- Motilidade esofágica alterada;
- Hérnia hiatal.
Quais são os fatores protetores para Esófago de Barrett?
- Helicobacter pylori: causa uma gastrite crónica que interfere com a produção de ácido. As estripes que expressam CagA parecem ser as que mais protegem o esófago.
- Inibidor da Bomba de Protões (IBPs): aumentam a diferenciação das células epiteliais; diminuem a proliferação celular; ao bloquear a secreção de ácido gástrico, torna menos frequente a ocorrência de esofagites e estenoses pépticas.
Quais são os sintomas de Esófago de Barrett?
A maioria dos doentes com Esófago de Barrett é assintomática.
- Pirose;
- Regurgitação;
- Dor torácica;
- Disfagia;
- Halitose;
- Cáries dentárias.
Como se realiza o diagnóstico de Esófago de Barret?
EDA + estudo anatomopatológico da biópsia.
O que é a Classificação de Praga?
A Classificação de Praga serve para medir o comprimento do Esófago de Barrett, incluindo para tal a avaliação dos seguintes itens:
- Extensão máxima da metaplasia = M (desde do cárdia até ao limite superior da língula da metaplasia);
- Extensão circunferencial da metaplasia = C;
- Verdadeira posição da junção gastroesofágica.
Como é o tratamento do Esófago de Barrett?
É idêntico àquele que é preconizado para o GERD:
- Mudanças de estilo de vida e diatéticas;
- Inibidores da Bomba de Protões (ou antagonistas H2 e procinéticos);
- Cirurgia: Fundolpicatura de Nissen.
Como realizar a vigilância do Esófago de Barrett após diagnóstico?
- Sem displasia: Repetir EDA 6 a 12 meses depois (com biópsia) → Repetir a cada 3-5 anos;
- Indefinido: repetir EDA em 2-6 meses;
- Com displasia de baixo grau: repetir EDA em 6 meses, se persistir: ablação endocópica, se não: alargar vigilância para 1 ano;
- Displasia de alto grau - repetir EDA, se displasia: ablação endoscópica, se não: repetir em 3 meses;
- Adenocarcinoma - referenciar para onco.
Como se realiza o rastreio do Esófago de Barrett?
O rastreio é bastante controverso. A AGA (American Gastroenterological Association) recomenda o rastreio a todos os doentes com mais de 50 anos que se apresentem com sintomas de RGE ou necessidade de medicação antissecretória há mais de 5 anos. Na maioria das vezes, o rastreio é feito por via endoscópica.
Sinais e sintomas de neoplasia esofágica?
- Disfagia progressiva (inicialmente para sólidos) - 80/90%;
- Perda ponderal recente - 70%;
- Dor epigástrica/retroesternal - 50%;
- Anemia;
- Odinofagia;
- Hematemeses e melenas;
- Regurgitação e vómitos;
- Pneumonia de aspiração.
Nos casos localmente avançados (T4): - Disfonia (atingimento do nervo recorrente);
- Síndrome de Horner.
Como se realiza o diagnóstico de neoplasia do esófago?
O método diagnóstico preferencial nos doentes com suspeita de neoplasia esofágica é a endoscopia digestiva alta com biópsia.
Como se classificam os adenocarcinomas da Junção Gastroesofágica de acordo com a localização do centro do tumor?
- Tipo I → 1 a 5 cm acima do cárdia;
- Tipo II → 1 cm acima e 2 cm abaixo do cárdia;
- Tipo III → 2 a 5 cm abaixo do cárdia.