Mama Flashcards

1
Q

Incidência e mortalidade do cancro da mama.

A

O cancro da mama é o segundo cancro com maior incidência ao nível dos países da união europeia e o terceiro com maior mortalidade.

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2
Q

O cancro da mama tem aumentado ou diminuído em incidência nos últimos anos?

A

Aumentado. Devido ao aumento do rastreio e aumento da esperança média de vida.

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3
Q

Quais são os fatores de risco para o cancro da mama?

A
  • Predisposição genética;
  • História Familiar (HF) positiva, sobretudo em familiares de 1º grau;
  • Exposição prolongada a estrogénios, quer endógenos, quer exógenos (menarca precoce, menopausa tardia, 1ª gravidez tarde, menor paridade e terapêutica hormonal de substituição);
  • Idade avançada;
  • Exposição a radiação ionizante (sobretudo nas mulheres mais jovens, antes dos 30 anos de idade);
  • Alta densidade mamária;
  • História pessoal de hiperplasia atípica;
  • Dieta ocidental hipercalórica;
  • Obesidade;
  • Ingestão alcoólica significativa;
  • Depressão.
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4
Q

Qual é o PRINCIPAL fator de risco para o desenvolvimento de cancro da mama?

A

A exposição prolongada a elevados níveis de estrogénios.

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5
Q

Quais são os fatores protetores para o cancro da mama?

A

A amamentação, a multiparidade e maternidade precoce.

O uso crónico de aspirina em baixas doses tem vindo a ser associado à redução do risco de cancro da mama.

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6
Q

Quais são os genes relacionados com o cancro da mama hereditário?

A
  • Gene p53, associado à Síndrome de Li-Fraumeni.
  • Gene PTEN, um gene supressor de tumor.
  • Gene BRCA1 (cromossoma 17q21), cancro da mama, ovário e próstata.
  • Gene BRCA2, cancro da mama, próstata e melanoma maligno.
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7
Q

Qual é a percentagem de carcinoma da mama: esporádico, familiar e hereditário.

A
  • Esporádico: 70-80%
  • Familiar: 15-20%
  • Hereditário: 5-10%
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8
Q

Quando é que se deve suspeitar da presença de cancro da mama hereditário?

A
  • Cancro em mulheres jovens;
  • Tumores bilaterais;
  • Tumores triplos negativos;
  • Homens com cancro da mama.
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9
Q

Como se faz o diagnóstico de cancro da mama?

A

Abordagem tripla:

  • Clínica (com exame objetivo com foco na região mamária e gânglios linfáticos axilares, infraclaviculares e supraclaviculares);
  • imagiológica (mamografia; ecografia mamária; e eventualmente ressonância magnética mamária em casos selecionados de alto risco);
  • anatomopatológica.
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10
Q

Características suspeitas de malignidade nos nódulos.

A
  • Nódulos duros/pétreos;
  • Limites mal definidos;
  • Superfície irregular;
  • Nódulos aderentes aos planos superficiais e profundos;
  • Nódulos indolores;
  • Nódulos sem alterações cíclicas;
  • Nódulos acompanhados de lesões cutâneas inflamatórias, adenopatias, retração cutânea, retração mamilar, corrimento serohemático unilateral e/ou eczema mamilar unilateral.
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11
Q

Como é realizado o rastreio populacional de cancro da mama?

A

O programa de rastreio de cancro da mama destina-se à população do sexo feminino, assintomática e sem fatores de risco, com idade ≥50 anos e ≤69 anos. O teste primário a realizar é a mamografia com dupla leitura a realizar de 2 em 2 anos.

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12
Q

Devemos realizar Ecografia ou Mamografia?

A

Na mulher com idade <35 anos, a ecografia mamária é o exame de 1ª linha. A ecografia mamária é também o método de eleição durante a gravidez.
Na mulher com idade ≥35 anos, a mamografia é o exame de 1ª linha.

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13
Q

Quando realizar RM mamária?

A
  • Mulheres jovens portadoras dos genes BRCA1 e BRCA2;
  • Mulheres não testadas geneticamente com familiares com cancro da mama;
  • Mulheres com história de radioterapia do peito entre os 10 e os 30 anos de idade;
  • Mulheres com história de síndromes familiares (como Li-Fraumeni, Cowden ou Bannayan-Riley-Ruvalcaba).
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14
Q

Quais são os tipos histológicos do cancro da mama?

A
  • Carcinoma invasivo (ou carcinoma ductal invasivo), o mais frequente (2/3).
  • Carcinoma ductal in situ ou neoplasia intra-epitelial ductal (DIN);
  • Carcinoma lobular in situ ou neoplasia intra-epitelial lobular (LIN) – cada vez mais considerada uma lesão percursora, uma entidade pré-maligna.
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15
Q

Tipos histológicos de bom prognóstico.

A
  • Tubular;
  • Cribiforme;
  • Mucinoso;
  • Adenoma quístico.
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16
Q

Tipos histológicos de prognóstico intermédio.

A
  • Medular;
  • Secretório;
  • Lobular invasivo;
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17
Q

Tipos histológicos de mau prognóstico.

A
  • Metaplásico;
  • Micropapilar;
  • Anel de sinete;
  • Inflamatório.
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18
Q

Apresentação clínica do carcinoma da mama.

A
  • Maior parte assintomáticas;
  • Nódulo palpável: duro, não elástico e fixo aos tecidos;
  • Retração do complexo aréolo-mamilar;
  • Retração cutânea;
  • Corrimento hemático;
  • Pele em “casca de laranja”.
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19
Q

Achados imagiológicos no carcinoma da mama (Mamografia).

A

Lesões espiculadas com microcalcificações; Condensações dispersantes.

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20
Q

Achados imagiológicos no carcinoma da mama (RM).

A

Hiperdensidade.

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21
Q

Achados imagiológicos no carcinoma da mama (Ecografia).

A

Nódulo hipoecogénico irregular, com atenuação posterior.

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22
Q

Como se realiza o estadiamento locorregional?

A

Mamografia, ecografia mamária e ressonância magnética (RM) mamária.
As adenopatias suspeitas devem ser confirmadas citologicamente ou histologicamente.

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23
Q

Como se realiza o estadiamento sistémico?

A

Cintigrafia óssea, radiografia simples de tórax e ecografia abdominal;
Podemos substituir os dois últimos exames por TC toraco-abdomino-pélvica;
Podemos substituir os 3 por uma PET.

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24
Q

Quais são os órgãos mais frequentemente afetados com metástases de cancro da mama?

A

Osso, pulmão, pleura e fígado.

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25
Classificação molecular do cancro da mama.
- Luminal A; - Luminal B; - HER2 positivo; - Basal ou triplo negativo; - Normal like.
26
Características do Luminal A e B
- Luminal A: têm a maior expressão de recetores de estrogénios; tendem a ser de baixo grau; geralmente são respondedores de terapêutica endócrina/hormonal; têm um prognóstico favorável. Contudo, são os que menos respondem à quimioterapia. - Luminal B: O prognóstico é pior que o luminal A.
27
Características do HER2+.
Estes tumores têm amplificação do gene HER2. Historicamente o prognóstico destes tumores é reservado. Contudo, com o advento do Trastuzumab e de outras terapêuticas alvo, os resultados clínicos da doença HER2 positiva têm melhorado largamente.
28
Características do Triplo negativo/Basal.
Estes tumores não expressam recetores de estrogénios, recetores de progestegénios, nem amplificação do gene HER2. Estes tumores apresentam grande quantidade de células basais/mioepiteliais; tendem a ser de alto grau. Doentes com mutações BRCA frequentemente apresentam este tipo molecular de cancro.
29
Percentagem de tumores RH+, HER2+ e TN.
RH+ e HER2- : 66% HER2+ : 6% e 8,5% TN : 19%
30
Tratamento de tumor ≤ 2 cm (sem fenótipos agressivos: HER2+ ou TN), N0, M0 (ESMO)
Cirurgia conservadora. Tratamento adjuvante: - RT (sempre necessário em cirurgia conservadora da mama); - HT se aplicável; - Se quisermos administrar QT adjuvante (caso dos luminais B), devemos realizar QT neoadjuvante também.
31
Tratamento de tumor > 2 cm, N0, M0 (ESMO)
``` QT neoadjuvante seguida de: - Cirurgia conservadora (+ RT sempre) ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial (+ RT se T3 ou T4). Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante. ```
32
Tratamento de tumor Triplo N, N0, M0 (ESMO)
``` QT neoadjuvante seguida de: - Cirurgia conservadora (+ RT sempre) ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial (+ RT se T3 ou T4). Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante. ```
33
Tratamento de tumor HER2+, N0, M0 (ESMO)
QT neoadjuvante + transtuzumab +/- pertuzumab seguida de: - Cirurgia conservadora (+ RT sempre) ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial (+ RT se T3 ou T4). Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante + anti-HER2.
34
Tratamento de tumor com axila positiva (ESMO)
``` QT neoadjuvante seguida de: - Cirurgia conservadora ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial. + (sempre) linfadectomia axilar. Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante; - RT adjuvante também é efetuada em doentes com envolvimento ganglionar mais extenso. ```
35
Quando realizar terapêutica neoadjuvante no tratamento locorregional?
- Nos tumores localmente avançados (tumor com > 5cm; tumor que invade a pele e/ou o músculo peitoral; tumor inflamatório – doença T3 e T4); - Nos tumores em estadios iniciais, mas com maiores dimensões em relação ao tamanho da mama, em que o efeito de downstaging deste tratamento pode aumentar as hipóteses de efetuar um tratamento cirúrgico conservador da mama; - Nos tumores com gânglios positivos (N2/3); - Nos triplos negativos; - Nos HER2+ com > 1 cm.
36
Quais são os tipos de mastectomia que existem?
- Simples: remoção da glândula mamária + biópsia de gânglio sentinela, poupando os músculos peitorais); - Mastectomia Radical de Madden: remoção total da mama e esvaziamento da axila, preservando os 2 músculos peitorais; - Mastectomia Radical de Halsted: remoção total da mama, associada à retirada dos músculos grande e pequeno peitorais e linfadenectomia axilar completa; - Mastectomia de Patey: com preservação apenas do músculo grande peitoral; - Mastectomia poupadora de pele e/ou mamilo.
37
Qual é a margem de segurança aceitável na cirurgia conservadora?
1cm
38
O que é o gânglio sentinela?
É o 1º gânglio que recebe a drenagem linfática de um determinado tumor. No caso da mama, o gânglio sentinela normalmente localiza-se a nível axilar ou na cadeia linfática mamária/torácica interna.
39
Quando é que se realiza a pesquisa de gânglio sentinela?
A biópsia do gânglio sentinela é uma medida standard para todas as mulheres com cancro da mama localizado e axila clinicamente negativa.
40
Como se realiza a pesquisa de gânglio sentinela?
A técnica mais utilizada é a técnica tripla: - Na fase pré-operatória faz-se uma injeção com um coloide de Tecnésio (Tc99m); - Depois, procede-se a uma microcintigrafia, que nos diz quantos gânglios drenam para a axila; - No bloco operatório, com a doente anestesiada, fazemos uma injeção com azul patente no local do tumor. Isto permite-nos visualizar os nodos linfáticos, que ficam corados de azul.
41
Como proceder se houver gânglio sentinela positivo?
- esvaziamento axilar, a não ser que haja pouca doença nos gânglios (1-2 gânglios afetados), neste caso podemos ponderar tratamento sistémico e RT.
42
Indicações para cirurgia conservadora da mama.
- cT1 ou T2 (<4cm), N0 ou N1, M0; - cT2 > 4cm se a proporção tumor vs volume de mama permitir; - lesões únicas ou multifocais (NÃO multicêntrica); - a doente ser elegível para RT; - ser possível um resultado estético positivo.
43
Indicações para mastectomia em vez de cirurgia conservadora.
- Tumor >5cm (ou para tumores de menores dimensões se mama pequena); - Tumor que envolve o complexo areolo-mamilar; - Tumores multicêntricos; - Mulheres que não querem terapêutica conservadora; - Mulheres não elegíveis para RT (ex. doenças do colagénio).
44
O que é que influencia os resultados cosméticos do tratamento conservado da mama?
- Relação tamanho do tumor versus tamanho da mama – o principal fator; - Localização do tumor – principalmente nos quadrantes inferiores, em que a deformação é óbvia; - Densidade do parênquima. Há, ainda, um problema estético de assimetria que se prende com a radioterapia utilizada após cirurgia conservadora. Como os adipócitos são radiossensíveis e encolhem quando sujeitos a radioterapia, a mama irradiada vai encolher e sofrer um processo de fibrose.
45
Classificação de Clough para as sequelas pós cirurgia conservadora.
- Tipo 1 CS, em que a mama tratada pelo cancro não está deformada, mas é assimétrica em relação à mama contralateral. A resolução desta sequela implica um procedimento de ressincronização na mama sã. - Tipo 2 CS, em que a mama tratada apresenta uma deformação que é passível de reconstrução parcial da mama. - Tipo 3 CS, em que o tratamento da sequela implica uma totalização da mastectomia e uma reconstrução total da mama.
46
Classificação de Clough para as técnicas de cirurgia oncoplástica.
- Tipo I, com resseções até 20% do volume mamário, em que o objetivo é fazer remodelação de volume e centralizar o complexo areolomamilar. - Técnicas tipo II, para resseções entre 20 a 50% do volume mamário. As opções são, nas mamas maiores, mamoplastia de redução terapêutica, ou nas mamas pequenas, técnicas de substituição de volume.
47
O que são técnicas de substituição de volume?
Retirar um tumor e substituir o defeito, por exemplo, com um retalho do grande dorsal, para encher a loca de onde foi retirado o tumor.
48
O que são técnicas de remodelação de volume?
Envolve ressecar o tumor da mama e, depois, usar o tecido restante dessa mama para reconstruir uma mama mais pequena que a original, com uma forma o mais semelhante possível.
49
Como se realiza a reconstrução mamária?
- tecidos autólogos (retalhos livres ou pediculados); - implantes (expansores e próteses). - TRAM (Transverse Rectus Abdominis Myocutaneous), ou seja, o retalho pediculado do músculo reto abdominal. - DIEP (Deep Inferior Epigastric Perforator) baseada nos mesmos princípios do TRAM, mas não implica, no entanto, a mobilização do músculo.
50
Qual é a técnica mais frequentemente utilizada a nível mundial para reconstrução mamária?
Técnica de expansor: invólucro de silicone que é colocado de baixo do músculo peitoral parcialmente cheio com soro fisiológico e que posteriormente se vai enchendo por punção percutânea numa câmara até atingir o volume necessário à reconstrução mamária também cresce. No segundo tempo o expansor é substituído por uma prótese com gel de silicone.
51
Qual é a técnica mais utlizada no IPO para reconstrução mamária?
Técnica mista com retalho grande dorsal associado a implante.
52
Quais são as vantagens da técnica DIEP para reconstrução mamária?
Tem um comportamento a longo prazo melhor, ou seja, a doente engorda e como acontece à gordura da barriga, a mama também engorda e quando a doente emagrece a mama também emagrece.
53
Opções de tratamento com HT
- Castração/supressão ovárica: antagonistas da GnRH, cirurgia ou radiação. - Inibidores da aromatase (em mulheres pós-menopáusicas): Anastrozol; Letrozol; Exemestano; - SERDs (Selective Estrogen Receptor Degraders): Fluvestrant; - SERMs (Selective Estrogen Receptor Modulators): Tamoxifeno e Raloxifeno; - Progestagénios: Megestrol.
54
Qual é o tempo recomendado para o tratamento com Tamoxifeno?
O uso durante 5 anos de Tamoxifeno reduz significativamente a taxa de recidiva e da mortalidade. Alguns estudos mostraram que fazer 10 anos de Tamoxifeno ainda era melhor do que fazer apenas 5 anos de terapêutica.
55
Quais são os fármacos de eleição para HT em mulheres pós-menopáusicas?
Inibidores da Aromatose.
56
O que se pode fazer para reverter a resistência que se cria à HT?
Existem fármacos que podem induzir esta reversão, como o Tracrolimus (inibidor da via mTOR); inibidores da CDK4/6 e inibidores da PI3Ki. Estes podem ser associados ao tratamento com Tamoxifeno.
57
Fármacos para doença HER2+.
Transtuzumab e Pertuzumab. Hoje em dia existem para o tratamento destes tumores os ADCs (Antibody Drug Conjugated), que juntam um anticorpo monoclonal com um fármaco citotóxico, como é o caso do T-DM1 (Trastuzumab + Entansina).
58
Qual é a duração do tratamento adjuvante do cancro da mama com Transtuzumab?
1 ano.
59
Novos fármacos para BRCA
Hoje em dia temos fármacos chamados inibidores da PARP, que bloqueiam enzimas que são necessárias para uma outra via de reparação do DNA o BER – Base Excision Repair, sendo úteis no tratamento destes carcinomas. O Olaparib, um inibidor da PARP, está a ser estudado no contexto da terapêutica adjuvante.
60
Follow-up
O seguimento destes doentes deve ser sobretudo clínico e imagiológico, através da realização de mamografia.
61
Tratamento Paliativo: Estadio IV (M1)
‑ Monoterapia sequencial (HT → QT) | ‑ Metástases ósseas → Bifosfonatos (ABCSG 12/AZURE), Denosumab
62
Critérios para testar geneticamente doente COM história pessoal de cancro da mama.
- Idade de início de cancro da ≤50 anos; - Tumor Triplo Negativo e idade ≤60 anos; - Hereditária dos Judeus de Ashkenazi e cancro da mama em qualquer idade; - Dois ou mais tumores primários da mama; - Familiar de 1º grau com cancro da mama diagnosticado com idade ≤50 anos; - Dois familiares do mesmo lado da família com história de cancro da mama e/ou cancro do pâncreas; - Cancro da mama em indivíduo do sexo masculino; - História pessoal ou familiar de cancro do ovário, cancro das trompas de Falópio ou cancro peritoneal primário; - Familiar portador de uma mutação conhecida.
63
O que são os testes genéticos para o cancro da mama?
sequenciação direta do DNA.
64
Critérios para testar geneticamente doente SEM história pessoal de cancro da mama.
- Familiar de 1º grau ou de 2º grau com cancro da mama diagnosticado até aos 45 anos de idade; - Descendência de Judeus de Ashkenazi e história familiar de cancro da mama em qualquer idade; - Dois ou mais cancros da mama primários (quer sejam assíncronos, síncronos, bilaterais ou multicêntricos) num único familiar; - Dois ou mais familiares do mesmo lado da família com história de cancro da mama e/ou do pâncreas; - História pessoal ou familiar de cancro do ovário, das trompas de Falópio ou peritoneal primário; - Cancro da mama em indivíduo do sexo masculino; - Membro da família portador de uma mutação conhecida.
65
O que fazer a pessoas com mutação BRCA positiva?
Mastectomia profilática bilateral com reconstrução mamária. OU - mamografia anual/RM, com início aos 25 anos/5-10 anos antes do dx mais jovem na família; - Exame clínico e imagiológico a cada 6 meses.
66
Quais são as possíveis complicações da biópsia do gânglio sentinela?
- Infeção e dor local; - Seroma; - Diminuição temporária da sensibilidade cutânea local.
67
Quais são as possíveis complicações da disseção axilar?
- Linfedema; - Perda da sensibilidade; - Défices motores (por lesão do plexo braquial).
68
Quando é que a biópsia do gânglio sentinela está indicada?
- T1 e T2, com cN0; - Tumores multicêntricos (com injeção subareolar ou intradérmica); - Carcinomas ductais in situ propostos para mastectomia (uma vez que a cirurgia pode impossibilitar a realização de biópsia posteriormente por alteração dos trajetos linfáticos).
69
Quando é que a biópsia do gânglio sentinela está contraindicada (CI absolutas)?
- Alergia aos reagentes; | - Gânglios linfáticos clinicamente positivos.
70
Quando é que a biópsia do gânglio sentinela está contraindicada (CI relativas)?
- T3 e T4 a-c; - Carcinoma ductal in situ proposto para cirurgia conservadora (pois a probabilidade de invasão nestes tumores é extremamente baixa, por isso, o risco de fazer a biópsia é superior ao benefício); - Carcinoma da mama inflamatório (T4d), pois a inflamação pode alterar os trajetos linfáticos; - Gravidez (podemos usar o azul de metileno e o coloide radioativo; não podemos usar o azul de isosulfano porque é teratogénico).
71
Quais são os casos especiais nos quais a realização da biópsia de gânglio sentinela é controversa e não é aceite universalmente?
- Quando já foi realizada quimioterapia (QT) neoadjuvante; - Existe história de cirurgia prévia à mama e/ou axila – nestes casos é útil realizar previamente uma linfocintigrafia para avaliar o trajeto linfático; - Cancro da mama no homem (por dados limitados).
72
Quando é que não está recomendado o tratamento axilar?
- cN0 (gânglios clinicamente negativos); - Cancro da mama primário em estadio T1 ou T2 (≤5cm); - <3 gânglios sentinela metastáticos (mSLN) na biópsia de gânglio sentinela (RT mamária com 1-2 gânglios é tangencial e suficiente para diminuir o risco de metástase); - Doentes que vão ser submetidos a cirurgia conservadora da mama seguida de irradiação total da mama.
73
Quando é utilizado Trastuzumab?
O Trastuzumab representa a terapêutica de 1ª linha no tratamento adjuvante da doença HER2 positiva. Este é, habitualmente, administrado durante 1 ano.
74
Qual é o principal efeito adverso do Transtuzumab?
Geralmente, é um fármaco bem tolerado pela maioria dos doentes. No entanto, o seu principal efeito adverso é a cardiotoxicidade. Esta manifesta-se mais comummente com uma diminuição da FEVE (Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo) assintomática, podendo, no entanto, causar uma Insuficiência Cardíaca (IC). Antes de iniciar a terapêutica todos os doentes devem realizar um Ecocardiograma Transtorácico (ETT) e determinar a Fração de Ejeção (FE). A função cardíaca deve ser reavaliada a cada 3 a 4 meses durante a terapêutica. Geralmente, a cardiotoxicidade é transitória e resolve algumas semanas a meses após a descontinuação da terapêutica.
75
Mecanismo de ação do Lapatinib.
O Lapatinib é um inibidor sintético do recetor de tirosina cinase que se liga reversivelmente ao local de ligação citoplasmático do ATP do HER2 e do EGFR/ER1, prevenindo a fosforilação e consequente ativação do HER. Este fármaco é administrado por via oral.
76
Mecanismo de ação do Neratinib.
É um inibidor do recetor tirosina cinase pan-HER que tem demonstrado bons resultados com atividade anticancerígena no cancro da mama HER2 positivo, independentemente dos níveis de expressão de HER2.
77
Qual é o principal efeito adverso do Neratinib?
O principal efeito adverso deste fármaco é a diarreia. Na maioria dos doentes, embora não seja obrigatória, está aconselhada a realização de profilaxia da diarreia com Loperamida, de modo a melhorar a qualidade de vida.
78
Mecanismo de ação da combinação entre Trastuzumab-Entansine.
Este fármaco é o mais recente. Este resulta da combinação do anticorpo humanizado monoclonal Trastuzumab com efeito anti-HER2 com um agente citotóxico que inibe a formação dos microtúbulos, o DMT-1 ou Entansina.
79
Efeitos adversos do Trastuzumab-Entansine.
Trombocitopenia, hipertensão arterial (HTA), neuropatia periférica, cardiotoxicidade, pneumonite intersticial e hepatotoxicidade com alteração das enzimas hepáticas.
80
Qual é o Tratamento Neadjuvante nos doentes HER2+?
Quimioterapia (QT) + terapêutica anti-HER2. A combinação do Trastuzumab com Taxanos (ex.: Paclitaxel ou Docetaxel) é a mais segura e eficaz pelo que se deve optar por esta classe de fármacos. (Evitar Antraciclinas devido ao risco acrescido de cardiotoxicidade).
81
Quais são as indicações para tratamento neoadjuvante nos doentes HER2+?
- Doença com nodos positivos (N+); - Tumores N0 com >1cm; - Considerar em tumores N0 com <1cm, particularmente se negativos para a expressão de recetores hormonais; - Considerar em resultados equívocos em relação à positividade HER2.
82
Qual é o tratamento Adjuvante nos doentes HER2+?
Se há resposta patológica completa: - 1 ano de Trastuzumab; - se alto risco: bloqueio anti-HER2 duplo com Trastuzumab + Pertuzumab. No caso de não haver resposta patológica completa: - T-DM1.
83
Qual é a 1ª linha para o tratamento adjuvante na mulher pré-menopausa, diagnosticada com cancro da mama com recetores hormonais positivos?
Tamoxifeno (+ supressão ovárica em mulheres com risco intermédio-alto)
84
Vantagens dos SERMs?
- Bloqueio da ação dos estrogénios no tecido mamário; - Prevenção de cancro na mama contralateral; - Proteção da perda de densidade óssea.
85
Desvantagens dos SERMs?
- Aumento do risco de cancro do endométrio 2-4 vezes; - Afrontamentos; - Corrimento vaginal; - Variações de humor; - Irregularidades menstruais; - Disfunção sexual; - Enfraquecimento e queda de cabelo; - Depressão do sistema imunitário; - Aumento do risco de eventos tromboembólicos e de cancro do endométrio.
86
Efeitos secundários dos Inibidores da Aromatase?
- Dores musculoesqueléticas/mialgias e rigidez articular; - Disfunção sexual e secura vaginal; - Afrontamentos; - Fadiga e alterações do sono; - Osteoporose/osteopenia; - Hipercolesterolemia.