Mama Flashcards
Incidência e mortalidade do cancro da mama.
O cancro da mama é o segundo cancro com maior incidência ao nível dos países da união europeia e o terceiro com maior mortalidade.
O cancro da mama tem aumentado ou diminuído em incidência nos últimos anos?
Aumentado. Devido ao aumento do rastreio e aumento da esperança média de vida.
Quais são os fatores de risco para o cancro da mama?
- Predisposição genética;
- História Familiar (HF) positiva, sobretudo em familiares de 1º grau;
- Exposição prolongada a estrogénios, quer endógenos, quer exógenos (menarca precoce, menopausa tardia, 1ª gravidez tarde, menor paridade e terapêutica hormonal de substituição);
- Idade avançada;
- Exposição a radiação ionizante (sobretudo nas mulheres mais jovens, antes dos 30 anos de idade);
- Alta densidade mamária;
- História pessoal de hiperplasia atípica;
- Dieta ocidental hipercalórica;
- Obesidade;
- Ingestão alcoólica significativa;
- Depressão.
Qual é o PRINCIPAL fator de risco para o desenvolvimento de cancro da mama?
A exposição prolongada a elevados níveis de estrogénios.
Quais são os fatores protetores para o cancro da mama?
A amamentação, a multiparidade e maternidade precoce.
O uso crónico de aspirina em baixas doses tem vindo a ser associado à redução do risco de cancro da mama.
Quais são os genes relacionados com o cancro da mama hereditário?
- Gene p53, associado à Síndrome de Li-Fraumeni.
- Gene PTEN, um gene supressor de tumor.
- Gene BRCA1 (cromossoma 17q21), cancro da mama, ovário e próstata.
- Gene BRCA2, cancro da mama, próstata e melanoma maligno.
Qual é a percentagem de carcinoma da mama: esporádico, familiar e hereditário.
- Esporádico: 70-80%
- Familiar: 15-20%
- Hereditário: 5-10%
Quando é que se deve suspeitar da presença de cancro da mama hereditário?
- Cancro em mulheres jovens;
- Tumores bilaterais;
- Tumores triplos negativos;
- Homens com cancro da mama.
Como se faz o diagnóstico de cancro da mama?
Abordagem tripla:
- Clínica (com exame objetivo com foco na região mamária e gânglios linfáticos axilares, infraclaviculares e supraclaviculares);
- imagiológica (mamografia; ecografia mamária; e eventualmente ressonância magnética mamária em casos selecionados de alto risco);
- anatomopatológica.
Características suspeitas de malignidade nos nódulos.
- Nódulos duros/pétreos;
- Limites mal definidos;
- Superfície irregular;
- Nódulos aderentes aos planos superficiais e profundos;
- Nódulos indolores;
- Nódulos sem alterações cíclicas;
- Nódulos acompanhados de lesões cutâneas inflamatórias, adenopatias, retração cutânea, retração mamilar, corrimento serohemático unilateral e/ou eczema mamilar unilateral.
Como é realizado o rastreio populacional de cancro da mama?
O programa de rastreio de cancro da mama destina-se à população do sexo feminino, assintomática e sem fatores de risco, com idade ≥50 anos e ≤69 anos. O teste primário a realizar é a mamografia com dupla leitura a realizar de 2 em 2 anos.
Devemos realizar Ecografia ou Mamografia?
Na mulher com idade <35 anos, a ecografia mamária é o exame de 1ª linha. A ecografia mamária é também o método de eleição durante a gravidez.
Na mulher com idade ≥35 anos, a mamografia é o exame de 1ª linha.
Quando realizar RM mamária?
- Mulheres jovens portadoras dos genes BRCA1 e BRCA2;
- Mulheres não testadas geneticamente com familiares com cancro da mama;
- Mulheres com história de radioterapia do peito entre os 10 e os 30 anos de idade;
- Mulheres com história de síndromes familiares (como Li-Fraumeni, Cowden ou Bannayan-Riley-Ruvalcaba).
Quais são os tipos histológicos do cancro da mama?
- Carcinoma invasivo (ou carcinoma ductal invasivo), o mais frequente (2/3).
- Carcinoma ductal in situ ou neoplasia intra-epitelial ductal (DIN);
- Carcinoma lobular in situ ou neoplasia intra-epitelial lobular (LIN) – cada vez mais considerada uma lesão percursora, uma entidade pré-maligna.
Tipos histológicos de bom prognóstico.
- Tubular;
- Cribiforme;
- Mucinoso;
- Adenoma quístico.
Tipos histológicos de prognóstico intermédio.
- Medular;
- Secretório;
- Lobular invasivo;
Tipos histológicos de mau prognóstico.
- Metaplásico;
- Micropapilar;
- Anel de sinete;
- Inflamatório.
Apresentação clínica do carcinoma da mama.
- Maior parte assintomáticas;
- Nódulo palpável: duro, não elástico e fixo aos tecidos;
- Retração do complexo aréolo-mamilar;
- Retração cutânea;
- Corrimento hemático;
- Pele em “casca de laranja”.
Achados imagiológicos no carcinoma da mama (Mamografia).
Lesões espiculadas com microcalcificações; Condensações dispersantes.
Achados imagiológicos no carcinoma da mama (RM).
Hiperdensidade.
Achados imagiológicos no carcinoma da mama (Ecografia).
Nódulo hipoecogénico irregular, com atenuação posterior.
Como se realiza o estadiamento locorregional?
Mamografia, ecografia mamária e ressonância magnética (RM) mamária.
As adenopatias suspeitas devem ser confirmadas citologicamente ou histologicamente.
Como se realiza o estadiamento sistémico?
Cintigrafia óssea, radiografia simples de tórax e ecografia abdominal;
Podemos substituir os dois últimos exames por TC toraco-abdomino-pélvica;
Podemos substituir os 3 por uma PET.
Quais são os órgãos mais frequentemente afetados com metástases de cancro da mama?
Osso, pulmão, pleura e fígado.
Classificação molecular do cancro da mama.
- Luminal A;
- Luminal B;
- HER2 positivo;
- Basal ou triplo negativo;
- Normal like.
Características do Luminal A e B
- Luminal A: têm a maior expressão de recetores de estrogénios; tendem a ser de baixo grau; geralmente são respondedores de terapêutica endócrina/hormonal; têm um prognóstico favorável. Contudo, são os que menos respondem à quimioterapia.
- Luminal B: O prognóstico é pior que o luminal A.
Características do HER2+.
Estes tumores têm amplificação do gene HER2. Historicamente o prognóstico destes tumores é reservado. Contudo, com o advento do Trastuzumab e de outras terapêuticas alvo, os resultados clínicos da doença HER2 positiva têm melhorado largamente.
Características do Triplo negativo/Basal.
Estes tumores não expressam recetores de estrogénios, recetores de progestegénios, nem amplificação do gene HER2. Estes tumores apresentam grande quantidade de células basais/mioepiteliais; tendem a ser de alto grau. Doentes com mutações BRCA frequentemente apresentam este tipo molecular de cancro.
Percentagem de tumores RH+, HER2+ e TN.
RH+ e HER2- : 66%
HER2+ : 6% e 8,5%
TN : 19%
Tratamento de tumor ≤ 2 cm (sem fenótipos agressivos: HER2+ ou TN), N0, M0 (ESMO)
Cirurgia conservadora.
Tratamento adjuvante:
- RT (sempre necessário em cirurgia conservadora da mama);
- HT se aplicável;
- Se quisermos administrar QT adjuvante (caso dos luminais B), devemos realizar QT neoadjuvante também.
Tratamento de tumor > 2 cm, N0, M0 (ESMO)
QT neoadjuvante seguida de: - Cirurgia conservadora (+ RT sempre) ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial (+ RT se T3 ou T4). Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante.
Tratamento de tumor Triplo N, N0, M0 (ESMO)
QT neoadjuvante seguida de: - Cirurgia conservadora (+ RT sempre) ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial (+ RT se T3 ou T4). Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante.
Tratamento de tumor HER2+, N0, M0 (ESMO)
QT neoadjuvante + transtuzumab +/- pertuzumab seguida de:
- Cirurgia conservadora (+ RT sempre)
ou
- Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial (+ RT se T3 ou T4).
Tratamento adjuvante:
- HT se aplicável;
- QT adjuvante + anti-HER2.
Tratamento de tumor com axila positiva (ESMO)
QT neoadjuvante seguida de: - Cirurgia conservadora ou - Mastectomia, se não existir resposta à QT inicial. \+ (sempre) linfadectomia axilar. Tratamento adjuvante: - HT se aplicável; - QT adjuvante; - RT adjuvante também é efetuada em doentes com envolvimento ganglionar mais extenso.