Próstata Flashcards

1
Q

Em quantas zonas está dividida a próstata e quais são?

A

A próstata é constituída por 3 zonas: central (ZC), periférica (ZP) e a de transição (ZT).

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2
Q

Em que zona da próstata ocorre a maioria das patologias benignas? E a HBP?

A

As patologias benignas ocorrem sobretudo na zona central, sendo que a HBP é exclusiva da zona de transição.

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3
Q

Em que zona da próstata ocorre a maioria das patologias malignas?

A

As patologias malignas ocorrem em 75% dos casos na zona periférica, 5-10% na ZC e 10-20% na ZT.

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4
Q

Epidemiologia do carcinoma da próstata: incidência e mortalidade?

A

É a neoplasia (não cutânea) mais frequente no homem e a 2º causa de morte por cancro em indivíduos do sexo masculino. No entanto, apesar da sua alta prevalência, não é considerado um tumor agressivo!

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5
Q

Quais são os fatores de risco para o carcinoma da próstata?

A

→ Idade avançada – a idade média de diagnóstico é 65 anos, sendo raros os casos diagnosticados antes dos 40 anos;
→ Etnia – mais frequente e mais agressiva em afro-americanos;
→ História familiar – 2 ou mais familiares.

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6
Q

O rastreio populacional está recomendado? Porquê?

A

O rastreio populacional não é recomendado, uma vez que conduz ao sobrediagnóstico (identifica-se cancro clinicamente e não clinicamente significativo).

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7
Q

Como se realiza o rastreio do cancro da próstata?

A

Rastreio individual: em doentes a partir dos 40 anos se história familiar positiva ou a partir dos 45/50 anos na população geral, após adequado consentimento do doente sob prévio esclarecimento do médico.
Toque retal + Medição do PSA.

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8
Q

Quais são os sintomas do carcinoma da próstata?

A

Numa fase inicial da doença, 47% dos doentes são assintomáticos.
Se surgirem sintomas, os mais frequentemente encontrados incluem (podem apenas significar existência de HBP):
→ Polaquiúria (38% dos doentes)
→ Diminuição do jacto urinário (23%)
→ Urgência micional (10%)
→ Hematúria (1,4%).
Sintomas de CaP metastizado (osso):
dor óssea e/ou sintomas associados a compressão medular (parésia, anestesia por nível de sensibilidade, diminuição dos reflexos).

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9
Q

O que é o PSA?

A

Marcador órgão-específico (mas não cancro específico).

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10
Q

Qual é outro nome para o PSA?

A

Calicreína 3 (KLK3).

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11
Q

Quando é que pedimos o PSA livre?

A

Quando doseamos o PSA, doseamos o PSA total. Se este estiver entre 4 e 10ng/ml, pede-se o PSA livre.

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12
Q

Valores de “referência” do PSA livre?

A

O PSA livre normal deve ser >15-25%. Nos doentes com cancro da próstata, a proporção de PSA livre diminui.

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13
Q

Valores de “referência” do PSA total, tento em conta a idade?

A

→ 50 anos - <2ng/mL
→ 60 anos - <3ng/mL
→ 70 anos - <4ng/mL

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14
Q

Valores de PSA que indicam maior probabilidade de neoplasia e de metastização?

A

Valores de PSA >10ng/mL associam-se a grande probabilidade de neoplasia da próstata, sendo que em 50% dos casos já existe extensão extracapsular. Valores de PSA >100ng/mL indicam, quase sempre, tumor metastizado.

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15
Q

Porque é que a avaliação da velocidade do PSA é útil?

A

A velocidade corresponde à variação do PSA por ano.
prazo. Se com as várias medições de PSA se verificar uma subida sistemática >0,75ng/ml/ano deve-se descartar neoplasia.
É útil porque a evolução temporal é mais significativa do que um aumento pontual de PSA.

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16
Q

Descreve as normas de atuação da DGS em relação ao PSA?

A

PSA < 2,5 → determinação de 2/2 anos.
2,5 < PSA < 4 → determinação anual.
4 < PSA < 10 → determinação do PSA livre.
PSA > 10 → referenciação para consulta e biópsia.

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17
Q

Quais são outras causas de subida do PSA?

A
→ Hiperplasia benigna da próstata
→ Prostatite
→ Trauma perineal
→ Relações sexuais
→ Ecografia e biópsia transretal
→ Toque retal
→ Cistoscopia
→ RTU-P
→ Retenção urinária
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18
Q

Quais são as características suspeitas da próstata no toque retal?

A
→ Consistência endurecida;
→ Nódulo palpável;
→ Limites mal definidos;
→ Assimetria;
Tamanho prostático não é relevante!
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19
Q

Quais são as vias possíveis para a biópsia prostática?

A

Transretal e transperineal.

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20
Q

Qual é a via mais utilizada para a biópsia prostática?

A

Tranretal, apesar de ter maior risco de infeção, está mais disponível e não necessita de anestesia geral.

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21
Q

Como se realiza a biópsia prostática por via transretal?

A
  • Com recurso a anestesia local e antibioterapia profilática (não é bem profilática porque dura 7 dias).
  • Em duplo sextante: total de 12 amostras, 6 direitas e 6 esquerdas, com 2 da base, 2 do ápex e 2 da região média.
  • Se o doente realizou RMN prévia com a identificação de lesões PI-RADS 3/4/5, deve-se acrescentar a estas 12 amostras, cilindros das lesões identificadas.
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22
Q

Quais são as indicações para realização de biópsia prostática?

A

→ PSA com elevação confirmada;
→ Alterações na palpação prostática com identificação de nódulo palpável;
→ Biópsia prévia com ASAP (atypical small acinar proliferation);
→ Follow-up na vigilância ativa.

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23
Q

Quais são as complicações da biópsia prostática?

A
→ Hematúria;
→ Hematospermia;
→ Dor perineal;
→ Agravamento dos sintomas urinários;
→ Infeção (1%).
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24
Q

Qual é a complicação mais importante da biópsia prostática?

A

A infeção, porque evolui, frequentemente, para urossépsis e morte. Mesmo com a administração de antibioterapia profilática, devemos internar um doente que surge com febre 3-4 dias após a realização de biópsia prostática e administrar antibioterapia de largo espetro.

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25
Q

Quais são os exames de imagem utilizados na avaliação e estadiamento do carcinoma da próstata?

A

(Nenhum exame de imagem isolado caracteriza de forma fidedigna a doença loco-regional).

  • Ecografia transretal;
  • RMN multiparamétrica (RMN prostática);
  • TC, cintografia óssea e PET.
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26
Q

Qual é a utilidade da ecografia transretal no carcinoma da próstata?

A
  • Guiar a biópsia (não é dirigida unicamente aos nódulos detetados);
  • Planeamento do tratamento: Estimar o tamanho da próstata (cirurgia); determinar o local de implantação das sementes (braquiterapia).
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27
Q

A ecografia transretal é útil no diagnóstico de carcinoma da próstata?

A

A ecografia transretal NÃO tem interesse para o diagnóstico, sendo um exame com baixa sensibilidade e especificidade.

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28
Q

Como aparece a neoplasia da próstata na ecografia?

A

Imagens sugestivas de neoplasia da próstata surgem como massas hipoecogénicas.

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29
Q

Qual é a utilidade da RMN?

A

O uso de RMN mostrou-se muito útil comparativamente com a ecografia dado que tem melhor perceção tridimensional da anatomia pélvica e tem um componente funcional: a difusão (restrição da difusão indica-nos presença de neoplasia) e o contraste (sugestivo de neoplasia: tecido que capta e elimina rapidamente contraste).
Tem uma alta sensibilidade e especificidade para lesões de alto grau em fases iniciais.
Permite a classificação PI-RADS para decidir em quem fazer biópsia.

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30
Q

Qual é a utilidade da TC abdominopélvica?

A

Estadiamento da doença de intermédio e alto risco.

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31
Q

Qual é a utilidade da cintigrafia óssea?

A

Estadiamento de doença de intermédio e alto risco.

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32
Q

Quais os exames para estadiamento?

A

Estadiamento só se realiza na doença de risco intermédio e alto.
TC abdominopélvica e cintigrafia óssea. (PET duvidoso)

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33
Q

Quais são os novos marcadores que têm sido investigados para o diagnóstico?

A

→ PCA3 - prostate cancer antigen-3: faz-se o doseamento deste Ag na urina. Necessita de massagem prostática antes da colheita.
→ 4K - 4 kalicreínas.
→ PHI - prostate healh índex.

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34
Q

Descreve um tumor T1?

A

Subida do PSA (T1c) ou encontrado após realização de cirurgia por patologia benigna da próstata (T1a ou b).

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35
Q

Descreve um tumor T2?

A

Tumor palpável.

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36
Q

Descreve um tumor T3?

A

Tumor que invade cápsula ou as vesículas seminais.

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37
Q

Descreve um tumor T4?

A

Invasão das estruturas adjacentes.

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38
Q

Descreve sumariamente os estadios T clínicos?

A

T1 - subida do PSA (T1c) ou encontrado após realização de cirurgia por patologia benigna da próstata;
T2 - Tumor palpável;
T3 - Tumor que invade as vesículas seminais ou cápsula;
T4 - Invasão das estruturas adjacentes.

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39
Q

Quais são os dados utilizados para estratificação dos doentes?

A

TNM + PSA + Score de Gleason.

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40
Q

O que é o Score de Gleason?

A

O score de Gleason baseia-se no padrão de crescimento e grau de diferenciação tumoral. A pontuação varia entre 2 e 10, estando o score de 2 associado a bom prognóstico e o 8-10 a mau prognóstico. A pontuação final de cada doente resulta da combinação de 2 padrões: padrão mais frequente + padrão menos frequente.

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41
Q

Correspondência entre o Score de Gleason e os grupos ISUP?

A
2-6: 1
7 (3+4): 2
7 (4+3): 3
8: 4
9-10: 5
42
Q

Quais são as características de um tumor de baixo risco?

A

Todos os seguintes presentes:
→ PSA ≤ 10 ng/ml
→ Gleason ≤ 6
→ Estadio T1- T2a.

43
Q

Quais são as características de um tumor de risco intermédio?

A

Qualquer dos seguintes presentes:
→ PSA 10-20 ng/ml
→ Gleason 7
→ Estadio T2b

44
Q

Quais são as características de um tumor de alto risco?

A

Qualquer dos seguintes presentes:
→ PSA >20 ng/ml
→ Gleason ≥ 8
→ Estadio T2c

45
Q

Quais são as características de um tumor de alto risco, localmente avançado?

A

→ Estadio T3-T4 ou N+
→ Qualquer valor PSA
→ Qualquer Gleason.

46
Q

Tratamento dos tumores de baixo risco?

A

Um deste 3:

  • Vigilância ativa;
  • cirurgia;
  • RT (externa ou braquiterapia).
47
Q

Tratamento dos tumores de risco intermédio?

A

Cirurgia ou RT (externa ou braquiterapia) + hormonoterapia neoadjuvante.

48
Q

Tratamento dos tumores de alto risco?

A

Cirurgia + linfadenectomia
OU
hormonoterapia -> RT (externa) + hormonoterapia neoadjuvante -> hormonoterapia de longa duração (2 anos).

49
Q

No que consiste a cirurgia no tratamento do cancro da próstata?

A

Consiste na remoção de todo o tecido prostático incluindo a cápsula, as vesículas seminais e a bolsa de gordura anterior. A extensão da cirurgia com dissecção extensa de gânglios linfáticos deve ser realizada sempre que há a possibilidade de doença localmente avançada.

50
Q

Quando é que o tratamento com cirurgia ou RT não está indicado?

A

Em doentes cuja esperança média de vida é < 10 anos.

51
Q

Quais são os tipo de cirurgia possíveis?

A

Pode ser realizada por via retropúbica ou perineal, através de cirurgia minimamente invasiva (robotic-assisted), laparoscopia ou cirurgia aberta.

52
Q

Monitorização do PSA após cirurgia?

A

Após a cirurgia é expectável que o PSA se torne indetetável nas primeiras 6 semanas.
Considera-se a existência de falência terapêutica se o doseamento do PSA for >0,1-0,2ng/mL.

53
Q

Quais são os fatores que influenciam o risco de incontinência após a cirurgia?

A

O comprimento da uretra, a idade avançada e a experiência do cirurgião.

54
Q

Quais são as vantagens da prostatectomia radical?

A

→ Tratamento potencialmente curativo;
→ Fácil monitorizar os doentes (PSA);
→ Não é só tratamento de 1º linha como também pode ser tratamento de 2º linha após recaída com RT;
→ Permite o re-estadiamento pela análise da peça cirúrgica pela AP;
→ Reverte os sintomas, se presentes, que resultam sobretudo de HBP coexistente;
→ É muito segura (baixa mortalidade e morbilidade).

55
Q

Quais são os efeitos adversos da prostatectomia radical?

A
  • Incontinência urinária (<5% após 1 ano);
  • Disfunção erétil (50-70%);
  • Estenose anastomótica (<10%);
  • Lesão do reto (<1%);
  • Hemorragia (<10%);
  • Herniação inguinal;
  • Linfocelo se disseção extensa dos gânglios.
56
Q

Quais são os gânglios removidos na linfadenectomia?

A

Da artéria e veia ilíacas externas, fossa obturadora e gg médios e laterais à artéria ilíaca interna.

57
Q

O que fazer se margens + após prostatectomia radical?

A

Se margens + ou extensão extracapsular, considerar RT adjuvante.

58
Q

Quais são as diferenças na cirurgia entre os estadios de risco?

A
  • Nas cirurgias em doentes com baixo e risco intermédio pode-se tentar realizar nerve-sparing surgery;
  • Nos doentes de risco baixo não se realiza linfadenectomia;
  • Nos doentes de risco intermédio realiza-se linfadenectomia se risco pN > 5%.
59
Q

Quais são as duas modalidade de RT disponíveis?

A

Radioterapia externa e braquiterapia.

Em alguns doentes recorre-se à combinação das duas

60
Q

Qual é o tratamento mais eficaz, Cirurgia ou RT?

A

Face à cirurgia, não existem dados objetivos que nos indiquem qual o tratamento mais eficaz, sendo que em ambos a taxa de falência é de ~30% aos 5 anos.

61
Q

Quando realizar HT?

A

Foi referido anteriormente que a hormonoterapia neoadjuvante não é recomendada na cirurgia, contudo na radioterapia esta poderá apresentar vantagens em doentes com risco intermédio. Normalmente realiza-se como tratamento neoadjuvante.

62
Q

Medição do PSA após RT?

A

Após radioterapia, em contraste com a cirurgia, o PSA não se torna indetetável. Atualmente, considera-se falência da radioterapia se o PSA apresentar uma subida ≥2ng/ml em relação ao valor mais baixo de PSA atingido ou nadir.

63
Q

Quais são as diferentes formas de RT externa, e qual é o gold standart?

A

3DCRT, IMRT, IGRT e SBRT.
IMRT (intensity-modulated radiation therapy) permite a administração de altas doses de radiação (>80Gy) com alta segurança. Assim, a IMRT é considerada o gold standard.

64
Q

Quais são as vantagens da RT externa?

A

→ Tratamento potencialmente curativo;

→ Baixa incidência de incontinência urinária.

65
Q

Quais são as desvantagens da RT externa?

A

→ O doente necessita de se deslocar ao hospital várias vezes&raquo_space; tratamento com RT externa prolonga-se por >30 sessões.
→ Difícil monitorização&raquo_space; PSA permanece detetável;
→ O tratamento dos doentes que recidivam após RT é difícil.
→ Efeitos adversos:
- +++ diarreia e prostatite;
- Risco de estenose uretral;
- Disfunção erétil.

66
Q

Diferenças da RT entre os estadios da doença?

A

No baixo risco:
- não há necessidade de hormonoterapia;
- Pode-se realizar brquiterapia Low dose rate em monoterapia.
No risco intermédio:
- realiza-se HT neoadjuvante 4-6 meses.
No alto risco:
- realiza-se HT neoajuvante e adjuvante durante 2-3 anos;
- no localmente avançado a HT ajuvante é de longa duração (praticamente indefinitvamente);
- pode-se realizar combinação de braquiterapia de low dose rate com RT externa.

67
Q

Como se realiza a braquiterapia de baixa taxa de dose?

A

→ Colocação de sementes na próstata, guiada por ecografia transretal;
→ As sementes absorvem radiação (iodo 125) e libertam-na durante semanas e meses.

68
Q

Critérios para braquiterapia low dose rate?

A
  • PSA <10ng/mL;
  • Gleason 6;
  • Estadio T1c-T2b;
  • Volume prostático <50cc;
  • Q max > 15ml/s (fluxo urinário máximo medido por urofluxometria);
  • Volume tumoral reduzido (<2 cores de biópsia com <50% de envolvimento).
69
Q

Vantagens da braquiterapia low dose rate?

A

→ Necessário apenas 1 sessão;
→ Técnica segura;
→ Baixa incidência de disfunção erétil.

70
Q

Grande desvantagem da braquiterapia low dose rate?

A

Tratamento próximo do ideal, mas ++ recomendado para doentes de baixo risco.

71
Q

Contraindicações para braquiterapia?

A

Relativas: grande volume prostático (>50-60cc), sintomas urinários pré-existentes, RTU-P prévia e obesidade mórbida.
Absoluta: não se pode realizar quimioterapia radiossensibilizadora (e.g.: Cisplatina).

72
Q

Em que doentes se pode realizar vigilância ativa?

A

Pode ser realizado nos doentes de risco baixo ou intermédio favorável (que foram diagnosticados com um tumor não clinicamente significativo e que, consequentemente, pouco ou nenhum impacto apresenta na qualidade e quantidade de vida).

73
Q

O que se faz na vigilância ativa?

A

Toque retal, PSA, re-biópsia, RMN:
- Exame retal de 12/12 meses;
- PSA 6/6 meses.
Se aumento do PSA (duplicação em < 3 anos ou > 10-15) OU alterações no exame retal:
- RM + biópsias OU biópsias sistemáticas.
DEPOIS
- Repetir biópsia no 1º ou 2º ano, porque 25-30% dos pacientes terem uma falha na atribuição do grau da lesão.

74
Q

Diferença entre vigilância ativa e watchful waiting?

A

Ambas têm como objetivo minimizar a toxicidade associada ao tratamento.
No entanto a VA é aplicada sobretudo a doentes de baixo risco, sobretudo jovens e com <2 cores- Nestes casos estamos a adiar o tratamento até ao momento em que o tumor é clinicamente significativo.
Enquanto que o WW se destina a doentes mais idosos, em que se faz o diagnóstico, mas não há benefícios no tratamento tendo em conta a toxicidade do mesmo e a EMV do doente.

75
Q

O que é doença resistente à castração (M0)?

A

Após o tratamento de um doente sem metástases.
Com a progressão da doença, os doentes tornam-se resistentes ao tratamento. Tal resistência coincide, em parte, com o aparecimento de sintomas e metástases.
Durante esta fase de resistência dizemos que o doente é M0, ou seja, é um doente que teoricamente vai desenvolver metástases.

76
Q

Fármacos em ensaio que podem ser utilizados em doença M0?

A

→ Apalutamida;
→ Darolutamida;
→ Enzalutamida.
Em PT estes fármacos ainda não se encontram disponíveis de forma generalizada, apenas em regime de ensaio clínico.

77
Q

Quais são os 2 tipos de doentes M1?

A
  • Doentes que após tratamento recaem e desenvolvem metástases;
  • Doentes que se apresentam ao diagnóstico com estadio M1.
78
Q

Tratamento de doentes que se apresentam em estadio M1 ao diagnóstico?

A

Hormonoterapia/ADT:
- Os fármacos mais utilizados são os agonistas LHRH associados ou não com inibidores dos androgénios;
- Doentes de maior risco clínico/doença de high-volume beneficiam da associação da ADT com QT:
» Docetaxel 75mg/m2 durante 3 semanas em 6 ciclos de tratamento;
» ADT + Abiraterona + Prednisolona.
» Enzalutamida.

79
Q

Prognóstico de doentes que se apresentam em estadio M1 ao diagnóstico?

A

Doentes com doença metastizada ao diagnóstico apresentam uma sobrevida de 28,9% aos 5 anos.

80
Q

O que é doença com elevada carga tumoral (high volume)?

A
  • 4 ou mais metástase ósseas, pelo menos 1 não axial ou na pélvis;
  • metástases viscerais.
81
Q

O que é doença metastática com elevado risco?

A
  • Gleason >/=8;
  • 3 ou mais metástases ósseas;
  • metástases viscerais.
82
Q

Fatores de prognóstico em doentes metastizados?

A
  • Número de metástases ósseas;
  • Metástases viscerais;
  • Score de Gleason;
  • Score ECOG;
  • PSA inicial;
  • Locais de metástase óssea.
83
Q

Opções de ADT?

A

→ Castração cirúrgica: Orquiectomia;

→ Castração médica: Agonistas LHRH; Antagonistas LHRH.

84
Q

Quais são os Agonistas LHRH disponíveis?

A

Leuprolida
Goserelina
Triptorelina

85
Q

Como são utilizados os Agonistas LHRH?

A

Devem ser usados durante as primeiras 2 semanas em associação com os inibidores dos androgénios para evitar os fenómenos de flare-up.

86
Q

O que é o fenómeno de flare-up e quando acontece?

A

Nas primeiras 4 semanas de tratamento com agonistas LHRH.

Fenómeno de flare-up: aumento transitório de testosterona, que leva à exacerbação da sintomatologia.

87
Q

Qual é o antagonista LHRH disponível?

A

Degarrelix.

88
Q

Quais são os inibidores dos androgénios e como funcionam?

A

• Esteroides: Ciproterona, Acetato de abiterona.
• Não esteroides (não atravessam a BHE): enzalutamida.
Competem pelo recetor de androgénios (RA)&raquo_space; impedem a ligação da testosterona ao RA nuclear.

89
Q

Reações adversas da hormonoterapia?

A
→ Disfunção sexual (C/ perda da líbido)
→ Hot flushes
→ Perda de densidade óssea
→ Perda de massa muscular
→ Toxicidade hepática
→ Síndrome metabólico (hiperGlu, hiperLDL)
→ Ginecomastia
→ Hipogonodismo
→ Alterações na cognição, depressão
90
Q

Qual é a opção inicial de tratamento nos doentes M1?

A

→ ADT + Docetaxel ou ADT + Abiraterona + Prednisolona.

91
Q

Para além de HT que mais se pode fazer nos doentes M1?

A

Há vantagem em realizar RT em associação com a terapêutica hormonal.

92
Q

O que são doentes resistentes à castração?

A

Testosterona sérica sob castração <50ng/dl e presença de pelo menos 1 dos seguintes:
Progressão bioquímica:
• 3 aumentos consecutivos de PSA com 1 semana de intervalo;
• PSA >2ng/ml.
Progressão radiológica:
• ≥ 2 novas lesões ósseas ou lesão visceral de acordo com os critérios RECIST.

93
Q

Fármacos disponíveis nos doentes resistentes à castração?

A
  • Docetaxel;
  • Cabazitaxel;
  • Abiraterona (após falência do docetaxel);
  • Enzalatumida (após falência do docetaxel);
  • Rádio-223.
94
Q

Opção terapêutica em doentes M1 resistentes à castração, na presença de alterações genéticas como BRCA1/2 ou ATM?

A

Olaparib.

95
Q

Abiraterona: Mecanismo de ação?

A

Inibe a síntese de androgénios sobretudo na suprarrenal e nas células neoplásicas&raquo_space; distingue-se dos ADT por não atuar tanto a nível testicular.
Necessário suplementação com predinosolona.

96
Q

Enzalutamida: Mecanismo de ação e RAM?

A

Inibidor dos androgénios não esteróide.
Reduz a proliferação celular e conduz à morte celular.
RAs frequentes: fraturas ósseas, ginecomastia, astenia, HTA e hot flashes.

97
Q

Docetaxel e Cabazitaxel: Mecanismo de ação e RAM?

A

Param a divisão celular e induzem a morte por apoptose.

RAs frequentes: alopécia, citopénias, parestesias, vómitos e mialgias

98
Q

Sipuleucel-T: Mecanismo de ação e RAM?

A

Induz uma resposta T contra o PAP, que é expresso pelas células neoplásicas
RAs frequentes: arrepios, fadiga, febre e dor óssea

99
Q

Ra-223: indicações?

A

Partilha propriedades com o cálcio.
Utilizado em metástases ósseas: Nestas situações o osso encontra-se a absorver muito cálcio e substâncias semelhantes ao cálcio. Uma vez no osso, o rádio imite radiação com destruição do tecido neoplásico presente.
Não provoca danos nos tecidos saudáveis.

100
Q

Opções de tratamento das metástases ósseas?

A

→ A RT externa, a cimentação e a cirurgia paliativa são opções de gestão do doente com metástases ósseas;
→ Os bifosfonatos (ácido zelodrónico) e os inibidores RANKL (denosumab) são úteis na prevenção das complicações. Não aumentam a sobrevida dos doentes pelo que são considerados tx de suporte.
Bifosfonatos dão nefrotoxicidade.

101
Q

Qual é o tipo histológico mais comum no carcinoma da próstata?

A

> 95% das neoplasias da próstata são adenocarcinomas