Ovário e Endométrio Flashcards
Quais são as neoplasias ginecológicas mais letais?
Neoplasia do ovário, sendo que o tipo histológico mais grave (e comum - 90%) é o epitelial.
Quais são os órgãos que mais metastizam para o ovário?
Mama, cólon, estômago, pâncreas e apêndice.
O que são tumores de Krukenberg?
assas em ambos os ovários com origem em tumores gastrointestinais secretores de mucina.
Quais são as diferentes origens do cancro do ovário?
- Tumores epiteliais (90%);
- Tumores de células germinais e do estroma ovárico (10%).
Qual é a mediana de idade de diagnóstico do carcinoma do ovário?
60 anos.
Qual é a sobrevida global aos 5 anos após tratamento de carcinoma do ovário?
44%.
Quais são os diferentes tipos histológicos do cancro epitelial do ovário?
- Tumores serosos (50%);
- Tumores mucinosos (25%);
- Tumores endometrial (15%);
- Células claras (5%);
- Tumores de Breener (1%).
Quais são as diferenças no tratamento entre os diferentes tipos histológicos de neoplasia epitelial do ovário?
Atualmente, as opções de tratamento são idênticas para todos os tipos histológicos de neoplasia epitelial do ovário. (Apesar das neoplasias apresentam importantes diferenças entre si como a resposta à quimioterapia).
Qual é o tipo histológico mais comum do cancro epitelial do ovário?
tumor seroso de alto grau.
Quais são os padrões de disseminação dos tumores do ovário?
Exfoliação - disseminação através do peritoneu;
Via hematogénea;
Via linfática - gânglios pélvicos e lombo-aórticos;
Extensão direta para bexiga e reto.
Qual é a forma mais frequente de metastização dos tumores do ovário?
Exfoliação.
Quais são os fatores protetores para o cancro do ovário?
→ Contracetivos orais (sobretudo após 5 anos de uso);
→ Multiparidade;
→ Amamentação.
Quais são os fatores de risco para o carcinoma do ovário?
- Idade avançada;
- História pessoal e/ou familiar de neoplasia da mama e/ou ovário;
- Síndrome genética como BRCA1/2;
- Outras síndromes hereditárias com destaque para Síndrome de Lynch tipo II (NHPCC);
- Outros fatores de risco que parecem ser menos importantes são os hormonais (ex: menarca precoce, menopausa tardia, terapêutica hormonal de substituição) e ambientais (obesidade, dieta rica em carnes vermelhas e processadas, tabagismo, alcoolismo).
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Existe rastreio do carcinoma do ovário? Como se realiza?
O rastreio de mulheres de risco normal/risco standard não é recomendado fora de ensaios clínicos.
As mulheres de risco elevado (história pessoal ou familiar de cancro do ovário e cancro da mama) devem ser encaminhadas para um especialista da área do aconselhamento genético, não existindo nenhum método de rastreio particularmente útil.
O que fazer nas mulheres com mutação BRCA?
Remoção profilática dos ovários e trompas de Falópio (anexectomia bilateral), normalmente após a conclusão da gravidez e idealmente antes dos 35-40 anos.
Qual é a vantagem adicional da ooforectomia profilática nas mulheres com mutação BRCA?
A ooforectomia profilática precoce tem a vantagem adicional de proteger estas mulheres de cancro da mama subsequente.
Quais são os sintomas de neoplasia do ovário?
Principalmente assintomáticas. Os sintomas só aparecem nos estadios III/IV, sendo que > 70% dos carcinomas são encontrados neste estadio. Sintomas: → Desconforto pélvico → Dor abdominal → Distensão abdominal → Enfartamento precoce → Alterações no padrão urinário e intestinal.
Quais são os sinais de neoplasia do ovário encontrados no exame objetivo?
Em estadios avançados, os sinais encontrados ao exame objetivo incluem ascite, derrame pleural e palpação de massa pélvica.
Quais são os MCDTs utilizados no carcinoma do ovário, e qual é a sua utilidade?
→ Ecografia pélvica com sonda vaginal - para diagnóstico da massa;
→ RMN pélvica - melhor caracterização da doença loco-regional. Deve ser o exame a pedir após identificação de uma massa pélvica pela ecografia. (sobretudo importante para fazer o diagnóstico diferencial de massas benignas vs malignas);
→ TC torácica - presença de metástases à distância;
→ TC AP - permite avaliar os critérios de ressecabilidade cirúrgica;
→ Biópsia das lesões peritoneais/ovário - para as doentes que não são candidatas a cirurgia, antes de se iniciar o tratamento com QT.
Órgãos mais comuns de metastização do carcinoma do ovário?
→ Fígado; → Pulmões (principal); → Baço; → Parede abdominal; → Pleuras.
Qual é o parâmetro laboratorial que se encontra aumentado no carcinoma do ovário e qual é a sua importância?
CA-125:
- correlaciona-se com o volume da doença.
- pode ocorrer em situações benignas como gravidez, endometriose e DIP.
- importante na monitorização da doença e das recaídas.
ATENÇÃO o tratamento das recaídas faz-se quando surgirem sintomas, e não após o aumento do CA-125.
Se, após o tratamento do carcinoma do ovário, se notar um aumento no CA-125, deve-se realizar tratamento?
Não, o tratamento das recaídas faz-se quando surgirem sintomas, e não após o aumento do CA-125.
Qual é o papel da radioterapia no carcinoma do ovário?
Normalmente, não se utiliza RT nos tumores do ovário, porque, apesar de serem radiossensíveis, se existir um padrão de disseminação do carcinoma do ovário ao longo de toda a cavidade peritoneal, o facto de se utilizar RT nesta doença equivaleria à irradiação de praticamente toda a cavidade abdominal e pélvica.
Qual é a abordagem inicial para tratamento do carcinoma do ovário
Laparotomia exploradora.
Exceto quando há contraindicações para cirurgia e/ou de critérios de irressecabilidade tumoral.
No que consiste a cirurgia no carcinoma do ovário?
Laparotomia mediana supra e infraumbilical:
- histerectomia bilateral total, anexectomia bilateral e omentectomia;
- com citologia/lavado peritoneal;
- e biópsias do fundo de saco de Douglas, goteiras parietocólicas e diafragma;
- com excisão de lesões suspeitas.
- Com ou sem linfadenectomia.
Quando se realiza linfadenectomia no tumor do ovário?
A linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica deve ser realizada nos tumores de estadios iniciais para estadiamento, mas poderá ser omitida em tumores de estadio mais avançado com ausência de invasão.
Qual é a diferença entre citologia e lavado peritoneal?
Se a doente apresentar ascite colhe-se líquido ascítico. Se a doente não apresentar ascite faz-se lavado peritoneal com colocação de soro fisiológico na cavidade peritoneal. O objetivo em ambas as situações é a pesquisa de células neoplásicas.
O que é a citorredução e como ser classificada?
Remoção máxima de células tumorais do organismo.
→ Completa»_space; ausência de doença visível
→ Ótima»_space; doença residual com ≤ 1cm de maior diâmetro
→ Sub-ótima»_space; doença residual com >1cm de maior diâmetro.
Quais são os maiores fatores de prognóstico do carcinoma do ovário?
O estadio ao diagnóstico e o volume de doença residual.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Como se realiza o estadiamento dos tumores do ovário?
O estadiamento é cirúrgico.
Descreve resumidamente os estadios do carcinoma do ovário.
→ Estadio I: tumor limitado aos ovários;
→ Estadio II: tumor com extensão pélvica, envolvendo 1 ou ambos os ovários;
→ Estadio III: extensão para o peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais;
→ Estadio IV: metástases à distância incluindo metástases peritoneais.
FIGO: tumor limitado a 1 único ovário, sem invasão da cápsula e sem células malignas no líquido peritoneal.
Qual é o estadio?
IA.
FIGO: tumor limitado a 1 ou ambos ovários, com rutura da cápsula ou com células malignas no líquido peritoneal.
Qual é o estadio?
IB.
FIGO: tumor limitado a 1 ou ambos ovários, sem invasão da cápsula e sem células ,malignas no líquido peritoneal.
Qual é o estadio?
IC.
FIGO: extensão do tumor ao útero ou trompas de falópio/ovário (dependendo da origem).
Qual é o estadio?
IIA.
FIGO: extensão do tumor a estruturas pélvicas sem ser útero ou trompas de falópio/ovário (dependendo da origem).
Qual é o estadio?
IIB.
FIGO: metástases microscópicas no peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais.
Qual é o estadio?
IIIA.
FIGO: metástases macroscópicas <2 cm no peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais.
Qual é o estadio?
IIIB.
FIGO: metástases macroscópicas > 2 cm no peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais.
Qual é o estadio?
IIIC.
FIGO: Presença de células metastáticas no líquido pleural.
Qual é o estadio?
IVA.
FIGO: Qualquer metástase extraperitoneal.
Qual é o estadio?
IVB.
Quais são os fatores de prognóstico do carcinoma do ovário?
→ Estadio ao diagnóstico (mais importante);
→ Volume da doença residual;
→ Histologia do tumor;
→ Grau de diferenciação;
→ Mutações BRCA (se presente confere melhor prognóstico).
Qual é a percentagem de doentes com carcinoma do ovário que necessitam de terapêutica adjuvante?
Cerca de 90% das doentes com carcinoma do ovário necessita de terapêutica adjuvante.
Qual é o tratamento preconizado para a terapêutica adjuvante do carcinoma do ovário?
QT endovenosa ou intraperitoneal.
A QT adjuvante no carcinoma do ovário é mais eficaz por via endovenosa ou intraperitoneal?
A intraperitoneal é mais eficaz, no entanto, em Portugal realiza-se endovenosa, porque a intraperitoneal é mais difícil em termos logísticos.
Em que doentes há vantagem em realizar QT neoadjuvantes (carcinoma do ovário)?
Doentes que não apresentam critérios de ressecabilidade cirúrgica.
Como é realizada a QT neoadjuvante no carcinoma do ovário?
3 a 4 ciclos de QT endovenosa, seguidos de cirurgia para citorredução se presentes critérios de ressecabilidade e ausência de contraindicações.
Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio I G1?
Apenas cirurgia.
Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio I G2?
Apenas cirurgia.
Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio I G3?
Cirurgia + 6 ciclos de QT com carboplatina + paclitaxel.
Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio II-IV?
Cirurgia + 6 ciclos de QT com carboplatina + paclitaxel.
Qual é o papel dos inibidores da PARP no carcinoma do ovário?
Olaparib.
Tem interesse nas mulheres com mutações BRCA e em todas as mulheres com recidiva da doença. No entanto, ainda não foi aprovado pelo INFARMED.
Qual é o papel do Bevacizumab no carcinoma do ovário?
O Bevacizumab é um Ac monoclonal anti-VEGF.
Pode ser utilizado concomitantemente com a QT adjuvante.
Normalmente é utilizado na recaída da doença.
Como se realiza o follow up das doentes com carcinoma do ovário?
- a cada 2-4meses nos primeiros 2 anos;
- a cada 3-6meses após os primeiros 3 anos;
- anualmente após 5 anos.
O follow-up é sobretudo clínico, sendo que o CA-125 é usado na monitorização dos doentes em alguns centros.
Qual é o objetivo do tratamento da recaída de carcinoma do ovário
Paliativo.
A partir do momento em que recaem, a doença destas mulheres é considerada incurável. Os objetivos do seu tratamento passam a ser o controlo dos sintomas e a manutenção da qualidade de vida.
Que tipos de citorredução existem?
→ Primária»_space; se realizada antes da QT.
→ Secundária»_space; Quando uma cirurgia de remoção tumoral é incompleta é proposta QT seguida de outra cirurgia de citorredução.
→ De intervalo»_space; se realizada após QT neoadjuvante.
→ Paliativa»_space; se realizada com o intuito paliativo e não curativo.
Qual é a complicação mais frequente do carcinoma do ovário não ressecável?
A complicação mais frequente é a obstrução intestinal, sendo que outras incluem uropatias obstrutivas e metástases isoladas.
Opções de manuntenção da fertilidade em doentes jovens com carcinoma do ovário?
Salpingo-ooforectomia unilateral antes da gravidez, e imediatamente após a gravidez, realização de histerectomia total e salpingo-ooforectomia contralateral.
Candidatas a esta abordagem incluem:
→ Doentes jovens;
→ Estadio ao diagnóstico IA a IC;
→ Envolvimento unilateral;
→ Histologia tumoral favorável»_space; tumores mucinosos, serosos, endometriais ou mistos de grau de diferenciação G1 ou G2.
Porque é que não se realiza cirurgia laparoscópica no carcinoma do ovário?
Tem diversas desvantagens:
- impossibilidade de remover a massa de forma intacta;
- aumento do risco de rotura da massa tumoral;
- maior dificuldade na exploração da cavidade peritoneal e pélvica;
- possibilidade de disseminação de células malignas com o procedimento.
Função da PARP?
Importante na reparação do DNA por excisão de bases, que é o mecanismo de reparação mais frequentemente ativado aquando de uma lesão numa única cadeia.
Mecanismo de ação dos inibidores da PARP?
Inibição da PARP
» erros numa cadeia de DNA que eventualmente evolui para erros em ambas as cadeias de DNA
» se os genes BRCA1 e 2 estão mutados ou silenciados não há recuperação por recombinação homóloga das lesões
» danos irreversíveis e morte das células neoplásicas.
Reações adversas dos iPARP?
\+ frequentes: ▪ Náuseas e vómitos; ▪ Fadiga; ▪ Obstipação; ▪ Diarreia; ▪ Cefaleias. \+ graves: ▪ Fármacos teratogénico; ▪ LMA (<1%).
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Porque é que o tumor do ovário, apesar de não ser o tumor ginecológico mais frequente, é o que tem maior mortalidade?
→ >70% dos tumores do ovário apresentam-se ao diagnóstico em estadio avançado;
→ Tumores assintomáticos nos estadio iniciais, o que dificulta o diagnóstico em estadios iniciais;
→ O seu prognóstico é também dependente da qualidade de prestação de cuidados de saúde e não apenas da biologia tumoral»_space; expertise e competência do ginecologista oncológico;
→ Os tumores do ovário mais frequentes são também os que apresentam pior prognóstico histológico (tumores epiteliais serosos de alto grau);
→ Altas taxas de recaída.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
A história familiar é importante na avaliação das doentes?
→ SIM! Devemos estar atentos a mulheres com antecedentes familiares e pessoais de neoplasia do ovário e da mama de modo a identificarmos mulheres com potencial benefício na pesquisa de mutações BRCA.
→ Recomenda-se que as mulheres identificadas com mutações associadas a cancro do ovário e da mama, como BRCA, sejam submetidas à remoção profilática dos ovários e trompas de Falópio (anexectomia bilateral), normalmente após a conclusão da gravidez e idealmente antes dos 35-40 anos.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Na cirurgia do carcinoma do ovário o que se deve remover para além dos ovários e do útero.
→ omenctomia e linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica (sobretudo nos estadios iniciais);
→ Durante a cirurgia deve-se também realizar biópsias ao fundo de saco de Douglas, goteiras parietocólicas e diafragma;
→ Deve-se remover todas as lesões visíveis»_space; poderá ser necessária a realização de esplenectomia, resseção diafragmática, resseção hepática parcial, resseção ureteral/vesical, resseção intestinal e linfadenectomia sistémica.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Lesão imagiológica detetada por TC ou RM, suspeita de cancro num só ovário, como abordar a doente?
→ Laparotomia exploradora»_space; Diagnóstico»_space; Estadiamento»_space; Prognóstico
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
A quem é que se tem de fazer pesquisa de BRCA?
→ Previamente ao aparecimento de cancro do ovário, as mulheres devem ser identificadas de acordo com os seus antecedentes pessoais e familiares de modo a averiguar-se a presença de critérios para referenciação a um especialista na área do aconselhamento genético;
→ Após o diagnóstico de cancro do ovário, todas as mulheres, independentemente da sua idade com tumores não-mucinosos devem fazer a pesquisa da mutação do BRCA»_space; a sua presença poderá interferir com a escolha do tratamento e é fator de bom prognóstico.
→ Nota: Quanto mais jovem for a mulher, maior a probabilidade de se encontrar uma mutação BRCA!
Qual é o tipo histológico mais comum dos tumores uterinos?
Adenocarcinomas epiteliais.
Quais são os tumores uterinos benignos mais comuns?
Leiomiomas uterinos.
Qual é o tumor ginecológico mais comum nos países desenvolvidos?
Cancro do endométrio.
Qual é o tumor ginecológico mais frequente nos países subdesenvolvidos?
Tumor do colo do útero.
A partir de que idade os tumores do endométrio são mais prevalentes.
Após a menopausa.
Apenas 5% dos tumores são diagnosticados antes dos 40 anos, e estão relacionados com síndromes genéticos.
Qual é a percentagem de tumores do endométrio diagnosticados em estadio precoce?
70%.
Quais são os diferentes tipos histológicos de tumores do endométrio?
→ Adenocarcinoma endometrioide (75-80%);
→ Papilar seroso (5-10%);
→ Células claras (1-5%);
→ Mucinoso (1%).
Como se classificam as neoplasias endometriais de acordo com o grau de diferenciação celular?
→ G1: tumores bem diferenciados;
→ G2: tumores moderadamente diferenciados;
→ G3: tumores pouco diferenciados.
Qual é o principal fator de risco para o desenvolvimento do carcinoma do endométrio?
Exposição a estrogénios sobretudo se não for intercalada com a exposição a progesterona:
→ Obesidade:
→ Menopausa tardia;
→ Menarca precoce;
→ Tamofixeno: fármaco anti estrogénico no tecido mamário, porém estrogénico no epitélio uterino. Note-se que tumores do endométrio como consequência da utilização de tamofixeno são uma raridade.
Para além da exposição ao estrogénio, que outros fatores de risco para o carcinoma do endométrio existem?
- HTA;
- DM;
- Nuliparidade;
- História de infertilidade;
- História familiar/pessoal de carcinoma da mama, ovário e colo retal.
Existe rastreio para o carcinoma do endométrio? como se realiza?
Apenas em mulheres de risco. Rastreio com biópsia endometrial anual.
Que fatores protetores existem para carcinoma do endométrio?
Contracetivos orais.
Quais são os sintomas de carcinoma do endométrio?
Hemorragia vaginal anómala: 90% das mulheres com tumores endoteliais apresentam-se com hemorragia vaginal pós-menopausa. Em mulheres pré-menopausa, a manifestação mais frequente é hemorragia vaginal atípica entre ciclos menstruais típicos.
Em doentes assintomáticas, como é, por vezes, encontrado o carcinoma do endométrio.
O teste de Papanicolau (realizado para rastreio de carcinoma do colo uterino) pode levantar suspeita de tumores endometriais por surgir com tecido glandular ou células endometriais anómalas.
Quais são os locais de disseminação mais frequentes dos tumores do endométrio.
Gânglios linfáticos pélvicos e para-aórticos. À distância, as metástases são sobretudo pulmonares.
O que fazer a uma doente com hemorragia vaginal anómala?
Ecografia transvaginal. Perante achados suspeitos realiza-se histeroscopia para biópsia endometrial ou curetagem uterina para confirmação do diagnóstico.
Que alterações na ecografia transvaginal aumentam a suspeita de lesão maligna do útero?
Alterações da heterogenicidade, regularidade e espessura do endométrio.
Qual é o tratamento do carcinoma do endométrio?
Como a grande maioria das mulheres apresenta-se com tumores localizados, a cirurgia é a primeira abordagem terapêutica.
Como se realiza o estadiamento de carcinoma endometrial?
O estadiamento é cirúrgico.
Como se realiza a cirurgia no tratamento do carcinoma do endométrio?
- Histerectomia total;
- Anexectomia bilateral;
- Inspeção da cavidade pélvica;
- Lavado peritoneal e biópsia de todas as lesões suspeitas.
+/- Linfadenectomia.
Qual é o protocolo a seguir em tumores do endométrio com histologia de células claras ou papilar seroso?
Protocolo cirúrgico dos tumores do ovário.
Critérios para realização de linfadenectomia na cirurgia dos tumores do endométrio?
Durante a cirurgia é realizado um exame anatomopatológico (extemporâneo) para determinar a necessidade de realizar linfadenectomia. Se o exame revelar a invasão da metade externa do miométrio e a biópsia anterior classificar o tumor como G3, há a necessidade de remoção dos gânglios pélvicos e lombo-aórticos.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Quais são os fatores de prognóstico dos carcinomas do endométrio?
- Estadiamento cirúrgico - principal;
- Histologia - pior prognóstico nos tumores de células claras e papilar seroro;
- Grau de diferenciação;
- Presença de angioinvasão.
Descreve sumariamente os diferentes estadios do carcinoma do endométrio.
- Estadio I: tumor limitado ao corpo uterino;
- Estadio II: tumor com invasão do estroma endocervical (ultrapassa o corpo);
- Estadio III: tumor com invasão da serosa ou anexos, vagina, parametrio, gânglios linfáticos pélvicos ou lombo-aórticos;
- Estadio IV: tumor com invasão do reto ou bexiga ou presença de metástases à distância.
Quais são as doentes candidatas a terapêutica adjuvante no carcinoma do endométrio?
Mulher portadora de alto risco de recaída: → Invasão da metade externa do miométrio (estadio IB); → Histologia de mau prognóstico; → Menor grau de diferenciação; → > Estadio II; → Angioinvasão presente; → Idade >60 anos; → Tumor com >2 cm.
Como se realiza a terapêutica adjuvante do carcinoma do endométrio?
- RT (braquiterapia ou RT externa).
OU - QT (6 ciclos de carboplatina e paclitaxel).
Como se realiza a vigilância das mulheres com carcinoma do endométrio após o tratamento?
Vigilância clínica.
As recaídas locais são evidenciadas pelo reaparecimento de hemorragia vaginal e dor pélvica. A doença metastática surge sobretudo nos pulmões e manifesta-se por tosse e dispneia.
Quais são os órgãos para onde mais frequentemente metastiza o carcinoma do endométrio?
- Pulmão;
- Também metastizam para o osso, SNC, gânglios.
Tratamento das recaídas do carcinoma do endométrio?
- Recaídas locais: cirurgia de exenteração ou braquiterapia.
- Doença metastática: terapêutica hormonal com progesterona, anti-estrogénicos e inibidores da aromatase se o tumor for bem diferenciado. Tumores mal diferenciados são resistentes a este tratamento pelo que são indicação para quimioterapia.
Qual é a definição de hemorragia vaginal pós-menopausa?
Hemorragias vaginais que ocorrem 12 meses após a última menstruação.
Que causas uterinas existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?
▪ Tumores endometriais»_space; 10% de todos os casos;
▪ Pólipos endometriais»_space; 2-12% de todos os casos;
▪ Hiperplasia endometrial»_space; 5-10% de todos os casos;
▪ Atrofia endometrial»_space; juntamento com a atrofia vaginal é responsável por 59% de todos os casos;
▪ Leiomiomas uterinos;
▪ Cancro cervical;
▪ Pólipos cervicais.
Que causas vaginais existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?
▪ Tumores vaginais;
▪ Atrofia vaginal.
Que causas não ginecológicas existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?
Doença do trato urinário, intestinal ou do reto.
Que causas farmacológicas existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?
▪ Tamofixeno;
▪ Terapêutica hormonal de substituição»_space; responsável por 12% de todos os casos;
▪ Terapêutica anticoagulante.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Exemplos de fatores de risco para neoplasias do endométrio?
→ Obesidade; → Menopausa tardia e menarca precoce; → Tamofixeno; → HTA, DM; → Nuliparidade; → História de infertilidade; → Síndrome de Lynch.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Porque é que é importante o ginecologista chamar o anatomopatologista ao bloco para fazer um exame extemporâneo de um carcinoma do endométrio?
Permite definir a necessidade de realização de linfadenectomia: realizar se tumor G3 invade metade externa do miométrio.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Podem existir tumores do endométrio fora do útero?
Sim. Doentes com endometriose podem apresentar tumores endometriais ectópicos.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Existe rastreio para o carcinoma endometrial?
Não está preconizada a realização de rastreio em mulheres de risco standard.
Poderá existir benefício em rastrear mulheres com mutações características de Síndrome de Lynch com biópsia endometrial anual.
(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Qual é a síndrome hereditária muito associada a cancro endometrial?
Síndrome de Lynch.