Ovário e Endométrio Flashcards

1
Q

Quais são as neoplasias ginecológicas mais letais?

A

Neoplasia do ovário, sendo que o tipo histológico mais grave (e comum - 90%) é o epitelial.

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2
Q

Quais são os órgãos que mais metastizam para o ovário?

A

Mama, cólon, estômago, pâncreas e apêndice.

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3
Q

O que são tumores de Krukenberg?

A

assas em ambos os ovários com origem em tumores gastrointestinais secretores de mucina.

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4
Q

Quais são as diferentes origens do cancro do ovário?

A
  • Tumores epiteliais (90%);

- Tumores de células germinais e do estroma ovárico (10%).

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5
Q

Qual é a mediana de idade de diagnóstico do carcinoma do ovário?

A

60 anos.

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6
Q

Qual é a sobrevida global aos 5 anos após tratamento de carcinoma do ovário?

A

44%.

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7
Q

Quais são os diferentes tipos histológicos do cancro epitelial do ovário?

A
  • Tumores serosos (50%);
  • Tumores mucinosos (25%);
  • Tumores endometrial (15%);
  • Células claras (5%);
  • Tumores de Breener (1%).
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8
Q

Quais são as diferenças no tratamento entre os diferentes tipos histológicos de neoplasia epitelial do ovário?

A

Atualmente, as opções de tratamento são idênticas para todos os tipos histológicos de neoplasia epitelial do ovário. (Apesar das neoplasias apresentam importantes diferenças entre si como a resposta à quimioterapia).

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9
Q

Qual é o tipo histológico mais comum do cancro epitelial do ovário?

A

tumor seroso de alto grau.

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10
Q

Quais são os padrões de disseminação dos tumores do ovário?

A

Exfoliação - disseminação através do peritoneu;
Via hematogénea;
Via linfática - gânglios pélvicos e lombo-aórticos;
Extensão direta para bexiga e reto.

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11
Q

Qual é a forma mais frequente de metastização dos tumores do ovário?

A

Exfoliação.

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12
Q

Quais são os fatores protetores para o cancro do ovário?

A

→ Contracetivos orais (sobretudo após 5 anos de uso);
→ Multiparidade;
→ Amamentação.

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13
Q

Quais são os fatores de risco para o carcinoma do ovário?

A
  • Idade avançada;
  • História pessoal e/ou familiar de neoplasia da mama e/ou ovário;
  • Síndrome genética como BRCA1/2;
  • Outras síndromes hereditárias com destaque para Síndrome de Lynch tipo II (NHPCC);
  • Outros fatores de risco que parecem ser menos importantes são os hormonais (ex: menarca precoce, menopausa tardia, terapêutica hormonal de substituição) e ambientais (obesidade, dieta rica em carnes vermelhas e processadas, tabagismo, alcoolismo).
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14
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Existe rastreio do carcinoma do ovário? Como se realiza?

A

O rastreio de mulheres de risco normal/risco standard não é recomendado fora de ensaios clínicos.
As mulheres de risco elevado (história pessoal ou familiar de cancro do ovário e cancro da mama) devem ser encaminhadas para um especialista da área do aconselhamento genético, não existindo nenhum método de rastreio particularmente útil.

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15
Q

O que fazer nas mulheres com mutação BRCA?

A

Remoção profilática dos ovários e trompas de Falópio (anexectomia bilateral), normalmente após a conclusão da gravidez e idealmente antes dos 35-40 anos.

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16
Q

Qual é a vantagem adicional da ooforectomia profilática nas mulheres com mutação BRCA?

A

A ooforectomia profilática precoce tem a vantagem adicional de proteger estas mulheres de cancro da mama subsequente.

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17
Q

Quais são os sintomas de neoplasia do ovário?

A
Principalmente assintomáticas.
Os sintomas só aparecem nos estadios III/IV, sendo que > 70% dos carcinomas são encontrados neste estadio. 
Sintomas:
→ Desconforto pélvico
→ Dor abdominal
→ Distensão abdominal
→ Enfartamento precoce
→ Alterações no padrão urinário e intestinal.
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18
Q

Quais são os sinais de neoplasia do ovário encontrados no exame objetivo?

A

Em estadios avançados, os sinais encontrados ao exame objetivo incluem ascite, derrame pleural e palpação de massa pélvica.

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19
Q

Quais são os MCDTs utilizados no carcinoma do ovário, e qual é a sua utilidade?

A

→ Ecografia pélvica com sonda vaginal - para diagnóstico da massa;
→ RMN pélvica - melhor caracterização da doença loco-regional. Deve ser o exame a pedir após identificação de uma massa pélvica pela ecografia. (sobretudo importante para fazer o diagnóstico diferencial de massas benignas vs malignas);
→ TC torácica - presença de metástases à distância;
→ TC AP - permite avaliar os critérios de ressecabilidade cirúrgica;
→ Biópsia das lesões peritoneais/ovário - para as doentes que não são candidatas a cirurgia, antes de se iniciar o tratamento com QT.

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20
Q

Órgãos mais comuns de metastização do carcinoma do ovário?

A
→ Fígado;
→ Pulmões (principal);
→ Baço;
→ Parede abdominal;
→ Pleuras.
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21
Q

Qual é o parâmetro laboratorial que se encontra aumentado no carcinoma do ovário e qual é a sua importância?

A

CA-125:
- correlaciona-se com o volume da doença.
- pode ocorrer em situações benignas como gravidez, endometriose e DIP.
- importante na monitorização da doença e das recaídas.
ATENÇÃO o tratamento das recaídas faz-se quando surgirem sintomas, e não após o aumento do CA-125.

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22
Q

Se, após o tratamento do carcinoma do ovário, se notar um aumento no CA-125, deve-se realizar tratamento?

A

Não, o tratamento das recaídas faz-se quando surgirem sintomas, e não após o aumento do CA-125.

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23
Q

Qual é o papel da radioterapia no carcinoma do ovário?

A

Normalmente, não se utiliza RT nos tumores do ovário, porque, apesar de serem radiossensíveis, se existir um padrão de disseminação do carcinoma do ovário ao longo de toda a cavidade peritoneal, o facto de se utilizar RT nesta doença equivaleria à irradiação de praticamente toda a cavidade abdominal e pélvica.

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24
Q

Qual é a abordagem inicial para tratamento do carcinoma do ovário

A

Laparotomia exploradora.

Exceto quando há contraindicações para cirurgia e/ou de critérios de irressecabilidade tumoral.

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25
Q

No que consiste a cirurgia no carcinoma do ovário?

A

Laparotomia mediana supra e infraumbilical:

  • histerectomia bilateral total, anexectomia bilateral e omentectomia;
  • com citologia/lavado peritoneal;
  • e biópsias do fundo de saco de Douglas, goteiras parietocólicas e diafragma;
  • com excisão de lesões suspeitas.
  • Com ou sem linfadenectomia.
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26
Q

Quando se realiza linfadenectomia no tumor do ovário?

A

A linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica deve ser realizada nos tumores de estadios iniciais para estadiamento, mas poderá ser omitida em tumores de estadio mais avançado com ausência de invasão.

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27
Q

Qual é a diferença entre citologia e lavado peritoneal?

A

Se a doente apresentar ascite colhe-se líquido ascítico. Se a doente não apresentar ascite faz-se lavado peritoneal com colocação de soro fisiológico na cavidade peritoneal. O objetivo em ambas as situações é a pesquisa de células neoplásicas.

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28
Q

O que é a citorredução e como ser classificada?

A

Remoção máxima de células tumorais do organismo.
→ Completa&raquo_space; ausência de doença visível
→ Ótima&raquo_space; doença residual com ≤ 1cm de maior diâmetro
→ Sub-ótima&raquo_space; doença residual com >1cm de maior diâmetro.

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29
Q

Quais são os maiores fatores de prognóstico do carcinoma do ovário?

A

O estadio ao diagnóstico e o volume de doença residual.

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30
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Como se realiza o estadiamento dos tumores do ovário?

A

O estadiamento é cirúrgico.

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31
Q

Descreve resumidamente os estadios do carcinoma do ovário.

A

→ Estadio I: tumor limitado aos ovários;
→ Estadio II: tumor com extensão pélvica, envolvendo 1 ou ambos os ovários;
→ Estadio III: extensão para o peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais;
→ Estadio IV: metástases à distância incluindo metástases peritoneais.

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32
Q

FIGO: tumor limitado a 1 único ovário, sem invasão da cápsula e sem células malignas no líquido peritoneal.
Qual é o estadio?

A

IA.

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33
Q

FIGO: tumor limitado a 1 ou ambos ovários, com rutura da cápsula ou com células malignas no líquido peritoneal.
Qual é o estadio?

A

IB.

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34
Q

FIGO: tumor limitado a 1 ou ambos ovários, sem invasão da cápsula e sem células ,malignas no líquido peritoneal.
Qual é o estadio?

A

IC.

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35
Q

FIGO: extensão do tumor ao útero ou trompas de falópio/ovário (dependendo da origem).
Qual é o estadio?

A

IIA.

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36
Q

FIGO: extensão do tumor a estruturas pélvicas sem ser útero ou trompas de falópio/ovário (dependendo da origem).
Qual é o estadio?

A

IIB.

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37
Q

FIGO: metástases microscópicas no peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais.
Qual é o estadio?

A

IIIA.

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38
Q

FIGO: metástases macroscópicas <2 cm no peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais.
Qual é o estadio?

A

IIIB.

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39
Q

FIGO: metástases macroscópicas > 2 cm no peritoneu para além da pélvis e/ou metástases no nódulos linfáticos retroperitoneais.
Qual é o estadio?

A

IIIC.

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40
Q

FIGO: Presença de células metastáticas no líquido pleural.

Qual é o estadio?

A

IVA.

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41
Q

FIGO: Qualquer metástase extraperitoneal.

Qual é o estadio?

A

IVB.

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42
Q

Quais são os fatores de prognóstico do carcinoma do ovário?

A

→ Estadio ao diagnóstico (mais importante);
→ Volume da doença residual;
→ Histologia do tumor;
→ Grau de diferenciação;
→ Mutações BRCA (se presente confere melhor prognóstico).

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43
Q

Qual é a percentagem de doentes com carcinoma do ovário que necessitam de terapêutica adjuvante?

A

Cerca de 90% das doentes com carcinoma do ovário necessita de terapêutica adjuvante.

44
Q

Qual é o tratamento preconizado para a terapêutica adjuvante do carcinoma do ovário?

A

QT endovenosa ou intraperitoneal.

45
Q

A QT adjuvante no carcinoma do ovário é mais eficaz por via endovenosa ou intraperitoneal?

A

A intraperitoneal é mais eficaz, no entanto, em Portugal realiza-se endovenosa, porque a intraperitoneal é mais difícil em termos logísticos.

46
Q

Em que doentes há vantagem em realizar QT neoadjuvantes (carcinoma do ovário)?

A

Doentes que não apresentam critérios de ressecabilidade cirúrgica.

47
Q

Como é realizada a QT neoadjuvante no carcinoma do ovário?

A

3 a 4 ciclos de QT endovenosa, seguidos de cirurgia para citorredução se presentes critérios de ressecabilidade e ausência de contraindicações.

48
Q

Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio I G1?

A

Apenas cirurgia.

49
Q

Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio I G2?

A

Apenas cirurgia.

50
Q

Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio I G3?

A

Cirurgia + 6 ciclos de QT com carboplatina + paclitaxel.

51
Q

Qual é o tratamento para carcinoma do ovário estadio II-IV?

A

Cirurgia + 6 ciclos de QT com carboplatina + paclitaxel.

52
Q

Qual é o papel dos inibidores da PARP no carcinoma do ovário?

A

Olaparib.
Tem interesse nas mulheres com mutações BRCA e em todas as mulheres com recidiva da doença. No entanto, ainda não foi aprovado pelo INFARMED.

53
Q

Qual é o papel do Bevacizumab no carcinoma do ovário?

A

O Bevacizumab é um Ac monoclonal anti-VEGF.
Pode ser utilizado concomitantemente com a QT adjuvante.
Normalmente é utilizado na recaída da doença.

54
Q

Como se realiza o follow up das doentes com carcinoma do ovário?

A
  • a cada 2-4meses nos primeiros 2 anos;
  • a cada 3-6meses após os primeiros 3 anos;
  • anualmente após 5 anos.
    O follow-up é sobretudo clínico, sendo que o CA-125 é usado na monitorização dos doentes em alguns centros.
55
Q

Qual é o objetivo do tratamento da recaída de carcinoma do ovário

A

Paliativo.
A partir do momento em que recaem, a doença destas mulheres é considerada incurável. Os objetivos do seu tratamento passam a ser o controlo dos sintomas e a manutenção da qualidade de vida.

56
Q

Que tipos de citorredução existem?

A

→ Primária&raquo_space; se realizada antes da QT.
→ Secundária&raquo_space; Quando uma cirurgia de remoção tumoral é incompleta é proposta QT seguida de outra cirurgia de citorredução.
→ De intervalo&raquo_space; se realizada após QT neoadjuvante.
→ Paliativa&raquo_space; se realizada com o intuito paliativo e não curativo.

57
Q

Qual é a complicação mais frequente do carcinoma do ovário não ressecável?

A

A complicação mais frequente é a obstrução intestinal, sendo que outras incluem uropatias obstrutivas e metástases isoladas.

58
Q

Opções de manuntenção da fertilidade em doentes jovens com carcinoma do ovário?

A

Salpingo-ooforectomia unilateral antes da gravidez, e imediatamente após a gravidez, realização de histerectomia total e salpingo-ooforectomia contralateral.
Candidatas a esta abordagem incluem:
→ Doentes jovens;
→ Estadio ao diagnóstico IA a IC;
→ Envolvimento unilateral;
→ Histologia tumoral favorável&raquo_space; tumores mucinosos, serosos, endometriais ou mistos de grau de diferenciação G1 ou G2.

59
Q

Porque é que não se realiza cirurgia laparoscópica no carcinoma do ovário?

A

Tem diversas desvantagens:

  • impossibilidade de remover a massa de forma intacta;
  • aumento do risco de rotura da massa tumoral;
  • maior dificuldade na exploração da cavidade peritoneal e pélvica;
  • possibilidade de disseminação de células malignas com o procedimento.
60
Q

Função da PARP?

A

Importante na reparação do DNA por excisão de bases, que é o mecanismo de reparação mais frequentemente ativado aquando de uma lesão numa única cadeia.

61
Q

Mecanismo de ação dos inibidores da PARP?

A

Inibição da PARP
» erros numa cadeia de DNA que eventualmente evolui para erros em ambas as cadeias de DNA
» se os genes BRCA1 e 2 estão mutados ou silenciados não há recuperação por recombinação homóloga das lesões
» danos irreversíveis e morte das células neoplásicas.

62
Q

Reações adversas dos iPARP?

A
\+ frequentes:
▪ Náuseas e vómitos;
▪ Fadiga;
▪ Obstipação;
▪ Diarreia;
▪ Cefaleias.
\+ graves:
▪ Fármacos teratogénico;
▪ LMA (<1%).
63
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Porque é que o tumor do ovário, apesar de não ser o tumor ginecológico mais frequente, é o que tem maior mortalidade?

A

→ >70% dos tumores do ovário apresentam-se ao diagnóstico em estadio avançado;
→ Tumores assintomáticos nos estadio iniciais, o que dificulta o diagnóstico em estadios iniciais;
→ O seu prognóstico é também dependente da qualidade de prestação de cuidados de saúde e não apenas da biologia tumoral&raquo_space; expertise e competência do ginecologista oncológico;
→ Os tumores do ovário mais frequentes são também os que apresentam pior prognóstico histológico (tumores epiteliais serosos de alto grau);
→ Altas taxas de recaída.

64
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

A história familiar é importante na avaliação das doentes?

A

→ SIM! Devemos estar atentos a mulheres com antecedentes familiares e pessoais de neoplasia do ovário e da mama de modo a identificarmos mulheres com potencial benefício na pesquisa de mutações BRCA.
→ Recomenda-se que as mulheres identificadas com mutações associadas a cancro do ovário e da mama, como BRCA, sejam submetidas à remoção profilática dos ovários e trompas de Falópio (anexectomia bilateral), normalmente após a conclusão da gravidez e idealmente antes dos 35-40 anos.

65
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Na cirurgia do carcinoma do ovário o que se deve remover para além dos ovários e do útero.

A

→ omenctomia e linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica (sobretudo nos estadios iniciais);
→ Durante a cirurgia deve-se também realizar biópsias ao fundo de saco de Douglas, goteiras parietocólicas e diafragma;
→ Deve-se remover todas as lesões visíveis&raquo_space; poderá ser necessária a realização de esplenectomia, resseção diafragmática, resseção hepática parcial, resseção ureteral/vesical, resseção intestinal e linfadenectomia sistémica.

66
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Lesão imagiológica detetada por TC ou RM, suspeita de cancro num só ovário, como abordar a doente?

A

→ Laparotomia exploradora&raquo_space; Diagnóstico&raquo_space; Estadiamento&raquo_space; Prognóstico

67
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

A quem é que se tem de fazer pesquisa de BRCA?

A

→ Previamente ao aparecimento de cancro do ovário, as mulheres devem ser identificadas de acordo com os seus antecedentes pessoais e familiares de modo a averiguar-se a presença de critérios para referenciação a um especialista na área do aconselhamento genético;
→ Após o diagnóstico de cancro do ovário, todas as mulheres, independentemente da sua idade com tumores não-mucinosos devem fazer a pesquisa da mutação do BRCA&raquo_space; a sua presença poderá interferir com a escolha do tratamento e é fator de bom prognóstico.
→ Nota: Quanto mais jovem for a mulher, maior a probabilidade de se encontrar uma mutação BRCA!

68
Q

Qual é o tipo histológico mais comum dos tumores uterinos?

A

Adenocarcinomas epiteliais.

69
Q

Quais são os tumores uterinos benignos mais comuns?

A

Leiomiomas uterinos.

70
Q

Qual é o tumor ginecológico mais comum nos países desenvolvidos?

A

Cancro do endométrio.

71
Q

Qual é o tumor ginecológico mais frequente nos países subdesenvolvidos?

A

Tumor do colo do útero.

72
Q

A partir de que idade os tumores do endométrio são mais prevalentes.

A

Após a menopausa.

Apenas 5% dos tumores são diagnosticados antes dos 40 anos, e estão relacionados com síndromes genéticos.

73
Q

Qual é a percentagem de tumores do endométrio diagnosticados em estadio precoce?

A

70%.

74
Q

Quais são os diferentes tipos histológicos de tumores do endométrio?

A

→ Adenocarcinoma endometrioide (75-80%);
→ Papilar seroso (5-10%);
→ Células claras (1-5%);
→ Mucinoso (1%).

75
Q

Como se classificam as neoplasias endometriais de acordo com o grau de diferenciação celular?

A

→ G1: tumores bem diferenciados;
→ G2: tumores moderadamente diferenciados;
→ G3: tumores pouco diferenciados.

76
Q

Qual é o principal fator de risco para o desenvolvimento do carcinoma do endométrio?

A

Exposição a estrogénios sobretudo se não for intercalada com a exposição a progesterona:
→ Obesidade:
→ Menopausa tardia;
→ Menarca precoce;
→ Tamofixeno: fármaco anti estrogénico no tecido mamário, porém estrogénico no epitélio uterino. Note-se que tumores do endométrio como consequência da utilização de tamofixeno são uma raridade.

77
Q

Para além da exposição ao estrogénio, que outros fatores de risco para o carcinoma do endométrio existem?

A
  • HTA;
  • DM;
  • Nuliparidade;
  • História de infertilidade;
  • História familiar/pessoal de carcinoma da mama, ovário e colo retal.
78
Q

Existe rastreio para o carcinoma do endométrio? como se realiza?

A

Apenas em mulheres de risco. Rastreio com biópsia endometrial anual.

79
Q

Que fatores protetores existem para carcinoma do endométrio?

A

Contracetivos orais.

80
Q

Quais são os sintomas de carcinoma do endométrio?

A

Hemorragia vaginal anómala: 90% das mulheres com tumores endoteliais apresentam-se com hemorragia vaginal pós-menopausa. Em mulheres pré-menopausa, a manifestação mais frequente é hemorragia vaginal atípica entre ciclos menstruais típicos.

81
Q

Em doentes assintomáticas, como é, por vezes, encontrado o carcinoma do endométrio.

A

O teste de Papanicolau (realizado para rastreio de carcinoma do colo uterino) pode levantar suspeita de tumores endometriais por surgir com tecido glandular ou células endometriais anómalas.

82
Q

Quais são os locais de disseminação mais frequentes dos tumores do endométrio.

A

Gânglios linfáticos pélvicos e para-aórticos. À distância, as metástases são sobretudo pulmonares.

83
Q

O que fazer a uma doente com hemorragia vaginal anómala?

A

Ecografia transvaginal. Perante achados suspeitos realiza-se histeroscopia para biópsia endometrial ou curetagem uterina para confirmação do diagnóstico.

84
Q

Que alterações na ecografia transvaginal aumentam a suspeita de lesão maligna do útero?

A

Alterações da heterogenicidade, regularidade e espessura do endométrio.

85
Q

Qual é o tratamento do carcinoma do endométrio?

A

Como a grande maioria das mulheres apresenta-se com tumores localizados, a cirurgia é a primeira abordagem terapêutica.

86
Q

Como se realiza o estadiamento de carcinoma endometrial?

A

O estadiamento é cirúrgico.

87
Q

Como se realiza a cirurgia no tratamento do carcinoma do endométrio?

A
  • Histerectomia total;
  • Anexectomia bilateral;
  • Inspeção da cavidade pélvica;
  • Lavado peritoneal e biópsia de todas as lesões suspeitas.
    +/- Linfadenectomia.
88
Q

Qual é o protocolo a seguir em tumores do endométrio com histologia de células claras ou papilar seroso?

A

Protocolo cirúrgico dos tumores do ovário.

89
Q

Critérios para realização de linfadenectomia na cirurgia dos tumores do endométrio?

A

Durante a cirurgia é realizado um exame anatomopatológico (extemporâneo) para determinar a necessidade de realizar linfadenectomia. Se o exame revelar a invasão da metade externa do miométrio e a biópsia anterior classificar o tumor como G3, há a necessidade de remoção dos gânglios pélvicos e lombo-aórticos.

90
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Quais são os fatores de prognóstico dos carcinomas do endométrio?

A
  • Estadiamento cirúrgico - principal;
  • Histologia - pior prognóstico nos tumores de células claras e papilar seroro;
  • Grau de diferenciação;
  • Presença de angioinvasão.
91
Q

Descreve sumariamente os diferentes estadios do carcinoma do endométrio.

A
  • Estadio I: tumor limitado ao corpo uterino;
  • Estadio II: tumor com invasão do estroma endocervical (ultrapassa o corpo);
  • Estadio III: tumor com invasão da serosa ou anexos, vagina, parametrio, gânglios linfáticos pélvicos ou lombo-aórticos;
  • Estadio IV: tumor com invasão do reto ou bexiga ou presença de metástases à distância.
92
Q

Quais são as doentes candidatas a terapêutica adjuvante no carcinoma do endométrio?

A
Mulher portadora de alto risco de recaída:
→ Invasão da metade externa do miométrio (estadio IB);
→ Histologia de mau prognóstico;
→ Menor grau de diferenciação;
→ > Estadio II;
→ Angioinvasão presente;
→ Idade >60 anos;
→ Tumor com >2 cm.
93
Q

Como se realiza a terapêutica adjuvante do carcinoma do endométrio?

A
  • RT (braquiterapia ou RT externa).
    OU
  • QT (6 ciclos de carboplatina e paclitaxel).
94
Q

Como se realiza a vigilância das mulheres com carcinoma do endométrio após o tratamento?

A

Vigilância clínica.
As recaídas locais são evidenciadas pelo reaparecimento de hemorragia vaginal e dor pélvica. A doença metastática surge sobretudo nos pulmões e manifesta-se por tosse e dispneia.

95
Q

Quais são os órgãos para onde mais frequentemente metastiza o carcinoma do endométrio?

A
  • Pulmão;

- Também metastizam para o osso, SNC, gânglios.

96
Q

Tratamento das recaídas do carcinoma do endométrio?

A
  • Recaídas locais: cirurgia de exenteração ou braquiterapia.
  • Doença metastática: terapêutica hormonal com progesterona, anti-estrogénicos e inibidores da aromatase se o tumor for bem diferenciado. Tumores mal diferenciados são resistentes a este tratamento pelo que são indicação para quimioterapia.
97
Q

Qual é a definição de hemorragia vaginal pós-menopausa?

A

Hemorragias vaginais que ocorrem 12 meses após a última menstruação.

98
Q

Que causas uterinas existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?

A

▪ Tumores endometriais&raquo_space; 10% de todos os casos;
▪ Pólipos endometriais&raquo_space; 2-12% de todos os casos;
▪ Hiperplasia endometrial&raquo_space; 5-10% de todos os casos;
▪ Atrofia endometrial&raquo_space; juntamento com a atrofia vaginal é responsável por 59% de todos os casos;
▪ Leiomiomas uterinos;
▪ Cancro cervical;
▪ Pólipos cervicais.

99
Q

Que causas vaginais existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?

A

▪ Tumores vaginais;

▪ Atrofia vaginal.

100
Q

Que causas não ginecológicas existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?

A

Doença do trato urinário, intestinal ou do reto.

101
Q

Que causas farmacológicas existem para hemorragia vaginal pós-menopáusica?

A

▪ Tamofixeno;
▪ Terapêutica hormonal de substituição&raquo_space; responsável por 12% de todos os casos;
▪ Terapêutica anticoagulante.

102
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Exemplos de fatores de risco para neoplasias do endométrio?

A
→ Obesidade;
→ Menopausa tardia e menarca precoce;
→ Tamofixeno;
→ HTA, DM;
→ Nuliparidade;
→ História de infertilidade;
→ Síndrome de Lynch.
103
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)
Porque é que é importante o ginecologista chamar o anatomopatologista ao bloco para fazer um exame extemporâneo de um carcinoma do endométrio?

A

Permite definir a necessidade de realização de linfadenectomia: realizar se tumor G3 invade metade externa do miométrio.

104
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Podem existir tumores do endométrio fora do útero?

A

Sim. Doentes com endometriose podem apresentar tumores endometriais ectópicos.

105
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Existe rastreio para o carcinoma endometrial?

A

Não está preconizada a realização de rastreio em mulheres de risco standard.
Poderá existir benefício em rastrear mulheres com mutações características de Síndrome de Lynch com biópsia endometrial anual.

106
Q

(PERGUNTA FEITA PELA PROFESSORA)

Qual é a síndrome hereditária muito associada a cancro endometrial?

A

Síndrome de Lynch.