Responsabilidade Civil do Estado Cespe Flashcards
A responsabilidade civil do Estado é exclusivamente de natureza contratual. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A responsabilidade civil do Estado pode ser contratual ou extracontratual. No caso da responsabilidade civil extracontratual, não há vínculo contratual entre o Estado e o terceiro lesado, sendo chamada também de responsabilidade Aquiliana. É essa a responsabilidade predominante em discussões de danos causados pela atuação de agentes públicos, seja na esfera moral ou patrimonial.
No regime absolutista, o Estado era civilmente responsável pelos danos causados a terceiros. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Durante o regime absolutista, o Estado adotava a tese da irresponsabilidade civil, considerando-se acima da lei. Essa visão foi superada com a evolução histórica, à medida que os princípios do Estado Democrático de Direito ganharam força.
Atualmente, no Brasil, o Estado pode ser responsabilizado por atos lesivos de seus agentes mesmo que estes atuem sem dolo ou culpa. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
O Brasil adota a teoria da responsabilidade objetiva para atos administrativos, baseada no risco administrativo. Isso significa que o Estado responde pelos danos causados, independentemente de dolo ou culpa do agente, desde que haja nexo causal e o agente tenha agido no exercício de suas funções.
A responsabilidade subjetiva do Estado exige a comprovação de dolo ou culpa na conduta do agente público. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Na responsabilidade subjetiva, a análise recai sobre a culpa administrativa, ou seja, a conduta do próprio Estado. É necessário comprovar que o Estado agiu com negligência, imprudência ou imperícia na prestação de um serviço público, resultando no dano. Não se trata exclusivamente da conduta individual do agente público, mas da falta de adequação do serviço público como um todo (faute du service). Essa responsabilidade é típica em casos de omissão estatal, onde o lesado deve provar a culpa ou negligência do Estado.
A teoria do risco administrativo, adotada no Brasil, pressupõe que o Estado sempre indeniza os danos causados por seus agentes, independentemente de nexo causal. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A teoria do risco administrativo exige que haja um nexo causal entre a conduta do agente público e o dano sofrido. Sem a comprovação desse vínculo, o Estado não pode ser responsabilizado. Exemplos incluem danos decorrentes de caso fortuito ou força maior.
A responsabilidade civil do Estado não abrange danos morais sofridos por particulares. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A responsabilidade civil do Estado abrange tanto os danos patrimoniais quanto os danos morais causados a terceiros. Por exemplo, se um agente público constrange um cidadão injustamente durante uma abordagem, o Estado pode ser responsabilizado por danos morais.
Na teoria da culpa administrativa, o particular lesado precisa comprovar a culpa ou dolo do agente público para pleitear indenização.
Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
Essa teoria foi usada antes da adoção da responsabilidade objetiva e dificultava a reparação do dano, pois exigia prova da culpa ou dolo do agente estatal. Hoje, essa teoria é limitada a casos específicos, como atos omissivos.
A evolução histórica da responsabilidade civil do Estado foi direta da irresponsabilidade à responsabilidade objetiva. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Houve uma transição pelas teorias civilistas, que introduziram a ideia de responsabilidade limitada a atos de gestão ou com exigência de dolo ou culpa. Esse desenvolvimento foi crucial para a consolidação da responsabilidade objetiva na atualidade.
O Estado não pode ser responsabilizado por atos lícitos que causem danos a particulares. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
O Estado pode ser responsabilizado em casos de responsabilidade civil por ato lícito, como em desapropriações ou restrições ao uso da propriedade privada. Nesses casos, ainda que o ato seja lícito, é necessário reparar os danos causados ao particular.
A responsabilidade civil do Estado por omissão segue, geralmente, a teoria objetiva. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Em regra, a responsabilidade estatal por omissão segue a teoria subjetiva, sendo necessário comprovar culpa, negligência ou omissão por parte do Estado. Um exemplo clássico é a falta de manutenção de vias públicas que resulta em acidentes.
A teoria da irresponsabilidade do Estado, também chamada de teoria regaliana, foi aplicada durante os regimes democráticos. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A teoria da irresponsabilidade do Estado ocorreu durante os regimes absolutistas, quando se acreditava que “o rei não pode errar” (The king can do no wrong). Com o avanço dos regimes democráticos de Direito, essa teoria foi superada, sendo abandonada no século XX, por exemplo, pelos Estados Unidos (Federal Tort Claims Act, 1946) e Inglaterra (Crown Proceeding Act, 1947).
A teoria da culpa administrativa marca uma transição entre a responsabilidade subjetiva e a objetiva. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
A teoria da culpa administrativa, também chamada de “culpa do serviço” ou “culpa anônima”, representa uma fase intermediária entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a responsabilidade objetiva atualmente predominante. Essa teoria atribui a responsabilidade ao serviço público, e não ao agente individual.
A teoria da culpa administrativa exige a comprovação de culpa subjetiva do agente público para responsabilizar o Estado. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Na teoria da culpa administrativa, a responsabilidade recai sobre o serviço público, e não sobre o agente. O particular prejudicado precisa comprovar que o serviço público falhou em uma das seguintes formas: inexistência, mau funcionamento ou atraso na prestação do serviço.
No modelo de culpa anônima, o Estado é responsabilizado pela falha de serviço, mesmo que a culpa do agente público não seja identificada. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
A teoria da culpa administrativa considera a culpa como sendo do serviço, e não do agente específico. Isso implica que a responsabilidade do Estado é atribuída ao funcionamento inadequado do serviço público, independentemente de identificar um agente responsável.
A superação da teoria da irresponsabilidade do Estado deu origem às teorias civilistas. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
Com a queda da teoria da irresponsabilidade estatal, surgiram as teorias civilistas, que responsabilizavam o Estado de forma limitada, exigindo comprovação de dolo ou culpa na prestação de serviços públicos. Essa fase foi superada pelas teorias mais modernas de responsabilidade.
A culpa administrativa não exige comprovação do particular para a responsabilização do Estado. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Embora a culpa administrativa seja atribuída ao serviço público e não ao agente, o particular lesado precisa comprovar que houve inexistência, mau funcionamento ou atraso na prestação do serviço público para pleitear indenização.
Atualmente, a teoria da culpa administrativa ainda é aplicada como regra geral de responsabilidade do Estado. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A teoria da culpa administrativa foi substituída pela responsabilidade objetiva, que não exige comprovação de culpa, mas apenas do nexo causal entre a atuação estatal e o dano sofrido. Contudo, em casos de omissão, a culpa administrativa pode ser aplicada.
A teoria do risco administrativo exige dolo ou culpa do agente público para responsabilizar o Estado. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A teoria do risco administrativo fundamenta-se na responsabilidade objetiva, que dispensa a comprovação de dolo ou culpa do agente público. Exige apenas a comprovação do dano, da conduta administrativa e do nexo causal.
Na teoria do risco administrativo, o Estado pode eximir-se de responsabilidade ao comprovar culpa exclusiva do particular. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
A teoria do risco administrativo admite causas excludentes de responsabilidade, como culpa exclusiva do particular, caso fortuito ou força maior. Além disso, o dever de reparação pode ser atenuado em situações de culpa concorrente.
A teoria do risco integral admite causas excludentes de responsabilidade, como o caso fortuito. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A teoria do risco integral não admite causas excludentes de responsabilidade. Nesse modelo, o Estado age como um segurador universal, devendo indenizar os danos em qualquer hipótese.
A teoria do risco integral é amplamente aplicada no Direito Administrativo brasileiro. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
A teoria do risco integral é aplicada apenas em situações excepcionais, como acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”), atos de terrorismo, atos de guerra e danos ambientais.
Acidentes nucleares são uma hipótese constitucional de aplicação da teoria do risco integral no Brasil. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
A Constituição Federal (art. 21, XXIII, “d”) estabelece que, em casos de acidentes nucleares, a responsabilidade civil do Estado segue a teoria do risco integral.
A responsabilidade por danos ambientais no Brasil segue, em regra, a teoria do risco administrativo. Verdadeiro ou Falso?
Falso.
Os danos ambientais são regidos pela teoria do risco integral, aplicável a qualquer ente, público ou privado, responsável pelo dano. Empresas estatais exploradoras de atividade econômica também respondem objetivamente por tais danos.
A comprovação de culpa concorrente do particular pode reduzir o dever de indenizar do Estado, conforme a teoria do risco administrativo. Verdadeiro ou Falso?
Verdadeiro.
Na teoria do risco administrativo, a culpa concorrente do particular pode atenuar a responsabilidade estatal, reduzindo o valor da indenização. O ônus de comprovar essa situação é da Administração.