Processo de Cuidado Nutricional Flashcards

1
Q

Malnutrição

A

Normalmente associada a desnutrição:
- Falta de aporte nutricional, ou porque os nutrientes não chegam ao local certo, ou potrque o que chega não é devidamente aproveitado => há alteração da composição corporal, nomeadamente:
º Perda de massa gorda livre;
º Perda de massa muscular;
Isto vai ter grandes repercussões na antomia funcional e na evolução clínica de doenças

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2
Q

Causas de desnutrição

A

1.- Alteração do metabolismo dos nutrientes;
2.- Aumento das perdas;
3.- Aporte inadequado;
Podem aparecer estas causas todas juntas, como por exemplo num caso de neoplasias

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3
Q

Classificação da desnutrição

A
Sem doença:
 - Fome;
 - Dificuldades socioeconómicas;
 - Fatores psicológicos;
Com doença:
a) Inflamatória (com caquexia) [PCR e concentração sérica de albumina]:
  1.- Crónica:
 - Cancro;
 - DPOC;
 - Insuficiência cardíaca;
 - Insuficiência renal;
 - Doenças inflamatórias intestinais;
  2.- Aguda:
 - Infeções;
 - Queimaduras;
 - Traumatismos cranianos;
b) Não inflamatória:
 - Disfagia (de causa neurológica);
 - AVC;
 - Parkinson;
 - Demências;
 - ELM;
 - Anorexia nervosa;
 - Depressão;
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4
Q

Consequências da desnutrição

A
Ventilação:
 - Perda muscular;
 - Respostas a hipoxia;
Fígado:
 - Função hepática alterada;
 - Esteatonecrose;
GI:
 - Integridade e imunidade comprometidas;
 - Atrofia da parede intestinal;
 - Alteração do microbiota;
Imunidade:
 - Diminuição da resposta imune;
 - Maior propensão a infeção;
 - Cicatrização comprometida;
Psicologicamente:
 - Depressão;
 - Apatia;
Coração:
 - Diminuição do débito cardíaco;
Rim:
 - Função renal diminuída;
Músculos:
 - Diminuição da força e tónus muscular;
Hipotermia;
Aumento do tempo de internamento;
Dificuldade na melhoria sintomática;
Maior taxa de úlceras de pressão
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5
Q

Onde encontramos casos de desnutrição?

A

Tanto a nível a hospitalar, como na comunidade => importância de MGF e Saúde Pública na comunicação e acompanhamento destes casos

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6
Q

Domínios da nutrição

A
  • Nutrição básica;
  • Nutrição clínica;
  • Nutrição aplicada
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7
Q

Desnutrição em meio hospitalar

A

À medida que aumentam os dias de internamento, aumentam o risco nutricional;
- Reavaliação ao fim de uma semana de internamento;
Causas de desnutrição no doente:
a) Pessoal: idade, depressão, imobilização, doença, terapêutica, comorbilidades;
b) Organizacional: falta de reconhecimento, falta de comunicação entre profissionais;

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8
Q

Apoio nutricional: o que fazer

A
    • Avaliar estado nutricional;
    • Calcular necessidades nutricionais;
    • Implementação do regime nutricional adequado;
    • Monitorização no contexto clínico;
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9
Q

Grupos de risco nutricional

A
Doentes que estão sem comer há + 5 dias;
Doentes com abuso de substâncias;
Doentes idosos institucionalizados;
Doentes com ganhos ou perdas acentuadas de peso;
Doentes de trauma, queimados
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10
Q

Nutritional Risk Screening (NRS-2002)

A

Não diagnostica estado nutricional;

Rastreio, serve como ponto de partida;

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11
Q

Avaliação do estado nutricional

A
Primeiro passo do nutrition care process;
Envolve: 
- Avaliação antropométrica (peso habitual, peso atual, perda de peso involuntária, IMC);
- Avaliação bioquímica;
- Ingestão alimentar;
- Avaliação do grau de funcionalidade;
- Avaliação das AVDs;
- Parâmetros sociais e psicológicos;
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12
Q

Avaliação de perímetros corporais

A

Monitorização do estado nutricional
Usamos cut-off de massa corporal diferente na população idosa
- Circunferência geminal ou braquial
- Força de preensão palmar: medida com dinamómetro, é simples, barato e rápido;
- Pregas cutâneas: + utilizado para estimativa indireta de % de massa gorda => prega tricipital, suprailíaca, subescapular e bicipital;
- Composição corporal: avaliação dos compartimentos corporais, através de multifrequência e 4 elétrodos;

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13
Q

Valores desejáveis de % de massa gorda

A

Homem: 8 a 24%
Mulher: 21 a 35%

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14
Q

DEXA

A

Mais associado à investigação;
Método com interesse nos idosos, pelo facto de a massa óssea ser dada separadamente;
Deteta alterações ósseas;
Modelo de 3 compartimentos: massa gorda, tecido ósseo e massa não gorda

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15
Q

Parâmetros bioquímicos

A
  • Avaliação objetiva e quantitativa;
  • Avaliação de baixo custo e muito acessível;
  • Albumina e transferrina são menos dispendiosas e mais disponíveis => bom indicador prognóstico;
  • Proteínas de turn over rápido, como a pré albumina, a fibronectina e a RBP são de maior sensiblidade => bons indicadores de estado nutricional;
  • Afetados primeiramente por alteração da função hepática, wasting muscular, infeção aguda e inflamação;
    EXEMPLOS:
    Albumina;
    PCR;
    Pré albumina;
    RBP (retinol binding protein);
    Transferrina;
    Testes de sensibilidade cutânea;
    RMG;
    Microdiálise
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16
Q

Balanço azotado

A

Também é usado como método de avaliação, por exemplo, nos cuidados intensivos de queimados

17
Q

PG-GSA

A
Scored Patient Generated Subjective GLobal Assessment;
Validado para todo o setting hospitalar;
O mais próximo de gold standard;
Engloba parâmetros como:
 - Peso;
 - % peso;
 - Sintomatologia;
 - Capacidades;
 - Febre; 
 - Corticoterapia recente;
 - Edema;
 - Défice muscular;
18
Q

MNA

A

Mini nutricional assessment;
Perguntas muito específicas;
Adaptado a populações idosas;

19
Q

Ebb phase vs. Flow phase

A

Ebb phase:
- Fase inicial do doente crítico, com reação metabólica em que o organismo conserva energia;
- Devemos iniciar volume baixo de nutrição entérica ou parentérica;
Flow phase;
- Às 78h, as necessidades do doente aumentam e temos de dar aporte nutricional máximo possível

20
Q

Vias de nutrição

A

Oral;
Parentérica;
Entérica

21
Q

FSMPS

A

Food for special medical purposes => produtos nutricionais que fornecemos oralmente, através de uma sonda ou através do tubo GI

22
Q

ONS

A
Oral nutritional supplements;
Podem aparecer sob várias formas:
 - Líquidos
 - Em pó
 - Sobremesa
 - Barras
=> Não são o foco do tratamento oral, são SUPLEMENTARES
- Têm osmolaridade elevada => distensão abdominal e sensação de enfartamento
23
Q

Nutrição entérica

A
Nutrição feita através d eum tubo ou orifício no trato intestinal, distal à cavidade oral => tube feeding;
Pode ser:
 - Nasogástrico (+ freq), nasojejunal ou naso-pós-pilórico;
 - Gastrotomia percutânea (PEG/PEJ);
Podem ser feitas por:
 - Infusão contínua;
 - Sistema de gravidade;
 - Bólus;
Classificação temporal:
 - Longa duração (+ 30 dias);
 - Curta duração;
24
Q

Alimentação parentérica

A
  • Alimentação feita de forma endovenosa, por acesso central ou periférica;
  • Administram-se nutrientes como a.a., glicose, lípidos, eletrólitos, vitaminas e outros elementos;
  • Forma mais sofisticada e complexa de nutrição artificial;
  • Ultrapassa fase de ingestão, digestão, absorção, estimulação de hormonas digestivas e primeira passagem do metabolismo hepático;
  • Pode ser usada como suplemento ou como única forma de nutrição
25
Q

Alimentos fortificados

A

Suplementação de um único nutriente

26
Q

Em que situação é obrigatória a administração contínua?

A

Quando a sonda estiver no jejuno: PEG/PEJ, jejunostomia, sonda nasojejunal
- Se não o fizermos, o doente vai ter imensas diarreias => introduzimos produtos hiperosmolares
Numa PEG também se faz administração contínua, mas não é obrigatório

27
Q

PEG

A
Acesso provisório ou definitivo para uma nutrição de longa duração (+ 3-4 semanas);
Pré requisitos:
 - Trato GI funcional;
 - Sobrevida superior a mês e meio;
Indicações:
 - AVC;
 - Demência;
 - Tumor cerebral;
 - Doenças neuromusculares degenerativas
Contraindicações:
 - Impossibilidade de endoscopia alta;
 - Sobrevida inferior a 3 meses;
 - Ascite de grandes dimensões;
 - Diálise peritoneal;
 - Coagulopatia;
 - Hipertensão portal;
 - Obesidade mórbida;
 - Gastrectomia subtotal prévia;
 - Doença neoplásica ou infiltrativa da parede gástrica
28
Q

Qual o risco da sonda nasogástrica?

A
a) Aspiração de conteúdo alimentar:
 => Pneumonia de aspiração
Evitável com PEG
b) Perfuração de vísceras ocas;
c) Lesões de pressão;
d) Hemorragia ao tirar a sonda, que pode estar aderente à parede esofágica
29
Q

Complicações da alimentação entérica

A
Náuseas;
Diarreia;
Obstipação;
Vómitos;
Pneumonia de aspiração
30
Q

Vias de administração parentérica

A

a) Veia periférica (isotónicos são únicos que não provocam lesão);
b) Veia central (+ comum => osmolaridade do plasma)

31
Q

Solutos acima de 300 mOsm

A

Normalmente provocam lesão

32
Q

Misturas hiperosmolares: sim ou não?

A

NÃO: Evitar!

33
Q

Indicações para nutrição parentérica por veia central

A
    • Doentes que necessitam de suporte nutricional durante + 10 dias, em que nutrição parentérica não é possivel;
    • Doentes que necessitam de suporte nutricional durante + 10 dias, em que nutrição parentérica não é suficiente (queimados ou pancreatite aguda)
34
Q

Vantagem do cateter tunelizado

A

Reduz prevalência de infeções

35
Q

Complicações da nutrição parentérica

A

Mecânicas: colocação incorreta do cateter;
Infeciosas: condições não esterilizadas;
Gastrointestinais;
Metabólicas