DPOC Flashcards

1
Q

Definição de DPOC

A
A DPOC é uma doença
crónica, prevenível, tratável e NÃO CURÁVEL, geralmente progressiva, 
caracterizando-se por uma limitação
do fluxo aéreo persistente. Esta
limitação do fluxo aéreo provém,
sobretudo, de uma alteração ao nível
das pequenas vias aéreas e de uma
alteração do parênquima pulmonar. Estas alterações são fruto
de reações inflamatórias e oxidativas
resultantes da inalação de partículas
provenientes do fumo do tabaco e/ou
da poluição ambiental. Isto porque o
tabagismo é o principal fator de risco
da DPOC.
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2
Q

Qual a importância do diagnóstico da DPOC?

A
  • elevada incidência
  • elevada prevalência
  • grande impacto económico e social devido à grande taxa de mortalidade e morbilidade. (menor produtividade devido à diminuição da autonomia e da actividade física)
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3
Q

Epidemiologia da DPOC?

A

Incidência: mundial 63,6 milhões; Europa 11,3 milhões

Mortalidade: mundial 3 milhões/ano (4ªcausa morte); países desenvolvidos 5ªa causa de morte

Morbilidade: países desenvolvidos 5ª causa de incapacidade.

Em 2020: previsão para que seja a 3ªa causa de mortalidade mundial.

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4
Q

Epidemiologia da DPOC em Portugal?

A

Prevalência de 14,2%; 800 000 portugueses com DPOC

É uma doença subdiagnosticada: doentes acham normal ter dificuldade respiratória e cansaço

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5
Q

Factores de risco para DPOC?

A
  • Tabagismo (passivo também)
  • Exposição ocupacional: partículas químicas, orgânicas e fumos (ex: tintas)
  • Infecções respiratórias infantis
  • Poluição ambiental
  • Baixo status socio-económico (condições de habitação, trabalho, r mais tabagismo)
  • Asma hiperreactiva brônquica
  • Genética: def. alfa-1-antitripsina (desiquilíbrio proteinases)
  • Envelhecimento (idade>40A)
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6
Q

Fisiopatologia da DPOC?

A

1) exposição a partículas de biomassa
2) estas desencadeiam um processo inflamatório que culmina no AUMENTO dos LTCD8+ e CITOCINA PRÓ-INFLAMATÓRIAS.
3) as citocinas pró-inflamatórias levam ao aumento das proteases em relação às anti-proteases
4) há destruição da elastina , associada a destruição das paredes alveolares> ENFISEMA

Paralelamente a este processo, existe STRESS OXIDATIVO: aumento dos oxidantes com origem na exposição tabágica, e diminuição dos anti-oxidantes endógenos.

Estes processos culminam:
> perda de conexões alveolares: perda de elasticidade> ENFISEMA
> lesão das pequenas vias aéreas: menos surfactante e menor calibre.
> hiperplasia das células mucosas nas vias aéreas de grande calibre: aumento das secreções
> hipertrofia do músculo liso
—> Hiperreactividade brônquica: tosse produtiva

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7
Q

Principais sintomas da DPOC?

A

TOSSE CRÓNICA: pelo menos 3meses/ano em 2 anos consecutivos; intermitente ou diáriam, raramente é apenas nocturna.
DISPNEIA: progressiva, persistente, agrava com a actividade física e infecções respiratórias
EXPECTORAÇÃO: normalmente mucosa, crónica

Pieira, sensação de aperto torácico, fadiga.

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8
Q

O que é a espiral negativa do exercício físico?

A

É a tendência para não fazer exercício físico porque causa desconforto/dor (neste caso dispneia) e, consequentemente, vai-se perdendo a tolerância ao mesmo.

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9
Q

O que perguntar casos tenha um doente com suspeita clínica de DPOC?

A
  • exposição a factores de risco
  • história pregressa
  • história familiar de DPOC
  • padrão de sintomatologia
  • história de exacerbações ou internamentos prévios
  • comorbilidades
  • impacto da doença na qualidade de vida
  • suporte social
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10
Q

Sinais ao exame objectivo

A

-estadios precoces: exame físico pode não revelar nada
-sinais de tabagismo activo: cheiro, coloração dentária, unhas)
-AP: pieira, sibilos, aumento do tempo expiratório
-tórax em barril: hipersinuflação
-posição em tripé: respiração
-cianose
-sintomas
constitucionais
- sinais de ICdireita

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11
Q

Qual o exame gold-standard para confirmar DPOC?

A

ESPIROMETRIA:
só é considerada gold-standard para a confirmação do diagnóstico da DPOC se usada fora da fase AGUDA da doença.

Realizar : após BRONCODILATADOR inalado de curta duração

Critério de diagnóstico: FEV1/FVC inferior ou igual e a 0,70

Ajustar valores a idade: senão sobre-diagnóstico em idade avançada

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12
Q

Outros MCDT de diagnóstico?

A
RX Tórax PA:
> horizontalização costelas
> rectificação do diafragma 
> aumento ou diminuição da vascularização 
> hipertransparência do parênquima
> aumento do diâmetro AP

TC Tórax:
técnica de diagnóstico GOLD STANDAD para ENFISEMA

Gasimetria

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13
Q

Padrão gasimétrico em doentes com DPOC?

A

-hipercápnia (PCO2>45 mmHg)
pode ter um acidose respiratória consequente (normalmente só em fase aguda: normalmente já têm mecanismos compensatórios -renais.

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14
Q

Como avaliar os sintomas?

A

Com base em:
>CAT- COPD Assessment Test
>CCQ- Clinical COPD Questionnaire
>mMRC Breathlessness scale

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15
Q

mMRC Breathlessness scale

A

Relaciona o bem estar com outros parâmetros do estado de saúde do doente e prevê o risco de mortalidade.

O doente é que selecciona a frase que mais se ajusta ao seu estado.

0: dispneia com exercício físico
1: dispneia com o apressar da marcha ou subir escadas
2: tem de parar enquanto anda, ou andar mais devagar que as pessoas da idade
3: precisa de parar muitas vezes devido à dispneia quando anda perto de 100 metros ou poucos minutos de caminhada no plano
4: dispneia impede de sair de casa e precisa de ajuda para se vestir ou tomar banho

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16
Q

COPD assesment test- CAT

A

Tem em conta sintomas (Tosse, Opressão torácica, Dispneia, Limitação da atividade física, Sono, Energia global). Com base neles, avalia-se o impacto na saúde: alto se superior ou igual a 10.

17
Q

Avaliação da limitação do fluxo aéreo

A

É FUNCIONAL
GRAU 1: leve- FEV1 sup/igual 80% previsto
GRAU 2: moderada- 50% <= FEV1<= 80% previsto
GRAU 3: grave- 30% <= FEV1 <= 50% previsto
GRAU 4: muito grave- FEV1 < 30% previsto

18
Q

Avaliação do risco de exacerbações?

A

Preciso ter em conta a história de exacerbações e a espirometria.

Mais que 2 exacerbações no último ano E FEV1<50%; OU mais que 1 hospitalização por exacerbação da DPOC são considerados ALTO RISCO

19
Q

Avaliação combinada

A

Junta as avaliações das Exacerbações, Sintomas e Fluxo aéreo.

(A)

  • limitação fluxo aéreo: Graus 1 e 2
  • CAT<10 e mMRC entre 0 e 1
  • 1 exacerbação sem admissão hospitalar

(B)

  • limitação fluxo aéreo: Graus 1 e 2
  • CAT>10 e mMRC >2
  • 1 exacerbação sem admissão hospitalar

(C)

  • limitação fluxo aéreo: Graus 3 e 4
  • CAT<10 e mMRC entre 0 e 1
  • 2 exacerbações ou 1 ou mais internamentos hospitalares

(D)

  • limitação fluxo aéreo: Graus 3 e 4
  • CAT>10 e mMRC >2
  • 2 ou mais exacerbações ou 1 ou mais internamentos hospitalares

Em caso de discrepâncias entre avaliações: escolher o risco MAIS ALTO

20
Q

co-morbilidades

A
  • Doenças cardiovasculares – insuficiência cardíaca ou fibrilação auricular.
  • Diabetes mellitus e síndrome metabólico –espiral negativa do exercício;
  • Neoplasia do pulmão
  • Bronquiectasias;
  • Síndrome depressiva – associada à espiral negativa do exercício, agravando a DPOC,
  • Osteoporose
21
Q

Medida terapêutica mais importante

A

Cessação tabágica: única medida que reduz declínio da função pulmonar a longo prazo.
Avaliar a motivação para parar e a dependência da nicotina.

22
Q

Quais as duas estratégias terapêuticas?

A
  • Reduzir a sintomatologia (tosse e dispneia)

- Reduzir o risco e prevenir a progressão da doença e as exacerbações.

23
Q

Quais os fármacos mais usados?

A

Os beta-2 agonistas (quer SABA quer LABA)

24
Q

Indicações dos corticóides sistémicos?

A

Só nas fases agudas: têm muitos efeitos sitémicos como alterações no metabolismo glicémico, imunosupressão, alteração do metabolismo ósseo.

25
Q

Exemplos de beta 2 agonistas?

A

SABA- Salbutamol

LABA- Formoterol/Salmeterol

26
Q

Exemplos de anticolinérgicos?

A

Curta duração (SAMA): Brometo de Ipatrópio

Longa duração (LAMA): Brometo de Tiotrópio.

27
Q

Quais os fármacos possíveis para um doente da classe A?

A

Em 1ª linha: SAMA ou SABA
Alternativa: LAMA ou LABA ou SABA e SAMA
Outros: teofilina (metilxantina)

28
Q

Quais os fármacos possíveis para um doente da classe B?

A

1ª linha: LAMA ou LABA
Alternativa: LAMA e LABA
Outros: SABA e/ou SAMA; Teofilina

29
Q

Quais os fármacos possíveis para um doente da classe C?

A

1ª linha: corticóides inalados+ LABA ou LAMA
Alternativa: LAMA e LABA ou LAMA e PDE4 inh ou LABA e PDE4 inh
Outros: SABA e/ou SMA; Teofilina

30
Q

Quais os fármacos possíveis para um doente da classe D?

A

1ª linha: corticóide inalados+LABA e/ou LAMA
Alternativa: corticóide inalado+LABA e LAMA ou corticóide inalado+LABA+PDE4 inh ou LAMA e LABA ou LAMA e PDE4 inh
Outros: N-acetilcisteina; SABA e/ou SAMA; Teofilina

31
Q

N-acetilcisteina

A

Usada com mucolítico: liberta secreções

32
Q

Broncodilatadores

A
  • controlo sintomático

- principais: beta-2 adrenergicos, anti colinérgicos, metilxantinas

33
Q

Corticóides inalados

A
  • Melhora os sintomas, a função pulmonar e diminui as exacerbações
  • maio risco associado de pneumonias
34
Q

Corticóides sistémicos

A
  • terpaêutica crónica não recomendada

- risco-benefício desfavorável

35
Q

Metilxantinas

A

Teofilina: menos tolerada e eficaz que os broncodilatadores de longa duração

36
Q

Alternativas terapêuticas

A

• Vacinas – a da gripe e a pneumocócica (pela suscetibilidade que estes doentes têm a estas patologias).
• Antibióticos – quando há infeções, associados a mucolíticos quando há expetoração;
• Oxigeno terapia de longa duração ao domicílio e suporte ventilatório – fases mais avançadas com uma FEV1 muito baixa e uma hipoxemia crónica.
SaO2 deve rondar os 88%-92%: retenção de CO2, doentes habituados a valores baixos de O2 e com saturações muito altas o centro respiratório vai dar indicações para reduzir a frequência respiratória. Não é aconselhado a pessoas em fase muito avançada. Nestes casos faz-se ventilação não invasiva (pressão positiva na expiração) porque prolonga a expiração e ajuda a libertação do CO2;
• Reabilitação motora – cinesioterapia respiratória;
• Cirurgia – bolhas de enfisema para reduzir o espaço morto e aumentar a capacidade respiratória

37
Q

Exacerbações

A

São um agravamento dos sintomas respiratórios, tais como a tosse, a dispneia ou a expetoração.

Podem ser de causa PULMONAR (infeção resp.) ou EXTRAPULMONAR (IC, arritmia, sedativos)

Levam a mais internamentos, com impacto negativo na vida. Aumento dos custos económicos, mortalidade e sintomas, e declíno da função pulmonar.

38
Q

O que fazer no caso de uma exacerbação?

A
  • AP: aumento do tempo respiratório? sibilos (broncoespamo)? murmúrio vesicular ausente?
  • Gasimetria: hipercápnia, hipoxémia, pH<7,35

-Ver o aporte de O2: adequado?
Auscultar outra vez;: se ainda houver broncoespamos fazer broncodilatador e Corticóide sistémico.

  • Se for uma infecção: AB
  • Se a saturação de O2 não melhorar:VNI