Fluidoterapia Flashcards
Jejum
Estado de não ingestão de alimentos por parte de um indíviduo durante pelo menos 6 horas
Jejum prolongado
Falta de ingestão de alimento durante pelo menos 72h
Reservas energéticas do organismo
Lípidos: 85% das reservas;
Proteínas: 14% das fontes de energia;
Glícidos: cerca de 1%;
Quanto tempo sem ingestão de alimentos é necessário para esgotar as reversas glicídicas?
24h
- Nos órgãos que conseguem produzir energia sem recurso à glicose, há recurso à reserva lipídica
Autofagia
Nos órgãos consumidores obrigatórios de glicose, sem ingestão de alimentos e sem reservas glicídicas, inicia-se um processo de degradação das próprias macromoléculas estruturas:
- Proteínas primeiro;
- Lípidos posteriormente;
Vale a pena aumentar o aporte proteico do doente para compensar as perdas de azoto?
Não:
- A partir de certo nível, o organismo degrada todas as proteínas em excesso, principalmente num estado de stress
Fluidoterapia de manutenção
- Técnica terapêutica de suporte na qual se administram soros endovenosos de manutenção da homeostase metabólica e equílibrio hidroeletrolítico, na qual não há qualquer promoção da síntese proteica => não se administra azoto ou percursores proteicos;
- Contêm 4 componentes principais:
a) Água;
b) Glicose;
c) Sódio;
d) Potássio;
Qual a quantidade de glicose administrada para suprir as necessidades calóricas diárias do doente?
Entre 100 e 150g de glicose diária
Soro fisiológico e sódio
Soro fisiológico tem 0,9% de massa de NaCl => em 100 mL de solução, há 0,9 g de sal => 1L tem 9 g de sal
- É preciso ter isto em conta, visto que 9 g já são o dobro da quantidade diária recomendada de sódio;
- Podemos estar a fazer pior ao administrar soro, provocando situações de hipernatremia indesejadas
Como deve ser feita a administração de potássio?
Por infusão lenta: potássio tem natureza irritante, podendo também levar a arritimias severas e paragens cardíacas
Fluidoterapia pós operatória
- O doente está submetido a um regime de semi jejum, em que se combate e neoglicogénese;
- Não se promove a síntese proteica, uma vez que não há fornecimento de fontes de azoto;
- Situação tolerada por curtos períodos (cerca de 7 dias), no doente estável [sem desnutrição ou stress major];
Apoio nutricional
- O objetivo é promover a síntese proteica, apesar de muitas vezes não ser possível;
- Ocorre quando od oente não consegue veicular os nutrientes via alimentos correntes => via oral comprometida;
- Consiste na administração de:
a) Água;
b) Fontes energéticas (lípidos e glícidos);
c) Material plástico (proteínas);
d) Vitaminas, oligoelementos e minerais;
Macronutrientes
Energéticos: hidratos de carbono e lípidos;
Plásticos: proteínas;
Micronutrientes
Vitaminas;
Minerais;
Oligoelementos;
Macronutrientes e equivalentes energéticos
1 g de lípidos = 9 kcal;
1 g de proteína = 4 kcal;
1 g de hidratos de carbono = 4 kcal;
[1 g de azoto = 6,25 g de proteínas]
Proteínas como material calórico: sim ou não?
Apesar de terem potencial calórico, idealmente devem ser usadas APENAS como material plástico
=> É necessário administrar cobertura calórica não proteica
Nutrição adequada num adulto hospitalizado
Maioria dos doentes, qualquer que seja a via nutricional utilizada:
- 25 a 35 kcal / kg de peso / dia;
- 0,8 a 1,6 g de proteínas / kg de peso / dia;
- 30 a 50 ml de água / kg de peso / dia;
- Eletrólitos, vitaminas, oligoelementos;
Qual a quantidade necessária de material calórico não proteico para que o azoto seja usado como material plástico?
1 g de azoto necessita, habitualmente, entre 80 a 200 kcal de material calórico não proteico para ser utilizado como material plástico:
=> 6,25 g de proteínas precisam, em média, de 120 a 150 kcal para poderem ser aproveitadas;
Cálculo do valor calórico total
Calorias não proteicas + calorias que as proteínas dão
Dentro das calorias não proteicas, qual o aporte de hidratos de carbono e qual o aporte lipídico?
Aporte de hidratos de carbono: 70%;
Aporte de lípidos: 30% (não devem ultrapassar os 50% do aporte calórico não proteico);
Nutrição parentérica: bolsas comerciais
Normalmente têm volume entre 1 a 2,5 L, sendo que o conteúdo proteico varia entre 3,6 a 16,5 g de azoto (20 a 100 g de proteínas)
Nutrição adequada num doente instável
Deve receber menor aporte calorico-proteico numa fase inicial:
- Aumento do aporte deve ser progressivo e lento;
- Se o aumento da glicose for imediato, sobrecarrega a via metabólica alternativa (porque doentes mais graves oxidam menos), levando ao aumento da formação de gordura => ESTEATOSE HEPÁTICA (elevação ponderal)
Alterações das provas hepáticas associadas a esteatohepatite
Aumento das gama-GT e transaminases
O que acontece à sensibilidade à insulina de doentes em cuidados intensivos?
Os doentes tornam-se resistentes à insulina => aumento dos níveis de hormonas de stress (ACTH, cortisol, epinefrina e norepinefrina) => leva ao aumento da produção hepática de glicose e glicogenólise;
Síndrome de realimentação
- A realimentação de um indivíduo em desnutrição grave produz um aumento significativo da insulina, o que provoca retenção hidrossalina e desvio dos eletrólitos;
- Uma vez que o músculo cardíaco é muito fraco e há entrada de eletrólitos no coração, isto pode provocar disritmias (paragem cardíaca) e, consequentemente, morte súbita;
Caraterizada por:
-> Anomalias eletrolíticas (hipofosfatemia, hipocaliemia, hipomagnesiemia);
-> Sobrecarga de volume;
-> Disritmias cardíacas;
-> Insuficiência cardíaca;
º Geralmente ocorre nos primeiros 4 dias;
- Uma vez que o músculo cardíaco é muito fraco e há entrada de eletrólitos no coração, isto pode provocar disritmias (paragem cardíaca) e, consequentemente, morte súbita;
Manifestações clínicas no síndrome de realimentação
- Hipofosfatemia;
- Hipocaliemia;
- Hipomagnesiemia;
- Deficiência de tiamina e outras vitaminas;
- Retenção de líquidos;
- Disfunção neuromuscular;
- Hipoventilação;
- Acidose lática;
- Arritmia;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
Prevenção do síndrome de realimentação
Identificar doentes de risco;
Começar apoio nutricional com < 50% do previsto;
Monitorizar P, K, Na, Cl, Mg;
Suplementos vitamínicos e de minerais são obrigatórios;