IACS Flashcards
INFEÇÃO
invasão e multiplicação de micro organismos
nos tecidos de um hospedeiro ou de seus produtos com
dano tecidual.
IACS
- infeção que ocorre num doente durante a prestação
de cuidados de saúde (no hospital, em qualquer
instituição prestadora de cuidados ou em ambulatório). - Inclui as infeções adquiridas no hospital (nosocomiais):
“ que não estavam presentes ou em incubação no momento da
admissão e que podem só manifestar-se após a alta” , e t.b. - as infeções ocupacionais nos profissionais de saúde
Colonização
presença, crescimento e multiplicação de um micro organismo nos tecidos (pele, mucosas, feridas abertas) ou fluidos orgânicos do hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica. Não é infecção: não se trata!
Contaminação
ato ou momento em que
uma pessoa ou um objeto se converte em
veículo mecânico de disseminação de um
determinado agente patogenico
Portador
pessoa ou animal que, ao ser
examinado, não apresenta sintomas clinicamente
reconhecíveis de uma determinada doença
transmissível, mas que está albergando o agente
etiológico respectivo.
Pode ser: activo, actibo convalescente, activo crónico, activo incubado ou precoce, eficiente, ineficiente, passivo, passivo crónico, passivo temporário
PORTADOR ATIVO
teve sintomas, mas que em determinado momento, não os apresenta
PORTADOR ATIVO CONVALESCENTE
durante e após a convalescença. Ex:febre tifóide e
difteria
PORTADOR ATIVO CRÔNICO
pessoa ou animal que continua a albergar o agente etiológico
muito tempo depois de ter tido a doença. O momento em que passa a crônico é estabelecido
arbitrariamente para cada doença. (Ex na febre tifóide o portador é considerado ativo
crônico qd. alberga a Salmonella thyphí por mais de 1 ano após a doença)
PORTADOR ATIVO INCUBADO OU PRECOCE
durante o período de incubação clínica de uma
doença
PORTADOR EFICIENTE
: portador que elimina o agente etiológico para o meio exterior ou para
o organismo de um vetor hematófago, ou que possibilita a infeção de novos hospedeiros. Essa
eliminação pode ser feita de maneira contínua ou de modo intermitente
PORTADOR INEFICIENTE
portador que não elimina o agente etiológico para o meio exterior,
não representa, portanto, um perigo para a comunidade no sentido de disseminar esse
microorganismo
PORTADOR PASSIVO
(portador aparentemente são): portador que nunca apresentou sintomas
de determinada doença transmissível, não os apresenta e não os apresentará no futuro; só
pode ser descoberto por meio de exames adequados de laboratório.
PORTADOR PASSIVO CRÔNICO
portador passivo que alberga um agente etiológico por um
longo período de tempo
PORTADOR PASSIVO TEMPORÁRIO
: portador passivo que alberga um agente etiológico
durante pouco tempo; a distinção entre passivo crônico e temporário é estabelecida
arbitrariamente para cada agente etiológico
Impacto das IACS
A cada momento + de 1.4 milhões de pessoas em todo
o mundo sofrem de complicações infeciosas adquiridas no hospital.
De acordo com estimativa da OMS, atualmente em cada 100 doentes
internados: 7 nos países desenvolvidos e 10 nos países em
desenvolvimento, adquirem pelo menos 1 infeção no decurso do episódio
de internamento.
Na Europa a prevalência de IACS identificada foi de 5,7% (IC 95%: 4,5-
7,4%) - ( inquerito prevalencia de 2012)
Em Portugal 9 ou 10 em cada 100 doentes tinham pelo menos 1 IACStaxa de prevalência de 10,5% (IC 95%:10,1-11,0), quase o dobro da média
dos restantes países europeus (dados de 2012). Dados preliminares do
inquerito de prevalência de 2017 : taxa de prevalência desceu para 7,8%
TAXAS DE PREVALÊNCIA DE INFEÇÃO
no H.S.J.
Prevalência de Infecção hospitalar/nosocomial em 2017: 8%
Prevalência de doentes com Infecção Hospitalar em 2017: 7,7%
Consequências das IACS
Agravamento do estado de saúde
Aumento do tempo de internamento (9,5-13,4 dias)
Aumento de morbilidade
Sequelas
Aumento da mortalidade (4,3% a 7,4%)
Custos económicos adicionais elevados (4 x mais)
Custos pessoais para os doentes (qualidade de vida) e
para os seus familiares
Circnstâncias que favorecem as IACS
Ambiente Hospitalar
• ANIMADO - doentes, visitas, profissionais
• ESTRUTURAS
• PROCEDIMENTOS
Agente Infecioso (4 mais importantes): Staphylococcus aureus Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa Klebsiella s.p.p.
Hospedeiro
Suscetível
- F. de risco intrínseco
- F. de risco extrínseco
Circnstâncias que favorecem as IACS: ambiente hospitalar
• Unidades de Cuidados Intensivos (IACS em
cerca de 30% dos doentes, com mortalidade
atribuível de 44% )
• Serviços Cirúrgicos
• Serviços Ortopédicos.
Circnstâncias que favorecem as IACS: hospedeiro susceptível
Todo o doente é mais ou menos imunodeprimido
e, portanto, mais suscetível de desenvolver
infeção a seguir à contaminação hospitalar.
Os profissionais são frequentemente expostos à
contaminação mas raramente vítimas de infeção.
HOSPEDEIRO SUSCETIVEL - Fatores de risco
INTRÍNSECO - Fator que altera os mecanismos naturais de defesa do
doente predispondo-o à infeção - determinada pelo tipo e gravidade
da doença de base , podendo variar de intensidade.
EXTRÍNSECO - Fator que advém do diagnóstico e tratamento
necessários ao doente e respetivos procedimentos clínicos /
assistenciais. Categorizam-se em:
• Estrutura: Conjunto de recursos humanos e materiais disponíveis
para a prestação de cuidados (equipamentos, consumíveis, rácios de
profissionais, áreas e circuitos…);
• Processos: Conjunto de procedimentos e uso de dispositivos
médicos invasivos necessários à prestação de cuidados ao doente
(cateter intravascular central, alimentação parentérica, algaliação,
ventilação mecânica invasiva, hemodiálise, drenagens, punções,
cirurgias…).
HOSPEDEIROS PARTICULARMENTE SUSCETIVEIS:
Doentes com imunossupressão (primária/ secundária) Diabéticos Insuficientes respiratórios Lesões de continuidade da pele: queimaduras, escaras, feridas, politraumatizados … Idosos Recém-nascidos (sobretudo prematuros) Fumadores
Circunstâncias que favorecem as IACS: agentes
Os microrganismos são parte essencial da nossa ecologia
(microbiota normal)
Para se manter o equilíbrio é necessário compreender a
sua interação com o homem:
❖ 90% das células do corpo humano são microrganismos
❖ Apenas 3% dos microrganismos são patogénicos
Tipos de agentes :
* Bactérias * Vírus
* Fungos * Protozoários * Priões (não são vírus mas podem causar doença)
AGENTES 1. Bactérias
COMENSAIS
Constituem a flora normal de indivíduos saudáveis. Significativo papel protetor, na prevenção da colonização por microrganismos patogénicos. Algumas podem causar infeção, no hospedeiro imuno comprometido. Ex : Staph. coagulase neg. da pele e infeção em doente c/ linha intravascular
Bactérias saprófitas: existem na flora respiratória, digestiva, génito-urinária, e cutânea. Enquanto ocupam o hospedeiro, os patogénios não entram.
AGENTES 1. Bactérias
PATOGÉNICAS
Maior viruelência; causam infecção (esporádica e epidémica) independemente do estado do hospedeiro.
- Patogéneo Convencional: capaz de produzir doença mesmo no organismo são: - Brucella , Shigella
- Patogéneo condicional: produz doença conforme as circunstâncias: - Escherichia. coli , Staphylococcus aureus
- Patogéneo oportunista: causa doença no hospedeiro enfraquecido: - Staphylococcus epidermidis , Aspergillus
Bactérias Gram-negativo
-fermentadoras de glicose : podem colonizar certos locais, quando as defesas do
hospedeiro estão comprometidas (inserção de catéter, cânula, algália) e causar
infeções graves (local cirúrgico, pulmão, bacteriémia, infeção peritoneal). Podem
apresentar padrão de resistência elevado e multiplo.
Escherichia coli (+) ; Enterobacter spp. ; Serratia spp. ;
Klebsiella spp. (+); Proteus spp . (+); Citrobacter spp.
-não-fermentadoras de glicose : Pseudomonas aeruginosa (+) (isolada em água e áreas húmidas. Podem colonizar o ap. digestivo de doentes hospitalizados) ; Acinetobacter baumannii (+) padrão de resistência muito complicado
Bactérias Gram-positivo
Staph. aureus (+) ( coloniza pele e nariz de doentes/pessoal hosp. Causam gr.
variedade de infeções (pulmão, osso, coração e corrente sanguínea);
frequentemente resistentes aos antimicrobianos), padrão de resistência muito complicado;
Staph.coagulase negativa; Enterococcus spp .
Anaeróbios Gram-positivo
Clostridium difficile - (esporulação): esporos só são eliminados com água e sabão, não com alcool.
Microrganismos “alerta”
apresentam um padrão de resistência ou resistência
intermédia aos antimicrobianos, pouco habitual ou de
baixa prevalência na Unidade de Saúde e que, por esta
razão, implicam implementar medidas urgentes para a sua
contenção.
Microrganismos “problema”
microrganismos que causam doença frequentemente e
com taxas de resistência epidemiologicamente significativa
Ex. Staphy. aureus e S. coagulase-neg. , meticilina/oxacilina e vancomicina
Resistente ; E. coli Resistente à ciprofloxacina e/ou cefalosporinas de 3ª G
Condições para a infecção (e colonização)
TRANSMISSÃP
INÓCULO SUFICIENTE OU MÍNIMO
MICRORGANISMOS PATOGÉNICOS VIÁVEIS (virulênca intrínseca e resitência a A.M.)
LOCAL FAVORÁVEL DO HOSPEDEIRO
TEMPODE DE CONTACTO COM O MICRORGANISMO (suficiente ou mínimo)
HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL
Cadeia linear de trasmissão: transmissão
Qualquer mecanismo que possibilite a transferência do
agente etiológico de uma infeção, de um hospedeiro a
outro ou deste ao meio ambiente e vice-versa, de forma
direta ou indirecta.
RISCO DE TRANSMISSÃO
O risco de transmissão de microrganismos entre pessoas envolve fatores relacionados com: O estado infecioso do doente (incluindo colonização) As características do doente O tipo de atividades assistenciais a ser realizado Os recursos disponíveis para o controlo A imunização dos profissionais
CADEIA EPIDEMIOLOGICA E RISCO DE TRANSMISSÃO
No ambiente: limpeza inadequada, sobrelotação (durante epidemias sobreutdo), instalações partilhadas, rácio enfermeiro/doente inadequado
No hospediero susceptível: pele não intacta, mais de 65 anos e terapêutica com ATB previa
No agente: alta patogenicididade
Fontes
é o local de onde o agente passa para o
hospedeiro. Pode ser endógena ou exógena.
A fonte pode ou não ser o próprio reservatório