PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO Flashcards

1
Q

Associação x Causalidade:

A
  • Associação: 2 variáveis estão ligadas, mas não necessariamente uma é a causa da outra
  • Causalidade: 2 variáveis estão ligadas, sendo que uma é a causa da outra
  • 2 variáveis mais comuns: exposição e desfecho
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Como saber se uma associação é causal?

A

Critérios de Bradford-Hill - 9 critérios:
- Força de associação
1) Exposição e desfecho - fortemente associados

  • Consistência
    1) Conseguir repetir resultados - reprodutibilidade
  • Especificidade e reversibilidade
    1) Tirar o possível fator causal e tem o efeito reverso
    2) Ex: ácido fólico - se retirar aumenta mielomeningocele
  • Temporalidade
    1) É O ÚNICO CRITÉRIO INDISPENSÁVEL
    2) Tem que possuir lógica temporal
  • Gradiente biológico (relação dose-resposta) - ex: IMC x HAS
  • Plausibilidade biológica
    1) Ter sentido biológico entre as variáveis
  • Coerência
    1) Ter coerência com aquilo que já se sabe
  • Evidência experimental
  • Analogia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Estudos epidemiológicos:

A

“Consistem em estratégia metodológicas direcionadas à identificar associação entre supostas causas (fatores de risco) e seus efeitos sobre a saúde de populações humanas”
- Buscam avaliar associação entre uma determinada exposição e desfecho

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Tipos de estudos epidemiológicos:

A
  • Existem 9 metodologias
    1) Cada um avança um degrau no comprimento dos critérios de Bradford-Hill - avança em provar causalidade
  • Tipos:
    1) Relatos de casos
    2) Série de casos
    3) Estudos ecológicos
    4) Estudos seccionais/transversais
    5) Estudos de Coorte
    6) Estudos de Caso-controle
    7) Ensaios clínicos
    8) Ensaios de campo
    9) Ensaios comunitários
    10) Revisões sistemáticas
    11) Metanálises
  • Descritivos: relatos de casos e série de casos (analíticos - todos os outros)
  • Secundários: revisões sistemáticas e metanálise (primários - todos os outros)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Classificação do estudos epidemiológicos:

A
  • Segundo 4 critérios fundamentais:
    1) Tipo de dado coletado (individual x agregado)
    2) Atitude do pesquisador (observador x experimentador)
    3) Estratégia de observação (longitudinal x transversal)
    4) Sentido do estudo na linha do tempo (retrospectivo x prospectivo)
  • Critérios mais detalhados:
    1) Analítico x descritivo
    2) Primário x Secundário
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Individual x agregado:

A
  • Dados individuais
    1) Resultado de cada indivíduo
    2) Exemplo: a partir de dados individuais pode chegar numa média aritmética de 7
  • Dados agregados (estudos ecológicos)
    1) Pega toda uma população e pega todos os dados
    2) Exemplo: média aritimética de 7 (mas não sabe os dados individuais)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Longitudinal x Transversal:

A
  • Transversal ou seccional:
    1) É uma foto - um recorte do tempo
  • Longitudinal:
    1) Seguimento a longo prazo
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Observacional x Experimental:

A
  • Observacional
    1) Apenas observa os indivíduos não expostos e expostos
  • Esperimental:
    1) Age intervindo nos grupos do estudos
    2) Ex: testes de medicação
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Retrospectivo x Prospectivo:

A
  • Prospectivo:
    1) Indo pra frente no tempo
  • Retrospectivo:
    1) Indo para trás no tempo
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Relato de caso e serie de caso:

A
  • São estudos DESCRITIVOS por natureza
  • Interessantes em casos raros/incomuns
  • Relato de caso: apenas um caso
  • Serie de casos: vários casos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Estudos ecológicos:

A
  • Estudos OBSERVACIONAIS e que utilizam DADOS AGREGADOS
    1) Podem ser descritivos ou analíticos
    2) Geralmente quando analíticos: comparam cidades, estados ou países
  • Vantagens:
    1) Rápidos, baratos e de fácil execução
    2) Excelentes p/ formular hipóteses iniciais
  • Desvantagens:
    1) Dados agregados - não é possível estabelecer CAUSALIDADE (exposição e desfecho não aferidos no MESMO INDIVÍDUO)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Estudos ecológicos - falácia ecológica:

A
  • Resultados obtidos são EXTRAPOLADOS p/ o nível INDIVIDUAL
    1) É forçar a barra p/ estabelecer relação de CAUSALIDADE entre exposição e desfecho
    2) NÃO é possível fazer isso - exposição e desfecho não foram aferidos na mesma pessoa
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Estudos transversais:

A
  • Estudos OBSERVACIONAIS que avalia a população em um ÚNICO MOMENTO de uma linha do tempo
  • Geralmente avalia:
    1) Prevalência de uma doença de uma doença ou agravo
    2) Verificar se as prevalências de uma exposição ou desfecho estão associados
  • Vantagens:
    1) Rápidos, baratos e de fácil execução
    2) Também utilizados p/ formular hipóteses INICIAIS
  • Desvantagens:
    1) Não é possível estabelecer TEMPORALIDADE - exposição e desfecho são aferidos ao mesmo tempo (não permite afirmar casualidade)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Estudos de caso-controle:

A
  • Estudos observacionais, longitudinais e retrospectivos
  • Divide os indivíduos: casos e controles
    1) Divisão segundo o DESFECHO
  • Parte do DESFECHO p/ os fatores de risco (volta no tempo)
  • Vantagens:
    1) Relativamente rápido e fácil - desfecho já ocorreu
    2) Ideiais p/ doenças raras ou c/ longo período de latência
  • Desvantagens:
    1) Não é possível estabelecer TEMPORALIDADE (não se sabe se exposição, DE FATO, antecedeu o desfecho)
    2) NÃO AFERE INCIDÊNCIA, LOGO, NÃO AFERE RISCO - parte de um grupo pré-formado, avalia CHANCE (odds ratio)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Estudo de Coorte:

A
  • Estudos observacionais e longitudinais - podem ser retrospectivos ou prospectivos
  • Divide os indivíduos: expostos e não expostos
    1) Divisão segundo a EXPOSIÇÃO
  • Parte da EXPOSIÇÃO (fatores de risco) p/ o DESFECHO
  • Vantagens:
    1) Conseguimos aferir INCIDÊNCIA e RISCO ABSOLUTO do desfecho
    2) Garante a TEMPORALIDADE - boa evidência científica
    3) Ideais p/ investigar ETIOLOGIAS e EXPOSIÇÕES RARAS
  • Desvantagens:
    1) Alto custo, longo tempo p/ conclusão
    2) Inadequado p/ doenças raras
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Ensaios clínicos:

A
  • Estudos experimentais e longitudinais - só pode ser PROSPECTIVOS
    1) Objetivo principal: avaliar EFICÁCIA de novos tratamentos
  • Divide os indivíduos: grupo experimental e placebo/controle
    1) Apenas o grupo experimental receve intervenção
  • Vantagens:
    1) Ideal p/ investigar tratamentos
    2) Estudo primário de maior relevância se RANDOMIZADO
    3) Avalia incidência e risco de desfecho
  • Desvantagens:
    1) Custo e tempo de execução
17
Q

Ensaios de campo e comunitários:

A

Ensaios de campo
- Estudos experimentais, longitudinais e que avaliam INTERVENÇÕES PROFILÁTICAS
- De praxe são chamados: ensaios clínicos

Ensaios comunitários:
- Estudos experimentais, longitudinais que avaliam INTERVENÇÕES PROFILÁTICAS
- Utilizam dados AGREGADOS (“ecológico”)

18
Q

Revisões sistemáticas e metanálises:

A
  • São estudos SECUNDÁRIOS:
  • Revisão sistemática: metodologia específica e levanta TODOS os achados
  • Metanálise: apenas se ENSAIOS CLÍNICOS suficientes para compilar e fazer como se fosse um estudo só

“Uma metanálise foi uma revisão sistemática em algum momento, mas uma revisão sistemática nem sempre será uma metanálise”

19
Q

Pesquisa clínica:

A
  • Estudos p/ avaliar NOVO TRATAMENTO ou INTERVENÇÃO PROFILÁTICA
  • Inicialmente: fase pré-clínica (fase 0)
    1) Contato inicial com a medicação
    2) Avaliar segurança da medicação
  • Posterior: estudo clínico propiamente dito
    1) Fase 1:
    ° Utiliza voluntário sadios/estáveis
    ° Analisa TOLERABILDIADE, segurança e farmacocinética
    2) Fase 2:
    ° Utiliza a população alvo
    ° Analisa tolerabilidade, segurança e EFICÁCIA
    3) Fase 3:
    ° Utiliza estudos randomizados, multicêntricos
    ° Analisa tolerabilidade, segurança e EFICÁCIA
    4) Fase 4:
    ° Farmacovigilância; estudo na vida real
    ° Continua idefinidamente - tolerabilidade e segurança
20
Q

Validade de um estudo:

A
  • Validade = Verdade
    1) Será que realmente diz a verdade? Será que errou?
  • Para isso: avaliar ERROS E VIESES!
21
Q

Vieses - confundimento:

A
  • Associação entre exposição e desfecho que só ocorreu devido um “mal-entendido”
  • A associação NÃO EXISTE
    1) Acredita-se que B e C estão associados
    2) Porém, estão associados a um terceira variável A - que confunde essa relação
22
Q

Vieses - vieses de seleção:

A
  • Acontece quando os grupos apresentam CARACTERÍSTICAS BASAIS DIFERENTES
    1) Essa diferença pode inteferir nos resultados - torna-o inválido

Entre os principais, têm:
- Viés de seguimento
1) PERDA de participantes em um determinado estudo de tal forma que provoque DESEQUILÍBRIO entre os grupos de comparação
2) Ocorre no longitudinais: coortes e ensaios clínicos

  • Viés de sobrevivência (ou viés de Neyman):
    1) Ocorre quando OPTA-SE por utilizar apenas CASOS PREVALENTES, s/ considerar casos INCIDENTES
    2) Não avalia o espectro MAIS GRAVE e suas EXPOSIÇÕES
    3) Ocorre no estudos de prevalência e caso-controle
  • Viés de Berkson:
    1) Risco de hospitalização dos CASOS EXPOSTOS > risco de hospitalização dos CONTROLES EXPOSTOS
23
Q

Vieses - viés de informação ou aferição:

A
  • Ocorre quando exposição e/ou desfecho NÃO são aferidos ADEQUADAMENTE
    1) Principal causa: instrumento não acurado e/ou impreciso

Entre os principais, têm
- Viés de memória:
1) Ocorre quando exposição é aferida por meio da MEMÓRIA
2) Os CASOS tendem a lembrar melhor da exposição do que os CONTROLES
3) Ocorre: estudo de caso-controle

  • Viés de suspeição de exposição
    1) Procurar com mais intensidade/afinco em quem desenvolveu a doença (isto é, nos casos)
    2) Ocorre: estudos de caso-controle
  • Viés da falsa resposta
    1) Participente MENTE deliberadamente
    2) Ocorre: estudos de coorte e caso-controle
  • Viés do financimento da indústria
    1) Estudos patrocinados tendem a ser favoráveis ao produto
    2) Ocorre: ensaios clínicos
24
Q

Estratégias p/ controle de vieses:

A
  • Randomização:
    1) Controla o viés de seleção
    2) Distribuição aleatória nos grupos de um estudo experimental
    3) Garantir homogeneidade dos grupos - pode ter falha
  • Cegamento:
    1) Pacientes e/ou pesquisadores e/ou estatítico não sabem quais pacientes pertencem a cada grupo
    2) Unicego: paciente apenas
    3) Duplo-cego: paciente e pesquisador
    4) Tripo cego: paciente, pesquisador e estatístico
  • Restrição:
    1) Restringir ou limitar entrada de indivíduos com uma determinada característica confundidora
  • Pareamento:
    1) Parear os grupos analisados
  • Análise multivariada
    1) Muitas variáveis avaliadas ao mesmo tempo
    2) Controlar fatores de confusão
25
Q

Medidas de associação

A
  • Medidas que informa se há ligação (associação) entre EXPOSIÇÃO e DESFECHO e sua FORÇA de ligação
  • Principais medidas:
    1) Risco relativo (RR)
    2) Razão de chances ou odds ratio (OR)
    3) Razão de prevalências (RP)
  • PRECISAM ser DIFERENTES de 1:

1) Igual a 1 - NÃO HÁ ASSOCIAÇÃO

2) Medida de asosciação < 1 - efeito protetora

4) Medida de associação > 1 - efeito indutor

26
Q

Risco relativo (RR):

A
  • Fórmula:
    1) Risco relativo = risco absoluto em EXPOSTOS/ Risco absoluto em NÃO EXPOSTOS
  • Montar a tabela 3x3 (desfecho x exposição)
    1) Risco exposto = expostos c/ desfecho presente/ todos os expostos
    2) Risco não expostos = não expostos c/ desfecho presente / todos os não expostos
  • Utilização: coortes ou ensaios clínicos
  • Interpretação:
    1) > 1 - Exposição PROVOCA o desfecho
    2) = 1 - Não há associação
    3) < 1 - Exposição PROTEGE do desfecho
27
Q

Risco atribuível (RA):

A
  • Excesso de risco dos expostos que pode ser ATRIBUÍDO a exposição
  • Fórmula (uma subtração):
    1) RA = risco expostos - risco não expostos
    2) Calcula o risco adicional atribuído à exposição
28
Q

Risco atribuível proporcional (RAP):

A
  • É o quanto o RISCO ATRIBUÍVEL corresponde (porcentagem) ao risco do exposto
  • Fórmula
  • RAP = risco atribuível/risco exposto
29
Q

Redução absoluta do risco (RAR):

A
  • É o quanto de risco A MENOS o grupo apresentou
  • Fórmula:
    1) RAR = risco não exposto - risco exposto
  • Se for ensaio clínico = calcular o NNT (número necessário p/ tratar)
    1) NNT = 1/RAR - quanto menor, melhor
    2) Ex: NNT = 1/0,375 –> 2,66 (a cada 2 pessoas tratadas, 1 se beneficia)
30
Q

Redução Relativa do Risco (RRR):

A
  • É a redução absoluta do risco de forma PROPORCIONAL
    1) Mesmo raciocínio do RA e RAP
  • Fórmula:
    1) RRR = RAR/risco não exposto x 100
    ° Outra fórmula: 1 - risco relativo (RR)
    2) Exemplo: 0,375/0,75 x 100 –> 50%
    ° Reduz o risco basal de adoecer em 50%

RRR = EFICÁCIA DO MEDICAMENTO!

31
Q

Odds ratio ou razão de chances:

A
  • Fórmula
    1) OR: chance da exposição nos casos/chance da exposição nos controles
  • Chances de exposição - calculados na vertical da tabela
32
Q

Razão de prevalências:

A
  • Utilizada nos estudos SECCIONAIS ou TRANSVERSAIS
  • Mesma fórmula do RR:
    1) RP = Prevalêncoa do desfecho em exposto/prevalência de desfecho nos não exposto
33
Q

Interpretação do intervalo de confiança (IC):

A
  • Seguinte forma: 3,0 (IC 95% 1,2-3,5)
    1) 1º número: medida de associação
    ° Deve ser um número diferente de 1
    2) 95%: nível de significância estatística: p < 0,05
    ° Valor de p dever ser inferior ao limite de significância estatística, ou seja, p < 0,05
    3) 1,2-3,5: intervalo de confiaça
    ° Não pode conter o número 1

Quando a variação fica entre valores de 0 e 1 - não atribuído nenhum efeito
Ex: 0,36 - 1,24