Pâncreas endócrino Flashcards
Células que compõem as ilhotas pancreáticas e o que produzem
Células alfa - glucagon
Células beta - insulina, peptídeo C e amilina
Células delta - somatostatina
Células epsilon - grelina
Células pp - polipeptídeo pancreático
Formação da insulina:
Pré-pró-insulina (110 aa.) → pró insulina → insulina (51 aa.) + peptídeo C
O peptídeo C é utilizado para diferenciar uma hiperinsulinemia endógena de uma exógena (na endógena há também grandes concentrações de peptídeo C)
Qual é a função da amilina? Que fármaco é análogo à amilina e tem as mesmas funções?
Diminui a motilidade GI (retarda esvaziamento gástrico)
Retarda absorção de glicose
Inibe a secreção de glucagon
Aumenta a saciedade
Pramlintida → fármaco que é análogo à amilina, tem as mesmas funções
Principais hormônios catabólicos:
Glucagon*
Adrenalina
Cortisol
Reações que predominam no:
Período pós-prandial
Jejum
Anabolismo - insulina
Catabolismo
A liberação de insulina ocorre em duas fases, quais são elas:
1) quase instantaneamente após o consumo do alimento (insulina estocada)
2) 30 minutos após o consumo alimentar (síntese de insulina)
Regulação da secreção de insulina
Glicose entra na célula beta por meio dos GLUTs (tipo 1 e 2) e sofre glicólise, gerando ATP → ATP bloqueia canal de potássio sensível ao ATP → mantém K no interior da célula, despolarizando a célula → canais de cálcio se abrem → influxo de cálcio → cálcio faz a fusão das vesículas de insulina com a membrana plasmática, liberando insulina no plasma
Como as sulfonilureias atuam na regulação da secreção de insulina?
Bloqueando os canais de potássio sensíveis ao ATP, o que estimula a secreção de insulina
O diazóxido age de que forma na regulação da secreção de insulina? É eficiente em qual tipo de DM?
Estimulando o canal de potássio sensível ao ATP, o que diminui a secreção de insulina. É eficaz em DM2 (pois há células beta)
Quem são as incretinas? Como agem? Quem as produz?
GLP-1 e GIP
Atuam em receptores acoplados à proteína Gs - aumenta AMPc - ativa PKA - favorece a secreção de insulina pelas células beta. Também retardam o esvaziamento gástrico - contribuindo para maior saciedade
Produzidas pelas células endócrinas especializadas na mucosa intestinal (células L)
Somatostatina favorece ou inibe a secreção de insulina?
Inibe
Via de sinalização da insulina:
A insulina se liga aos receptores do tipo tirosina-quinase
Receptor se autofosforila, recrutando as proteínas IRS (substratos dos receptores de insulina)
IRS interage com a PI3K (fosfatidilinositol 3 quinase), convertendo PIP2 em PIP3 (fosfatidilinositol trifosfato)
PIP3 ativa proteína quinase B (PKB)
PKB fosforila e transloca os GLUTs de dentro da célula para a membrana (captura de glicose)
A insulina aumenta mais após administração oral de glicose ou via endovenosa?
Na via oral. Pois há atuação das incretinas, que aumentam a secreção de insulina
Administração oral de glicose → trato GI → estimula células endócrinas e liberar GLP-1 e GIP → ação no pâncreas via receptores Gs → aumento da insulina e diminui liberação de glucagon
Qual é a função da DPP-4? Que fármacos inibem essa enzima?
A DPP-4 atua degradando as incretinas
As gliptinas atuam inibindo a DPP-4
O que faz a exetinida?
Agonista dos receptores de GLP-1
O que é diabetes mellitus?
Grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos caracterizado pela ocorrência de hiperglicemia crônica (déficit de insulina e ou resistência à insulina), que a longo prazo, promove lesões em órgãos-alvo (retinopatia, neuropatia, nefropatia, DC)
Qual é o resultado final da DM?
O resultado final é a diminuição da utilização periférica e aumento da produção de glicose
Como é a DM1?
DM1A
Autoimune, o indivíduo produz auto anticorpos que destroem a célula beta
Bimodal - diagnóstico aos 4-6 ou 10-14
Características genéticas
DM1B - sem causa bem definida
Como é a DM2?
Bastante relacionada ao estilo de vida - sedentarismo, obesidade
Diagnóstico mais nos adultos (40-50 anos)
Indivíduo produz insulina mas é resistente a ela
Fatores de risco do DM2:
Idade > 45 anos
Obesidade e sedentarismo
Diabetes gestacional
HAS, DCV
HDL < 35; TRI > 250
Síndrome dos ovários policísticos
O que é DM gestacional?
Hiperglicemia diagnosticada durante a gestação. É diferente de uma gestante diabética
Como a resistência à insulina funciona nos tecidos:
Musculo esquelético
Tecido adiposo
Fígado
ME - diminui captação de glicose
Tecido adiposo - diminui captação de glicose, aumenta taxas de lipólise, libera ácidos graxos livres
Fígado - não supressão da PHG
Fármacos hiperglicemiantes:
Diuréticos tiazídicos e de alça
Glicocorticoides
Antipsicóticos atípicos
Agonistas beta-adrenérgicos
Opioides
Epinefrina
Fármacos hipoglicemiantes:
Antagonistas beta-adrenérgicos (BB principalmente os não seletivos como o propranolol)
Etanol
AINEs
iECAs
Lítio
Como é o estado pré-diabético:
Glicemia de jejum alterada (entre 100-125)
Intolerância à glicose (glicemia 2h após o TOTG entre 140-200 mg/dL)
Hemoglobina glicada (HbA1C) entre 5,7-6,4%
O que deve ser feito no estado pré-diabético?
Modificações terapêuticas no estilo de vida → programa de dieta + atividade física → reduzir o risco de DM2 em até 60%
Uso de medicamentos → metformina, acarbose, pioglitazona, orlistate, agonistas GLP-1
Critérios para o emprego de metformina no pré-diabetes: múltiplos FR para DM2, piora progressiva da glicemia
Como é feito o tratamento do DM1?
Pela insulinoterapia
Dieta, álcool, exercífio físico*
*Se extenuante, aumenta risco de hipoglicemia e hiperglicemia
Como é feito o tratamento do DM2?
Educação sobre nutrição, atividade física + metformina - reavaliar A1C
*Rastrear complicações e tratar comorbidades
Metformina + segundo agente - reavaliar A1C
Metformina + 2 outros agentes ou Metformina + insulina
Tipos e ação das insulinas humanas
Regular - rápida
NPH ou isofana - intermediária
Quais são as insulinas análogas de ação longa/prolongada?
Glardina
Detemir
Degludeca - ultra prolongada
Quais são as insulinas análogas de ação rápida/ultrarrápida?
Lispro
Asparte
Glulisina
Na insulinoterapia, como é a:
Terapia basal:
Terapia em bolus (prandial):
Terapia bifásica:
Basal - 1 ou 2 injeções diárias de insulinas de longa duração
Em bolus: se for regular (30-45 minutos antes da refeição), se for análogo ultrarrápido (15 minutos antes ou logo após)
Bifásica: combina insulinas em pré-misturas
Situações em que é necessário aumentar a dose de insulina:
Casos de infecções
Trauma
Cushing
Puberdade
Glicocorticoides
Hipertireoidismo
Gestação
Há situações em que é necessário diminuir a dose de insulina:
Má absorção
Hipotireoidismo
Insuficiência renal
Insuficiência adrenal
Idosos
Reações adversas da insulinoterapia:
Hipoglicemia - principal, mais causadas por NPH e regular
Ganho modesto de peso
Reações alérgicas
Lipo-hipertrofia nos locais de administração
O que é e como tratar a cetoacidose diabética?
Deficiência de insulina → no tecido adiposo há inibição da lipogênese e ativação da lipólise → ativação da lipase hormônio-sensível → aumentos dos níveis séricos de ácidos graxos livres → produção de cetoácidos → acidose metabólica com ânion gap elevado
Estabilizar e repor volume - avaliar e correção da calemia - insulinização (regular)
Os fármacos hipoglicemiantes são utilizados principalmente em qual tipo de DM?
DM2
Metas glicêmicas no tratamento do DM2:
HbA1C < 7%
Glicemia em jejum 80-130
Glicemia pós-prandial < 180
Quais são os fármacos mais potentes em diminuir a glicemia e a hemoglobina glicada?
Sulfonilureias e metformina
Quais são as sulfonilureias? Como agem?
Glipizida, gliclazida, glibenclamida** (essas são as formulações de liberação prolongada)
Glimepirida é a de 3a geração
Aumentam a secreção de insulina, bloqueando os canais de K sensíveis ao ATP, o que aumenta a secreção de insulina
Em relação às sulfonilureias:
( ) Pode ocorrer aumento do peso corporal
( ) Diminui até 5% da HbA1C
( ) Reduz a glicemia em jejum entre 60-70
( ) A secreção de insulina ocorre de forma descontínua, pois depende dos níveis de glicose
( ) A tolbutamida é uma sulfonilureia de 1a geração associada ao aumento de mortalidade cardiovascular
( ) A gilbenclamida reduz complicações microvasculares, mas sem impactos na mortalidade
( ) Apresentam falência secundária (perdem 5-7% da eficácia a cada ano)
V
F - diminui 1-2%
V
F - ocorre de forma contínua, independente dos níveis de glicose
V
V
V
Sulfonilureias preferidas em pacientes com risco cardiovascular:
Gliclazida
Glimepirida
Em relação à farmacocinética das sulfonilureias:
Seus efeitos hipoglicêmicos podem durar ___
Metabolizados pelo ___ e excretados na ____. Portanto deve haver cautela com ___ e ___, não sendo recomendada para pacientes com ___
12-24 horas
Fígado, urina, hepatopatas, pacientes com IR, TFG < 30
Melhor sulfunilureia para pacientes idosos ou pacientes com disfunção renal leve:
Glipizida
Efeitos adversos das sulfonilureias:
Hipoglicemia - mais perigoso em idosos, alcoólatras, nefropatas, hepatopatas. Também têm algumas interações medicamentosas que causam hipoglicemia
Náuseas e vômitos
Reações de hipersensibilidade
Ganho de peso
Reações semelhantes ao Dissulfiram (Clorpropamida)
Hiponatremia/intoxicação hídrica (em função do aumento da vasopressina)
Prejuízo da doença coronariana isquêmica - com exceção da gliclazida
Como age a bromocriptina? Como é utilizada?
Agonista de receptor dopaminérgico
Abordagens farmacológicas combinadas
Pode causar náusea, vômito, reduz motilidade
Quais são as glinidas (meglitinidas)? E qual o mecanismo de ação?
Repaglinida, Nateglinida
Mecanismo semelhante ao das sulfonilureias (porém se liga em sítio diferente) - estimulam a secreção de insulina
Quais são os riscos de se associar meglitinidas com sulfunilureias?
Ambas aumentam a secreção de insulina de maneira independente dos níveis glicêmicos → maior risco de hipoglicemias graves
Como é a administração das glinidas? Qual tem menor chance de hipoglicemia?
Usado antes das refeições - controle glicêmico pós-prandial
Nateglinida possui ação mais rápida e menos duradoura, tendo menor risco de hipoglicemia
Contraindicações das meglitinidas/glinidas
TFG < 15
Insuficiência hepática
Idosos fragilizados
Gestante
Fármacos que reduzem o efeito hipoglicemiante das glinidas
Corticosteroides
Rifamicinas
Simpatomiméticos
Tiazídicos
Fármacos que aumentam o efeito hipoglicemiante das glinidas
Etanol
AINEs
iMAOs
BB não seletivos
Sinvastatina
Qual é a classe da metformina?
Biguanidas
Qual o principal mecanismo da metformina? E quais são outros efeitos?
O principal é a inibição da gliconeogênese hepática
Aumento do armazenamento de glicogênio
Atenua os efeitos do glucagon
Redução da lipogênese hepática
Redução da lipogênese no músculo
Melhora a sensibilidade à insulina
Em relação à metformina:
( ) Atua principalmente sobre a glicemia nos estados normoglicêmicos
( ) Tem metabolismo hepático
( ) Pode ser associada a outros hipoglicemiantes
( ) Pode aumentar o peso do paciente
( ) Tem como um dos efeitos adversos a acidose lática
( ) Pode reduzir o triglicerídeos e o LDL
F - tem pouco efeito nos estados normoglicêmicos, por isso raramente provoca hipoglicemia
F - não sofre metabolsimo hepático (excretada intacta na urina)
V
F - tem efeito anorexígeno ou neutro sobre o peso
V - estimula o metabolismo não oxidativo da glicose, podendo causar acidose lática
V
Em relação à metformina:
( ) Não está associada à redução do risco de desfechos relacionados ao diabetes
( ) Está relacionada à redução da mortalidade cardiovascular em pacientes com DM2
F - está relacionado
V
Como deve ser feito o ajuste de dose da metformina em função da TFG?
Reduzida em 50% se 30 < TFG < 45
Não utilizada se TFG < 30
Efeitos adversos da metformina
GI - náusea, vômito, diarreia, cólicas, indigestão, gosto metálico. Reduz se a administração for após as refeições e se o início do tratamento for com doses menores
Acidose lática
Suspender 2 dias antes da realização de exames com contraste radiológico
Pode reduzir os níveis de vitamina B12
Contraindicações da metformina:
Insuficiência renal
Hepatopatia com alta de transaminases
Durante estresse agudo (cirurgia)
Abuso de álcool
IC descompensada
Passado de acidose lática em uso de metformina
Cautela em: indivíduos acima de 80 anos, doenças pulmonares graves
Quais são as glitazonas? Como é o mecanismo de ação?
Troglitazona, Rosiglitazona, Pioglitazona*
São sensibilizadores periféricos de insulina - o alvo é o receptor ativado por proliferador peroxissômico - gama (PPAR-gama) - um fator de transcrição ativado por ligante, um receptor nuclear
Envolvido com genes relacionados com o metabolismo da glicose e de lipídios; aumento da expressão de receptores periféricos de insulina; diferenciação dos adipócitos; captação de ácidos graxos circulantes nas células adiposas
Sobre as glitazonas (tiazolidinedionas):
( ) Aumentam em 80% a captação de glicose mediada pela insulina
( ) Não tem efeito sobre os níveis plasmáticos de triglicerídeos e de HDL
( ) Não tem efeitos hipoglicemiantes
( ) São metabolizados pelo fígado e possuem início de ação curta
( ) Normalmente é utilizado em monoterapia
( ) A pioglitazona é capaz de reduzir a mortalidade em pacientes DM2 que tiveram ao menos um evento CV prévio
F - aumentam em 30-50%
F - reduz triglicerídeos em 10-15% e aumenta o HDL
V
F - início de ação relativamente lento (1-3 meses)
F - raramente. Geralmente é associado à metformina
V
Efeitos adversos das glitazonas:
Aumento de peso (aumenta gordura periférica e diminui a gordura visceral)
Edema (em 5% dos casos - pode descompensar ICC)
Cefaleia
Aumento de risco de fratura óssea (mulheres pré e pós-menopausa)
Aumento de risco de ITR superior
Avaliação de transaminases hepáticas antes do início do tratamento
Interações medicamentosas das glitazonas:
Pode aumentar a metabolização de AOC, digoxina, ranitidina, nifedipino
Quais são as formas de aplicar os incretinomiméticos à terapia da DM?
Agonistas peptídicos injetáveis do receptor GLP-1
Inibidores da DPP-4
O GIP não é efetivo na estimulação da liberação de insulina e redução de glicemia
Quais são os fármacos inibidores da DPP-4?
Sitagliptina, saxagliptina, alogliptina, vildagliptina, linagliptina
Sobre os inibidores da DPP-4:
( ) Reduzem em 95% a atividade da DPP-4 durante 12 horas
( ) Podem ter como colaterais aumento de peso e hipoglicemia
( ) As doses devem ser reduzidas em pacientes com insuficiência renal, exceto pela Linagliptina, que tem pouca depuração renal
( ) Tem como efeitos adversos: nasofaringite, cefaleia, tontura, diarreia, pancreatite aguda
V
F - não causam hipoglicemia
V
V
Quais são os fármacos análogos ao GLP-1? Como é a administração desses fármacos?
Exenatida, liraglutida, semaglutida, lixisenatida, dulaglutida
Administrados por via subcutânea
Em relação aos análogos ao GLP-1:
( ) Tem meia vida de 12-15 horas
( ) Tem efeito insulinotrópico independente da glicose
( ) Podem ser utilizados como monoterapia ou como adjuvantes
( ) Retardam o esvaziamento gástrico, melhoram o perfil lipídico e a PA
( ) Podem causar redução de peso (5-10%)
F - 2-3 horas
F - efeito insulinotrópico dependente de glicose
V
V
V
Efeitos adversos dos análogos ao GLP-1:
Náuseas e vômitos
Diarreia
Artralgias
Pancreatite aguda
Quais são os inibidores da alfa-glicosidase? Como é o mecanismo de ação?
Acarbose, miglitol, voglibose
A alfa-glicosidase é uma enzima que está no intestino delgado que faz a quebra de carboidratos maiores - é uma boa alternativa para os pacientes com glicemia de jejum entre 110-140
Sobre os inibidores da alfa-glicosidase:
( ) Reduz a relação LDL/HDL
( ) É contraindicado para pacientes com DII
( ) Tem como efeitos adversos: flatulência, meteorismo, diarreia, distensão e desconforto abdominal
V
V
V
Quais são os iSGLT2? Qual é o mecanismo de ação?
Dapagliflozina, canagliflozina, empagliflozina, sotagliflozina
O SGLT2 é um cotransportador Na/glicose presente no túbulo contorcido proximal
Efeitos dos iSGLT2:
Glicosúria
Aumento do risco de infecções micóticas urinárias e genitais
Perda de peso
Redução da PA
Risco de cetoacidose diabética
Aumento do risco de fraturas
Comprometimento renal agudo
Câncer de bexiga (Dapa)
Efeitos adversos da pranlintida:
Náuseas e hipoglicemia
Contraindicado para pacientes com gastroparesia ou distúrbios de motilidade
Fármacos que aumentam peso
Sulfonilureias
Glinidas
Glitazonas
Insulinas
Fármacos que reduzem peso
Metformina
Agonistas GLP-1
iSGLT2